domingo, junho 23, 2013

Ore

Estava meditando no livro de Filipenses. É incrível como a gente lê as mesmas coisas, mas a Palavra não se repete. Cada dia um entendimento novo. É tudo "velho", mas é tudo novo. Quer ver isso na Bíblia? "Meus queridos amigos, este mandamento que estou dando a vocês não é novo. É o mandamento antigo, aquele que vocês receberam lá no começo. O mandamento antigo é a mensagem que vocês já ouviram.  Porém o mandamento que eu estou dando a vocês é novo porque a sua verdade é vista em Cristo e também em vocês. Pois a escuridão está passando, e já está brilhando a verdadeira luz" (I Jo 2:7,8). Esse texto já intrigou você? Pois é. Eu ficava tentando entender. Como pode ser velho, mas é novo? O mandamento é o mesmo - "velho" -, o entendimento muda - novo.

A oração que Paulo fez pelos Filipenses enterneceu meu coração. Imaginei ele escrevendo a carta e rindo. É uma carta muito leve. Não deveria ser, porque ele fala que passou necessidade, estava preso quando a escreveu, foi açoitado, passou muitas e más (e não poucas e boas). Além de tudo isso, havia a preocupação com as igrejas que havia implantado, da qual Filipos fazia parte. Sabe qual imagino ser o centro da alegria dele, que mudou a minha visão de muita coisa? Este versículo: "Estou convencido de que aquele que começou boa obra em vocês, vai completá-la até o dia de Cristo Jesus" (Fl 1:6).

Sabe, amigo, fica mais fácil viver quando a gente entende que Deus está no controle, não está ocupado, não está esquecido de nós, nem ressentido com alguma coisa errada que tenhamos feito. Haja o que houver Ele não desiste do trabalho que começou. Nunca larga para lá. Ele continua trabalhando por nós: "Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera" (Is 64.4).

Não sei que obra pode estar afligindo o seu coração, se são as obrigações com filhos, com carreira, com finanças, com ministério, com o marido, com algum amigo. Eu sei que você pode agora mesmo entregá-la ao Senhor, deixá-lo envolver-se com aquilo que diz respeito a você e descansar, pois, se Ele está envolvido, Ele cuida. 

Só para ajudá-lo mais um pouquinho quero falar sobre o poder da oração. Quando abrimos o nosso coração para Deus há mais que um alívio imediato, há um poder espiritual em ação na esfera espiritual. Tenho colocado algumas coisas diante dEle e repetido alguns assuntos, mas confesso que havia questões que me deixavam aflita, coisas sobre as quais, por mais que eu queira, não tenho controle. De certa forma, eu tentava guiar a Deus, dizendo: "Pai, faça assim, assim e assim". 

Leia este versículo: "Àquele que é capaz de fazer infinitamente mais do que tudo o que pedimos ou pensamos, de acordo com o seu poder que atua em nós" [...] (Ef 3:20). Quero que você entenda duas coisas muito importantes: primeiro, Ele não só é capaz de fazer infinitamente mais e melhor do que tudo o que podemos pensar; Ele quer fazer e faz. Você pede um, Ele dá mil. Você pede pequeno, Ele dá grande. Segundo: não há como limitá-lO. Veja que o verso diz que Ele faz tudo segundo o Seu poder, não segundo a sua capacidade, o seu orçamento, a sua compreensão, os seus recursos, a sua disponibilidade. É de acordo com o poder dEle! Aleluia!

Livre-se do peso! Descanse em Deus. Ele é Pai, é amor, é compaixão, é bondoso, é fiel, é ilimitado, é gracioso! Não há nada que não possa fazer. 

"Entre vocês há alguém que está sofrendo? Ore" (Ti 5:13).

Não importa se o seu pedido hoje é pequeno ou grande. Ore, crendo que Ele responde e faz infinitamente além do que você possa imaginar. E lembre-se: Quem começou a boa obra nunca a abandona. Ele faz tudo completo".

Bom dia!!!

quinta-feira, junho 20, 2013

O Poder da Associação


Conheço inúmeras pessoas que creem que o evangelho é o poder de Deus para uma salvação que diz respeito apenas ao céu. Na verdade, não compreendem o que de fato quer dizer salvação: cura, libertação, promoção, restauração, provisão etc. Para elas, a terra é um lugar de expiação e sofrimento. Alívio? Só no céu.

Não é sem "embasamento bíblico" que assim pensam. Escolhem alguns versículos isolados, juntam com uma "teologia do sofrimento" e "pagam o preço". A ênfase é sobretudo no "carregar a sua cruz" e morrer dia a dia. Evangelho de morte. 

A pregação é antagônica: "venha para Jesus e será salvo". Veio para Jesus? Agora morra para tudo o que você gosta, para tudo o que é bom, participe do sofrimento que garante o céu.

