domingo, abril 28, 2013

Isso é que é Poder!

Fonte inesgotável é a Palavra de Deus. Às vezes, doce como o mel (aqueles conselhos que achamos fáceis de cumprir ou que já fazem parte da nossa vida); às vezes, amarga como chá de boldo, o remédio do papai (aqueles conselhos que nos desafiam, aos quais dói na alma obedecer). Não se assuste por eu ter dito isso. João, aquele que escreveu apocalipse,  provou um pedacinho da Palavra e disse que era doce na boca e amarga no estômago.

É fácil acreditar que Deus prospera quando temos emprego; que Ele faz da estéril mãe de filhos quando se tem menos de quarenta anos; que todas as coisas cooperam para o nosso bem quando tudo está de vento em popa; que o Senhor nos sara quando os laudos são favoráveis.

Abraão recebeu de Deus a promessa de que seria pai de multidões. Já não era tão jovem quando o Senhor lhe disse isso. Tinha 75 anos. Mas estava bem, era forte, rico, poderoso, casado. Todas as condições eram favoráveis. Era só esperar a hora e correr para o abraço - aliás, seria melhor inverter a ordem das frases!

Entre a promessa e o dia do seu cumprimento pode haver uma distância de horas, de segundos, de anos. Para ele foram 25 anos. Ele não podia ver a promessa; eram "só" palavras. Ele não podia tocar na promessa, nem podia escrevê-la no espelho, nem ouvir os pastores pregando sobre a importância de manter a fé, nem comprar o livro "Decepcionados com Deus", ou "Aprenda a Esperar" ou qualquer outro. Ele não tinha uma Bíblia na escrivaninha ou na sala aberta no Salmo 91. Quais eram as condições favoráveis? 

Temos tantos meios para nos ajudar a manter a fé! Como somos felizes, privilegiados, abençoados! Que prazer em desfrutar de uma aliança superior e de promessas ainda melhores que as dos pais da fé: "Mas, agora, este [Jesus] tem conseguido tanto melhor ministério, quanto é Mediador ainda de uma melhor aliança, a qual tem sido decretada sobre melhores promessas." (Hb 8:6)

Para merecer o título de pai da fé penso que é necessário ter mais fé do que qualquer outra pessoa, certo? Certo. Veja só o que o  livro de Romanos diz acerca de Abraão: "Abraão teve fé e esperança, mesmo quando não havia motivo para ter esperança, e por isso ele se tornou “o pai de muitas nações”. Como dizem as Escrituras: “Os seus descendentes serão muitos” (Rm 4:18). Veja que a Bíblia admite que não havia motivo para ele ter esperança. 

Hora da pausa. É difícil crer mesmo quando se tem motivo para manter a esperança. Algumas circunstâncias nos desafiam. Parecem um espinho na carne. Você quer se esquecer delas, mas estão ali incomodando o tempo todo. Algumas vozes não se calam. Ninguém mais as ouve, por isso não adianta pedir ajuda. Mas quem as ouve não consegue fazê-las silenciar. Quem não tem um grande desafio?

Abraão e Sara foram testados além do que seria para muitos um limite. Um ano, cinco anos, dez anos, quinze anos, vinte e cinco anos e nada. O corpo já não respondia mais, o prazer já havia passado, o natural já nem acontecia mais. Tudo o que se podia ver gritava para eles: "Deus mentiu. Não há mais condições". Todo dia, toda hora podiam olhar para si mesmos e ver a impossibilidade. "Abraão tinha quase cem anos. Mas, mesmo quando ele pensou a respeito do seu corpo, que já estava como morto, ou quando lembrou que Sara não podia ter filhos, a sua fé não enfraqueceu". (Rm 4:19)

Em situações menos complicadas, dispondo de mil artifícios que podem nos ajudar a alimentar a nossa fé, ainda assim nos sentimos fracos, desapontados, desanimados. 

Continuemos a história: "Abraão não perdeu a fé, nem duvidou da promessa de Deus. A sua fé o encheu de poder, e ele louvou a Deus  porque tinha toda a certeza de que Deus podia fazer o que havia prometido". (Rm 4:20, 21) Quero realçar este ponto: a fé de Abraão o encheu de poder. Poder mesmo não é ter uma conta gorda, ser bem relacionado, ser forte. Poderoso é quem tem fé, quem não se deixa desanimar. Abraão tinha toda a certeza de que Deus podia e Deus faria.

Será que Deus ainda pode? Será que Ele tem poder mesmo? Será que Ele depende de circunstância, precisa esperar as condições favoráveis, só pode agir se houver concordância? Será que alguma coisa pode limitá-lO? Estará Ele impedido de agir em seu favor? 

Não sei se você já pensou em como você vive um tempo melhor, com mais recursos, mais conhecimento, mais opções, mais tudo. Talvez queira me dizer: "Os tempos estão mais difíceis". Concordo. Mas temos o Espírito Santo e Ele faz toda a diferença. O que pode nos faltar se temos o próprio Deus vivendo em nós?

"Por isso Abraão, por meio da fé, “foi aceito por Deus.”  As palavras “foi aceito” não falam somente dele.  Falam também de nós, que seremos aceitos, nós os que cremos em Deus, o qual ressuscitou Jesus, o nosso Senhor. Jesus foi entregue para morrer por causa dos nossos pecados e foi ressuscitado a fim de que nós fôssemos aceitos por Deus. (Rm 4:22-25).

Abraão foi aceito porque tinha fé. Nós fomos aceitos porque Jesus morreu por nós. Com fé ou sem fé somos aceitos por Deus. Isso é definitivo. Houve um homem que pediu um milagre a Jesus e Ele perguntou ao homem se cria. Ele respondeu: "Ajuda-me na minha falta de fé" (Mc 9.24). Mesmo sem fé ele recebeu seu milagre. Isto é poder de verdade: ser aceito por Deus, ter Deus morando em nós, contar com a ajuda do Espírito Santo todo tempo, ter a mente de Cristo, ser cheio da Sua unção!!! Quanto poder!!!

