sexta-feira, dezembro 27, 2013

Oração e Dívidas

Se algum de vocês está sofrendo, ore. Se alguém está contente, cante hinos de agradecimento. Se algum de vocês estiver doente, que chame os presbíteros da igreja, para que façam oração e ponham azeite na cabeça dessa pessoa em nome do Senhor. Essa oração, feita com fé, salvará a pessoa doente. O Senhor lhe dará saúde e perdoará os pecados que tiver cometido (Ti 5:13-15).

Aqui estou novamente para conversar sobre oração. Talvez você pense: "Que assunto repetitivo. Não dá pra falar de outra coisa?". Acontece que a vida cristã se ergue sobre algumas bases. Três delas precisam fazer parte do nosso dia a dia: oração, leitura da Bíblia e adoração. Dentre elas, a mais "fácil" de praticar é a adoração (não posso me aprofundar nesse assunto hoje, por isso falo em termos gerais). Uma das formas de adorar é através da música e isso facilita bastante o processo. Em relação à leitura bíblica, o segredo é a constância, disciplina. Quanto à oração, estou caminhando no assunto e convido você a percorrer comigo esse caminho.

Passemos aos comentários acerca dos versículos acima. "Está alguém sofrendo faça oração; está alguém doente peça oração aos presbíteros e unção com o óleo. É isso o que está escrito lá. Veja que são soluções diferentes para problemas diferentes. 

Em relação a problemas físicos, questões de enfermidades, precisamos pedir ajuda, solicitar a homens cheios de fé e autoridade para orarem por nós e nos ungirem e, então, "a oração da fé" salvará o enfermo. É bom esclarecer que há outras maneira de receber cura, mas vou me ater a essa. Normalmente a doença nos abate, tira até mesmo a força que teríamos para orar. Em certos casos, o doente não tem força nem para se alimentar. É o caso. Seja física ou espiritualmente o doente precisa de ajuda. É exatamente por isso que os doentes precisam se manifestar, dizer como estão, ir ao médico. Ninguém o fará por ele. Poderá até levá-lo, mas não conseguirá a cura sem que seja ele próprio examinado.

No caso de sofrimento, porém, a situação é diferente. "Está alguém sofrendo? Faça oração". É interessantíssimo o verbo da resposta: FAÇA. Não está escrito: peça oração, mas, repito, faça oração. Não desconsidero a importância de orarmos uns pelos outros, mas quero desmitificar alguns de nossos conceitos errados, principalmente aquele do: "ore por mim".

Por que é tão importante que aquele que está com um problema na família, nas finanças, na vida sentimental, nos relacionamentos, na vida espiritual, no trabalho faça oração? Vamos pensar um pouquinho a respeito.

Problemas fazem parte da vida. São inevitáveis. Em certos casos, ou na maior parte deles, são causados por nossa falta de sabedoria em relação a muitas coisas. "O meu povo perece [sofre, tem problemas, passa por muitas dificuldades] porque lhe falta conhecimento" (Os 4.6). Quem deve buscar a solução? Em primeiro lugar aquele que tem o problema. Quem deve buscar a resposta? Em primeiro lugar aquele que fez a pergunta. Então, quem deve orar? Em primeiro lugar aquele que tem um problema.

Vou tentar tornar tudo mais claro para você falando um pouquinho sobre dinheiro. Se estamos afogados em dívidas certamente foi porque demos causa de alguma maneira ou acabamos envolvidos em compromissos maiores do que nossa capacidade de saudá-los, mesmo que seja por conta de um fato extraordinário como é o caso de uma despesa por problemas de saúde. Quando temos problemas financeiros o que devemos fazer? Correr atrás da solução. 

Pois o que vale para os problemas financeiros vale para os demais problemas. Não gostamos de dizer aos outros quão mergulhados em dívidas estamos. Aliás, antes de compartilhar nosso problema fazemos de tudo para resolvê-lo. E tem mais: se formos compartilhar nossos problemas financeiros não o fazemos com quem não possa nos ajudar a resolver. Não dizemos a uma pessoa que está numa situação pior do que a nossa: "Sabia que estou devendo dez mil e não tenho a menor ideia de como pagar?". Não. Não fazemos isso. Se compartilharmos um problemão desses o faremos com alguém em quem confiamos muito ou com alguém que pode nos oferecer algum auxílio, mas primeiro já tentamos resolver o problema, já fizemos a nossa parte.

Está alguém entre vós sofrendo? Ore. Está alguém entre vós devendo? Pague. 

Voltando ao exemplo, não dizemos a ninguém: "Ei, estou cheio de dívidas; será que você pode pagar para mim?". Se pedimos ajuda, dizemos: "Estou devendo dez mil reais e gostaria de saber se você pode me ajudar com alguma quantia". Não sei por que agimos diferentemente em relação aos demais problemas. Está alguém sofrendo? Antes de chorar, reclamar amaldiçoar o dia em que nasceu ou até mesmo buscar oração devemos nós mesmos orar. O dono da dívida deve ser o primeiro a apertar os cintos e tentar pagar; o dono do problema deve ser o primeiro a se ajoelhar, parar tudo e orar. Simples assim.

Por que um post tão grande e tão repetitivo? Porque esse assunto é importantíssimo. Precisamos crescer na nossa vida de oração. Quem ora antes de tudo se envolve em menos problemas. Quem ora antes de tudo tem direção. Quem ora antes de tudo está sensível para deixar Deus dirigi-lo. Quem vence suas batalhas em oração está preparado para novos desafios semelhantes, assim como quem paga as próprias contas sabe até quanto pode gastar.

Não quero desmerecer aqui a importância de buscar ajuda, de ter amigos, cultivar bons relacionamentos, ter parceiros de oração. Mas quero encorajá-lo a tomar as rédeas da própria vida, sobretudo no que diz respeito aos assuntos espirituais. 

Para encerrar o post, mais um lembrete. Como disse, não contamos a qualquer um os nossos problemas financeiros e àqueles a quem contamos dizemos exatamente como podem nos ajudar. Em miúdos, não devemos dizer a qualquer um: "ore por mim". Errado. Devemos dizer apenas a quem pode nos ajudar a resolver o nosso problema, a alguém que reconhecemos como sendo uma pessoa de oração: ore por isto, isto e aquilo, estou com esse e aquele problema e preciso de ajuda. O que isto quer dizer? Deve ser uma pessoa confiável o suficiente para nos aconselhar e levar o problema para Deus - realçando: para Deus e mais ninguém.

"Falando a verdade com espírito de amor, cresçamos em tudo até alcançarmos a altura espiritual de Cristo, que é a cabeça" (Ef 4:15).

Crescer em oração - meta atual.

segunda-feira, dezembro 23, 2013

Em família

Então Jesus disse aos seus discípulos: Imaginem que um de vocês vá à casa de um amigo, à meia-noite, e lhe diga: 'Amigo, me empreste três pães. É que um amigo meu acaba de chegar de viagem, e eu não tenho nada para lhe oferecer.' E imaginem que o amigo responda lá de dentro: 'Não me amole! A porta já está trancada, e eu e os meus filhos estamos deitados. Não posso me levantar para lhe dar os pães.' Jesus disse: Eu afirmo a vocês que pode ser que ele não se levante porque é amigo dele, mas certamente se levantará por causa da insistência dele e lhe dará tudo o que ele precisar. Por isso eu digo: peçam e vocês receberão; procurem e vocês acharão; batam, e a porta será aberta para vocês (Lc 11:5-9).

