domingo, dezembro 30, 2012

Eu devia ter...

Imagino que este deva ser o último post de 2012. É muita responsabilidade escrever algo para fechar o ano. Poderia dizer do que me alegrou, do que me entristeceu, mas quero falar da lição mais importante que aprendi este ano e espero que de alguma forma sirva para você.

A vida é feita de estágios. Durante um tempo somos bebês, totalmente dependentes dos pais. Depois somos crianças, adolescentes, jovens, adultos, velhos. Conforme vamos progredindo no tempo, nossas concepções vão mudando, as exigências sobre nós também. É doentio não crescer. Fisicamente isso e visível, interiormente inconcebível.

A Palavra de Deus é imutável. Mesmo assim, quero falar de alguns estágios que descobri na lei "mais fundamental" (perdoe a redundância) da vida: a lei do amor. 

Deus revelou Sua Pessoa progressivamente ao homem, na medida em que este podia compreendê-lO. Foi de pouco a pouco, porque o homem não tinha parâmetros, capacidade de entender um Ser tão grandioso. E o mesmo fez em relação às Suas leis. Foi, e vai, nos ensinando pouco a pouco, exigindo somente aquilo a que podemos corresponder. 

Minha filha vai cursar agora o oitavo ano. O que se exige dela é muito superior ao que se exigia há quatro, cinco anos. Mas por que é assim? Porque hoje ela não só tem condições para isso, mas porque é necessário que prossiga no seu desenvolvimento. 

Quando éramos crianças espirituais, incapazes de muita coisa, Deus nos ensinou o fundamental - como nos relacionarmos com Ele e uns com os outros - com estas ordens: Não terás outros deuses diante de mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem figura alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto, porque eu, Jeová, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a iniquidade dos pais nos filhos, na terceira e na quarta geração daqueles que me aborrecem,  e uso misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos. Não tomarás o nome de Jeová, teu Deus, em vão, porque Jeová não terá por inocente aquele que tomar o seu nome em vão. Lembra-te do dia de sábado, para o santificar.  Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra;  mas o sétimo dia é o sábado de Jeová, teu Deus. Nesse dia, não farás obra alguma, nem tu, nem teu filho, nem tua filha, nem teu servo, nem tua serva, nem teu animal, nem o teu estrangeiro que está das tuas portas para dentro;  porque em seis dias fez Jeová o céu e a terra, o mar e tudo o que neles há; por isso, Jeová abençoou o dia sétimo e o santificou.    Honrarás a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que Jeová, teu Deus, te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo.    Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma que lhe pertença (Êx 20:3-17).

Veja que aqui não se fala em amor. Deus regula o nosso relacionamento com Ele e com o próximo com leis que disciplinam o corriqueiro. Ele não fala em motivação, explica rapidamente alguns porquês, promete recompensa pela obediência em alguns casos, mas não discute muito o assunto.  Fazemos assim mesmo com os nossos filhos pequenos. Dizemos: "Faça isto, não faça aquilo, se fizer tal coisa ganhará aquele presente"... Ainda não é tempo de debater, não dá para explicar muita coisa, não se tolera a desobediência. Tem horas que chegamos a dizer: "Porque eu mandei e pronto; um dia você vai entender". Mas o tempo passa e é preciso se desenvolver. 

Deus resolveu vir ao mundo encarnado na pessoa de Seu Filho e estabeleceu um novo padrão para os relacionamentos. Não mais com base em ordens, no faça ou não faça. Olha que lindo o novo padrão: Amarás ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento.  Este é o grande e primeiro mandamento.  O segundo semelhante a este é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.  Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mt 22:37-40). 

Agora o padrão é outro: não somente obedeça a Deus. Ame-O acima de tudo. E ame também ao próximo da mesma forma como você ama a si mesmo. E encerra dizendo: tudo depende disso. O que quer dizer toda lei e os profetas? Todos os conselhos, todos os mandamentos da Palavra, tudo o que está escrito na lei e tudo o que os profetas disseram pode ser cumprido se tão somente esses dois mandamentos forem obedecidos. Assim se resume tudo. E que resumo poderoso! 

Parecia simples, mas não era. E por que não? Porque o mundo está doente. Muitas pessoas são incapazes de amar a si mesmas. Assim, essa ordem: "Ame como você se ama" pode não ser eficaz. Deveríamos amar a nós mesmos, mas a vida tem sido muito dura para muita gente. Adoecidos na alma, muitos não conseguem se amar, se perdoar, se dar uma chance. Então, se nao é possível obedecer a esta parte será possível obedecer à outra?

Este é o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como eu vos amei.  Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos (Jo 15:12, 13). 

O terceiro e último mandamento é para quem caminhou, cresceu. Não se exige apenas a obediência, o faça o que eu mando; não devemos fazer ao outro na medida em que fizerem a nós; não devemos amar como nos amamos. Agora devemos amar como Cristo amou. E como Ele o fez? Mas Deus prova o seu amor para conosco em que, quando éramos ainda pecadores, morreu Cristo por nós (Rm 5:8). Jesus não morreu por nós quando o aceitamos, mas quando ainda éramos inimigos.  

É um padrão extremamente elevado amar os inimigos, não fazer conta das injúrias, não se vingar, perdoar, esquecer, dar a outra face, andar a segunda milha, dar a capa a quem rouba ou toma a túnica (Lc 6). Não importa em que estágio estão os outros. Importa em que estágio estamos nós. É preciso decisão: vou crescer, vale a pena obedecer, "esquecendo-me das coisas que para trás ficam prossigo para o alvo". 

Estou certa de que o mundo pode ser melhor se apenas decidirmos melhorar nossos relacionamentos, primeiramente com Deus, depois com o próximo.  Eu não quero cantar: 

Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
E até errado mais
Ter feito o que queria fazer...
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são 
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração... 
O acaso vai me proteger 
Enquanto eu andar distraído 
O acaso vai me proteger 
Enquanto eu andar... 
 Devia ter complicado menos 
Trabalhado menos 
Ter visto o sol se pôr 
Devia ter me importado menos 
Com problemas pequenos 
Ter morrido de amor... 
 Queria ter aceitado 
A vida como ela é 
A cada um cabe alegrias 

Colocando as coisas em seus devidos lugares, devo dizer que o acaso não protege ninguém. Corrijo o erro: Deus vai me proteger enquanto eu andar distraída... 

E enquanto Ele ainda me permitir acordar, serei ensinada, guardada, protegida, suprida, abençoada não para mim mesma, mas para fazer do nosso mundo um lugar melhor simplesmente obedecendo à lei do amor. 

Que venha 2013! 

quarta-feira, dezembro 05, 2012

De recuperação

Nunca me esqueci de uma frase que ouvi a Pastora Laudjane dizer: "Algumas coisas serão mudadas, outras, serão aceitas". Infelizmente teremos que conviver, durante a nossa vida, com muita coisa de que não gostamos tanto em outros como em nós. Nem tudo pode ser mudado, mas a nossa disposição interior em relação a tudo, essa, sim, pode e deve ser trabalhada.

Embora pudesse com um estalar de dedos mudar o destino de Jesus Cristo, salvá-lO da cruz, livrá-lo de muita dor, o Pai não o fez. Esse plano não seria mudado; precisava ser aceito. E Jesus o aceitou humildemente. Como diz Filipenses 2: "E, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte, e morte de cruz. Pelo que também Deus o exaltou soberanamente, e lhe deu um nome que é sobre todo o nome" (Fl 2.8,9).

É muito difícil passar por provas, por circunstâncias adversas. As aulas estão terminando. Hoje fui fazer a matrícula do meu filhote e a escola estava cheia. Muitos alunos ficaram de recuperação. E o que é a recuperação? É o atestado de que aquele assunto não foi compreendido plenamente, por isso deve ser revisto. É horrível ficar de recuperação, mas, muitas vezes, totalmente necessário.

Quero falar um pouquinho hoje de uma família que ficou de recuperação. Nos capítulos finais do livro de Gênesis há o relato de uma história que eu amo e que me ensina muito. Um pai chamado Jacó tinha doze filhos, mas um era seu predileto: José. Essa predileção era óbvia e isso e os sonhos de grandeza do menino deixaram seus irmãos profundamente irritados a ponto de quererem matá-lo. Apesar de desistirem desse intento, venderam o seu irmão como escravo e disseram a seu pai que o menino havia morrido. Assim como o pai não demonstrava consideração para com eles ao deixar clara a sua predileção, estes não demonstraram consideração para com o pai ao vê-lo sofrer por conta da mentirosa morte de seu filho predileto.

Será que há culpados nessa história? Cada um dá o que recebeu. Jacó também fora preterido por seu pai, que amava mais a seu irmão Esaú. Deu o que recebeu. Que triste sina!

Devemos tentar olhar a vida sob vários prismas. Muito do que fazemos está relacionado ao que fizeram conosco. Por isso precisamos ser mais compassivos. Não sabemos o que há por trás das atitudes dos outros, quanto daquilo é o que fizeram com eles, portanto, mera repetição, às vezes, até mesmo inconsciente. É aí que entra o fruto do espírito, que precisa ser desenvolvido em nós. Não temos qualquer controle sobre os outros, mas podemos controlar as nossas próprias reaçōes, denvolver o domínio próprio, a alegria, a mansidão, a longanimidade e, para mim, uma das nuances mais fantásticas do fruto: a benignidade, que é a capacidade de sempre pensar o bem acerca de qualquer coisa ou pessoa.

É claro que os anos trazem experiência, mas infelizmente não trazem a sabedoria: "Nós não ficamos mais sábios com a idade, nem sempre os velhos sabem o que é certo" (Jó 32:9). Para essa família viver em paz, ou o pai teria que mudar de atitude ou os filhos teriam que aprender a conviver com essa característica do pai.  Não adianta esperar a mudança, forçar a mudança, exigir a mudança. Faz muito mal para qualquer relacionamento as exigências. É melhor considerar que algumas coisas serão aceitas e trabalhar a mudança em nós mesmos.

Esses filhos ficaram de recuperação. Ou aprendiam a tolerar essa fraqueza do pai ou a família morreria. Então, se viram diante do mesmo teste. O filho que tinham vendido tornou-se governador do Egito, prendeu um dos irmãos e exigiu como condição para libertá-lo e livrar a família da fome a presença do outro irmão, agora o predileto do pai. "Ele [o pai], porém, disse: Não descerá meu filho convosco, porquanto o seu irmão é morto, e só ele ficou. Se lhe sucede algum desastre no caminho por onde fordes, fareis descer minhas cãs com tristeza à sepultura (Gn 42.38). O pai só considerou aquele como filho. É triste vê-lo dizer: "Seu irmão é morto e só ele ficou". Indiretamente ele estava dizendo: "Só este eu considero, de fato, meu filho". Dureza. Ele não mudou. O pai não aprendeu que sua preferência gerou o ódio e a perda de um filho, mas os filhos aprenderam a conviver com as deficiência do pai. Eles não odiaram esse irmão. Na verdade, quem lê a história vê que fizeram de tudo para protegê-lo. A situação não mudou, mas eles mudaram. E como tudo termina? Com uma família unida. Eles passaram na recuperação.