Bem-aventurados somos nós que, com fé ou sem fé, fomos comprados por Jesus. Aleluia!

"As palavras “foi aceito” não falam somente dele.  Falam também de nós, que seremos aceitos, nós os que cremos em Deus, o qual ressuscitou Jesus, o nosso Senhor". (Rm 4:23, 24)

terça-feira, abril 16, 2013

Através de Você

A Bíblia é um livro escrito para todos nós, humanidade. Não é um livro de histórias individuais que têm como objetivo enfatizar os feitos de alguns, trazer relatos de pessoas, contar os planos específicos de Deus para poucos escolhidos para propósitos extraordinários. Não. Cada uma das pessoas ali descritas são exemplo para todos os séculos, para todas as pessoas, para todas as histórias. É um livro de todos para todos. Alguns indivíduos são ali citados, algumas histórias são ali contadas, mas a finalidade é, por meio de alguns, falar a todos, abranger e atingir o mundo inteiro.

Vemos em alguns textos que, aparentemente, Deus escolheu algumas pessoas para propósitos especiais: Mas Deus me separou [Paulo] desde o ventre materno e me chamou por sua graça (Gl 1:15); Antes de formá-lo [Jeremias] no ventre eu o escolhi; antes de você nascer, eu o separei e o designei profeta às nações (Jr 1:5); Eu escolhi a Bezalel, filho de Uri, filho de Hur, da tribo de Judá (Ex 31.2). Chegamos a pensar que Deus tinha predileção por alguns: Jeremias, Davi, Paulo, que tem planos extraordinários apenas para alguns. Chegamos até a ter inveja dessas pessoas e a perguntar por que Deus escolheu só a estes.

Será que Deus tem pessoas mais queridas? A Bíblia responde a essa pergunta. Ela diz: Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas (Rm 2.11). O que quer dizer isso? Que Deus tem planos para todos. Quero provar isso. Deus escolheu a Jeremias? É claro que sim. Se a Bíblia diz que Deus o escolheu, é porque escolheu. Não podemos negar, porque a Bíblia diz isso com todas as letras. Mas será que ele escolheu somente Jeremias? A resposta a essa pergunta é não.

Deus escolheu a cada um de nós. Quando foi que o fez? Desde antes da fundação do mundo. Antes mesmo que nascêssemos, Ele já tinha um plano para nós. Assim como Moisés, Josué, Gideão, Pedro, nós também somos escolhidos para propósitos específicos. Porque Deus nos escolheu nele antes da criação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em sua presença (Ef 1:4). Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós (Jo 15:16a). Antes mesmo de existirmos, Ele já tinha planos para nós e tinha determinado até mesmo quanto tempo vamos viver: Os teus olhos viram o meu embrião; todos os dias determinados para mim foram escritos no teu livro antes de qualquer deles existir (Sl 139:16).

Os mesmos planos extraordinários que Deus tinha para Paulo quando o enviou para uma missão, tem também para nós. As mesmas obras que os apóstolos, patriarcas, profetas, homens da Bíblia fizeram podemos nós também fazer. O que foi garantido a eles, nos foi dado de uma maneira maior. Hebreus diz que Deus tem planos maiores acerca de nós, que vivemos nesta nova aliança. Temos um projeto de vida ainda mais excelente, porque essa aliança é mais excelente. Mas Jesus Cristo é o Mediador de superior aliança instituída com base em superiores promessas (Hb 8.6).

Podemos fazer coisas mais incríveis do que até mesmo João Batista, considerado por Jesus o maior profeta da velha aliança. E sabe por que? Temos à nossa disposição um Auxiliador extraordinário: o Espírito Santo. Na época do Velho Testamento, Ele apenas pousava sobre as pessoas, mas não morava dentro delas. Nós temos o privilégio de tê-lO habitando dentro de nós. Veja que a palavra é esta mesmo: habitando. Ele não nos visita, não aparece de vez em quando. Ele vive dentro de nós, o que quer dizer que está disponível todo tempo, atento todo tempo, conosco em toda e qualquer situação. Aleluia!

Temos à nossa disposição um poder inimaginável. Por isso não precisamos nos submeter a qualquer situação ou circunstância. Podemos agora mesmo solicitar a ajuda do Espírito Santo, dispor do Seu poder que está dentro de nós, deixá-lo fluir pelo mundo, vivendo como realizadores de milagres, como ministros da reconciliação, como reparadores de brechas, seja onde for que elas estejam.

Deus espera que, assim como Jesus, nós também andemos por aí a desfazer as obras do diabo, para começar, dentro da nossa própria casa. Toda inimizade, confusão, falta de paz, falta de amor, falta de alegria nós podemos desfazer agora mesmo. Não temos um poder que dá apenas para nós. Temos uma fonte que jorra, que transborda. Quanto mais oferecermos mais temos a oferecer. Quanto mais damos mais temos. Essa é a lei do reino. Dêem, e lhes será dado: uma boa medida, calcada, sacudida e transbordante será dada a vocês (Lc 6:38).

Vale a pena ressaltar: quanto mais paz oferecemos mais paz temos; quanto mais amor oferecemos mais amor temos; quanto mais alegria expressamos mais alegria vem a nós, simplesmente porque temos à nossa disposição uma fonte inesgotável. Foi isso que Jesus quis dizer à mulher samaritana quando afirmou que quem bebesse da água que Ele dá, que simboliza o Espírito Santo, teria uma fonte a jorrar para sempre. Quanto mais bebemos dEle mais temos a jorrar para dessedentar o mundo.

Hoje eu incentivo você a sair por aí dando de beber às pessoas. Não deixe ninguém morrendo de sede ao seu redor. Ofereça da alegria, da paz, do amor, da doçura, da educação, do sorriso, do serviço, da disposição, da paciência que estão em você. Nós temos, na Palavra de Deus, uma fonte limpa, que lava, vivifica, renova.