Há alguns meses o assunto do meu coração é oração. Não é uma disciplina fácil. E mais: nem é pra ser só uma disciplina; é para ser um prazer. Eu sei que o prazer vem depois que o ato se tornou uma disciplina. É assim com a leitura. Primeiro você se acostuma a ler. Depois que virou um hábito, ama. Não é diferente com a oração. É preciso trabalho para transformá-la num prazer.

Estava ouvindo um pastor chamado Lucinho Barreto falar sobre o assunto. Ele disse algumas coisas interessantes: não é fácil conversar com uma pessoa que não estamos vendo; orar parece loucura às vezes; temos que orar para aprender a orar. Experimentei o que ele ensinou. Orei pedindo para aprender a orar e gostar de fazê-lo - não que eu não goste, mas estou ciente de que o faço menos do que deveria. Atualmente tenho buscado crescer nessa prática, estudado o assunto, lido a respeito. Vou ser uma mulher de oração. Ah, vou!

Como já disse outras vezes, quando você decide entender uma coisa, o Espírito Santo tem prazer em ensinar. Hoje estava lendo esse texto aí de cima e percebi algo novo.

O texto que vem antes do que colei aí em cima é a oração do Pai Nosso. Os discípulos acompanhavam a vida de oração de Jesus e resolveram pedir a Ele que os ensinasse a orar. Jesus separou esse capítulo para tratar do tema. Mostrou um modelo básico de oração que nada tem a ver com uma repetição que se deva fazer diariamente, mas com princípios e assuntos de que não deveríamos nos esquecer quando fôssemos orar.

Logo depois, Ele fala sobre o desejo de Deus de nos atender por meio de uma comparação. Exemplifica com um homem que é importunado à noite para socorrer outro em sua necessidade. Infelizmente, alguns pensam que a lição que Ele está a ensinar aqui é que, se formos insistentes com Deus, mesmo que seja inoportuno o nosso pedido, Ele nos atenderá. Não é nada disso.

Analisando o que vem antes e o que vem depois, podemos compreender o que Jesus está querendo nos ensinar: podemos ter a certeza de que seremos atendidos. Nos versículos anteriores, Ele nos ensinar a orar para o nosso Pai que está no céu. Veja, Ele diz que Deus é nada mais nada menos do que nosso Pai: Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu, dará o Espírito Santo aos que lhe pedirem! (Lc 11:11-13).

Essa afirmação de que Deus é nosso Pai e deseja nos atender parece não casar muito bem com o primeiro texto, do amigo importunado para atender o pedido de um outro desprevenido e inoportuno. O que quer, então, Jesus nos ensinar com o exemplo? Vamos lá.

Primeiro, há pessoas que não se importam conosco, não têm nenhuma vontade de nos ajudar. Não fazemos parte de sua família, não somos do seu círculo de parentes. Elas não têm obrigação nenhuma de nos socorrer. Quando recorremos a elas, se sentem importunadas. Para elas, somos um incômodo, uma visita inoportuna, inconveniente, inadequada. Se fizermos a elas alguma pedido, nos atenderão, mas apenas para se verem livres de nós. O que a parábola quer ensinar não é que Deus é comparável a alguém que se sente importunado por um outro que tem necessidades. Deus não é um amigo, é nosso Pai; nós não somos Seus amigos, somos Seus filhos. No exemplo de cima, quem vai em busca de ajuda não tem vínculo com aquele que o ajudará. É só um amigo. Não é o nosso caso.

O nosso caso com Deus. Não somos visitas indesejadas, não somos inoportunos, jamais seremos inadequados. Somos filhos, e filhos amados. Portanto, ir ao nosso Pai pedindo ajuda não é invadir um terreno ao qual não pertencemos. De fato, nosso lugar é onde Deus está. Na casa do Pai não há hora para chegar, assunto sobre o qual falar, geladeira que não se possa abrir, coisas que não se possa pegar. A casa do pai é um lugar ao qual o filho tem livre acesso. E filho é sempre bem-vindo na casa do Pai. E mais: se um filho está em dificuldades, se precisa procurar alguém a quem pedir ajudar, pode saber que não há pessoa melhor do que o pai para nos ajudar.

O homem do exemplo era alguém que não queria atender, mas atendeu. Mesmo importunado, socorreu. Imaginem como não age o nosso Pai, que está desejoso de nos abençoar! Se um homem mau atende, muito mais Deus.

Segunda comparação: olhemos para nós mesmos - "Por acaso algum de vocês será capaz de dar uma cobra ao seu filho, quando ele pede um peixe? Ou, se o filho pedir um ovo, vai lhe dar um escorpião? Vocês, mesmo sendo maus, sabem dar coisas boas aos seus filhos. Quanto mais o Pai, que está no céu". Nós, que nem somos um exemplo de virtude, temos prazer em presentear nossos filhos, não é mesmo? O Natal está chegando. Com certeza, nós pais já escolhemos os presentes que daremos a eles. Gostaríamos de que não passassem por dificuldades, não sofressem, que pudéssemos facilitar a vida deles ao máximo. Se nós, que somos maus, sabemos dar boas dádivas aos nossos filhos, queremos vê-los sorrir, alegrá-los, imaginem Deus!

Orar não é só pedir, mas Deus sabe que as coisas aqui embaixo não são fáceis. Quantos desafios! Foi Ele mesmo que disse: No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo (Jo 16:33). Em outras palavras: "Não se sinta só, não fique constrangido por precisar de ajuda, não pense que, ao Me buscar, vou dar um grande sermão e dizer a você que precisa aprender e mudar de vida! Se você errar, não vou jogar na sua cara: 'Eu te avisei!' Não pense que não sei o que você sente, suas dificuldades, suas dores, seus problemas!"

Se nós nos esforçamos tanto para sermos bons pais, pensem na bondade de Deus, no amor que tem por nós!

Deus quer que oremos. Para tornar um pouco menos difícil isso, nos ensina que, mesmo que nos acheguemos a Ele só para pedir, podemos estar certos de que nos atenderá.

Pode encher a boca e começar dizendo: "PAI NOSSO"...


quinta-feira, outubro 31, 2013

Um Pequeno Esforço

No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão. E eu afirmo que o que está aqui é mais importante do que Salomão (Lc 11.31).

Hoje resolvi meditar com os dedos e deixei aqui para compartilhar com você, mas é uma palavra para mim mesma. Se se aplica a você também, amém, mas, por favor, receba apenas como um alerta.

Privilégios e responsabilidades andam juntos. Há quem pense que a vida dos ricos é mais fácil do que a dos pobres. É claro que eles têm mais facilidades, mais benefícios, dispõem de mais benesses, mas não podemos dizer que necessariamente isso torna a vida deles mais fácil.  O sábio Salomão, citado no versículo acima, disse o seguinte: Doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir (Ec 5:12).

O texto que está acima Deus colocou no meu coração hoje enquanto orava.  Parece estranho. Confesso que passei direto por esse versículo inúmeras vezes, sem meditar sobre ele, mas ele faz um alerta urgente e, como diz o ditado: quem avisa amigo é.

Quero traduzir com as minhas palavras aquilo que está escrito aí em cima, trazendo alguns fatos que talvez você não saiba. 

Salomão foi o homem mais sábio do Velho Testamento. Naquela época, a sua fama correu rapidamente. Até em terras longínquas foi divulgada sua sabedoria, sua excelência, seus feitos. Num lugar
 muito distante, havia uma rainha de uma cidade chamada Sabá que ouviu falar de Salomão e resolveu  ver com os próprios olhos se tudo aquilo que era dito a seu respeito era verdadeiro, apesar de, no fundo, no fundo, não acreditar - Não dei crédito às suas palavras, até que vim, e os meus olhos o viram (II Cr 9:6).