Acho que este é um bom tema para o nosso fim de ano. Precisamos aceitar mais, estribuchar menos. Podemos ser melhores e viver melhor se simplesmente aceitarmos os outros como eles são e pararmos de tentar forçar mudanças. 

Muitas situaçōes e pessoas não mudarão, mas tudo muda quando eu mudo!

quarta-feira, novembro 21, 2012

Cara de pau

Nos últimos dias não tem sido muito fácil escrever. Normalmente eu o faço depois de passar um tempinho lendo a Bíblia. É quando me vem a inspiração para tudo o que digo aqui. Já me perguntaram como eu escolho os assuntos. É assim: vem naturalmente depois de um tempo com a Palavra. Mas agora me apaixonei por um comentário bíblico do livro de Gênesis que não tenho largado para nada. Estou descobrindo preciosidades incalculáveis, por isso tenho demorado tanto a escrever. Mas vamos lá. Estou cheia de coisas novas. Quem sabe um dia eu não apareço aqui por vídeo para contar o que estou aprendendo!

O capítulo 14 de Gênesis é muito interessante. Conta uma história de cinco reis que pagavam tributo a um certo rei, mas desistiram de fazê-lo. Então esse rei se junta a outros, guerreia e vence, levando consigo bens e pessoas das cidades que se rebelaram, entre elas o sobrinho do Patriarca Abraão.

Quando sabe da história, Abraão junta 318 pessoas e corre para socorrer um sobrinho que já tinha demonstrado ingratidão para com ele. Por estar junto com Abraão, Ló foi ricamente abençoado, enriqueceu a ponto de não poderem morar juntos, mas isso causou certa confusão em família. Então seu tio diz a ele que, para não comprometer o relacionamento, era melhor se separarem: “E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos” (Gn 13:8). Numa profunda falta de consideração, Ló escolhe ficar na melhor terra e deixa para seu tio uma paisagem de deserto.

Isso e muitos outros fatos da vida de Abraão nos fazem ver que não é à toa que Deus escolhe certas pessoas – Deus escolhe ou as pessoas se fazem escolher? Abraão não precisava lutar para salvar Ló. Duvido de que este pedisse qualquer favor. Mas Abraão entra numa guerra que não era sua e vence. E a Bíblia não traz nenhum relato de Ló voltando para agradecer – aliás, ele morre pobre, dentro de uma caverna, mas não volta para pedir ajuda a seu tio. Sem qualquer exigência, Abraão o defende colocando em risco a própria vida.

Lição difícil essa do dar sem esperar receber, do perdoar sem olhar o merecimento do perdoado, do ficar no prejuízo e ainda assim não levar em consideração. Por muito menos, riscamos as pessoas do nosso caderninho. E lá vem Jesus ensinando: “Jesus lhe disse: Não te digo que até sete [o número de vezes que se deve perdoar]; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18.22).

Ainda não introduzi o que realmente pretendo dizer. Continuemos. Naquela época, quem vencia a batalha ficava com tudo: bens e pessoas, que transformavam em escravos. Eram os chamados despojos de guerra.

No caminho, mais um ingrato se aproxima de Abraão e este com exigências absurdas. “E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti” (Gn 14.21). Quanta cara de pau! Ele perdeu a guerra, saiu fugido, merecia ter morrido, perdeu todo o seu povo, por conseguinte, seu direito de ser rei. E ainda quer de volta as pessoas! Fala sério. No fundo, deixar os bens para Abraão já lhe parecia muita bondade.

Aprendi que não compensa discutir com gente como o rei de Sodoma. Contra ingratos, caras de pau, folgados, melhor encerrar a conversa rapidinho, até a perda pode ser ganho. É aí que se revela a grandeza de caráter. Com algumas pessoas não vale a pena nem discutir.


Mais uma vez Abraão se mostra acima de qualquer comparação. Veja só como responde: “Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: ‘Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gn 14:22-23). É o cara.
Agora cheguei aonde quero. O primeiro versículo do capítulo seguinte é simplesmente fantástico: “Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão” (Gn 15:1). Chocante!

Se Deus ordena a Abraão que não tema é porque, no fundo, ele estava com medo. Por certo, temia uma represália. E se aqueles reis se juntassem novamente e fossem à revanche? Viver um milagre uma vez é bom demais, duas vezes, só com muita fé. Cinco exércitos contra 318 só com Deus mesmo. E Ele aparece dizendo: “Abraão, não temas. Eu sou o teu escudo”. Que demais! Pode vir um exército numeroso, podem vir exércitos e mais exércitos. Ele tem como escudo nada mais nada menos do que o Criador de todas as coisas, aquEle capaz de destruir e reconstruir tudo com o simples sopro de sua boca.

É assim que Deus surge na história, amigo, da forma como você precisa de que ele se manifeste. Se na necessidade, é o Deus provedor; se na batalha, o seu Escudo; se na doença, o Senhor que sara; se na angústia, o Consolador; se na dúvida, maravilhoso Conselheiro; se na tormenta, o Príncipe da paz. Como você precisa hoje de que Ele se apresente a você? Por qual nome você precisa chamá-lO hoje? Ele atende pelo nome que você precisar.

Só para terminar, vamos ao finalzinho do versículo. O rei de Sodoma queria se gabar de ter enriquecido a Abraão. Talvez quisesse contar para todo mundo: “Ele só se deu bem porque eu deixei; sabe aqueles bens, eu dei a ele”. Com muita sabedoria, o patriarca abriu mão de todos os despojos, bens e pessoas. Não levou absolutamente nada na batalha que empreendeu por simples bondade. E o que ganhou com isso? Absolutamente tudo. Deus lhe disse: “Eu sou o teu grandíssimo galardão”.

Às vezes, ganhamos mesmo quando perdemos. O que mais Abraão poderia querer?

terça-feira, novembro 20, 2012

Cada dia mais rica

Já me perguntaram se minha casa é própria, já me acompanharam até o estacionamento para ver qual é o meu carro, já quiseram saber o valor do meu salário e eu não escondo nenhuma dessas coisas, principalmente porque reconheço que não tenho absolutamente nada que do céu não me tenha sido concedido – “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Ti 1:17). Aliás, só não tenho mais pela minha absoluta incompetência em administrar, porque o meu Deus é extremamente generoso e tem um prazer enorme em me abençoar, mas, como todo bom Administrador, dá a cada um apenas o que ele é capaz de ter: “E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade” (Mt 25-15).

Estes meus 42 anos de vida me ensinaram a não medir a minha riqueza pelos bens que possuo. Não me fio neles. Coisas vêm e vão todo tempo. Tudo o que tenho é pela graça de Deus que me deu tão mais do que mereço que vivo constrangida por Seu favor ilimitado. Quem sou eu para que Ele me ame tanto? “Que é o homem que dele te lembres? E o filho do homem que o visites ?” (Sl 8.1). Por pura misericórdia, Ele resolveu adotar-me como filha. Deu-me seu nome, seu caráter, seu DNA, sua vida e o mais sensacional de todos os presentes: o Seu Santo Espírito. Como se não bastasse, dia a dia me acrescenta amigos, alguns mais chegados que irmãos.

Ontem senti-me a mais rica da pessoas. Chorei ao telefone, recebi mensagens lindas no Facebook e no celular. Constrangi-me com tantas coisas boas que me disseram, e tudo claramente vinha do fundo do coração.

Mais uma vez louvei a bondade do meu misericordioso Deus. Em meio à minha pequenez, Ele tem revelado aos outros uma Keila que estou aprendendo a ser. As pessoas falavam de mim de uma forma tão maravilhosa que eu só pude concluir com toda a certeza que se pode ter: "Já não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20). As pessoas falavam de mim, mas eu sei que não eram minhas as características em realce. A obra redentora de Cristo operou milagres extraordinários na minha pessoa.

Sou rica. Não posso dizer o contrário. Sou milionária, bilionária, “tudoária”... Coisas podem ser compradas, mas carinho, amor, respeito, admiração, pessoas, não. Estou cercada de gente maravilhosa, que me quer bem, que se importou em me fazer saber o quanto gosta de mim, me emocionou, me comoveu, me consternou. Quanta alegria! Que alegria!

Tive o mais simples dos aniversários; sem bolo, sem velhinhas - deixei para comemorar depois que acabarem as provas da Jujuzinha. Mas tinha dentro de mim uma alegria indizível. Era um prazer que não tem a ver com a casa cheia, com o número de presentes, com coisas e valores. Era uma alegria do fundo do coração mesmo, uma paz, uma sensação tão boa, tão boa que nem dá para explicar. Nada como se sentir amada!

Ah, evangelho maravilhoso que faz alguém como eu, com tão poucas possibilidades de ser agradável, ser tão celebrada! Ah, mudança poderosa que só Jesus faz!

Não tenho palavras para agradecer a você que se importa comigo. Sinto-me realmente obrigada a retribuir todo o bem que recebo sempre. Como vocês me enriqueceram!

Muito, muito, muito obrigada!

domingo, novembro 11, 2012

Tempo e espaço

Hoje é um dia especial: primeiro dia da semana, domingo; sétimo dia da semana, dia do descanso.

Deus resolveu que nossa vida seria determinada por ciclos de seis dias:
“Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos,  mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao  Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou" (Êx 20:8-11). Um dia, de sete, tornou muito especial. Tão especial que o capítulo 20 de Êxodo, que traz os Dez Mandamentos, destinou um versículo para cada ordem, mas para o sábado dedicou vários. Por que será? Porque Deus considerou esse assunto muito importante.

O homem foi chamado a dominar em duas esferas: o espaço e o tempo, ambas igualmente importante - aliás, o tempo é um pouco mais importante. Ter mais "espaço" na terra, que quero traduzir aqui por domínio sobre coisas, custa o nosso tempo. Recebemos salário porque entregamos o nosso tempo e a nossa força a alguém e determinamos quanto isso vale. Por outro lado, ter mais tempo pode ser mais fácil para quem é detentor de mais espaço. E o que quero chamar de tempo? Capacidade de dispor de si mesmo e do que possui à sua maneira.

Acho que estou sendo um pouco teórica, mas vou melhorar. Durante seis dias, podemos viver o frenesi de conquistar, sobreviver, crescer e multiplicar, mas, pelo menos um dia, precisamos parar, celebrar o fato de estar vivo e, mais importante de tudo, reconhecer que há um Deus que a tudo sustenta ao qual a nossa alma está diretamente ligada, de quem recebemos a nossa própria imagem, por quem ansiamos, mesmo sem saber. "Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus" (Sl 42:1).