Ofereça mais de Deus ao mundo. Ofereça mais de Deus àquelas pessoas que estão ao seu redor. Não espere por um grande projeto, por um tempo extraordinário na sua vida em que Deus vai enviar você às nações, como tenho visto dezenas de pessoas fazerem. Você não precisa disso. Há nações do seu lado precisando de você agora. Eu tenho três na minha casa, o marido e dois filhos. Mais do que de quaisquer outras pessoas, eles precisam da minha presença, da minha alegria, do meu trabalho, dos meus ouvidos. Eu sou o canal que Deus quer usar para trazer ao mundo as suas obras maravilhosas. Muitas pessoas não vão ver os meus filhos hoje. Hoje provavelmente não vamos à igreja, já que minha filha está em semana de provas. Mas deve haver alguém na minha casa para transmitir de Deus para os meus filhos - é isso que Deus espera - e esse alguém sou eu. Deus conta comigo.

Faça o mesmo. Distribua de Deus para as pessoas que estão ao seu redor agora. Ofereça um sorriso, uma palavra amiga, dois ouvidos atentos. Já descobri que muitas pessoas não precisam de mais do que alguém que as ouça. Você é a Bíblia que muitos vão ler.

Saia por aí e seja um canal de Deus na vida das pessoas, afinal, tenho certeza de que, se você já aceitou a Jesus como seu Senhor e Salvador, se parece muito com Ele. Deixe o mundo vê-lO através de você!

segunda-feira, abril 08, 2013

Mérito do Pai

Diz um ditado que se conselho fosse bom seria vendido, e não dado. Diz a Bíblia que só um tolo despreza a sabedoria, só um tolo não quer conselhos, só um tolo acha que sabe o suficiente.

Conselhos são bem-vindos, mas não por parte de qualquer pessoa. Não nos aconselhamos com qualquer um. Precisamos escolher bem para receber os conselhos das pessoas certas. Meter o bedelho todo mundo sabe, mas trazer soluções só alguns. Por isso é importante os bons relacionamentos.

Já disse em alguns posts anteriores que Salomão foi o autor do livro dos conselhos, cujo objetivo é fazer-nos conhecer e andar na sabedoria. Para escrever um livro assim a pessoa precisa ter autoridade no que está dizendo. E Salomão tinha. Assim a Bíblia o define, é este o testemunho que Deus dá acerca dele: "E deu Deus a Salomão sabedoria, e muitíssimo entendimento, e largueza de coração, como a areia que está na praia do mar. E era a sabedoria de Salomão maior do que a sabedoria de todos os do Oriente e do que toda a sabedoria dos egípcios" (I Re 4.29,30).

Como é que alguém se torna o homem mais sábio do mundo? Como tudo começou? No capítulo 4 de Provérbios, ele revela esse segredo. Muitos acham Salomão "o cara" por, quando perguntado por Deus o que queria, ter escolhido a coisa certa. Mas por que será que ele escolheu a coisa certa? Aqui está a resposta: "Porque eu era filho de meu pai, tenro e único em estima diante de minha mãe. E ele ensinava-me e dizia-me: Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive. Adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama -a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento" (Pv 4.3-7).

Parabéns para Davi. Ele deixou marcas profundas na vida de seu filho, além de uma herança física extraordinária, que foi o reinado.

Salomão conta neste capítulo quais eram os conselhos do seu pai. É lindo ver que as lembranças do seu pai moldaram todo o sucesso que alcançou. Não foi a genialidade de Salomão que o fez escolher a sabedoria. Foi ter atendido os conselhos de seu pai. Até comentei com o meu marido hoje que certamente os conselhos lembrados por Salomão devem ter sido repetidos por Davi inúmeras vezes. 

Isso me fez ver que é importante repetir para os meus filhos aquilo que realmente importa até que fique gravado na cabeça e no coração deles. Paulo diz que para nós é segurança, e não enfado, ouvir as mesmas coisas, ainda que só venhamos a entender isso com o tempo - "Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós" (Fl 3.1).

Penso que Davi também, como todo pai, era repetitivo. Ele dizia: "Retenha as minhas palavras o teu coração; guarda os meus mandamentos e vive (3.4). Ouve, filho meu, e aceita as minhas palavras, e se te multiplicarão os anos de vida (3.10). Pega-te à correção e não a largues; guarda -a, porque ela é a tua vida (3.13). Filho meu, atenta para as minhas palavras; às minhas razões inclina o teu ouvido. Não as deixes apartar-se dos teus olhos; guarda-as no meio do teu coração. Porque são vida para os que as acham e saúde, para o seu corpo" (4.20-22). Muitas vezes ele disse: ouça, aceitei, incline o ouvido, guarde... Como pais, não podemos nos cansar de corrigir, instruir, encaminhar.

E por que deu certo durante muito tempo os conselhos de Davi a seu filho? Porque ele não disse: "Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço". Ele foi o exemplo. "No caminho da sabedoria, te ensinei e, pelas carreiras direitas, te fiz andar" (4.11). Veja que ele diz: no caminho te ensinei e não o caminho te ensinei. Quer dizer, ele estava mostrando como fazer e não indicando o caminho. E também: te fiz andar. Esse pedaço é interessante. Ele não fala: "Eu te disse para andar", mas, "eu te fiz" andar. Muitas vezes é preciso fazer o filho andar à força. Nem sempre ele vai querer andar no caminho que nós escolhemos. Mas como diz a minha mãe: criança não tem querer.

Vejo que uma das coisas que mais tem atrapalhado os pais na educação dos filhos é o comodismo. Educar dá trabalho, muito trabalho. Muitas vezes queremos "nos poupar" e assim tentamos encontrar alguém para ficar com eles enquanto nós seguimos com a nossa vida ocupada. Esquecemos que eles são muito importantes e que, se não forem bem educados, no futuro darão muito mais trabalho do que quando crianças.

Tenho um compromisso de levar os meus filhos o mais que posso à igreja e não é de agora. Não foram poucas as vezes em que dormiram nos bancos enquanto eu ensaiava. Expô-los a um lugar onde a unção de Deus tem liberdade para se manifestar é para mim uma prioridade. Não peço para a minha mãe ficar com eles. Eu os levo, às vezes contra a vontade deles próprios.