É muito interessante ver pessoas inconformadas. O que penso acerca dessa mulher é que ela queria mais do que tinha, por isso quis conferir o que ouviu dizer. Fica a questão: era rainha e não uma qualquer, tinha um reino, riquezas, servos, benesses, por que queria mais? Com muito menos, muitas vezes, já nos damos por satisfeitos e mantemos uma atitude preguiçosa, ficamos prejudicialmente conformados. Ela saiu em busca da sabedoria de Salomão e não de seus bens, tanto que chegou diante dele levando muitos e caros presentes.

Se essa notícia chegou numa terra bem distante é porque ela se espalhou no mundo antigo. Mas a Bíblia não cita outras pessoas que tenham se achegado a Salomão pra aprender. Havia algo de diferente naquela mulher. Ela queria mais do que todos os outros, por isso mereceu ter seu nome escrito no melhor de todos os livros. Ninguém é citado na Bíblia à toa. É preciso ler nas entrelinhas, por isso estou meditando a esse respeito. Ela tem algo a nos ensinar e veja que lugar de destaque ela receberá no futuro - volto ao texto -:  No Dia do Juízo a rainha de Sabá vai se levantar e acusar vocês, pois ela veio de muito longe para ouvir os sábios ensinamentos de Salomão

Devem ter sido muitos dias de viagem, sob um sol causticante, enfrentando desertos, tempestades, montada em camelos ou cavalos, não sei. O que sei é que não se trata de uma viagem de avião na primeira classe, sendo servida de vinho e comidas saborosas, assistindo a um filminho, lendo ou jogando no seu iPad. Mesmo na primeira classe dos aviões hoje, se a viagem for muito longa, nós ficamos entediados. Imaginem como foi para essa mulher viajar não dias, mas semanas - quem sabe meses - para conhecer Salomão. Foi muito grande o  esforço que ela empreendeu.

Passemos ao alerta do texto. Ela estará no julgamento, acusando aqueles que dispõem de uma oportunidade muito mais excelente, e nada fazem. Vamos trocar em miúdos: Jesus não é só o homem mais sábio que já existiu, é o mais poderoso, o mais famoso, o eterno, aquele que dividiu estou a história em antes e depois. Hoje não precisamos empreender grandes jornadas para saber mais a respeito dEle, para estabelecermos com Ele um relacionamento. Se você está lendo isso que escrevi, é porque dispõe de um computador, talvez de um celular. Há tantos recursos disponíveis para que conheçamos melhor a Jesus, mas, infelizmente, muitas vezes não fazemos o esforço necessário.

Imaginem o que seria, no tempo antigo, ter uma cópia da Bíblia disponível em casa — falo uma, mas na minha casa tenho inúmeras e sei que você também dispõe de várias! Imaginem o que seria ter CDs da Bíblia para ouvir em qualquer lugar e a qualquer hora! Ter DVDs de mensagens! Temos tantas oportunidades para nos aprofundarmos em Deus... Os recursos disponíveis hoje para se conhecer Jesus, a Sabedoria de Deus, são fartos.

Essa uma palavra de alerta para mim. Não há desculpa para não saber mais, para não ter mais de Deus, para não viver mais profunda e sabiamente a vida com Deus. Eu sei que o reino de Deus é tomado por esforço e, considerando essa história, o esforço que preciso empreender hoje é pequeno se comparado ao da rainha de Sabá.

Só para dar um incentivo, preciso dizer que a rainha voltou para casa enriquecida. Aprendeu muito com Salomão. Está escrito em II Crônicas 9.1-12 que não houve coisa que Salomão não lhe mostrasse e ela acabou afirmando que o que havia visto era infinitamente superior a tudo o que diziam. O rei Salomão deu à rainha de Sabá tudo o que ela desejou, tudo o que lhe pediu, mais do que ela trouxera ao rei. Voltou ela e foi-se para a sua terra com os seus servos(II Cr 9:12). Se ela foi enriquecida dessa maneira por ter passado um tempo com esse rei, quão mais não receberemos estando com o Rei dos reis? Podemos lucrar muito, mas muito mais do que ela com um pequeno esforço. Vale a pena!

Desde os dias de João Batista até agora, o reino dos céus é tomado por esforço, e os que se esforçam se apoderam dele (Mt 11.12).

quinta-feira, outubro 24, 2013

Plenamente Capaz

Mas a graça foi dada a cada um de nós segundo a medida do dom de Cristo (Ef 4.7).

Era verdade quando a Bíblia afirmou que nos últimos tempos os dias seriam difíceis. O mundo está agitado, nervoso, estressado, cruel. Sair de casa e se sentir seguro, andar tranquilo, sem temor é só para quem está certo de que Deus já deu ordens aos anjos para guardá-lo. As pessoas estão até mesmo deixando de ter filhos porque dizem temer o futuro. Ainda bem que o nosso futuro está seguro em Deus!

Não sei como você se sente diante dos desafios, mas quero ajudá-lo a entender algo poderoso. O Novo Testamento traz uma palavrinha "mágica" que muitas vezes nem sabemos exatamente o que quer dizer: graça. Veja o texto aí de cima. Deus nos deu graça, e não uma graça qualquer; deu graça na medida, na mesma proporção, equivalente ao dom.

O que quer dizer tudo isso? Comecemos por entender o dom. Dom é um presente de Deus. No contexto de que foi retirado o versículo, diz respeito aos ofícios ministeriais: ser chamado para apóstolo, profeta, mestre, evangelista ou pastor. Mas o dom de Deus vai muito além disso.

Os dons são presentes, são todas as boas dádivas que recebemos, em especial, uma missão, como bem se deduz do contexto. Ser mestre, pastor, apóstolo é uma missão. Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes (Ti 1.17). Tudo de bom que recebemos vem de Deus e é um dom.

Recebemos dons, presentes, em especial, uma missão que se desdobra em muitas. Desempenhamos múltiplas funções: cônjuge, pai, filho, funcionário, patrão, cidadão, cristão... Cada uma dessas funções exige saberes, competências específicas e, não sei quanto a você, mas eu as considero desafiadoras.

Pergunto: o que é mais difícil: criar uma pessoinha, nesses dias em que parece que a escola e as amizades estão tentando desfazer aquilo que você tenta conseguir a duras penas?; conviver com outra pessoa, quando a palavra "aliança" se tornou tão vulgar?; ser correto como cidadão, quando as leis são impossíveis de serem cumpridas na literalidade?; acreditar nas pessoas, quando as mesmas que prometem são as primeiras a descumprir o combinado?; obedecer aos superiores, que frequentemente são desonestos e querem exigir que você também o seja?. Nem vou continuar porque a lista de perguntas é interminável. Viu como são dias difíceis? Viu como nossa missão é desafiadora?

Passemos à palavra mais importante do versículo: graça. Deus nos deu uma graça na mesma medida do dom, uma graça na mesma medida do desafio. O que é isso?

Muita gente entende a graça apenas como "um favor imerecido". Isso mesmo, mas é uma definição um tanto teórica, que não ajuda muito. Dizer que Deus me deu favor na mesma medida da missão não esclarece muito. John Bevere escreveu um livro sobre a graça que deixou a questão muito mais clara para mim. Segundo ele, a graça é uma dose de poder disponível para ser exercitado naquilo que Deus nos legou. 