Deus sabia que esse nosso anseio por dominar o espaço nos faria esquecer a premência do tempo, por isso ordenou que separássemos um dia, dando-nos Seu próprio exemplo: "Assim terminou a criação do céu, e da terra, e de tudo o que há neles. No sétimo dia Deus acabou de fazer todas as coisas e descansou de todo o trabalho que havia feito. Então abençoou o sétimo dia e o separou como um dia sagrado, pois nesse dia ele acabou de fazer todas as coisas e descansou" (Gn 2:1-3). Você prestou atenção em quantas vezes Ele fala a palavra "dia" em trecho tão pequeno?

Há um dano enorme na quebra de princípios. Separar um dia é um princípio benéfico ao próprio homem - “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2:27). Outra versão do texto que postei acima diz que Deus abençoou o sábado e o santificou e descansou. Só para esclarecer novamente, o que vale é a separação de um dia, não importa que nome tenha esse dia: "Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias" (Rm 14:5).

Sendo senhores do nosso próprio tempo, então, como obedecer a esse princípio que tem em vista a minha própria saúde e paz? Buscar a bênção que Deus dispensa de uma forma especial nesse dia. Como? Entrando em comunhão com Deus, estando disponível para ele, num tempo de quietude, meditação, paz. Separando esse dia de forma que ele seja realmente diferente de todos os outros nas programaçōes, no estado de espírito, nas próprias atitudes, perseguindo a paz. Por fim, se Deus descansou, tanto mais nós precisamos desse tempo.

Por que um post tão demorado e tão teórico em pleno domingo, um texto um tanto complicado? Para que você guarde a si mesmo da pressão da conquista, da necessidade do mais. Alguns consideram a parada perda de tempo, assim, gastam seu sétimo dia com fardos e mais fardos, obrigaçōes nada prazerosas, combates evitáveis. "Pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos" (I Tm 6:10).

Não sei quantas vezes por semana você separa um tempo para alimentar a sua fé, mas o domingo é um dia perfeito. Lembre-se de que
"nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4:4). Nada sustenta mais, nada alivia mais, nada consola mais do que essa poderosa palavra que procede da boca de Deus.

Preciso deixar para você algo que estava lendo que muito me marcou: "Contra o que lutamos é a entrega incondicional do homem ao espaço, sua escravização às coisas. Não devemos esquecer que não é uma coisa que empresta significado a um momento; é o momento que empresta significação às coisas" (Bruce Waltke).

Não deixe o fator espaço ter mais lugar na sua vida do que o fator tempo. "Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto" (Is 55:6).

Tenha um abençoado domingo!

domingo, novembro 04, 2012

Do meu jeito

Hoje parei minha leitura bíblica e escrevo entre lágrimas porque fui muito confrontada com o que aprendi. Por isso, antes de contar tudo a você, quero incentivá-lo a gastar um tempo com Jesus, que é a própria Palavra, o verbo vivo, que ainda fala e tanto mais quanto quiser alguém ouvir.

O texto de hoje é Hebreus 3: "Portanto como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provocaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso" (Hb 3.7-11).

Confesso que nunca entendi qual era a dos israelitas. O texto diz que eles passaram quarenta anos no deserto vendo coisas espetaculares, algumas até apavorantes. Viram o mar se abrir, coluna de fogo no céu, pão "nascer" na terra, o maná, chinelo crescer, roupa não se desgastar, água virar sangue, chuva de pedras e, pasmem, ouviram a voz do próprio Deus que, de tão temível, pediram que não lhes falasse mais. O que faltava a eles para que cressem em Deus? 

Na minha pouca modéstia, pensava: se eu estivesse lá, com certeza, eu creria. Não estaria na lista dos que provocavam a Deus.

O primeiro versículo do livro de Hebreus é este aqui: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho". Naquela época, a principal maneira como Deus falava era pelos profetas. São inúmeras as passagens em que vemos Deus usar e enviar pessoas a outras para entregarem Seus recados. Mas o texto termina dizendo categoricamente que hoje, nestes últimos dias, Ele nos fala pelo Filho. E quem é o Filho? O evangelho de João o chama de Verbo vivo, a Palavra, a Bíblia.

Isso tudo quer dizer que a principal maneira como Ele pretende falar a nós hoje não é enviando profetas, não é através de pastores e líderes. Ele quer falar com você particular e pessoalmente. Transcrevo aqui esse mesmo versículo traduzido numa Bíblia diferente chamada A Mensagem: "Passando por uma longa linha de profetas, Deus falou aos nossos antepassados séculos a fio, de diferentes maneiras. Em tempos recentes, a comunicação foi direta, por intermédio de seu Filho". Veja que bonito: "a comunicação foi direta", sem terceiras pessoas. Aleluia!

Volto ao primeiro texto: "Hoje, se ouvirdes a sua voz". Só não ouve a Sua voz quem não quer. O Salmo 19 diz que os céus estão proclamando a glória de Deus, o firmamento anunciando as obras de Suas mãos, um dia discursando ao outro dia. Em tudo Deus pode ser visto. E o conselho do texto é: não faça o que os hebreus fizeram provocando a Deus, depois de terem visto os seus milagres para que não percam o que lhes foi prometido. 

Nunca me equiparei aos hebreus, como eu já disse. Sempre pensei que, no lugar deles, teria agido diferente, até agora, quando li o mesmo texto na versão de A Mensagem: "Hoje, por favor, ouçam; não fechem os ouvidos como na ' revolta amarga', o tempo de provação no deserto! Ainda que eles tivessem observado o meu trabalho por quarenta anos, seus antepassados não me permitiram agir do meu modo e muitas vezes testaram a minha paciência".

Deixe-me esclarecer um pouco mais o que está aí. Deus queria que o povo se alimentasse do maná; eles choravam porque queriam carne. Deus queria que eles sonhassem com a nova terra onde manava leite e mel; eles choravam porque queriam voltar a ser escravos no Egito e comer cebola - vale lembrar que, quando eram escravos, choravam para serem libertos. Deus queria que possuíssem Canaã, atacassem e conquistassem; eles queriam voltar ao Egito porque em Canaã havia gigantes. Na verdade, o Senhor tinha planejado para eles um futuro glorioso, mas eles não acreditavam que Ele era capaz de dar-lhes esse futuro. Choraram, choraram para sair do Egito, então choraram, choraram para voltar ao Egito. Clamaram, clamaram dizendo: "Deus, nos livre". Então reclamaram, reclamaram: "Não sei por que o Senhor nos tirou de lá". Tenha a santa paciência!

Estou todinha incluída nesse texto. Agora, sim, entendi. Eu também muitas vezes clamo ao Senhor por muitas coisas, mas quero agir do meu jeito, dar-Lhe sugestōes, dizer como quero que Ele faça o que eu decidi que preciso. E na minha imaturidade, escolho caminhos por onde Deus não iria. Quantas coisas gostaria de que Deus fizesse, mas nem estou certa de que é da Sua vontade! Quantas sugestōes Lhe tenho dado! Quantas perguntas tenho feito, sabendo que Ele não deseja responder! Quantos pedidos tolos!

Só costuma dar muitas sugestōes a Deus quem não está plenamente convicto de que o Senhor é bom, Sua hora é perfeita, Sua maneira é a melhor, Sua vontade é boa, perfeita e agradável.

Paulo disse: "Aprendi a estar satisfeito com o que tenho.  Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco.  Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação" (Fl 4:11-13). Ele aprendeu o segredo do contentamento. E qual é? A fé em Deus. Acreditar que "todas as coisas estão cooperando para o nosso bem", que quem tem Jesus não precisa de mais nada. Então, em última análise: o que Deus permite vai nos fazer bem.

Reconheço que ainda me pareço com os meus pais do deserto, que provocaram a Deus porque queriam as coisas do seu jeito. Aprendi. 

Decido crescer em fé, confiar no Senhor e descansar em todo tempo, sabendo que tudo o que Ele tem para mim é o melhor, que Sua mão está sobre mim e que Ele é por mim, então, está tudo certo.

Nada de exigir as coisas do meu jeito.

terça-feira, outubro 30, 2012

Um sonho

Outro dia, fui a uma festa e, como toda boa mulher, ao ver o cabelo lindo da minha amiga, não resisti e perguntei quem era a cabeleireira, pedi o telefone, quis saber até o preço da coloração - a amiga é bem chegada, por isso tomei a liberdade. Somos assim. Quando vemos alguma coisa muito boa, quando algo nos chama a atenção, corremos atrás para saber mais detalhes, compramos revistas, assistimos a programas, fazemos o possível para saber mais. No afã de obter informaçōes, muitos seguem de perto seus ídolos.

Pregar o Evangelho não tem sido muito fácil nestes tempos e isso me incomoda bastante. A Bíblia conta, no livro de atos, de uma igreja que caiu na graça do povo e, por isso, crescia a cada dia. Imagino que o povo corria atrás dessa igreja para saber mais e, quando os conhecia, resolvia fazer parte daquela maravilhosa comunidade, o que é bem o motivo das nossas reuniōes: um encontro dos irmãos, uma deliciosa reunião de família, e, se não é assim, deveria ser.

Este post me veio quando, em meu coração, me lembrei deste Salmo: "Quando o Senhor trouxe do cativeiro os que voltaram a Sião, estávamos como os que sonham.  Então, a nossa boca se encheu de riso, e a nossa língua, de cânticos; então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes.  Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres" (Sl 126:1-3). Como você pode ver, as pessoas de outras naçōes admitiam que Deus estava sendo bom para com os israelitas. E por quê? Por causa da postura deles.

Já ouvi muitos dizerem: "Para ser crente como esse aí, prefiro ficar fora. Esse Deus a quem vocês servem é muito chato. Essa igreja é horrorosa. Ô povinho chato esse chamado crente". 

Estamos longe de cair na graça do povo. E por que será? Podemos entender parte disso através do Salmo. As pessoas acerca de quem se falava que era visível a bênção de Deus eram gente feliz e agradecida, cuja boca estava cheia de risos e a língua de cântico. Eles se lembravam de como eram no passado e da obra que Deus havia feito na vida deles. Chegaram a dizer que a vida atual deles parecia um sonho: "Quando o Senhor restaurou a sorte de Sião, ficamos como quem sonha".

Não são poucos os que nem sabem o que estão fazendo no caminho do Senhor. Muitos sentem uma saudade imensa do tempo em que andavam em seus próprios caminhos, seguindo o seu próprio desejo, como diz Efésios, destrutivo: "E vos vivificou, estando vós mortos em ofensas e pecados,  em que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste mundo, segundo o príncipe das potestades do ar, do espírito que, agora, opera nos filhos da desobediência;  entre os quais todos nós também, antes, andávamos nos desejos da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como os outros também" (Ef 2:1-3). 