Depois de quatrocentos anos no Egito, Deus Se revela a Moisés e o escolhe para livrar o povo das mãos de um povo que adorava a mais de três mil deuses. "Moisés perguntou: 'Quando eu chegar diante dos israelitas e lhes disser: O Deus dos seus antepassados me enviou a vocês, e eles me perguntarem: Qual é o nome dele? Que lhes direi?'    Disse Deus a Moisés: “Eu Sou o que Sou. É isto que você dirá aos israelitas: Eu Sou me enviou a vocês” (Ex 3:13, 14). Eles conheciam o deus da morte, o deus do Nilo, o deus da colheita, o deus do vento, o deus da tempestade... Por isso Moisés se preocupa com a forma como apresentará a Deus. Ele é o deus de qual especialidade mesmo? De todas. "Eu Sou o que Sou".

Maravilhosamente Deus guiou esse povo pelo deserto para uma terra bendita, onde era preciso dois homens para carregar um cacho de uvas. Fez sinais e prodígios que não deixavam dúvida de que Ele é Deus. E desde o princípio animou o povo a servi-lO com base numa recompensa: "Prometi tirá-los da opressão do Egito para a terra dos cananeus, dos hititas, dos amorreus, dos ferezeus, dos heveus e dos jebuseus, terra onde há leite e mel com fartura" (Ex 3:17). Gosto de enfatizar: "Tiro vocês da terra onde são escravos e os levo para uma terra onde serão fartos, ricos, supridos, abundantes.

Em Deuteronômio 28, Suas leis são lidas para o povo e Ele esclarece o que quer dizer andar com Ele e andar sem Ele. Primeiro fala das bênçãos. Com Ele: bendito ao entrar, bendito ao sair, bendita a terra, bendito o trabalho, benditos os bens, benditos os animais, bendito tudo o que o povo tocar, bênção, bênção, bênçao. Leia o capítulo e achará maravilhosas promessas lá. Está em todas as Bíblias. Depois Ele avisa como é sem Ele: maldita a terra, malditas as crias dos animais, peste, doença, miséria, tristeza... Ele não é terrorista, não. É que com Ele estamos protegidos do mal; sem Ele, somos presas fáceis de um inimigo especialista em matar, roubar e destruir.

Agora vamos ao texto que motivou este post: "Vocês fizeram bem em se associar às minhas tribulações. Como vocês sabem, filipenses, nos seus primeiros dias no evangelho, quando parti da Macedônia, nenhuma igreja partilhou comigo no que se refere a dar e receber, exceto vocês;  pois, estando eu em Tessalônica, vocês me mandaram ajuda, não apenas uma vez, mas duas, quando tive necessidade. Não que eu esteja procurando ofertas, mas o que pode ser creditado na conta de vocês.  Recebi tudo, e o que tenho é mais que suficiente. Estou amplamente suprido, agora que recebi de Epafrodito os donativos que vocês enviaram. São uma oferta de aroma suave, um sacrifício aceitável e agradável a Deus (Fl 4:14-18).

Paulo estava preso quando escreveu esse texto e começa dizendo: "vocês fizeram bem em se associar ao meu sofrimento". Já ouvi mensagens sobre isso. Enquanto Deus faz questão de dizer primeiro das recompensas em servi-lO, enquanto escreveu na Bíblia mais de oito mil promessas, há muitos fazendo questão de enfatizar "o preço de servir a Deus", o caminho do sofrimento, como se Jesus já não tivesse pago o bastante, como se o evangelho não fosse um caminho da graça.

Muitos dizem que Paulo está convocando o povo para sofrer com ele: "Associem-se ao meu sofrimento". Ele disse isso? Disse. Mas o que queria dizer? Veja o contexto. Paulo estava preso e passando necessidade. A igreja de Filipos recolheu uma grande oferta e enviou para ele. Eles se associaram ao sofrimento de escassez por que Paulo passava suprindo sua necessidade e não passando fome junto com ele.

Meditemos um pouco a esse respeito. O que Paulo esperava de quem se associava ao sofrimento dele era que o suprisse. Associar-se a quem chora não é chorar com ele. A compaixão é mandamento. É isso que quer dizer chorar com os que choram. Mas ninguém quer por perto alguém que o ajude a chorar o resto da vida. Quer, sim, alguém que o ajude a se animar. Associe-se ao cansado, ajudando a renovar as suas forças: associe-se ao pobre, ajudando a suprir suas necessidades; associe-se ao triste, dando-lhe motivo para sorrir; associe-se ao desanimado, dando-lhe coragem para prosseguir; associe-se a quem está morrendo, dando-lhe motivos para viver. É desse tipo de associação que Paulo está falando. É assim que se associa ao sofrimento de alguém.

O evangelho é poder, é cura, é vida abundante em todos os sentidos. E quanto a carregar a cruz, a morrer para si mesmo? A morte é para o velho homem, a cruz para a velha natureza que já morreu no espírito, mas precisa ser abandonada dia a dia pela renovação da mente. O evangelho não é dor. Dor é não andar com Deus. Dor é ter que viver num mundo caído que ignora as leis espirituais e insiste em infringir os príncipios de Deus.

Encerro falando da transformação poderosa que Cristo proporcionou a nós, da mudança de status. Éramos escravos do pecado sem Cristo. Fazer o mal, gostar do mal era próprio da nossa natureza. A frase "levar vantagem em tudo" nos servia como uma luva. Mas Cristo mudou o nosso status: "Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo todo seu, para que proclameis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa luz" (I Pe 2:9).