Eu vivi isso. Meus pais tinham muitas atividades na igreja e sempre nos levavam. Eu gostava de brincar na igreja. Valeu a pena. Somos três irmãos felizes, formamos três famílias felizes e assim vamos continuar, porque o Deus a quem servimos é fiel para nos sustentar.

Mais do que ler a Bíblia e meditar a respeito, hoje estou convencida pelo Espírito Santo da necessidade de transmiti-la a meus filhos, repetindo, repetindo, repetindo quantas vezes forem necessárias.

Para encerrar, deixo aqui alguns dos bons conselhos do sábio: "Pois dou-vos boa doutrina; não deixeis a minha lei (4.2); adquire a sabedoria, adquire a inteligência e não te esqueças nem te apartes das palavras da minha boca. Não desampares a sabedoria, e ela te guardará; ama -a, e ela te conservará. A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; sim, com tudo o que possuis, adquire o conhecimento. Exalta -a, e ela te exaltará; e, abraçando -a tu, ela te honrará. Dará à tua cabeça um diadema de graça e uma coroa de glória te entregará (4.5-9). 

Antes de ensinar aos outros, é preciso ensinar a si mesmo. Também por isso estou eu aqui meditando nos preceitos da Palavra. 

Hora de cuidar dos filhotes.

sexta-feira, abril 05, 2013

O caso Pastor Marco Feliciano

O que me faz escrever o texto de hoje é saber este texto aqui: "Quem comigo não ajunta, espalha". Quer dizer, Deus espera que eu ajude a ajuntar no reino espiritual. Com aquele papo de que quem não atrapalha já ajuda não concordo. Quem ajuda ajuda. Quem não se manifesta, não age, não ajuda, por consequência, atrapalha.

Assim, tendo em vista tudo o que tenho lido nos jornais, no facebook, na mídia, resolvi me posicionar. E a questão é a permanência de um Deputado que se diz pastor na presidência de uma comissão na Câmara dos Deputados.

Lamento muito tudo o que tenho lido, principalmente no Correio Braziliense. Acho que, desde que a história começou, pelo menos umas dez vezes o assunto ocupou a capa do jornal. A notícia sempre tendenciosa: contra ele. No Facebook vejo meus amigos evangélicos se manifestando contrariamente, grande parte deles. Não concordo com grande parte do que dizem. Não pare de ler, não, agora que já tem ideia de como vou me posicionar. Leia meus argumentos e reflita sobre a questão. Espero que você não perca nada lendo este texto aqui.

A primeira discussão que vejo é acerca da representatividade do Marco Feliciano como pastor evangélico. Ele mesmo se intitula, foi assim o nome de parlamentar que escolheu na Câmara dos Deputados: Pastor Marco Feliciano. Totalmente descabida são as afirmações daqueles que postam no Facebook: "Marco Feliciano não me representa". Aceito isso da parte dos eleitores de São Paulo que não fizeram opção por ele. Mas ver pessoas de Brasília e de outros estados dizerem isso é, no mínimo, absurdo. É claro que Marco Feliciano não nos representa! Isso nem precisa ser dito. É claro que não o elegemos. Foram pouco mais de 211 mil paulistas, de acordo com o Correio Braziliense.

O deputado tem muitos patrões aos quais deve justificativas. Acreditaram nele, deram a ele um emprego, concordaram com as propostas dele, que nem fiquei sabendo quais são. Não assisti a uma só de suas apresentações no horário eleitoral. Ele tem muitos patrões, e não sou eu. Portanto nem deveria me envolver nessa questão, mas, de outro lado, digo que deveria, porque sou a patroa de todos eles no momento em que pago os meus impostos, por isso, o salário que recebem depende também de mim.

Falando de representatividade, poderia dizer que mais de 211 mil pessoas estão dispostas a pagar o salário dele. Enquanto isso, os principais articuladores de sua saída da comissão têm quase 2.000% menos votos que ele. Se não tivessem sido puxados por coligações, nem deputados seriam. Então só para começar, o voto dele nem deveria valer o mesmo que o de outros poucos que tiveram uma votação quase insignificante. Mas lei é lei.

A esse respeito assisti a uma entrevista dada pelo Tiririca ao Paulo Henrique Amorim muitíssimo interessante. Quem se interessar pode achá-la na Internet. Ele dizia que se decepcionou com Congresso Nacional porque o voto dele, que foi eleito por milhares de pessoas, tem o mesmo valor do de gente que recebeu poucos votos. Embora represente a muitos, descobriu na vida parlamentar que pode fazer muito pouco. Seu dizer tem um quê de frustração. Revelou na entrevista que conversou com parlamentares que estão em terceiro ou quarto mandato e não conseguiram ainda aprovar um só projeto.

Digo tudo isso apenas para informar que Marco Feliciano tem tanta força quanto todos os outros, ou nenhuma força como nenhum outro. Se é assim, não acham que o estardalhaço está grande demais?

Os políticos, classe que o Pastor Marco Feliciano integra, decidiram, sem que eu concorde com isso, que eu sou obrigada a votar em todas as eleições. Por ser funcionária pública, se não o faço, sofro diversas penalidades. E não só eu, funcionária pública. Os brasileiros sofrem muitas penalidades se não forem votar, inclusive monetárias. Daí vale perguntar: o que estavam fazendo esses políticos que não compareceram à votação na Comissão de Direitos Humanos, que não fizeram essa campanha toda antes que Marco Feliciano fosse eleito? Que punição receberam por não terem voltado? É claro que receberam uma punição e têm que aceitar o veredito: ele foi eleito. Eram 18 votos possíveis. Conseguiu 11, quase maioria qualificada.

É um absurdo terem se eximido da responsabilidade votar. O que aconteceria comigo se eu também assim fizesse, se não comparecesse às urnas por não gostar dos candidatos? Para começar, não receberia meu salário. Aí aproveito para perguntar a vocês leitores se têm ou não gostado dos candidatos no interesse de quem somos todos obrigados a ir às urnas? Repito: nós somos obrigados e eles não foram por que mesmo?