Depois que aceitamos a Jesus, que Ele entrou na nossa vida e em nós veio fazer morada, passamos a ter vida. Isso sim é vida de verdade! Mas estamos realmente como quem sonha ou a vida com Deus parece um pesadelo: "Porque é mandamento sobre mandamento, mandamento e mais mandamento, regra sobre regra, regra e mais regra: um pouco aqui, um pouco ali" (Is 28:10)? Como podemos ter saudade de um tempo de trevas? Isso só se justifica se ainda permanecemos em trevas, pois, quem viu a luz sabe como ela é maravilhosa: "Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida" (Jo 8:12).

Quem não consegue ver o bem, quem não consegue se regozijar com a vida que tem em Cristo deve analisar se realmente está nEle - "Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele" (Rm 8:9). Quem disse isso foi Paulo ao escrever aos romanos. Quem está em Cristo anda no espírito, cujos frutos são: alegria, paz, paciência, fé, bondade, mansidão, domínio próprio, benignidade e amor. Se essas características não fazem parte do nosso caráter, precisamos analisar se realmente estamos em Cristo - talvez ainda não estejam aperfeiçoadas, mas prosseguimos para o alvo.

Quando o Senhor restaurou a nossa sorte, livrando-nos de um futuro miserável, da opressão, do caos, ficamos como quem sonha. Ah que sonho bom saber que podemos andar com Deus todos os dias, falar com Ele quando quisermos e ter a certeza de que somos ouvidos, fazer pedidos sabendo que seremos atendidos: "Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e
vos será feito" (Jo 15:7)!

Quando vivemos como Deus espera de nós não tem jeito; as pessoas têm de reconhecer que, de fato, o Senhor é conosco. Várias vezes tiveram de dizer de Abraão: "Ouve-nos, meu senhor: príncipe de Deus és no meio de nós" (Gn 23:6).

Estou certa de que as pessoas não reconhecerão que Deus é conosco enquanto nós mesmos não estivermos convictos disso e celebrando esse presente. Veja novamente como o que as pessoas diziam de Israel e o que eles diziam deles próprios combinava: "Então, se dizia entre as nações: Grandes coisas fez o Senhor a estes.  Grandes coisas fez o Senhor por nós, e, por isso, estamos alegres".

Se você não está convicto de que Deus está com você, encerro com alguns textos da maravilhosa Palavra que não mente jamais: "Deus mesmo disse: 'Nunca o deixarei, nunca o abandonarei (Hb 13:5); Eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos (Mt 28:20). Quando passares pelas águas, estarei contigo, e, quando pelos rios, eles não te submergirão; quando passares pelo fogo, não te queimarás, nem a chama arderá em ti" (Is 43:2).

sexta-feira, outubro 26, 2012

Final da história

Sinto-me obrigada a retomar o assunto do post anterior. Se você não leu, peço, por favor, que, antes de ler este aqui, dê uma olhadinha lá.

Falei que o preço da paz não é alto demais, mas o sentimento de injustiça é cruel. E é muito difícil livrar-se dele. Por mais que digamos que deixamos para lá, dói. O que fazer então? Vou mostrar a você o fim dessa história para que o seu coração seja reanimado. Deus é tão tremendo, tão maravilhoso que nos deixa antever o que está por vir para que suportemos as aflições e não morramos sem alcançar a promessa: “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido” (Gl 6:9).

Só para situá-lo novamente, resumirei ao máximo a história. Abraão cavou poços e lutaram com ele pela posse destes. Ele abriu mão, aceitou o prejuízo e o povo, que nem precisava desses poços, os entulhou. Anos depois, Isaque resolveu reabrir esses poços e dar a eles os mesmos nomes que seu pai havia dado: “Isaque reabriu os poços cavados no tempo de seu pai Abraão, os quais os filisteus fecharam depois que Abraão morreu, e deu-lhes os mesmos nomes que seu pai lhes tinha dado” (Gn 26.18). Ele abriu, o povo reclamou a posse (26.20). Isaque deixou o poço para lá e cavou outro. Eles reclamaram a posse do segundo poço. Isaque abriu mão, eles ficaram com o poço (26.21). Isaque cavou de novo (26.22). Então não reclamaram.

Vamos pensar sobre o assunto. Hoje temos máquinas para cavar poço. É um trabalho de horas, mas, naquela época, era de dias e, pior, sem garantia de haver água no lugar onde estavam cavando. Devia ser uma trabalheira louca cavar poço. Isaque se submeteu a isso três vezes por pura inveja de gente que nem precisava de um poço.

Fugir da briga uma vez é totalmente aceitável. Fugir duas vezes é estranho. Três vezes, impensável, não é mesmo? Não, não é. Foi assim que Isaque se comportou. Imagino que, se dez vezes fosse confrontado, dez vezes cederia.

Sabe como costumam chamar homens assim hoje em dia? Ba-na-na. Que dureza, amigo! As perdas enfrentadas por Isaque foram maiores do que simplesmente de um bem. Havia mais a perder: a própria imagem. Duvido de que ele não tinha empregados para dizer a ele: “Vamos matar esse pessoal; quando vierem tomar posse do poço, vamos dar uma surra neles”. Quantas sugestões ele deve ter recebido! Ah, como precisamos ouvir as pessoas certas – ou A Pessoa certa!

Amigo, se você é brasileiro, tenho certeza de que conhece a expressão: “O mundo é dos espertos”. Quem não conhece a famosa Lei de Gérson: devemos levar vantagem em tudo? Só que a Lei de Deus é maior e mais poderosa do que qualquer princípio humano: “Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes; ela penetra ao ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração” (Hb 4:12).

Veja só como essa história acaba de uma maneira linda: Isaque se mudou daquele lugar, indo morar em Berseba, abandonando um poço que furou a duras penas. Lá Deus reafirmou seu concerto com Ele. Quer dizer, o último poço ficou como um presente para aquele povo contencioso. Nesse novo lugar, foi necessário cavar outro poço, se estabelecer, recomeçar, furar novos poços.

O povo da terra anterior ficou lhe devendo. Deviam-lhe três poços. Isaque pode ter-se esquecido da dívida, o povo pode ter-se esquecido da dívida, seus empregados podem ter-se esquecido da história toda, mas o mundo espiritual registra tintim por tintim: “Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gl 6:7).

Não se sabe o que houve em Gerar depois que Isaque deixou a terra, mas algo aconteceu que os fez reconhecer que Deus era com ele. De alguma maneira, eles sofreram a perda de um homem a quem o Senhor não se cansava de abençoar. Por isso, tiveram de voltar para se desculpar: “Por aquele tempo, veio a ele Abimeleque, de Gerar, com Auzate, seu conselheiro pessoal, e Ficol, o comandante dos seus exércitos. Isaque lhes perguntou: ‘Por que me vieram ver, uma vez que foram hostis e me mandaram embora?’ Eles responderam: ‘Vimos claramente que o Senhor está contigo”. Que coisa linda! Eles tiveram de engolir seco o orgulho.

A Palavra de Deus não falha. Não ficaremos eternamente no prejuízo. De alguma forma, Deus nos recompensará o dano causado injustamente. Aleluia! Deus não se esquece. Só preciso informar-lhe que é preciso esperar o tempo passar. A Bíblia não diz quanto tempo demorou para que Isaque fosse procurado, mas acredito que passou um bocado de tempo. Sabe por quê? Por causa desta frase aqui: “Agora sabemos que o Senhor te tem abençoado" (Gn 26.29). Certamente tiveram de juntar muitos fatos para reconhecer que aquele a quem haviam pedido para sair da terra fazia falta. E tiveram de engolir seco o orgulho, admitir que estavam errados e ir atrás.

Querido leitor, como eu disse no post anterior, a olhos humanos, deixar para lá, não reivindicar o que nos é de direito parece uma injustiça muito grande. Por outro lado, fincar o pé e manter-se no lugar do confronto é um desgaste ainda maior. Afeta a saúde espiritual, afeta a saúde física, afeta a saúde relacional. É preciso aprender a conviver com a perda e olhar as questões com olhos espirituais: “Bem-aventurados os pacificadores, pois serão chamados filhos de Deus” (Mt 5.9). “Mas os mansos herdarão a terra, e se deleitarão na abundância de paz” (Sl 37.11). Esse último versículo é interessante. Escrito num tempo em que para ter posse da terra era preciso guerrear, traz uma verdade interessante: para herdar a terra, é preciso ser manso e esse que herdar assim terá paz, não precisará brigar para manter sua posse.

Espiritualmente, Isaque saiu ganhando. Não parecia. Os poços ficaram, o trabalho foi perdido, ele sofreu um abuso do seu direito, foi espoliado, mas o fim da história mostrou que ele saiu ganhando.

Aguente firme. O invejoso não prosperará para sempre. Mais cedo ou mais tarde, terá de reconhecer que Deus é com você. Não se lamente, não murmure, não sofra. No momento certo, Deus mostrará a todos que Ele é com e por você. Enquanto isso, não Se cansará de abençoá-lo. Assim como esteve todo tempo com Isaque, estará todo tempo com você.

Nada como um dia após o outro.

quinta-feira, outubro 25, 2012

Que injustiça!

Este é o texto de hoje: "Isaque formou lavoura naquela terra e no mesmo ano colheu a cem por um, porque o Senhor o abençoou. O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo. Possuía tantos rebanhos e servos que os filisteus o invejavam. Estes taparam todos os poços que os servos de Abraão, pai de Isaque, tinham cavado na sua época, enchendo-os de terra. Então Abimeleque pediu a Isaque: "Sai de nossa terra, pois já és poderoso demais para nós". Então Isaque mudou-se de lá, acampou no vale de Gerar e ali se estabeleceu. Isaque reabriu os poços cavados no tempo de seu pai Abraão, os quais os filisteus fecharam depois que Abraão morreu, e deu-lhes os mesmos nomes que seu pai lhes tinha dado. Os servos de Isaque cavaram no vale e descobriram um veio d’água. Mas os pastores de Gerar discutiram com os pastores de Isaque, dizendo: 'A água é nossa!' Por isso Isaque deu ao poço o nome de Eseque, porque discutiram por causa dele. Então os seus servos cavaram outro poço, mas eles também discutiram por causa dele; por isso o chamou Sitna. Isaque mudou-se dali e cavou outro poço, e ninguém discutiu por causa dele. Deu-lhe o nome de Reobote, dizendo: 'Agora o Senhor nos abriu espaço e prosperaremos na terra" (Gn 26:12-22).

É sobre essa história que resolvi meditar e quero compartilhar essa meditação com você, porque eu estou convicta de que as leis do Senhor são universais. O que Ele ensina para um vale para todos. Então, semeio na sua vida o que o Senhor fala a mim hoje. Espero que você seja abençoado. Vamos lá.