Ele nos faz reinar em vida: "Se pela ofensa de um só reinou por ele a morte, muito mais os que recebem a abundância da graça e do dom da justiça reinarão em vida por um só, que é Jesus Cristo" (Rm 5:17). Quando diz reinar em vida é nesta vida mesmo. Lá no céu não precisaremos reinar. Lá está tudo resolvido, é só glória.

Teria mais a dizer, mas preciso me associar àqueles que precisam de mim, não para sofrer com eles, mas para ajudá-los. Jesus nos convida a fazer o mesmo. Seja para quem precisa: ânimo, vigor, alegria, doçura, simplicidade, sorriso, paz, fartura, solução...

Associe-se a quem precisa de você e deseja a sua ajuda!

terça-feira, junho 18, 2013

O Mas e o Porém

"E a nossa esperança era que fosse ele [Jesus] quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu" (Lc 24:21).

Esse versículo faz parte de uma história que aprecio muito. Era o terceiro dia depois da crucificação, o dia exato em que, segundo as profecias, o Messias iria ressuscitar - e já havia ressuscitado. Dois discípulos seguem a estrada de Jerusalém para uma cidade chamada Emaús. Como o texto afirma, estavam desolados. De acordo com o verso acima, o libertador esperado havia morrido; assim também a esperança deles. Preste atenção no "porém" da história: "E a nossa esperança era que fosse ele quem iria libertar o povo de Israel. Porém já faz três dias que tudo isso aconteceu" (Lc 24:21). Parafraseando: Tínhamos uma esperança, porém...

O primeiro versículo dessa história é muito esclarecedor: "Naquele mesmo dia, dois dos seguidores de Jesus estavam indo para um povoado chamado Emaús, que fica a mais ou menos dez quilômetros de Jerusalém" (Lc 24.13). E qual era aquele mesmo dia? Está no mesmo capítulo: "No domingo bem cedo, as mulheres foram ao túmulo, levando os perfumes que haviam preparado" (Lc 24:1). Era o terceiro dia, as mulheres haviam acabado de constatar que Jesus havia ressuscitado, eles foram informados disso, mas havia um "porém" na vida deles: "Algumas mulheres do nosso grupo nos deixaram espantados, pois foram de madrugada ao túmulo e não encontraram o corpo dele. Voltaram dizendo que viram anjos e que estes afirmaram que ele está vivo.  Alguns do nosso grupo foram ao túmulo e viram que realmente aconteceu o que as mulheres disseram, porém não viram Jesus" (Lc 24:22-24).

Tudo contribuía para que esses discípulos mantivessem a fé. Tinham conhecimento das profecias que afirmavam que Jesus iria ressuscitar no terceiro dia; era o terceiro dia, quer dizer, tinham até as 23h59 para continuar esperando; o corpo de Jesus não estava lá; as mulheres tinham contado a eles que viram anjos que lhes informaram que Ele havia ressuscitado. O que lhes faltava? Apenas ver. Mas a fé não se baseia no que se vê.

Em vez de tristes e sem esperança, esses homens tinham tudo para estar cheios de grandes expectativas. Algo maravilhoso estava por acontecer e, de acordo com as promessas e com o desencadear da história, aquele era o dia, porém eles não creram.

Uma outra história faz um paralelo perfeito a esta. Deus prometeu a um homem que ele seria pai de muitos filhos. Vinte e cinco anos depois nada havia acontecido, já estava velho, seu corpo já não funcionava, não havia motivo para crer. "Abraão teve fé e esperança, mesmo quando não havia motivo para ter esperança, e por isso ele se tornou o pai de muitas nações. Como dizem as Escrituras: “Os seus descendentes serão muitos” (Rm 4:18).

Se os personagens da história anterior tinham muitas horas de vantagem para crer, Abraão tinha 25 anos de "atraso" para descrer. Aparentemente não havia mais tempo, não havia mais saúde, não havia mais nada a não ser o "mas": "Abraão tinha quase cem anos. Mas, mesmo quando ele pensou a respeito do seu corpo, que já estava como morto, ou quando lembrou que Sara não podia ter filhos, a sua fé não enfraqueceu" (Rm 4:19). Mesmo com tudo a desfavor, ele creu.

Qual foi o resultado? Sua fé o fortaleceu - "Abraão não perdeu a fé, nem duvidou da promessa de Deus. A sua fé o encheu de poder, e ele louvou a Deus  porque tinha toda a certeza de que Deus podia fazer o que havia prometido" (Rm 4:20, 21). Porque cria, ficava cada vez mais forte. Porque cria, suportava a espera. Porque cria, perseverava na caminhada. Porque cria, viveu para ver a promessa de um filho se cumprir.

E você? Está vivendo o "porém" da dúvida, que justifica o fato de não estar vendo o que espera e desanima, ou o "mas" da fé, que não tem em que se apoiar e ainda permanece perseverando, esperando, suportando, caminhando, convicto de que está quase?

Abraão creu, teve o filho, recebeu a promessa, tornou-se um modelo de fé. 

Cada um decide o final da sua história.