Voltando ao texto: Deus me deu um poder para agir na mesma medida daquilo que me concedeu fazer. Ele me deu filhos? Tenho todo o poder necessário para ser mãe. Aliás, pausa para contar um fato que é um bom exemplo. Lembro-me de um dia em que fui com minha filha ao pediatra. Ela era pequenina, eu, mãe de primeira viagem, extremamente insegura. Percebendo isso, o doutor me disse uma coisa de que nunca me esqueci: "Siga o seu instinto, ele vai te dizer o que fazer, lá no fundo você sabe o que deve fazer". Fato. A partir do momento em que engravidamos algo muda dentro 
de nós. Nem precisamos saber que estamos grávidas para sentir algo diferente. É maravilhoso! A gente muda sem explicação. É a graça, o poder para fazer o que Deus nos legou.

Esse poder vem acompanhado de um instrutor que é, na verdade, a fonte: Mas recebereis poder ao descer sobre vós o Espírito Santo (At 1.8) Mas o Auxiliador, o Espírito Santo, que o Pai vai enviar em meu nome, ensinará a vocês todas as coisas (Jo 14.26). A fonte do poder, o Espírito Santo, habita em nós e nos ensina como usá-lo.

Tudo isso é para dizer a você: não desanime, não desista, não fique triste, você é capaz de lidar com todos os seus desafios. Há dentro de você um poder disponível. Use-o agora mesmo.

Um extraordinário homem de Deus chamado Paulo estava passando por um desafio terrível. Orou, orou, orou, pedindo livramento, mas o livramento não veio. Um dia recebeu uma resposta de Deus: Três vezes orei ao Senhor, pedindo que ele me tirasse esse sofrimento. Mas ele me respondeu: “A minha graça é tudo de que você precisa, pois o meu poder é mais forte quando você está fraco.” (II Co 12.8,9). Em outras palavras: o que você precisa mesmo não é de se livrar do desafio, não é de resolver esse problema, é da graça, que o fortalece e capacita para encarar o que vier, e é justamente na hora difícil que esse poder se torna ainda mais forte em você.

Utilize esse poder disponível agora mesmo. Como? Pergunte ao Espírito Santo e Ele certamente vai ensinar. Leia a Bíblia e a instrução virá. Louve e ore e se sentirá fortalecido, ficará mais cheio do Espírito Santo. Quanto mais poder você usar, mais poder terá. Esse poder é como um músculo: quanto mais exercitado, mais forte se torna.

Porém continuem a crescer na graça e no conhecimento do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo (II Pe 3:18).

segunda-feira, outubro 21, 2013

Deus é inocente!

Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade, por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória (II Pe 1:3, 4 NVI).

Estudar é meu hobby. Antigamente dizia que era ler, sobretudo a Bíblia. Agora não mais. Tenho estudado a Bíblia, com comentários, dicionários, todo suporte necessário. Que prazer! 

O texto acima faz parte da longa lista daqueles que queria entender. E comigo é assim: sento-me para estudar e, de repente, o Espírito Santo acende a luz acerca de algo e eu tenho vontade de gritar: eureka! Agora entendi! Uhuh!

Compartilhar abençoa mais a mim do que a você. Aquilo que a gente ensina fixa melhor. Então vamos lá.

O verso acima diz que Deus já nos deu tudo o que diz respeito à vida e à piedade. O que quer dizer a afirmação de que Ele me deu tudo o que diz respeito à vida? Qual vida? Aqui ou lá no céu? Há uma máxima do direito que diz: "quem pode o mais pode o menos". Se você entende que Ele já nos deu tudo o que diz respeito ao céu, é claro que temos tudo o que diz respeito à terra. O céu é o mais, a terra é o menos, é óbvio. Se Ele nos deu toda a riqueza que há no céu, por que não nos daria as pequenas coisas que há na terra?

Muitos textos falam sobre isso. Vou colocar apenas um para reforçar o argumento: Porque ele nem mesmo deixou de entregar o próprio Filho, mas o ofereceu por todos nós! Se ele nos deu o seu Filho, será que não nos dará também todas as coisas? (Rm 8:32). Não sei como você entende a expressão "todas as coisas", mas quando Deus diz "todas as coisas" são "todas" mesmo. Temos todas as coisas necessárias a esta vida.

Passemos à segunda palavrinha: piedade. Seu divino poder nos deu tudo de que necessitamos para a vida e para a piedade. O que quer dizer piedade? Fui ao dicionário bíblico. Permita-me copiar aqui para ajudá-lo a entender. Serei breve:

As palavras piedade, piedoso(a) e piedosamente são encontradas mais de 40 vezes no Novo Testamento, e frequentemente são mal-entendidas. A nossa palavra "piedade" vem do Latim, e tem dois sentidos: "1. Amor e respeito às coisas religiosas; religiosidade; devoção. 2. Pena dos males alheios; compaixão, dó, comiseração" (Novo Dicionário Aurélio, 2ª ed.). Na linguagem popular, e muitas vezes no Antigo Testamento, a palavra tem o segundo sentido e traz a idéia de compaixão. Mas, no Novo Testamento, o sentido normalmente é o primeiro, ou seja, devoção a Deus ou respeito às coisas religiosas. A palavra grega normalmente utilizada é theosebeia, que obviamente inclui Deus (theos) como o objeto da devoção.

É o seguinte, tudo o que diz respeito à vida física, às coisas deste mundo nos foram dadas. O Senhor é o meu Pastor e de NADA sinto falta (Sl 23.1). Pode perguntar: "Keila, tem um monte de coisas que eu quero e não tenho. Como assim não tenho falta de nada?". A menos que Deus esteja mentindo, o que é impossível, a você foi dado tudo o que você precisa com relação à vida. Leia de novo o texto aí de cima. Deus não mente - Para que por duas coisas imutáveis [Suas decisões ou Sua Palavra e Seu juramento] nas quais é impossivel que Deus minta, tenhamos poderosa consolação, nós, os que nos refugiamos em lançar mão da esperança proposta (Hb 6.18).

Talvez você queira se encontrar comigo para me contar as coisas essenciais de que sente falta. Eu faço então a pergunta: a culpa é de Deus? Deus está em falta com você ou você não está administrando sabiamente os recursos que estão nas suas mãos? Você tem cuidado direitinho das "todas as coisas" que Ele disponibilizou?

Estou na mesma situação que você em algumas áreas. Tenho desafios enormes, mas DEUS É INOCENTE. É a minha falta de sabedoria que me conduz a muitos problemas. Repito: Deus é inocente e eu, culpada. Mas não aceito condenação. Estou melhorando e sei que, no final, tudo se resolve. A esse respeito, trago este texto aqui que eu amo: De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados (Lm 3:39). Em vez de nos queixarmos de Deus, queixemos da nossa falta de sabedoria e corramos atrás.

Voltemos ao texto, olhe como ele termina magistralmente: por meio do pleno conhecimento daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude. Como me aproprio de tudo o que Ele tornou disponível? Por meio do pleno conhecimento, não de um conhecimento superficial, do domingo à noite, de cinco minutos. Pelo pleno conhecimento de Deus. Nossos problemas são proporcionais à nossa falta de conhecimento. Nossa tranquilidade, bem-estar, alegria, vitória, paz... proporcionais ao nosso conhecimento de Deus e de tudo o que Ele nos deu.

Em suma: tudo o que é preciso para a vida nesta terra já nos foi dado. E melhor: tudo o que é preciso para o exercício da nossa devoção, para nossa vida espiritual, o que diz respeito à piedade, nos foi dado. Aleluia! Não há barreiras no nosso relacionamento com Deus, não há mistério, não há dificuldade. Tudo o que diz respeito à piedade, devoção, relacionamento com Deus está disponível agora. 