Isaque era filho de Abraão, foi extremamente abençoado por Deus por causa de seu pai, mas não era apenas uma sombra dele. Ele era uma pessoa. Assim como Deus amou a Abraão, amou a Isaque e ama a mim e a você, porque Ele não faz acepção de pessoas. Espero que você não se canse de ler isso, mas que, assim como eu, esteja cada dia mais convencido de que Deus o ama. Ele não amou mais a Abraão, não ama mais àquele fulano rico que você conhece. Ele ama a todos plenamente.

Outro dia ouvi uma mulher dizer que Deus ama mais a uns do que a outros, porque dá mais a uns do que a outros. Disse a ela que discordo totalmente e que dinheiro não é prova de amor. A lei do dinheiro não é: quanto mais amor Deus tiver por você, mais dinheiro lhe dará. Mentira. A lei do dinheiro é: trabalhe, seja generoso, economize, seja fiel, administre bem... (Podemos conversar outro dia sobre esse assunto.) Já ouvi dizer que a prova de amor é dar. Quanto mais se ama, mais se doa e mais aberto se é para a doação. Deus provou de todas as maneiras que nos ama e não é preciso mais nenhuma outra prova: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores” (Rm 5:8). Está provado. Porque Deus me ama, Cristo morreu por mim e ponto final.

Deus resolveu abençoar Isaque também com bens. Como diz o texto aí de cima: “O homem enriqueceu, e a sua riqueza continuou a aumentar, até que ficou riquíssimo” (Gn 26:13). Ah, que maravilha! Isaque ficou riquíssimo, então, seus problemas acabaram. É assim que a mulher que citei aí em cima pensa. Se tem dinheiro, não tem problema. Ledo engano. Quando as pessoas viram como ele estava enriquecendo, foram possuídas de um câncer chamado inveja: “Possuía tantos rebanhos e servos que os filisteus o invejavam (Gn 26:14).

Não é preciso ser rico para “merecer” a inveja de alguém. Em cada um de nós, Deus pôs algo muitíssimo especial. Uns são detentores de uma beleza estonteante, outros, de uma inteligência. Tenho certeza de que você tem algo invejável. Não sei o que é, mas você deve saber: simpatia, doçura, disposição, elegância, competência, dedicação, talento... Se você ainda não sabe o que faz de você uma pessoa única, é melhor perguntar ao Espírito Santo. Até modéstia tem limite. Olhe para as pessoas ao seu redor e depois ponha um espelho à sua frente e diga a você mesmo o que você tem de especial. É impossível que o Espírito Santo não o faça saber. No fundo, no fundo, sei que você sabe.

É terrível ter que lidar com a inveja dos outros, mas ninguém, absolutamente ninguém está livre. Olha só o que o livro de Provérbios diz sobre a inveja: “O coração em paz dá vida ao corpo, mas a inveja apodrece os ossos” (Pv 14.30). Por inveja: venderam José do Egito, fizeram miséria com Paulo, afrontaram Moisés, conspiraram contra Davi, crucificaram a Jesus. Os exemplos são inúmeros.

Olhe só o que fizeram com Isaque por causa da inveja: “Estes taparam todos os poços que os servos de Abraão, pai de Isaque, tinham cavado na sua época, enchendo-os de terra” (Gm 26.15). Esses poços já tinha sido objeto de briga na época em que Abraão estava vivo, por isso o patriarca propôs um acordo com o mesmo Abimeleque da história de agora para que essa questão ficasse definitivamente resolvida: “Todavia Abraão reclamou com Abimeleque a respeito de um poço que os servos de Abimeleque lhe tinham tomado à força. Mas Abimeleque lhe respondeu: ‘Não sei quem fez isso. Nunca me disseste nada, e só fiquei sabendo disso hoje’. Então Abraão trouxe ovelhas e bois, deu-os a Abimeleque, e os dois firmaram um acordo” (Gn 21:25-27).

Sabe, amigo, é triste o que fazem contra nós por causa da inveja. Tenho certeza de que, de alguma forma, pelo menos uma de suas lutas tem a ver com a inveja. Não conheço ninguém imune. Mas a Palavra de Deus é o nosso remédio. Ela nos ensina tudo o que devemos fazer. Tomaram de Abraão, à força, um poço que era dele. Embora tivesse um poderoso exército e pudesse recuperar esse poço facilmente, Abraão deixou a história para lá e só trouxe à baila quando foi procurado por Abimeleque, tempos depois. Enquanto isso, viveu com o prejuízo.

Pode até parecer que você está perdendo, que está sendo um trouxa, mas se é possível deixar a questão para lá para manter a sua paz, esqueça o assunto. Se foi assim que um homem tão abençoado como Abraão resolveu a questão, por que não seguirmos o exemplo e fazermos o mesmo?

Isaque enfrentou o mesmo problema. Ele furava um poço, o povo entulhava. Furava de novo, o povo entulhava. Se entulhavam, é porque não precisavam daquele poço. É assim mesmo que agem alguns que querem tirar algo de nós. Muitas vezes nem precisam do que temos, mas não conseguem resistir à tentação de causar-nos sofrimento por pura inveja.

O câncer da inveja na vida de Abimeleque e de seu povo foi tão terrível que chegaram a pedir: "Sai de nossa terra, pois já és poderoso demais para nós" (Gn 26:16). Falo de novo: pode parecer injustiça, amigo, você ter de sair do seu lugar, onde já estava estabelecido, com uma vida confortável, só por causa dos outros. Você pode fincar o pé e dizer: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira” e ter de enfrentar uma guerra interminável. Ou pode também começar a chorar diante de Deus e dizer: “O Senhor não está vendo? Que injustiça! Prova para eles que eu estou certo”. Mas estou convencida de que é melhor seguir o exemplo de Abraão e de Isaque.

Teria muito a dizer, mas o post vai ficar grande demais e você pode não querer ler o final (rsrs). Olhe como termina a história: “Então Isaque mudou-se de lá, acampou no vale de Gerar e ali se estabeleceu” (Gn 26:17). Parece que o invejoso ganhou a batalha, não é mesmo? Errado. Você pode até se sentir totalmente derrotado, injustiçado, mas o mesmo Deus que enriqueceu a Isaque e o estabeleceu num lugar é poderoso para ajudá-lo a recomeçar e abençoá-lo ainda mais. Quando o motivo da guerra é a inveja, melhor “dar-se por vencido”. “O rancor é cruel e a fúria é destrutiva, mas quem consegue suportar a inveja?” (Pv 27.4). Repito: quem pode suportar a inveja?

Se Deus é por nós, e Ele é, recomeçar vai sempre nos fazer bem. O preço da paz nunca é alto demais.

quarta-feira, outubro 24, 2012

Adolescência espiritual

Eu costumava colocar um vídeo para a Juju assistir quando ela era bem pequenina, tinha pouco mais de um aninho. Na verdade, quem assistia era eu enquanto ela andava de lá para cá e eu torcia para que ficasse quietinha e eu pudesse descansar um pouco. A canção do vídeo dizia: “Papai sabe mais”. Hoje ela está adolescente. Tem pouco mais de doze anos. Está na fase da contestação, aquela em que quer mostrar a todos que tem suas próprias opiniões. E eu decidi que, nos assuntos pouco importantes, quando ela não concordar comigo, eu concordarei com ela. Estou disposta a ceder e valorizar suas opiniões.

Lembrei-me disso tudo por causa de uma história bíblica que estou lendo, de um personagem chamado Ló. Sua narrativa se resume a poucos capítulos. E ele é citado sempre como um adendo, uma parte da história do grande patriarca chamado Abraão. Era seu sobrinho, enriqueceu enquanto estava junto de Abraão, deu uma de espertinho quando os dois já não podiam morar juntos por causa da imensa riqueza que possuíam, escolhendo a melhor terra e deixando o “resto” para o tio. Precisou ser resgatado por ele quando virou prisioneiro de guerra. Teve uma história um pouco complicada, mas sua consanguinidade o livrou. “Quando Deus arrasou as cidades da planície, lembrou-se de Abraão e tirou Ló do meio da catástrofe que destruiu as cidades onde Ló vivia” (Gn 19:29). O texto merece realce: lembrou-se de Abraão e livrou Ló.

Como Deus é maravilhoso! Ele deixa claro todo o tempo em Sua Palavra que não tem compromisso com pessoas, mas com gerações. Ele não está envolvido só comigo. Desde que tem a mim, compromete-se com toda a minha família, com as minhas gerações. “Crê no Senhor Jesus Cristo e será salvo, tu e a tua casa” (At 16.31). Por causa de Abraão, salvou a Ló. Por causa de um servo de Deus, sua família é poupada e abençoada. Aleluia!

Acho que poderia classificar a Ló como um “adolescente espiritual”. E sabe por quê? Porque ele achava que sabia mais do que Deus, assim como muitos adolescentes pensam saber mais do que seus pais.

Passemos à história. Ló resolveu morar próximo de uma cidade terrível chamada Sodoma. A situação lá era tão cruel que não tinha mais jeito para eles. Era preciso destruí-la. Assim, Deus enviou anjos para fazê-lo. Neste ponto, lendo a narrativa, compartilho com você algo que aprendi na Palavra e muito me edificou: a “paciência” de Deus tem limite. Uso esse termo assim bem humano mesmo apenas para que você entenda. Na verdade, mais correto seria dizer que Deus é justo e que seu juízo tem prazo certo. “Ao raiar do dia, os anjos insistiam com Ló, dizendo: "Depressa! Leve daqui sua mulher e suas duas filhas, ou vocês também serão mortos quando a cidade for castigada" (Gn 19:15). Se Ló não corresse, chegaria a hora da destruição e ele morreria junto. Foi necessário que os anjos tomassem a Ló pela mão para tirá-lo de lá. Quase que sobra para ele. Isso mostra que a destruição tinha hora marcada. Eles não esperariam até que Ló decidisse obedecer.

Em vários textos da Bíblia, o Senhor nos fala sobre o cálice da ira de Deus, sobre um dia certo de julgamento: “Quando se completarem os setenta anos, castigarei o rei da Babilônia e a sua nação, a terra dos babilônios, por causa de suas iniquidades’, declara o Senhor, ‘e a deixarei arrasada para sempre” (Jr 25:12); “Então o Senhor lhe disse: "Saiba que os seus descendentes serão estrangeiros numa terra que não lhes pertencerá, onde também serão escravizados e oprimidos por quatrocentos anos” (Gn 15:13).

Paro agora para trazer a você uma palavra de ânimo. Não sei se você é vítima de alguma injustiça, se tem perguntado ao Senhor quando é que Ele se levantará a seu favor e fará a tão almejada justiça, mas preciso informá-lo de que: primeiro, é certo que Deus fará justiça; segundo, que há um prazo certo para isso acontecer. Nós pais costumamos dar chances aos nossos filhos. Dizemos: “Desta vez, você não vai ser disciplinado, mas não repita isso, senão...”. Deus age da mesma maneira: “Na quarta geração, os seus descendentes voltarão para cá, porque a maldade dos amorreus ainda não atingiu a medida completa (Gn 15:16). Para disciplinar os amorreus, povo que escravizou os hebreus, era necessário que sua iniquidade atingisse a medida completa, o que aconteceria, pela presciência de Deus, dentro de quatrocentos anos. Deus não falha. A justiça vem; está a caminho, basta completar-se o prazo de tolerância.

