segunda-feira, abril 02, 2012

Sentença: Absolvido

Não sei que tipo de pensamento vem à sua mente quando o assunto é Deus. Sei que, durante algum tempo, a imagem que me vinha era de um velhinho de cabelos e barba longos e brancos e uma feição bastante brava. Não sei dizer de onde vem isso, já que fui criada num lar onde a Bíblia era lei. Também não posso culpar os pastores que tinha, grandes homens de Deus que me transmitiram uma fé sólida, firme, real e racional. E não me lembro de meus pais fazerem qualquer referência a esse respeito.


Talvez você tenha o mesmo questionamento: por que pensamos num Deus mau, bravo, que parece sempre pronto a nos punir? Cuidarás para que eu não erre, em vez de ficares espiando para me veres pecar. Esquecerás os meus pecados e apagarás os meus erros (Jó 14.16).
Deus define a Si mesmo em Sua Palavra como: Deus é amor (I Jo 4.8). E foi às últimas consequências para demonstrar esse amor: enviou o Seu único Filho para mudar o nosso status: de escravo do pecado para filho da luz, de servo para filho amado. Quanta doçura deixar de ser Filho unigênito para ser Filho primogênito, ou seja, de único para primeiro! É demais, não é?


Jesus disse algumas vezes que não veio para nos condenar, não veio para julgar o mundo: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10). Por que então nos sentimos tão pecadores, tão inadequados, nada merecedores desse amor tão grande? Aliás, por que simplesmente não aceitamos que a salvação de que precisamos – e não estou falando apenas daquela que nos levará ao céu, mas de sermos salvos de perigos, de escassez, da maldade, principalmente daquilo que nos afasta de Deus – é totalmente gratuita? Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2.8).


Jesus veio para nos absolver, para pagar o preço de uma dívida que nós fizemos, e não Ele. Então, errar o alvo, definição bíblica de pecado, é uma exceção na vida daqueles que têm o Espírito Santo vivendo dentro de si e não uma regra. Ainda assim, sabe o que acontece se pecarmos? Não há surra nos esperando, não há um Deus chateado, não há palmatória: Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo (I Jo 2.1). Quer dizer, antes do crime, o Advogado já está preparado para nos absolver, afinal, já vi grandes advogados livrando criminosos de ações hediondas! Imagine do que o nosso Advogado é capaz de nos livrar!!!


Por que, então, nos sentimos tão mal em relação a Deus muitas vezes? Se Ele não nos acusa, quem nos acusa? A resposta: Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas (I Jo 3.20). O problema somos nós. Nós nos condenamos. Queremos pagar o preço de um sacrifício impagável para nos tornarmos merecedores de uma graça oferecida gratuitamente a quem jamais a ela faria jus. É só receber. Simples assim: só receber.


Não sei por que ficamos tão incomodados quando recebemos um presente caro demais? Por que não aceitamos com gratidão e só? Por que tecemos tantos comentários, pensamos em devolver ou perguntamos o que o donatário pode estar desejando com tal mimo? Homens podem até ser assim: fazerem coisas para obter favor. Mas Deus não é homem (Dt. 23.19).
Não permita que o seu coração o condene. O preço por todos os nossos erros já foi pago. Resta-nos agora andar em liberdade. Como diz o texto acima, ainda que o nosso coração nos condene, Deus é maior e nos absolve.


Não posso terminar esse post sem contar o fim desse versículo. Aqui vai: Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista (I Jo 3:21-22). Traduzindo: quando não aceitamos condenação, podemos nos achegar a Deus com confiança - somos filhos amados. E filhos não têm cerimônias diante de seus pais. São autênticos, livres, folgados, às vezes. E se, como filhos, fazemos pedidos, é só esperar para receber, porque filhos obedientes (os que guardam Seus mandamentos) e que agradam os pais (fazem o que é agradável à Sua vista) sempre se dão muito bem.


Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que Lhe pedirem (Mt.7.11)?


Livre-se da culpa. Seu Advogado é Poderoso!!!

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