Usufrua da bondade de Deus. Nenhum problema vem dEle. Ele é inocente e socorre aos que pedem ajuda. Usufrua de Sua graça, receba Sua bondade. Está tudo disponível. Sorria!

 Pois o exercício corporal para pouco aproveita, mas a piedade para tudo é proveitosa, visto que tem a promessa da vida presente e da que há de vir (I Tm 4.8).

sexta-feira, outubro 18, 2013

Limpando os Óculos

Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, e o irmão Timóteo, aos santos e irmãos fiéis em Cristo, que estão em Colossos: Graça a vós, e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo. Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós, porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos; por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já antes ouvistes pela palavra da verdade do evangelho, que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade; como aprendestes de Epafras, nosso amado conservo, que para vós é um fiel ministro de Cristo, o qual nos declarou também o vosso amor no Espírito (Cl 1.1-8).

É bom demais ler a Bíblia sem pressa, palavra por palavra, versículo por versículo, parando, pensando. Acho que isso faz parte do momento que estou vivendo. Tenho feito grande esforço para fazer tudo mais lentamente. Comer devagar é uma delícia. Saboreio cada pedaço. Como primeiro com os olhos, sinto o cheiro, observo as cores, até irrito minha família – ninguém pode se levantar enquanto todos não terminamos (rsrs); isso alonga os momentos. Com a Bíblia estou fazendo o mesmo: devagar, muito devagar. Quero ler o que está escrito e o que não está escrito, a palavra e o silêncio, a letra e a imagem, entrar na história, vivê-la.

Deixe-me levar você comigo para uma viagem no texto acima. Segundo historiadores, é muito provável que Paulo, quando escreveu esse texto, era um prisioneiro. Também afirmam que ele não conheceu pessoalmente a igreja de Colossos, que ficava numa região populosa e rica, cheia de gnósticos, gente afirmava que Deus era tão elevado que, para ter acesso a Ele, era preciso da ajuda de deuses menores – por isso a afirmação na carta sobre o culto aos anjos.

Em todo lugar, gente é gente, quer dizer, onde há gente há problema. Certamente essa igreja tinha problemas. O objetivo das cartas de Paulo é sempre elucidar questões que geravam divergências na igreja, que podiam de alguma maneira expor a comunidade a perigo.

Certo homem chamado Epafras vai até Paulo dar um relato sobre o desenvolvimento da igreja dos colossenses. E o que diz? Conta os problemas por que estão passando? Cita as pessoas mais difíceis da igreja? Fala sobre o desafio de levar o evangelho a uma região rica? Não, não e não. Que lindo era Epafras! Levou um monte de boas notícias – Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus, e do amor que tendes para com todos os santos [...] também o vosso amor no Espírito. Em outras palavras, Paulo foi informado do amor de uns pelos outros e de todos por Deus.

Que bom é ter um Epafras na nossa vida, um mensageiro de boas notícias, alguém que anima, foca no que é bom, consola. A igreja tinha problemas? Certamente. Epafras desesperou Paulo falando dos problemas? Não. Animou o apóstolo ao informá-lo do progresso do Evangelho naquela região. Como são belos nos montes os pés daqueles que anunciam boas novas, que proclamam a paz, que trazem boas notícias, que proclamam salvação, que dizem a Sião: "O seu Deus reina! " (Is 52:7).

Tão bom quanto ter um Epafras na vida é ser um Epafras. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a sua boca fala do que está cheio o coração (Lc 6:45). Com certeza Epafras tinha um bom coração, bons olhos – A candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o teu corpo terá luz (Mt 6:22). Quando vemos a vida com bons olhos, enxergamos mais o bem do que o mal, consequentemente, falamos coisas boas. Quando somos negativos, minimizamos o que é bom, ampliamos o que desagrada, temos uma fala venenosa, contaminamos os que estão ao nosso redor se não estiverem vacinados. A boca fala do que está cheio o coração e a forma como os olhos veem a vida é que enche o coração.

Preciso abrir um parêntese aqui. Convivo de perto com uma pessoa muito negativa. Nada está bom. Não sei como se aguenta. Sei que a vida dessa pessoa não é fácil, mas, sinceramente, para quem a vida não está difícil? Os desafios estão aí. Precisamos enfrentá-los. Reclamar não resolve. Se encararmos tudo de uma maneira positiva sofreremos menos. Basta a cada dia o seu mal (Mt 6.34). Como diz Fernando Sabino: “No fim tudo dá certo, e se não deu certo é porque não chegou ao fim”, simples assim.

Agora é bom falar um pouquinho também do outro personagem da história: Paulo. Ele não era o pastor da igreja de Colossos, provavelmente não conheceu essa igreja, não foi seu fundador, mas demonstrou se sentir responsável por ela. Que lindo, né? Estamos tentando transferir responsabilidades para os outros enquanto Paulo toma responsabilidades para si. E mais: era intercessor de uma igreja que não conhecia. Será que temos tem intercedido pelos que conhecemos? Indo um pouquinho mais longe: será que temos intercedido pelos da nossa casa?

Tenho lido as cartas de Paulo uma após a outra. Fico impressionada ao ler as orações que ele fazia pelas igrejas. Sempre começa dizendo que agradece. Agradece a Deus pelos filipenses, pelos colossenses, pelos tessalonisenses. Reconheço que muitas vezes minhas orações pelos outros eram mais para reclamar deles ou resolver problemas, colocar situações ruins diante de Deus do que para agradecer. Graças a Deus isso mudou! Estou limpando os meus óculos com o lenço da Palavra. Ler a Bíblia muda a nossa forma de ver a vida. Viver é uma graça! Pessoas são presentes! Orar é alívio! Ter Deus é tudo! Ler a Bíblia é um must!

sexta-feira, setembro 27, 2013

Surpreendente!

E tudo isto provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo, e nos deu o ministério da reconciliação; isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; e pôs em nós a palavra da reconciliação (II Co 5:18-19).