Voltemos a Ló. Achei muito interessante perceber que ele, em certo momento, pensou saber mais do que Deus. Quando os anjos o fazem sair da cidade, dizem a ele: "Fuja por amor à vida! Não olhe para trás e não pare em lugar nenhum da planície! Fuja para as montanhas, ou você será morto" (Gn 19:17). Deus não nos mandaria ir a algum lugar que não fosse o melhor para nós naquele momento. Mas Ló não creu assim: “Ló, porém, lhes disse: "Não, meu senhor! Seu servo foi favorecido por sua benevolência, pois o senhor foi bondoso comigo, poupando-me a vida. Não posso fugir para as montanhas, se não esta calamidade cairá sobre mim, e morrerei. Aqui perto há uma cidade pequena. Está tão próxima que dá para correr até lá. Deixe-me ir para lá! Mesmo sendo tão pequena, lá estarei a salvo" (Gn 19:18-20). Indiretamente Ló estava dizendo: “Senhor, ali tem um lugar muito melhor do que aquele para onde queres me mandar”. Isso não é incrível!

Muitas vezes agimos assim com Deus: “Senhor, me mandas perdoar porque não sabes o que estou passando; não estás vendo as minhas dificuldades?; Tu me destes só isso aqui e para com o fulano agiste com mais bondade”... Quantas vezes não nos chateamos com a “injustiça” de Deus, com o fato de Ele não fazer justiça do nosso jeito, no nosso tempo, como se soubéssemos qual é o tempo de cada coisa! Somos misericordiosos a ponto de dar várias chances aos nossos filhos, mas não admitimos que Deus dê várias chances aos Seus.

Na “santa adolescência” de Ló, foi atendido. O anjo permitiu que fosse se refugiar em Zoar, a pequenina cidade da qual ele falou. "Está bem", respondeu ele. ‘Também lhe atenderei esse pedido; não destruirei a cidade da qual você fala” (Gn 19:21). E o que aconteceu? Passou apuros lá. “Ló partiu de Zoar com suas duas filhas e passou a viver nas montanhas, porque tinha medo de permanecer em Zoar. Ele e suas duas filhas ficaram morando numa caverna” (Gn 19:30).

Deus é um Pai bondoso. Ele quis poupar Ló dos apuros que passou, por isso avisou: “Vá para as montanhas”. Ele respondeu: “Prefiro a cidadezinha”. Mas depois teve de admitir: “Senhor, reconheço que era melhor ir para as montanhas”. Dureza. Precisou sofrer em Zoar para aprender.

Se soubesse o nome do vídeo a que a Juju assistia, divulgaria aqui para cantarmos juntos – e eu mais alto do que todos –: “Papai sabe mais”!

terça-feira, outubro 23, 2012

A Manchete

Todo jornal traz estampado na primeira página, em letras garrafais, o assunto mais importante do dia. E numa fonte um pouco menor, outras e outras notícias seguem. Aquela chamada principal nos avisa que há alguma questão sobre a qual precisamos nos inteirar. E, ainda que seja uma máxima a imparcialidade, esta é impossível, pois ninguém é capaz de falar sobre algum assunto sem, de alguma maneira, incluir algo de si mesmo, emitir alguma posição, ainda que bem disfarçadamente ou até mesmo sem querer.

Tenho acompanhado os assuntos do mundo gospel. Dia após dia, são mensagens e mensagens. E tenho notado que o assunto recorrente é como viver melhor aqui na terra. Não é um assunto ruim, não. O Evangelho é uma proposta completa: melhora a vida aqui e agora e garante a vida eterna. Mas estranha-me o fato de estarmos tão pouco preocupados com a vinda de Jesus, com a questão mais séria da existência humana: somos eternos e passaremos essa eternidade em algum lugar que não esta terra – na verdade, na nova terra: “E vi um novo céu, e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo, e o mesmo Deus estará com eles, e será o seu Deus” (Ap 21:1-3).

Eu mesma não me lembro de ter abordado o assunto da segunda vinda de Cristo aqui neste blog mais de uma ou duas vezes. Também fico imersa em assuntos desta vida, afinal, tudo tem sido tão intenso, são tantas ocupações, tantas preocupações, que precisamos de um freio. Então hoje decidi ser o meu e o seu freio.

Há uma vida em abundância para ser vivida aqui e agora. Leia este texto: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10:10). Outro dia, ouvi uma pessoa comentar esse texto, dizendo que essa vida em abundância é para ser usufruída no céu. Errado, completamente errado. Veja o contexto do versículo. Começa falando de alguém que veio para nos roubar, nos matar e nos destruir. Onde isso é possível? Somente aqui. Ninguém será capaz de nos matar, nos roubar ou nos destruir no céu. Lá não entrará ladrão. O texto está falando da vida aqui mesmo e completa dizendo que Jesus veio para nos dar uma vida abundante no mesmo lugar onde o ladrão quer roubar essa vida abundante. Onde? Aqui, é claro.

Pena que estejamos tão preocupados com essa vidinha aqui, de, no máximo, cento e poucos anos, enquanto uma eternidade que nos espera está sendo construída por nós dia a dia. “Mas Deus lhe disse: Louco! Esta noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será? Assim é aquele [é louco] que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus” (Lc 12:20-21). Não sei se você prestou atenção no texto, mas ele fala sobre sermos ricos para com Deus. Diz que algumas pessoas são ricas para com Deus e outras não o são. Gostaria de conversar com você um pouco sobre isso.

Estamos construindo a nossa eternidade, que está cada dia mais próxima. E como o fazemos? Por meio de obras. O que fazemos está sendo levado em consideração no céu e, quando estivemos diante de Deus, essas obras se transformarão em galardão, ou seja, presentes, recompensa: “E, se alguém sobre este fundamento [Jesus] formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um. Se a obra que alguém edificou nessa parte permanecer, esse receberá galardão” (I Co 3:12-14).

Se não fosse importante ser rico para com Deus, Jesus não teria abordado o assunto. Ele quer que sejamos ricos para com Deus, que tenhamos lá um bom depósito. Paulo sabia disso, tinha uma “poupança” no céu que ninguém era capaz de roubar, por isso disse: “Por cuja causa [pela causa de Cristo] padeço também isto, mas não me envergonho; porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que é poderoso para guardar o meu depósito até àquele dia” (II Tm 1:12).

O capítulo do dia de hoje, Provérbios 23, traz um bom conselho para nós: “Não te fatigues para enriqueceres; e não apliques nisso a tua sabedoria. Porventura fixarás os teus olhos naquilo que não é nada? Porque certamente criará asas e voará ao céu como a águia” (Pv 23:4-5). Em outras palavras, não se canse buscando apenas as coisas desta terra. “Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos [para este mundo], e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus” (Cl 3:2-3).

Jesus está voltando. Nosso tempo está se esgotando. Talvez você tenha lido ou ouvido falar sobre o livro de Apocalipse e a mensagem tenha parecido tão distante, tão distante que você nem considera que Jesus está voltando. Quem fala sobre isso? Que igreja prega essa mensagem? Aproveito para abrir um parêntese, se me permite. Às vezes, os estudos que ouvimos sobre Apocalipse são tão teóricos, tão desprovidos da unção de Deus, que depois de n aulas não temos uma gota de vontade de dizer: “Maranata, ora vem, Senhor Jesus”! Ah, quem dera todos soubéssemos como será gloriosa a nossa vida com o Senhor, o nosso corpo glorificado, o mundo livre de doenças, misérias, disputas, dores! Precisamos ansiar por isso. “Porque para mim tenho por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser revelada” (Rm 8:18). Há uma vida tão gloriosa esperando por nós que esta vida abundante de aqui e agora nem pode ser chamada de vida: “E Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor; porque já as primeiras coisas são passadas” (Ap 21:4). “Quem vencer, herdará todas as coisas; e eu serei seu Deus, e ele será meu filho” (Ap 21:7).

Volto ao assunto dos jornais. Como gostaria de ouvir em todas as igrejas, de ver estampado em muitos sites as revelações embasadas da Palavra sobre o que nos aguarda! Será tão glorioso, tão glorioso nos encontrarmos com Jesus, cearmos com Ele, morarmos com Ele, vivermos com Ele e para Ele que não deveríamos, nem por um segundo, desejar que Ele não voltasse.

Preciso terminar este post. Mas não sem antes dizer que, mesmo que você considere demorada a volta de Jesus – “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se” (II Pe 3:9) – está cada dia mais próximo. Maranata! Maranata! Ainda que você a tenha por tardia, quero lembrá-lo que cada dia estamos mais próximos de sermos buscados por Ele. Não sabemos quantos dias ainda temos pela frente. Podemos ir hoje, amanhã, semana que vem, ano que vem, daqui a dez anos. Certo mesmo é que a hora virá e de repente. É bom que, durante este tempo, neste dia que se chama hoje, cresçamos em intimidade com Deus, semeemos o bem, nos empenhemos em sermos ricos para com Deus.

Deus nos ama e preparou para nós uma eternidade gloriosa que poderá “começar” a qualquer momento. Prepare-se. Não perca tempo, não viva de forma desprevenida, não se deixe ser pego de surpresa. “Sabei, porém, isto: que, se o pai de família soubesse a que hora havia de vir o ladrão, vigiaria, e não deixaria minar a sua casa. Portanto, estai vós também apercebidos; porque virá o Filho do homem à hora que não imaginais” (Lc 12:39-40). Maranata! Ora vem, Senhor Jesus!

Encerro com a manchete de hoje: JESUS VEM BREVE. PREPARE-SE!

segunda-feira, outubro 22, 2012

Desligue o piloto automático

Imagino que você também já tenha vivido a experiência de sair de casa sem saber se desligou o ferro elétrico ou o fogão, se trancou a porta, se acendeu ou apagou luzes. Também imagino que algum dia já se viu dirigindo por uma estrada que não era a do local aonde deveria ir. Meu marido chama isso de andar no automático.

Nós nos acostumamos com muita coisa. Por isso, fazemos as coisas sem nem saber por que, como, pra quê. Vamos internalizando comportamentos, transformando em hábitos e nos esquecemos de refletir. Assim, muitas vezes o nosso corpo está em um lugar onde nossa mente não está de fato. Deixamos o tempo passar e nem nos apercebemos de que ele não vai voltar.