O fato é que Feliciano foi eleito democraticamente, se é que isso se pode dizer. De qualquer forma, ele está legalmente imbuído da responsabilidade de presidir uma comissão. E é lá que deve permanecer, gostem ou não os que não concordam com ele. Nós brasileiros não concordamos com muita coisa que acontece no Congresso, não queríamos ser obrigados a votar porque muitas vezes nem temos candidatos, mas eles estão lá e nós temos por eles todo o respeito que merecem.

Outro dia fui passear num shopping em Curitiba, quando comecei uma conversa com uma senhora muito distinta no elevador. Ela me perguntou de onde eu sou. Disse que sou de Brasília. E fez uma brincadeira com os habitantes de Brasília que achei muito desagradável, dizendo que esta cidade está muito mal ocupada. Eu disse a ela que se ela se referia aos políticos que aqui estão, nós brasilienses colocamos muito poucos. A maior parte foi enviada por todo o resto do país. Então, se Brasília está mal habitada, é melhor eles mandarem pessoas melhores para a nossa cidade. Claro que disse isso sorrindo e tentando ser "elegante".

O que é legal, é legal. Devemos defender a democracia, devemos defender a legalidade, devemos ver respeitado o que eles próprios, os políticos, acordam. Esse que está instigando essa confusão toda no Congresso deveria ter ido à comissão votar e, se não foi, tem a obrigação de suportar a escolha da maioria.

Não quero discutir se Marco Feliciano está certo ou errado, se representa bem os evangélicos, se é assim ou assado. Ninguém vota porque é evangélico. Vota porque é cidadão brasileiro e preenche os requisitos. Então essa questão religiosa nem deveria estar em pauta. Marco Feliciano não está presidente de uma comissão porque é pastor. Se chegou ao cargo por isso, parabéns. É sinal de que conseguiu influenciar pessoas, e muitas. Parabéns para o Tiririca também, que teve uma votação ainda maior. Mas, ao que sei, na Câmara, o palhaço Tiririca é o Deputado Tiririca e o Pastor Marco Feliciano é o Deputado Marco Feliciano. Trabalha lá como todos os outros, faz o que fazem todos os outros, tem mesmos direitos que todos os outros, inclusive o de presidir uma comissão.

Repito: defendo a legalidade. Ele deve lá permanecer porque para isso foi eleito. Os patrões dele, os 200 e tantos mil que nele votaram, têm direito a isso. Ele não deu golpe na comissão para estar lá, simplesmente foi eleito. E não deve ser deposto por golpe. Querem tirar? Esperem seu mandato acabar ou descubram um motivo que se enquadre em lei.

Todo cidadão sabe que, quando em campanha, prometem mil coisas, quando eleitos, muitos não cumprem o que prometeram. E o que fazem seus eleitores? Ainda que contrariados, esperam a eleição seguinte.  

E tem mais. Melhor do que continuar discutindo isso, principalmente no Facebook, com argumentos vazios, seria todo mundo pegar o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e ler o que faz um presidente de comissão. Essa comissão nem é grande coisa, nem tem poder terminativo. Estão superestimando um cargo que nem tem tanto poder. Está a parecer que ele é o novo presidente da República, ora bolas.  O que pode fazer naquela comissão é muito pouco diante da necessidade do Brasil de realmente ver direitos humanos sendo respeitados. 

Por essas e outras razões que nem vale a pena tomar tempo para continuar escrevendo, penso que Marco Feliciano deve permanecer presidente da Comissão de Direitos Humanos. E também que Jean Willys, Érika Kokai e os outros devem voltar a frequentá-la e discordar honesta e legalmente, sem tentar ganhar no grito ou na confusão. Que respeitem as leis que eles próprios ajudam a fazer! Simplesmente isso.

Deputado Marco Feliciano, melhor, Deputado Pastor Marco Feliciano, como queira, espero que cumpra seu mandato até o final. Quem sabe não me surpreende fazendo mais do que todos os outros que por aquela comissão passaram? Desejo-lhe sucesso e oro para que dê um bom exemplo.

Sobre esse assunto, é só. Página virada.


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quinta-feira, abril 04, 2013

Investimento lucrativo

Bom dia! Que maravilha estarmos vivos, com saúde. É motivo mais do que suficiente para celebrar.
 
Semana passada hospedei três sobrinhos. Não foi a primeira vez que percebi que as crianças já não sabem mais brincar. Cansei de vê-los sentados um ao lado do outro sem conversar, cada um com seu aparelho eletrônico na mão. Confiscamos todos e mandamos as crianças para fora, para que inventassem alguma coisa interessante para brincar. Qual não foi a nossa surpresa ao vê-los, depois de 30 ou 40 minutos, de volta ao interior da casa, solicitando furiosos que devolvêssemos seus aparelhos. É assim que está o mundo.
 
O assunto de hoje é o consumismo. Vivemos numa sociedade de consumo e nós pais sabemos muito bem o que isso quer dizer. Meus filhos, há tempos, me perturbam pedindo um presente que é o desejo de muitos filhos dos meus amigos: um iPhone. Quem não deseja? Até quem tem quer trocar por um modelo mais novo. Qual criança ainda não pediu ao seu pai um desses modelitos novos da tecnologia: iPhone, PSP, videogame, celular? A tecnologia tomou conta do nosso mundo.
 
A Bíblia diz que os desejos do homem são como o mundo dos mortos, que jamais se satisfaz. É assim mesmo. Desejamos tantas coisas, tantas coisas, possuímos tantas coisas, tantas coisas que nem mesmo sabemos o que temos. Qual mulher nunca se espantou, ao arrumar uma gaveta, com uma blusa que nem sabia que tinha? Temos mais do que precisamos, mas ainda estamos com aquela sensação de que temos necessidade de mais. Seriam trágicas, se não fossem cômicas, as histórias de mulheres que, quando convidadas para sair, dizem não ter roupas ou sapatos adequados, embora os guarda-roupas estejam superlotados. Parece que estamos enlouquecendo.
 
Meditemos em Provérbios 3. Espero que você não se canse de estudar aqui comigo esse livro, o manual da sabedoria.
 