Antes de iniciar o assunto, devo dizer o contexto dos versículos. Percebi que pegar versículos isolados tem feito com que muita gente erre. Então, vamos lá! Quando Paulo diz: “Tudo isto provém de Deus”, está falando sobre a transformação que se opera nas pessoas a partir do dia em que Jesus Cristo entra na vida delas. Precisamos considerar que, quando alguém recebe o Espírito Santo em seu interior, ela passa a ser uma pessoa inteiramente nova. Talvez você queira perguntar: “Mas não parece. Continua fazendo as mesmas coisas”. Bom, isso é por conta da renovação da mente, que é um processo. Os velhos hábitos são deixados de lado vez por vez e a transformação ocorre gradualmente. Pode parecer que nada mudou, externamente você não vê nada, mas há um poder bombástico atuando no interior da pessoa. Ela jamais será a mesma!
“Tudo isto”, essa transformação, “provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo”. Estava lendo esse texto anteontem, quando ele caiu no meu coração. Comecei a pensar: espere aí; Deus era o ofendido e não o ofensor. Não foi Ele quem nos ofendeu, não foi Ele quem nos fez mal, não foi Ele quem se afastou de nós. Mas Ele decidiu se reconciliar conosco? Como assim?
Imagine que você tinha um grande amigo com quem resolveu compartilhar tudo o que tinha. Você era extremamente rico, mas, por amor, resolve repartir da sua riqueza com alguém. Vocês se encontram todos os dias para conversar, têm uma amizade maravilhosa, se divertem juntos. Por causa de você, esse amigo se tornou um grande homem. Sua generosidade para com ele fez dele o que jamais poderia ser sem você.
Um dia, um terceiro invejoso resolve se intrometer nessa relação e começa a dizer ao seu amigo que você fez o que não fez, que você é o que não é, que você disse algo que não haveria a menor possibilidade de você dizer, que as suas intenções para com o seu amigo são as piores, em suma: você é um falso. Esse amigo diz para ele: “Sabe por que o seu amigo fez a você esse único pedido? Porque ele não quer que você seja como ele. Ele não suportará o seu sucesso”. Que mentira! Tudo o que você fez pelo seu amigo foi porque quis.
Como esse terceiro infeliz poderia dizer um absurdo desse e o seu amigo acreditar? Tudo o que ele disse não há a menor possibilidade de se provar. Nada, absolutamente nada é verificável, mas o seu amigo, em vez de compartilhar isso com você, acredita e trai a sua confiança.
Qual não seria a sua decepção, não é? Certamente isso cortaria o seu coração.
Foi isso o que fizemos com Deus. Acreditamos em alguém que não merecia confiança, desprezamos o nosso grande amigo Deus, nos tornamos inimigos dEle, pensando que Sua vontade para nós era nos castigar, nos privar das melhores coisas da terra, restringir os nossos direitos. Ledo engano! Até hoje alguns de nós não conseguimos acreditar que Deus é bom e nos ama. Consideramos os Seus mandamentos um fardo: Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são pesados (I Jo 5.3).
Depois de tudo isso, Ele, repito, Ele mesmo, Deus, o ofendido, o desprezado, o humilhado, o traído, o vilipendiado, a vítima, o caluniado resolve Se reconciliar conosco.
Quem deveria buscar a reconciliação seríamos nós. Quem deveria correr atrás de Deus seríamos nós, afinal, fomos nós que O ofendemos. Mas não. Ele busca a reconciliação e oferece como presente Seu próprio Filho.
Essa terceira pessoa desprezível que se meteu na relação nos enganou, roubou aquilo que era nosso, terminou por nos dominar e nos manteve preso. Para tirar-nos do cárcere, Deus envia o Seu próprio Filho como o preço do nosso resgate. E paga tintim por tintim a nossa dívida.
Fico sem palavras para descrever o amor desse Deus! Isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, assim continua o texto lá de cima.
E agora? O que Ele nos pede, depois de tudo o que fez por nós? Duas vezes a mesma coisa está escrita nos versículos aí de cima: “Ele nos deu o ministério da reconciliação; pôs em nós a palavra da reconciliação”. Traduzindo? Ele amou muito a mim e a você, mas não só a nós; a todas as outras pessoas. E o que posso fazer por Ele eu, que tenho uma dívida tão grande? Reconcilie as outras pessoas com Ele, e não se preocupe com o que dizer: Ele pôs em nós a palavra da reconciliação. Fale dEle e está tudo certo. Conte ao mundo que o que Ele fez por você fez por todos os outros. O caminho está aberto. Todos podem sair da prisão em que se mantêm e retomar o relacionamento de amor com esse Deus gracioso. Será que é muito difícil compartilhar tão boa notícia?
Ele trocou a minha dívida impagável por um favorzinho “muito barato”: falar dEle. Se isso não move o nosso coração, ainda não entendemos realmente o que Ele fez por nós!
Jesus o ama, amigo! Vou falar mais devagar: Jesus o ama muuuito!
Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica (Rm 8.32,33).


segunda-feira, setembro 09, 2013

O Lugar Importa

Deus fez os lugares antes de fazer as pessoas. Por que será? Não só para preparar o ambiente para o homem, mas também porque este influencia nas suas ações e nas suas emoções. O lugar onde estamos pode fazer crescer o melhor ou o pior de nós.

Nunca me liguei muito para essa história do lugar. Na verdade, nunca achei muito relevante. Pensava que as pessoas faziam o lugar, e não o lugar as pessoas. Mas não é bem assim.

Na minha devocional de hoje, li I Crônicas 8 e 9 e fiquei impressionada com este texto: "O povo de Judá havia sido levado prisioneiro para a Babilônia como castigo pelos seus pecados" (I Cr 9:1b).

Conforme a Bíblia ensina, existe o lugar da bênção e existe o lugar da maldição ou da correção. Deus poderia ter disciplinado os israelitas na sua própria terra? Poderia. Mas não o fez. E por que será? Simplesmente porque existe o lugar da correção. De acordo com o texto acima, o lugar onde o povo seria castigado, entenda castigo como correção, era a Babilônia.

Existem lugares onde gosto muito de ficar na minha casa e outros em que mal entro. Gosto de orar apenas em três lugares, e um deles é o meu predileto: o quarto do Toquinho. Na hora de disciplinar as crianças, também há um lugar específico: o banheiro. Imaginem o que aconteceria se eu colocasse os meninos de castigo na sala de televisão! É claro que isso não ia dar certo. Está vendo como o lugar importa?

Como eu disse, eu não corrijo os meus filhos em qualquer lugar. É claro que quem ficou na terra prometida também foi corrigido, mas a Babilônia foi eleita como o local onde o povo seria duramente castigado - e que castigo!

As leis de Deus são universais e atemporais. Por isso o que serve para uma coisa aplica-se também a muitas outras. Essa questão do lugar não se aplica apenas a pessoas. As plantas sabem disso muito bem. Existem terras onde simplesmente reverdecem e ficam mais bonitas, mais fortes e produzem muito fruto. Em outros locais, simplesmente murcham ou nunca ficam suficientemente viçosas. Viu como existem lugares e lugares?

Em alguns lugares ficamos nervosas, agitadas, falamos bobagem até sem querer. Em outros, ficamos mais contemplativas, mais tranquilas, até mais simpáticas.

Toda essa reflexão pode parecer dizer respeito apenas a um lugar físico, mas não somente. Tem tudo a ver com o lugar físico, sim. Trabalhar no lugar errado nunca vai nos proporcionar o que poderíamos ter no lugar certo, naquele em que os nossos talentos são apreciados, em que somos requisitados e bem-vindos, onde o melhor de nós está visível. Mas existe também um lugar espiritual, que é o principal. Qual é o seu lugar espiritual hoje? Será que está no centro da vontade de Deus?

Só para não deixar passar essa questão, quero lhe dizer que Deus determinou um lugar espiritual para você estar: assentado com Ele nas regiões celestiais, tranquilo, suprido, sabendo que, nas batalhas da vida, você conta com uma ajuda poderosa.

Passei o dia pensando ontem nos lugares por onde tenho passado. Será que tenho ido aos lugares certos ou aos lugares errados? Até para fazer compras há lugar certo. Em alguns mercados a gente gasta horrores, em outros, só um pouquinho. Será que tenho andado nos lugares certos? Infelizmente nem sempre.

Um versículo de Provérbios 3, diz: "Reconhece-O [o Senhor] em todos os teus caminhos". Será que Jesus andaria por onde ando, iria aonde vou? Lembro-me de quantos versículos li que falam sobre caminhos. Um em especial diz: "Há caminhos que ao homem parecem direitos, mas, ao final, são caminhos de morte". O lugar importa, o caminho importa. 

Todas essas considerações me fazem refletir também sobre a importância da igreja. Em nenhum outro lugar encontraremos um ambiente de fé, de milagres, de unção e de revelação como naquele onde os justos se reúnem. Como é gloriosa a igreja de Jesus! Amo ir aos cultos! Não posso perder essas oportunidades. Como disse no início, o ambiente afeta o que cresce em nós. Quero que cresça a minha fé, a minha alegria, a minha paz, a minha longanimidade, e não a minha carne.