Toda essa introdução é para trazer o assunto que quero abordar, uma experiência maravilhosa de um cego. A forma como a Bíblia se refere a ele é um tanto quanto chocante: “E, saindo ele [Jesus] de Jericó com seus discípulos e uma grande multidão, Bartimeu, o cego, filho de Timeu, estava assentado junto do caminho, mendigando" (Mc 10:46). O nome do homem era Bartimeu. Seu estigma, ser cego. Seu defeito físico era a melhor forma de defini-lo. Quem era? Bartimeu. Qual Bartimeu? O cego.

Uma das coisas que acho impressionante ver e que tenho me empenhado em mudar é a qualificação que dou as pessoas. Isso tem começado na minha própria casa. É muito difícil ver alguém ser reconhecido por seu talento, por aquilo que tem de bom. Na maioria das vezes, as pessoas são conhecidas por serem: aquele gordinho, aquela magrela, aquela zarolha, aquele folgado, aquele gago, aquela fofoqueira. Quantas pessoas você conhece que são chamadas assim: aquela inteligente, aquele talentoso, aquela bondosa, aquele trabalhador? Meu marido tem um “estigma” que eu amo e ele também. As pessoas falam com ele como se estivessem fazendo uma gozação, mas ele recebe o nome e se alegra cada vez que ouve. O sobrenome dele é Vilas Boas e as pessoas o chamam de “vida boa”. Sabemos que alguns o fazem como se fosse uma chacota, mas é, para nós, uma denominação extremamente agradável. Sorrimos e amamos o apelido, embora saibamos que alguns o fazem na malícia.

Bartimeu estava cercado de pessoas. Jesus não tinha ido falar com ele, estava apenas passando e com um cortejo grande, imagino. Mas isso não importava para ele, contanto que se fizesse visto pelo Mestre. Então ele começa a gritar. Faz o possível para ser notado, enquanto o povo o manda calar a boca. “E muitos o repreendiam, para que se calasse; mas ele clamava cada vez mais: 'Filho de Davi! tem misericórdia de mim” (Mc 10:48). Esse comportamento do cego me chama muito a atenção. Quantas vezes não deixamos a bênção passar de nós pela pressão dos outros ou por vergonha mesmo! E ainda dizemos: “Mas ele não me viu; ele não veio aqui por minha causa; ele não me cumprimentou; ele nem sabe que eu existo”. Bartimeu podia ter se resignado e deixado Jesus passar. Podia ter esperado uma nova oportunidade em que Ele não estivesse assim tão cheio de companhias. Podia ter deixado para a próxima, mas não deixou a oportunidade passar. Não importava quantas vezes ouviria as pessoas dizendo para se calar. Decidiu se fazer ouvir. Não foi Jesus quem o notou; foi ele que chamou a atenção do Salvador.

Ainda há um fato interessante na forma como se fez ouvir. Enquanto todo mundo gritava: Jesus, Jesus de Nazaré, ele chamou a atenção do Mestre de uma forma diferente: “Jesus, filho de Davi, tem misericórdia de mim” (Mc 10:47). Chocante isso. Só pode ter sido o Espírito Santo quem revelou a ele a descendência de Jesus. Não se ouve nos evangelhos Jesus mesmo dizer dEle que era o Filho de Davi. Foi um grito de revelação, um grito diferente que fez Jesus parar. A fé de Bartimeu abriu para ele a porta da revelação, deu a ele a chave para se fazer notar. Enquanto todos conheciam o Jesus da cidade de Nazaré, a ele foi revelado o Jesus Filho de Davi, Salvador do mundo, o Messias por quem todos esperavam. Quem contou ao cego que aquele era o Filho de Davi, uma designação profética do Messias? Só pode ter sido o Espírito Santo. Que revelação! Como Jesus não ouviria um grito desses?

Não vou continuar a história, mas você pode ler no livro de Marcos, porque há muitas revelações ali. Quero terminar o post comentando algumas coisas.

Hoje ainda temos a oportunidade de desfrutar de Jesus aqui e agora, mas ainda O deixamos passar despercebido. Depois reclamamos. Vamos aos cultos, entramos nos nossos momentos devocionais ligados no piloto automático. Quantas vezes não terminamos a nossa oração sem sequer saber o que mesmo nós dissemos? Quantas vezes não conseguimos nos lembrar dos cânticos que entoamos no culto do dia anterior? Se eu perguntasse a você qual foi o texto da mensagem que ouviu no último culto saberia dizer o endereço do texto que embasou? Repetimos frases poderosas, mas vazias de significado na nossa boca. Estão inseridos, nas nossas orações, versículos incapazes de produzirem efeito na nossa própria vida, porque vêm desacompanhados da fé, e sem fé é impossível receber de Deus qualquer coisa: “Peça-a [sabedoria], porém, com fé, em nada duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento, e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa” (Ti 1:6-7).

Quem está decidido em obter de Deus alguma coisa precisa ter uma atitude correspondente à fé. Como diz, e muito bem, o livro de Tiago: a fé sem obras é morta. Crer sem agir não tem efeito. Dizer: “Deus vai fazer, Deus pode fazer” sem cooperar com Ele é tolice.

Por outro lado, quem tem fé suficiente para se fazer visto, para gritar até merecer a atenção, para enfrentar uma multidão para chegar até Jesus não sairá de Sua presença sem obter o que espera. Podemos extrair de Deus o que desejamos assim como uma mulher que sofria de uma hemorragia conseguiu extrair de Jesus poder: “E disse Jesus: Alguém me tocou, porque bem conheci que de mim saiu virtude” (Lc 8:46). A mulher extraiu virtude de Jesus, ou seja, ela sugou do Seu poder.

Podemos andar no piloto automático e precisar fazer um esforço fora do comum para nos lembrarmos do dia anterior, do que fizemos semana passada, da última vez que aconteceu algo inesperado, ou podemos sair do piloto automático e extrair do Senhor virtude para cada dia, chamando a Sua atenção, clamando por ele. Para isso, será preciso enfrentar a multidão, sair da zona de conforto, desprezar aqueles que querem nos tirar do foco e desistir daquele sentimento de pobre coitadinho para quem nada acontece.

Convido você a desligar o piloto automático e ir à luta. Deus está disponível agora. Clame por ele!

terça-feira, outubro 16, 2012

Pessoa agradável

Posso afirmar que amo minha família hoje muito mais do que em qualquer outra época da minha vida. Jamais pensei que fosse possível o amor crescer tanto. Como quero facilitar a vida dos meus filhos, ver meu marido feliz e realizado, meus pais, meus irmãos, toda a minha parentela bem, com saúde! Se eu, uma pessoinha tão limitada, consigo amar tanto, como não será o amor de Deus?

Certamente no final dos bons anos que o Senhor me permitirá viver, estarei amando ainda muito mais. Não sei se o amor cresce ou amadurece, sei que ele se torna mais forte e perceptível a cada dia. E sei também que ele jamais será pleno e completo como o amor de Deus enquanto eu estiver neste corpo mortal, porque ele não suporta. Este corpo é limitado, temporal, frágil. Mas um dia serei totalmente preenchida da plenitude de Deus e eu O verei e serei como Ele é – esta é a promessa que tenho na Escritura: “Porque agora vemos por espelho em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei como também sou conhecido” (I Co 13:12).

Deus é pleno, por isso ama em toda a totalidade. Não é possível que ame mais, não é possível que ame menos, porque Ele não muda: “Em quem [Deus] não há mudança nem sombra de variação” (Ti 1:17). Deus não tem filhos prediletos, não faz acepção de pessoas – “Reconheço por verdade que Deus não faz acepção de pessoas” (At 10:34). A Bíblia diz, em seu texto magistral: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3:16). Ela poderia dizer que Deus amou de tal maneira os judeus, reconhecidamente Seu povo, detentores da lei e dos profetas. Mas não é assim. Deus amou o mundo, onde estão incluídos você, eu, meus filhos, os que já vieram, os que virão.

Digo tudo isso para compartilhar um pouquinho do que veio ao meu coração hoje. Estava lendo o Salmo 6, um salmo triste. Davi estava perdendo a guerra, esmagado pelos inimigos, numa tristeza profunda. Por isso chegou a dizer: “Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas, já os meus olhos estão consumidos pela mágoa, e têm-se envelhecido por causa de todos os meus inimigos” (Sl 6:6-7). É um salmo de lamento. Ele estava na iminência de ser morto – “Volta-te, Senhor, livra a minha alma; salva-me por tua benignidade. Porque na morte não há lembrança de ti; no sepulcro quem te louvará”? (Sl 6:4-5). Esses versículos dão a extensão da dor de Davi.

Não vivemos uma época de guerras, mas isso não quer dizer que o mundo está mais agradável. As batalhas hoje são diferentes, diárias, duras. As doenças do século são emocionais. O nosso interior tem sido esmagado diante de uma realidade ilusória. Precisamos ter para sentir o nosso valor. Competimos todo tempo, almejamos suplantar uns aos outros. Estamos rodeados de pessoas, mas sós; cheios de amigos no Facebook, mas sem ninguém para conversar face a face. Quando se poderia imaginar que alguém exporia 24 horas da sua vida para milhões de pessoas muitas vezes a troco apenas da fama? Muitos competem, mas só um leva o prêmio. As pessoas estão cada vez mais solitárias.

Quando enfrentamos batalhas como as de Davi, frequentemente nossa fé é abalada. Costumamos perguntar: onde estás, Senhor? Não estás vendo? Não te importas? E Davi fazia as mesmas perguntas. No Salmo ele diz: “Até a minha alma está perturbada; mas tu, Senhor, até quando?” (Sl 6:3). Essa declaração nos dá a impressão de que a fé dele está titubeando, até que lemos os seguintes versos: “Apartai-vos de mim todos os que praticais a iniquidade; porque o Senhor já ouviu a voz do meu pranto. O Senhor já ouviu a minha súplica; o Senhor aceitará a minha oração” (Sl 6:8-9). Veja que ele diz duas vezes: o Senhor já ouviu.

Tais declarações, enquanto eu lia, me fizeram lembrar o texto lá de Hebreus: “Ora, sem fé é impossível agradar a Deus; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hb 11:6). Sabe por que Davi era uma pessoa segundo o coração de Deus, alguém agradável a Ele? Porque independente do que estivesse passando, de quão profunda fosse a crise, do tamanho do risco a que estivesse submetido, Ele confiava. Ele tinha uma fé firme, profunda. Por mais que “reclamasse” nos salmos, sempre encontramos um versículo em que ele reafirma a sua fé. Na verdade, o “reclamar” de Davi significava clamar de novo e de novo.

Outro dia estava conversando com uma mulher que me dizia quão injusto Deus é. E sabe por que ela chegou a essa conclusão? Porque está passando por problemas financeiros. Gostaria muito de aconselhá-la, mas ela sempre me deixou claro que quer apenas desabafar; quer falar, mas não ouvir. Nos meus pensamentos, eu falava com Deus: “Pai, revela-Te a ela. Ela ainda não sabe quem és”.