O que você diria se eu lhe contasse que há um produto no mercado que, além de extraordinário, não perde jamais o seu valor? Ouvi dizer que, no ano passado, o investimento que mais rendeu foi o ouro. Quem juntou dólar perdeu, poupança no Brasil é brincadeira, mas quem comprou ouro se deu bem. E se eu dissesse que há um produto facilmente encontrado no mercado que rende mais, muito mais do que o ouro? Pois é. Ele existe: Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa do que a prata e rende mais do que o ouro. É mais preciosa do que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela (Pv 3:13-15).
 
Uma notícia melhor do que essa de que a sabedoria vale muito é: ela está disponível para quem quiser. É “fácil” obtê-la (leia o post de ontem). Podemos enriquecer nela dia a dia, como quem junta dinheiro.
 
E qual é o lucro que ela proporciona? Falei sobre isso ontem, mas no texto de hoje tem mais. Na mão direita, a sabedoria lhe garante vida longa; na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis, e todas as suas veredas são paz. A sabedoria é árvore que dá vida a quem a abraça; quem a ela se apega será abençoado (Pv 3:16-18). Volto às minhas considerações: quem a tiver não sentirá falta de nada, aumentará seus dias de vida, será feliz consigo, conseguirá andar satisfeito com aquilo que possui, terá uma vida agradável... É simplesmente um produto extraordinário. Quem pode prescindir dele?
 
Com muita humildade, quero dar uma definição muito simples dessa palavra com as minhas provas palavras. Sabedoria é saber o bem que deve ser feito e conseguir realizá-lo. É simplista a definição, mas é assim mesmo que penso nela. É saber fazer as melhores escolhas e colocá-las em prática. É saber com o coração e fazer valer com as atitudes.
 
Colhemos o fruto das nossas próprias ações. É incrível ver que tudo volta para nós no final das contas. O bem que fazemos recebemos de volta imediatamente em forma de bem-estar e, depois, também de outras maneiras. Quem faz o bem é feliz, isso eu posso afirmar. Tem o prazer de colocar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos bons. De outra sorte, o mal que se faz aos outros volta para quem o pratica, além de vir de forma uma corpórea, palpável mesmo, faz o nosso corpo sofrer. É indiscutível a lei da ação e reação,  causa e consequência. É horrível sofrer na própria consciência.

Na nossa consciência foi escrito o bem e o mal. Não precisamos dizer às crianças, muitas vezes, o que está errado. Elas sabem quando estão agindo em desacordo com aquilo que se espera delas, com o que é certo. Nós também sabemos que é certo. A nossa consciência nos informa quando estamos agindo da forma como deveríamos e quando estamos contrariando alguma lei natural. Os filósofos chamam de estado de natureza um estado de consciência nato, que não é preciso ser ensinado porque já está lá dentro se manifesta quando crescermos. Por isso eu digo que sabemos o que é bom, que devemos fazer o bem. Precisamos fazer sempre as escolhas certas.
 
A sabedoria nos salva de muitos problemas. Deveríamos buscá-la acima de qualquer outra coisa. Vejo tantas pessoas correndo atrás de concursos públicos, do carro do ano, do novo tablet, do novo modelo de celular, mas vejo poucas correndo atrás a sabedoria, sim, esperneando por saber mais. 

Quero deixar essas reflexões para você. Fico feliz de ver que você está aqui comigo neste blog pensando sobre esse esses assuntos, crescendo em sabedoria como eu tenho crescido com a simples leitura de Provérbios.
 
Espero que você faça esse grande investimento pois é lucro certo. Só sucesso!

quarta-feira, abril 03, 2013

Os Verbos

Estou convencida de que vivemos em uma época em que os verbos são mais necessários do que os substantivos. Não sei se é o passar dos anos que me leva a dizer isso. Os substantivos próprios são fundamentais: pessoas e lugares. Amo as pessoas e amo conhecer novos lugares. Mas para isso é preciso verbos, atitudes.

Continuando a leitura de Provérbios, posto aqui as reflexōes sobre o que li ontem. O assunto são os verbos.

Todo o livro de Provérbios é centrado naquele tema sobre o qual escrevi ontem: a sabedoria. Aliás, no capítulo 4, verso 7, há o seguinte: A sabedoria é a coisa principal. Como já disse neste blog, um sábio chamado Mike Murdock disse que todos os nossos problemas giram em torno da falta de sabedoria. Não temos problemas financeiros; falta-nos sabedoria para lidarmos com dinheiro. Não temos problemas conjugais; falta-nos sabedoria para lidar com o outro. E por aí vai.

O capítulo 2 começa assim: Filho, aprenda o que eu lhe ensino e nunca esqueça o que mando você fazer. Aprenda e nunca esqueça. Conselho interessante. Parece simples, mas não é. Para começar, é preciso se abrir para o ensino. Aprender e não esquecer depende do aluno e não do professor. O professor pode ensinar, ensinar, ensinar, mas se o aluno não se abrir para ele e para o seu ensino, não funciona. Às vezes, o problema é o professor; às vezes, a matéria. No nosso caso, se não crermos na Bíblia, se não considerarmos seus ensinos úteis, os conselhos lá contidos não funcionarão, afinal, a base do evangelho é a fé. Então, se abra para a sabedoria. Aprenda e pratique para não esquecer.

O segundo conselho é: Escute os sábios e procure entender o que eles ensinam. Ainda há sábios por aí. Alguns dos que admiro estão mortos. Aprendo com seus escritos. O maior de todos é Jesus, que Se revela em Sua Palavra, que não canso de ler, de escutar, de procurar entender. Nem sempre entendemos o que os sábios dizem. Algumas coisas leva tempo para absorver, mas é certo que andar com sábios sempre acrescenta.

Terceiro: Sim, peça sabedoria e grite pedindo entendimento. Essa é a melhor parte. Se devemos pedir sabedoria, é porque ela pertence a alguém. A quem? A Deus. Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos (Ti 1:5). É o Senhor quem dá sabedoria; a sabedoria e o entendimento vêm dele (Pv 2:6). Nem sempre ganhamos o que pedimos. Mas quando pedimos a coisa certa, quando pedimos aquilo que nossos pais desejam e podem nos dar, o processo é até acelerado; recebemos mais rápido. Com Deus também é assim. E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que nos ouve em tudo o que pedirmos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizermos (I Jo 5.14,15). Peça sabedoria e receberá sabedoria. Só que ela não virá como um pacote que se joga sobre a cabeça. É preciso atitude: agir e pedir, pedir e agir.