É duro pensar estar no lugar certo e não estar. Quantas vezes já me perguntei: o que é que eu estou fazendo aqui?

Se eu tivesse aqui alguma música, deixaria no blog aquela da Nívea que diz: "Existe um lugar, eu sei, no centro da Tua vontade; existe um lugar, eu sei, feito só para mim e é nesse lugar que eu quero estar"...

Analise o lugar onde você está fisicamente e espiritualmente e peça a Deus para conduzi-lo por caminhos planos. É isso o que peço para mim hoje.

Que Deus nos leve aos lugares corretos e não nos permita ir aonde não deveríamos! Da minha parte, estarei atenta. Fazer as escolhas corretas é fundamental.

Escolha hoje andar com a consciência de que aonde você for o Espírito Santo, que habita dentro de você, o acompanha e seu dia será glorioso, sua viagem - esta vida é uma viagem - tranquila e agradável. 

Boa viagem!

sábado, agosto 17, 2013

Carece não!

Depois de muito tempo sem escrever por conta de um projeto pessoal que está caminhando muito bem - estou escrevendo um livro -, preciso compartilhar o que aprendi ontem e desfazer algo que está escrito neste blog em algum lugar. Que bom que a gente cresce, aprende, amadurece e tem a oportunidade de consertar alguns erros! Vamos lá.

Um dia, li este texto aqui: "O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar" (Ti 3:7,8). É preciso ir além de alguns versículos para realmente compreender o que um texto bíblico quer dizer.

Por conta dos versículos acima, eu concluí que era impossível controlar a língua, que somos vítimas de um poder que está em nós e que é tão violento, tão violento que não podemos dominá-lo. Frequentemente somos colocados em situações embaraçosas por nossa própria boca. Deixamos escapar coisas que não deviam ter ocupado nem mesmo os nossos pensamentos. Quando vemos, escapuliu uma observação inoportuna, uma declaração incompatível com aquilo em que acreditamos.

Acho que você já ouviu falar que todos nós, durante o tempo da nossa vida, temos cinco minutos de bobeira. São aqueles momentos em que fazemos alguma coisa que nos traz um profundo arrependimento. Na fala, sinceramente, botem cinco minutos nisso!!!

O que o texto quer dizer não é que não há jeito para a nossa língua, mas que ela exige uma vigilância rigorosa. Vejamos outros versículos desse capítulo: "Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos colocamos um freio para que nos obedeçam e assim fazemos com que vão aonde queremos" (Ti 3:2,3). Quer dizer, se controlarmos a boca do cavalo, controlamos seu corpo. Será que o mesmo se aplica ao ser humano?

Bom, que todos nós sempre cometemos erros é um fato. E que grande parte deles começa com o que dizemos também. Veja que o texto diz que quem é bom com as palavras é uma pessoa madura. E maturidade não é uma condição pronta e acabada. Não haverá um dia em que poderemos dizer: "Nossa, como sou maduro!" Estamos amadurecendo dia a dia.

E como acelerar esse processo? O texto nos dá um relance: se controlamos o cavalo pondo um freio na sua boca e assim podemos domar seu corpo inteiro, o mesmo devemos fazer a nós. Um freio na nossa boca é um bom instrumento.

Não errar no que se diz é treinamento. Mesmo que queiramos ficar calados muitas vezes, somos impelidos a falar em algumas situações. Veja só o que ainda diz o texto: "Pensem no navio: grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um pequeno leme e vai aonde o piloto quer" (Ti 3:4). É o seguinte: os ventos fortes empurram o barco da nossa vida. As pressões, as circunstâncias, o dia a dia nos empurram. Precisamos tomar decisões. Não podemos deixar o nosso barco ao léu, sendo tocado pelos ventos para qualquer lugar. Que os ventos nos empurrarão é fato, mas cabe a nós dar a direção. 

Foi usando as palavras que Deus criou tudo. Ele disse "haja" e houve. Nossas palavras estão criando o nosso mundo, dirigindo a nossa vida. Como diz a Bíblia, a vida e a morte estão no poder da língua.

"É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama!" (Ti 3:5). A língua é tão poderosa quanto o fogo. Basta uma pequenina fagulha para começar um incêndio. Basta uma pequenina palavra dita de forma errada para estarmos envolvidos num grande problema. "A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas" (Ti 3:6).

Agora vem a parte curiosa: "Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim" (Ti 3:9,10). Quer dizer, usamos a língua tanto para o bem quanto para o mal, mas - porém, contudo, todavia -, não deve, não precisa, não carece ser assim. Aleluia! Sabe o que Tiago está dizendo? Pode ser de outro modo. Não sou escrava da minha língua. Eu mando nela!

Para encerrar, preciso compartilhar com você um texto que o meu marido falou para mim esses dias que caiu como uma luva. Foi este aqui: "Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para irar-se" (Ti 1:19). Essa parte de ser tardio para falar me chamou a atenção. Fiquei pensando: o tardio para falar é aquele sujeito a quem dizemos: "Ei, fulano, diga alguma coisa"! As pessoas assim até incomodam. Normalmente a gente fala, fala, fala, depois, quando vê que aquela pessoa não fala nada, pede a opinião. É preciso estimulá-la a falar. E às vezes ainda dizem: "Não tenho nada para dizer". Chega a dar gastura! (rsss)

Pois é. É assim que eu quero ser: tardia para falar. É melhor que os outros peçam a minha opinião do que me envolver em problemas por ter falado demais. Carece não!

Hora de pôr um freio nos dedos. Já falei demais! (rsss)

Bom dia!!!




domingo, junho 23, 2013

Ore

Estava meditando no livro de Filipenses. É incrível como a gente lê as mesmas coisas, mas a Palavra não se repete. Cada dia um entendimento novo. É tudo "velho", mas é tudo novo. Quer ver isso na Bíblia? "Meus queridos amigos, este mandamento que estou dando a vocês não é novo. É o mandamento antigo, aquele que vocês receberam lá no começo. O mandamento antigo é a mensagem que vocês já ouviram.  Porém o mandamento que eu estou dando a vocês é novo porque a sua verdade é vista em Cristo e também em vocês. Pois a escuridão está passando, e já está brilhando a verdadeira luz" (I Jo 2:7,8). Esse texto já intrigou você? Pois é. Eu ficava tentando entender. Como pode ser velho, mas é novo? O mandamento é o mesmo - "velho" -, o entendimento muda - novo.

A oração que Paulo fez pelos Filipenses enterneceu meu coração. Imaginei ele escrevendo a carta e rindo. É uma carta muito leve. Não deveria ser, porque ele fala que passou necessidade, estava preso quando a escreveu, foi açoitado, passou muitas e más (e não poucas e boas). Além de tudo isso, havia a preocupação com as igrejas que havia implantado, da qual Filipos fazia parte. Sabe qual imagino ser o centro da alegria dele, que mudou a minha visão de muita coisa? Este versículo: "Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fl 1:6).

Sabe, amigo, fica mais fácil viver quando a gente entende que Deus está no controle, não está ocupado, não está esquecido de nós, nem ressentido com alguma coisa errada que tenhamos feito. Haja o que houver Ele não desiste do trabalho que começou. Nunca larga para lá. Ele continua trabalhando por nós: "Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera" (Is 64.4).

Não sei que obra pode estar afligindo o seu coração, se são as obrigações com filhos, com carreira, com finanças, com ministério, com o marido, com algum amigo. Eu sei que você pode agora mesmo entregá-la ao Senhor, deixá-lo envolver-se com aquilo que diz respeito a você e descansar, pois, se Ele está envolvido, Ele cuida. 