Deus é bom. As circunstâncias não são, o mundo não é, mas faz parte da essência de Deus ser bom, ser amoroso. É a justiça de Deus que não permite que Suas leis sejam invalidadas, por isso, o que plantarmos colheremos. Mas podemos, em todos os momentos, bons ou maus, clamar por Sua ajuda com a plena certeza de que Ele já nos ouviu, como disse Davi. Deus nos ouve. Deus nos ouve. Aleluia!!!

Amo este versículo aqui: “E será que antes que clamem eu responderei; estando eles ainda falando, eu os ouvirei” (Is 65:24). Esse texto diz da salvação que o Senhor providenciaria quando o Seu povo voltasse do cativeiro. E olha o que nos revela acerca dos nossos filhos: “Não trabalharão inutilmente, nem gerarão filhos para a infelicidade; pois serão um povo abençoado pelo Senhor, eles e os seus descendentes” (Is 65:23). Essa promessa é minha e sua. Todas as promessas da Palavra são para nós, os que as quisermos. Somos herdeiros de Deus.

Deus é digno de toda confiança. Apoie-se nele sempre. Confie no Senhor de todo o seu coração. Filhos de Deus podem passar pela sombra da morte, mas Ele está sempre junto e nos protege: “Mesmo quando eu andar por um vale de trevas e morte, não temerei perigo algum, pois tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me protegem (Sl 23:4). Nunca o deixarei, nunca o abandonarei (Hb 13:5). Querendo mostrar de forma bem clara a natureza imutável do seu propósito para com os herdeiros da promessa, Deus o confirmou com juramento, para que, por meio de duas coisas imutáveis nas quais é impossível que Deus minta, sejamos firmemente encorajados, nós, que nos refugiamos nele para tomar posse da esperança a nós proposta” (Hb 6:17-18).

Confie no Senhor. O que Ele diz que faz faz mesmo; quando promete, cumpre; não volta atrás jamais; é impossível que minta. Não pense que Deus é como os homens. “Deus não é homem para que minta, nem filho de homem para que se arrependa. Acaso ele fala, e deixa de agir? Acaso promete, e deixa de cumprir?” (Nm 23:19).

Creia sempre. Mergulhe na Palavra de Deus e descubra quanta riqueza há ali para nós todos. E relembre o Senhor de suas promessas. “Ó vós, os que fazeis lembrar ao Senhor, não haja descanso em vós, nem deis a ele descanso, até que confirme [Sua Palavra], e até que ponha a Jerusalém [a nós, Seu povo] por louvor na terra (Is 62:6-7).

Deus é digno de toda confiança. Aleluia!

Sem fé, é impossível agradar a Deus; com fé, nos tornamos agradáveis. Que tal se tornar uma pessoa mais agradável?

sábado, outubro 13, 2012

Boa nova ou prenúncio do caos?

Tenho ouvido muitas pregaçōes na Internet e vejo que uma das tônicas é a mudança pelo sofrimento.  Um dos textos sobre o qual muitos falam é este aqui: "Agora eu me sinto feliz pelo que tenho sofrido por vocês. Pois o que eu sofro no meu corpo pela Igreja, que é o corpo de Cristo, está ajudando a completar os sofrimentos de Cristo em favor dela. (Cl 1:24). Dizem que os crentes precisam tomar a sua cruz, negar-se a si mesmos, o que é totalmente verdadeiro. Mas esse sofrimento ao qual se referem é um sofrimento buscado, enfatizado na palavra "morra".

Na maioria das vezes em que tive a oportunidade de ouvir mensagens assim, a vontade que tinha era de chorar. Parece que é tão difícil, tão difícil seguir a Jesus, que o que Ele exige de nós é tão pesado, que não     pensava ser capaz. Soava muito alto a frase: "Você precisa morrer para você mesmo, você precisa morrer para você mesmo". E eu ainda penso: como posso dar essa "boa nova" ao pecador?

Na verdade, já morri quando aceitei a Jesus, fui sepultada com Ele pelo batismo e ressuscitada com Ele para uma nova vida: "E estais perfeitos nele, que é a cabeça de todo principado e potestade;  no qual também estais circuncidados com a circuncisão não feita por mão no despojo do corpo da carne: a circuncisão de Cristo.  Sepultados com ele no batismo, nele também ressuscitastes pela fé no poder de Deus, que o ressuscitou dos mortos.  E, quando vós estáveis mortos nos pecados e na incircuncisão da vossa carne, vos vivificou juntamente com ele, perdoando-vos todas as ofensas,  havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz" (Cl 2:10-14)

Ouço um evangelho de palavras duras. Sinceramente, se enviasse alguns vídeos dos que vejo a descrentes, eles odiariam. Onde está a boa nova? Quem nos fez mensageiros do caos?

Também não acredito nesse evangelho da vida fácil, do milagre que está à minha procura, da prosperidade que me enche das "coisas excelentes" de marcas cujo preço é escorchante, do entretenimento que diverte, mas não leva ninguém a amar mais a Deus.

Tenho um grande amigo com quem convivi na adolescência que me impressionava muito. Ele era muito aberto a mudanças, além de muito namorador. Era intenso, muito intenso quando se apaixonava. Lembro-me de quando ele namorou uma menina natureba e eu o vi comendo arroz com vinagrete e feijão tropeiro num churrasco. Perguntei por que não estava comendo a carne e me respondeu que também tinha virado natureba. Um dia eu o vi lavando seu carro ouvindo música sertaneja no último volume, ele, que odiava música sertaneja. Entendi que estava namorando uma "cowgirl". Apesar de crente, frequentou micarês. E tudo isso porque estava apaixonado.

O que tem isso a ver com o que estava a dizer? Acredito firmemente na única força capaz de mudar eficazmente uma pessoa, não por obrigação, não por religiosidade, não por legalismo. É a força do amor.

Sabe qual a mensagem que quero transmitir ao mundo? "Porque Deus nos ama de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). "E a vida eterna é esta: que eles conheçam a ti, que és o único Deus verdadeiro; e conheçam também Jesus Cristo, que enviaste ao mundo" (Jo 17:3).

Recentemente ouvi um pastor pregar sobre a cruz de Cristo. Ele falava sobre como foi duro para Jesus e para nosso Pai enfrentarem a cruz, sobre quão grande e quão poderoso é o amor de Deus por nós e fui profundamente tocada. E quanto mais ouço sobre o amor de Deus, quanto mais leio a Sua Palavra, mais me apaixono por Ele, mas desejo conhecê-lo, andar com Ele, melhor me sinto na Sua presença, sabendo que Ele me quer, a mim: imperfeita, inadequada, imatura, rebelde às vezes, arrogante ainda, cheia de mim mesma, mas Ele me ama. Eu Keila sou tudo isso - era, na verdade. Mas Ele, que vive em mim, me deu Seu nome, Seu sangue, Sua identidade, Seu poder, Sua herança, Seu próprio Pai e hoje, sou cada vez menos Keila e cada vez mais Ele:"Assim já não sou eu quem vive, mas Cristo é quem vive em mim. E esta vida que vivo agora, eu a vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e se deu a si mesmo por mim" (Gl 2:20).

Esse amor que Ele me ofereceu gratuitamente e que eu tenho entendido e recebido cada dia mais tem-me transformado. Em vez de "morrer, morrer e morrer para mim", estou concentrada em "viver, viver e viver para Ele". Esqueço-me da minha incapacidade e concentro-me no Seu poder; esqueço-me da minha inadequação e aceito o Seu amor sem questionar. Mudo porque O amo e não quero jamais decepcioná-lo. Permito que Ele me aperfeiçoe. Paro para ouvi-lO, aprendo a ser grata e a viver contente em toda e qualquer situação e compartilho do amor de um Deus sem qualquer comparação.

Enquanto não estivermos nos apaixonando cada dia mais por Jesus, toda mudança operada pelo nosso próprio esforço será temporária e ineficaz. Quando compreendemos o amor de Deus, nos convencemos de que o que Ele nos pede para fazer e para não fazer é simplesmente por nos amar e tem como foco apenas e unicamente o nosso bem - "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos" (I Jo 5:3). Permita-me escrever novamente este texto para que você preste ainda mais atenção nele: "Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos".

Deus nos ama demais e não está esperando pelos nossos grandes sacrifícios. Ele quer a nós. Éramos Seus inimigos e Ele nos amou e não quer que andemos com a postura de pequenos derrotados que sabem que, por mais que façam, nunca são bons o suficiente. Só na glória seremos bons o suficiente. O sacrifício de Jesus foi completo, suficiente, perfeito e eficaz: "Mas quando este sacerdote acabou de oferecer, para sempre, um único sacrifício pelos pecados, assentou-se à direita de Deus.  Daí em diante, ele está esperando até que os seus inimigos sejam colocados como estrado dos seus pés;  porque, por meio de um único sacrifício, ele aperfeiçoou para sempre os que estão sendo santificados" (Hb 10:12-14). Ele pagou todo o preço, cumpriu toda a justiça: "Embora sendo Filho, ele aprendeu a obedecer por meio daquilo que sofreu;  e, uma vez aperfeiçoado, tornou-se a fonte da salvação eterna para todos os que lhe obedecem" (Hb 5:8,9).

Não se sinta condenado: "Assim sendo, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade" (Hb 4:16).

Estou plenamente convencida de que não preciso de mais regras acerca do "não faça, não prove, não toque, morra". "Se, pois, estais mortos com Cristo quanto aos rudimentos do mundo, por que vos carregam ainda de ordenanças, como se vivêsseis no mundo,  tais como: não toques, não proves, não manuseies?" (Cl 2:20, 21). Preciso mesmo é me apaixonar cada dia mais por Ele! "Aquele que tem os meus mandamentos e os guarda, este é o que me ama; e aquele que me ama será amado de meu Pai, e eu o amarei e me manifestarei a ele" (Jo 14:21).

Quero terminar o texto de hoje com o texto que define a mensagem que devo levar: boa nova e não prenúncio do caos. "O Senhor Deus me deu o seu Espírito, pois ele me escolheu para levar BOAS NOVAS aos pobres. Ele me enviou para animar os aflitos, para anunciar a libertação aos escravos e a liberdade para os que estão na prisão. Ele me enviou para anunciar que chegou o tempo em que o Senhor salvará o seu povo, que chegou o dia em que o nosso Deus se vingará dos seus inimigos. Ele me enviou para consolar os que choram, para dar aos que choram em Sião uma coroa de alegria, em vez de tristeza, um perfume de felicidade, em vez de lágrimas, e roupas de festa, em vez de luto.
Eles farão o que é direito; serão como árvores que o Senhor plantou
para mostrar a todos a sua glória" (Is 61:1-3).

Termino repetindo o que já disse: que todos os que conviverem comigo saiam da minha presença mais felizes, mais animados, mais edificados, mais apaixonados por Deus!