Quarto conselho: Procure essas coisas, como se procurasse prata ou um tesouro escondido. Não se trata de algo difícil de ser encontrado. O capítulo 1 de Provérbios diz o seguinte: A suprema sabedoria altissonantemente clama nas ruas; nas praças levanta a sua voz. Do alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras (Pv 1:20-21). Há sabedoria por toda parte. Há sabedoria em observar, em discernirmos o que devemos e o que não devemos fazer com base nas experiências dos outros, há a suprema sabedoria chamada Espírito Santo de Deus à disposição de quem O buscar.

Agora vem a melhor parte: a recompensa. Quem trabalha merece salário, quem obedece ao Senhor tem recompensa certa. E ela está descrita no capítulo. Se você fizer isso (obedecer aos verbos: aprender o que a Bíblia ensina e não esquecer, escutar os sábios e procurar entender o que dizem, pedir a Deus sabedoria e procurá-la com diligência), ganhará tudo isto aqui: Saberá o que quer dizer temer o Senhor, e aprenderá a conhecê-lo. Ele dá ajuda e proteção a quem é direito e honesto. Deus protege os que tratam os outros com justiça e guarda os que lhe obedecem. Se você me ouvir, entenderá o que é direito, justo e honesto e saberá o que deve fazer. Você se tornará sábio, e a sua sabedoria lhe dará prazer. O seu entendimento e a sua sabedoria o protegerão e o livrarão de fazer o mal. Assim, você ficará longe das pessoas que vivem dizendo mentiras (Provérbios 2:5-12). Em outras palavras, você ganhará muito no seu relacionamento com Deus, terá proteção, compreensão, crescerá em honestidade e justiça, saberá o que deve fazer, se tornará grande, porque será sábio.

Puxa, que conselhos maravilhosos! Amo os verbos.

terça-feira, abril 02, 2013

Você não leu?

Começou o maravilhoso dia de milagres: Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele (Sl 118.24). É assim que a Bíblia propõe que comecemos o nosso dia: com alegria, animados, com grandes e boas expectativas. Que tal dar um grande sorriso e olhar em volta para as inúmeras coisas boas que estão ao seu lado?

Continuo hoje um assunto pendente de ontem. O versículo é chocante: Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Vocês, zombadores, até quando terão prazer na zombaria? E vocês, tolos, até quando desprezarão o conhecimento? (Pv 1.22) Se você não se espantou ao ler isso aqui convido a ler novamente, principalmente a primeira parte: “Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Que sério isso!

Ser conformado não é normal. Quando fomos criados, Deus colocou em nós um desejo antes mesmo de nos dar uma ordem. Isso quer dizer que o que Ele quer que façamos, no fundo, nós mesmos desejamos fazer. Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Fl 2:13). Depois que colocou em nós um desejo de crescer, deu-nos a ordem: Deus os abençoou, e lhes disse: "Crescei e multiplicai-vos; enchei a terra (Gn 1.28).

Esse nosso desejo de querer sempre mais, essa “insatisfação” é necessária, saudável. O conformismo é antinatural. Por isso a sabedoria, lá no capítulo 1 de Provérbios, pergunta: “Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência?” Essa pergunta nem deveria ser necessária. Todos deveríamos querer saber mais, assim como queremos ganhar mais, ter mais tempo livre. O que há de errado? O que está nos faltando?

Passei algum tempo estudando um comentário do livro de Mateus e fiquei espantada com a forma como Jesus corrigiu os fariseus. Eu nunca havia notado a repetição do mesmo termo que mostro aqui: E quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram o que Deus lhes disse (Mt 22.31); Ele respondeu: "Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ (Mt 19.4) Ele respondeu: "Vocês não leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros estavam com fome? (Mt 12.3) Ou vocês não leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e, contudo, ficam sem culpa? (Mt 12.5). Todas essas declarações foram feitas quando os fariseus questionaram Jesus tentando fazê-lo incriminar-se com suas próprias palavras ou quando queriam que Se explicasse por “profanar” o sábado. Muito sabiamente, Jesus sempre devolvia uma pergunta, repetindo sempre as palavras: “Vocês não leram, vocês não leram, vocês não leram”?

Essa pergunta reafirma a minha responsabilidade e a minha impossibilidade de culpar quem quer que seja quando eu estiver diante de Deus. Ele não vai perguntar: "O pastor não ensinou? Ninguém contou? Não deu nos jornais? Sua mãe não disse isso a você?" A pergunta é: "Você não leu? Esteve tudo sempre tão disponível e você não leu?" 

Pense comigo por um momento. Todos nós temos uma Bíblia em casa, guardada em alguma estante, em cima de algum criado, no celular, no Ipad, no computador. Hoje encontramos exemplares gratuitos em muitos lugares, inclusive em gavetas de hotéis. O que nos impede de ler? Por que não lemos?

Seremos julgados pelos nossos atos, pelas nossas palavras, pelas nossas ações, pelas nossas omissões. Vejam que Jesus não estava esperando dos fariseus nada de mais. Como mestres da lei que eram, o Mestre pergunta exatamente sobre o que deveriam saber, nem mais, nem menos.

Hoje estamos numa posição melhor do que a desses mestres. Não precisamos ir ao templo, procurar pergaminhos. Se eles deveriam saber, muito mais nós. E pode até parecer um fardo ter de saber, mas não é. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos (I Jo 5.3). Pode parecer uma obrigação chata ter de saber, repito, mas é proteção para nós. Deus não quer que pereçamos, que sejamos prejudicados pela falta de conhecimento. Somos penalizados por não sabermos o que deveríamos, ficamos aquém daquilo que poderíamos ser e de onde poderíamos chegar pela falta de conhecimento. O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento (Os 4:6).