Só para ajudá-lo mais um pouquinho quero falar sobre o poder da oração. Quando abrimos o nosso coração para Deus há mais que um alívio imediato, há um poder espiritual em ação na esfera espiritual. Tenho colocado algumas coisas diante dEle e repetido alguns assuntos, mas confesso que havia questões que me deixavam aflita, coisas sobre as quais, por mais que eu queira, não tenho controle. De certa forma, eu tentava guiar a Deus, dizendo: "Pai, faça assim, assim e assim". 

Leia este versículo: "Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós" [...] (Ef 3:20). Quero que você entenda duas coisas muito importantes: primeiro, Ele não só é capaz de fazer infinitamente mais e melhor do que tudo o que podemos pensar; Ele quer fazer e faz. Você pede um, Ele dá mil. Você pede pequeno, Ele dá grande. Segundo: não há como limitá-lO. Veja que o verso diz que Ele faz tudo segundo o Seu poder, não segundo a sua capacidade, o seu orçamento, a sua compreensão, os seus recursos, a sua disponibilidade. É de acordo com o poder dEle! Aleluia!

Livre-se do peso! Descanse em Deus. Ele é Pai, é amor, é compaixão, é bondoso, é fiel, é ilimitado, é gracioso! Não há nada que não possa fazer. 

"Entre vocês há alguém que está sofrendo? Ore" (Ti 5:13).

Não importa se o seu pedido hoje é pequeno ou grande. Ore, crendo que Ele responde e faz infinitamente além do que você possa imaginar. E lembre-se: Quem começou a boa obra nunca a abandona. Ele faz tudo completo".

Bom dia!!!

quinta-feira, junho 20, 2013

O Poder da Associação


Conheço inúmeras pessoas que creem que o evangelho é o poder de Deus para uma salvação que diz respeito apenas ao céu. Na verdade, não compreendem o que de fato quer dizer salvação: cura, libertação, promoção, restauração, provisão etc. Para elas, a terra é um lugar de expiação e sofrimento. Alívio? Só no céu.

Não é sem "embasamento bíblico" que assim pensam. Escolhem alguns versículos isolados, juntam com uma "teologia do sofrimento" e "pagam o preço". A ênfase é sobretudo no "carregar a sua cruz" e morrer dia a dia. Evangelho de morte. 

A pregação é antagônica: "venha para Jesus e será salvo". Veio para Jesus? Agora morra para tudo o que você gosta, para tudo o que é bom, participe do sofrimento que garante o céu.

Depois de quatrocentos anos no Egito, Deus Se revela a Moisés e o escolhe para livrar o povo das mãos de um povo que adorava a mais de três mil deuses. "Moisés perguntou: 'Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: Qual é o nome dele? Que lhes direi?'    Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês” (Ex 3:13, 14). Eles conheciam o deus da morte, o deus do Nilo, o deus da colheita, o deus do vento, o deus da tempestade... Por isso Moisés se preocupa com a forma como apresentará a Deus. Ele é o deus de qual especialidade mesmo? De todas. "Eu Sou o que Sou".

Maravilhosamente Deus guiou esse povo pelo deserto para uma terra bendita, onde era preciso dois homens para carregar um cacho de uvas. Fez sinais e prodígios que não deixavam dúvida de que Ele é Deus. E desde o princípio animou o povo a servi-lO com base numa recompensa: "Prometi tirá-los da opressão do Egito para a terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, terra onde há leite e mel com fartura" (Ex 3:17). Gosto de enfatizar: "Tiro vocês da terra onde são escravos e os levo para uma terra onde serão fartos, ricos, supridos, abundantes.

Em Deuteronômio 28, Suas leis são lidas para o povo e Ele esclarece o que quer dizer andar com Ele e andar sem Ele. Primeiro fala das bênçãos. Com Ele: bendito ao entrar, bendito ao sair, bendita a terra, bendito o trabalho, benditos os bens, benditos os animais, bendito tudo o que o povo tocar, bênção, bênção, bênçao. Leia o capítulo e achará maravilhosas promessas lá. Está em todas as Bíblias. Depois Ele avisa como é sem Ele: maldita a terra, malditas as crias dos animais, peste, doença, miséria, tristeza... Ele não é terrorista, não. É que com Ele estamos protegidos do mal; sem Ele, somos presas fáceis de um inimigo especialista em matar, roubar e destruir.

Agora vamos ao texto que motivou este post: "Vocês fizeram bem em se associar às minhas tribulações. Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês;  pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês.  Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus (Fl 4:14-18).

Paulo estava preso quando escreveu esse texto e começa dizendo: "vocês fizeram bem em se associar ao meu sofrimento". Já ouvi mensagens sobre isso. Enquanto Deus faz questão de dizer primeiro das recompensas em servi-lO, enquanto escreveu na Bíblia mais de oito mil promessas, há muitos fazendo questão de enfatizar "o preço de servir a Deus", o caminho do sofrimento, como se Jesus já não tivesse pago o bastante, como se o evangelho não fosse um caminho da graça.

Muitos dizem que Paulo está convocando o povo para sofrer com ele: "Associem-se ao meu sofrimento". Ele disse isso? Disse. Mas o que queria dizer? Veja o contexto. Paulo estava preso e passando necessidade. A igreja de Filipos recolheu uma grande oferta e enviou para ele. Eles se associaram ao sofrimento de escassez por que Paulo passava suprindo sua necessidade e não passando fome junto com ele.

Meditemos um pouco a esse respeito. O que Paulo esperava de quem se associava ao sofrimento dele era que o suprisse. Associar-se a quem chora não é chorar com ele. A compaixão é mandamento. É isso que quer dizer chorar com os que choram. Mas ninguém quer por perto alguém que o ajude a chorar o resto da vida. Quer, sim, alguém que o ajude a se animar. Associe-se ao cansado, ajudando a renovar as suas forças: associe-se ao pobre, ajudando a suprir suas necessidades; associe-se ao triste, dando-lhe motivo para sorrir; associe-se ao desanimado, dando-lhe coragem para prosseguir; associe-se a quem está morrendo, dando-lhe motivos para viver. É desse tipo de associação que Paulo está falando. É assim que se associa ao sofrimento de alguém.

O evangelho é poder, é cura, é vida abundante em todos os sentidos. E quanto a carregar a cruz, a morrer para si mesmo? A morte é para o velho homem, a cruz para a velha natureza que já morreu no espírito, mas precisa ser abandonada dia a dia pela renovação da mente. O evangelho não é dor. Dor é não andar com Deus. Dor é ter que viver num mundo caído que ignora as leis espirituais e insiste em infringir os príncipios de Deus.

Encerro falando da transformação poderosa que Cristo proporcionou a nós, da mudança de status. Éramos escravos do pecado sem Cristo. Fazer o mal, gostar do mal era próprio da nossa natureza. A frase "levar vantagem em tudo" nos servia como uma luva. Mas Cristo mudou o nosso status: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo todo seu, para que proclameis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (I Pe 2:9).

Ele nos faz reinar em vida: "Se pela ofensa de um só reinou por ele a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, que é Jesus Cristo" (Rm 5:17). Quando diz reinar em vida é nesta vida mesmo. Lá no céu não precisaremos reinar. Lá está tudo resolvido, é só glória.

Teria mais a dizer, mas preciso me associar àqueles que precisam de mim, não para sofrer com eles, mas para ajudá-los. Jesus nos convida a fazer o mesmo. Seja para quem precisa: ânimo, vigor, alegria, doçura, simplicidade, sorriso, paz, fartura, solução...

Associe-se a quem precisa de você e deseja a sua ajuda!