Sabe o que o tempo tem me ensinado? Que a maior parte do que fazemos depende de hábito. O prazer vem com o hábito; melhor: o hábito pode levar ao prazer. No começo, ler pode ser uma obrigação. Com o tempo, passa a ser um grande prazer. Digo isso por experiência. Amo ler, mas não foi sempre assim. Podemos desenvolver o hábito de ler, de orar, de louvar... Depois, vira prazer.

Se não desejamos saber mais, se não queremos atender ao convite da sabedoria de deixarmos de ser inexperientes, há algo muito errado. Melhor começar a buscar saber, mesmo sem querer, assim como acontece com o exercício físico. É preciso e pronto, de outra sorte, adeus saúde. É preciso buscar sabedoria e pronto, de outro lado, bem-vindo prejuízo!

Nem imagino o que responderia se Jesus me perguntasse: “Você não leu?”



segunda-feira, abril 01, 2013

Dia Primeiro

Primeiro dia de abril, primeiro capítulo de Provérbios, um hábito. Há tempos tento ler todos os dias o capítulo do dia de Provérbios. Nem sempre consigo, mas, como diz a propaganda: sou brasileira e não desisto nunca.

Podemos ler um milhão de vezes a mesma passagem da Bíblia e veremos que jamais será a “mesma passagem da Bíblia”. Cada vez vem um entendimento novo. Absorvemos aquilo que se coaduna à realidade do momento. E sempre, repito: sempre é um refrigério.

Quero conversar aqui com você um pouquinho sobre esse capítulo e, desde já, abrindo um parêntese no primeiro versículo. O livro do homem mais sábio da época, chamado livro da sabedoria por excelência, começa com um versículo de arrepiar qualquer pai ou mãe: Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. O fato mais importante da vida de Salomão não era ele ser o rei de Israel. Antes disso, ele era “o filho de Davi”. Pense em quão grande era dizer: “Este é o livro do filho de Davi”. Qual é a importância disso? Davi foi o maior de todos os reis que Israel teve. Foi um grande servo de Deus e isso fez dele o detentor de promessas poderosas. Ele foi tão extraordinário que o Senhor prometeu a ele que jamais faltaria alguém da sua descendência no trono se eles continuassem vivendo em obediencia a Deus. Porque assim diz o Senhor: ‘Davi jamais deixará de ter um descendente que se assente no trono de Israel (Jr 33:17). Sem saber, esse rei estava deixando a seus descendentes a maior herança legada por um homem (exclua-se a herança maravilhosa e incomparável que recebemos de Jesus Cristo).

Esse simples versículo me pôs a pensar – e está me fazendo escrever aqui para que você pense comigo. Quantas coisas queremos deixar aos nossos filhos? Quanta importância damos às coisas terrenas, que são temporais, e quão pouca às celestiais, que são eternas e insubstituíveis? Quantas vezes já pensamos que nenhum bem será maior do que uma vida de obediência e de intimidade com Deus? Fecho o parêntese.

O capítulo continua dizendo o motivo da escrita de todo o livro: Eles [os conselhos ali escritos] ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento; a viver com disciplina e sensatez, fazendo o que é justo, direito e correto; ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens. Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios (Pv 1.2-6). Quem não quer tudo isso? Que não quer ser sábio? Quem não quer ter entendimento? Para começar, é preciso crer que a Bíblia é o que diz ser; faz o que diz fazer; pode o que diz poder. Parece muito simplório, mas a fé é assim mesmo: inexplicável, incompreensível ao homem natural: Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente (I Coríntios 2:14). Só para completar, para que você não chegue a uma compreensão errada, devo dizer que não basta ler. Quando a Bíblia diz ler, quer dizer absorver e praticar, é claro!

Entendido o motivo de o maior de todos os reis escrever o que expôs ali, hora de dizer como começar a ter sabedoria: O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina (1.7). Dois fatos poderosos. De trás para a frente: quem não se preocupa com isso é um insensato, um tolo. E o outro: se o assunto é sabedoria, melhor começar do básico do básico: temer o Senhor.

Quanta coisa se poderia dizer acerca de temer o Senhor! Eu poderia definir esse termo de várias maneiras e já li e ouvi muitas definições, mas decidi que, para mim, a regra é a Bíblia. Quero que ela solucione as minhas dúvidas. Então, como a Bíblia define o que é temer a Deus? Assim: Temer ao Senhor é odiar o mal (Pv 8:13). Temer ao Senhor é odiar tudo o que Deus não faria, tudo o que Deus não aprova, tudo o que fere Seus preceitos, tudo o que não está de acordo com a Sua natureza, que hoje é a mesma de todo filho dEle. Recebemos e compartilhamos de Sua natureza; somos um com Ele. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele (I Co 6:17).

São passos simples que nos ajudarão a sermos sábios. O primeiro já foi dito: honre ao Senhor, temendo-O. Esse é o princípio do princípio.

Segundo: honre os pais, confie, obedeça, respeite, acredite que estão tentando fazer por você o melhor - Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe. Eles serão um enfeite para a sua cabeça, um adorno para o seu pescoço (1.7,8). Deus deu aos pais a responsabilidade de educar e, nestes dias que vivemos, quando as pessoas são pais cada vez mais tarde, não se pode dizer que não tenham experiência de sobra para transmitir. Eu sei que nem todos os pais são bons, mas honra e respeito cabem em qualquer lugar. Honrar os pais não é uma opção; é uma ordem. Nada melhor do que ser mãe para entender a própria mãe. Li outro dia no Facebook que quando uma mulher diz: “Minha mãe tinha razão” certamente já tem uma filha que ainda não a compreende. Fato.

Por último (por ora, porque a Bíblia tem muitíssimo mais a dizer a respeito), cuidado com as companhias. Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, não ceda! (1.10). Em outras palavras: Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau (Pv 13.20).

Poderia continuar porque o capítulo é longo, mas vou parar por aqui. Se eu pensar bem, já está suficiente. Para começar um mês, está para lá de bom.

Feliz 1º de abril, dia de meditar na Verdade!