sexta-feira, agosto 31, 2012

Descombinado


O centro do evangelho é a pessoa de Jesus Cristo. A história se divide em Antes de Cristo e Depois de Cristo, porque Ele veio para marcar a humanidade de forma inegável e para sempre. Depois dEle o mundo foi outro, a história da humanidade jamais foi a mesma, a nossa história pessoal nunca volta a ser como antes. É por isso que estou convicta de que o evangelho não é um assunto a ser discutido; é uma experiência a ser vivenciada.

Jesus veio inaugurar um novo tempo. Um tempo de intimidade e comunhão com o Pai, um tempo de um Deus presente e acessível, um tempo de uma liberdade jamais vista, um tempo de sinceridade sem legalismo, um tempo do fim das máscaras e da rerligiosidade. Ele revelou um Deus que a humanidade jamais pensou existir. Até então Deus era para muitos uma divindade distante, fria, dura, muitas vezes cruel. Mas Ele nos revelou um Pai amoroso, misericordioso, disponível, sempre presente, cuidadoso, recompensador, desejoso de nos abençoar.

Hoje quero relatar algo que aprendi. No Velho Testamento, Deus falava a mesma linguagem que aquele homem conhecia: a linguagem da guerra, do domínio, das alianças. E o homem transmitia a Deus da maneira como conseguia compreendê-lO. O homem só consegue compreender os assuntos na medida do desenvolvimento de seu intelecto e de suas experiências.

Estava lendo este texto aqui: "Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará, fez a ferida e a ligará" (Os 6.1). É preciso explicar o que o texto está a dizer, porque, ao primeiro olhar, pode-se pensar que Deus faz o mal, o que é incabível.

Deus é supremo, soberano. Ele está no controle de absolutamente tudo. Nada escapa do Seu olhar, do Seu controle. É sempre Sua a última palavra.

Quando o texto fala que Deus fez a ferida não quer dizer que Ele bateu até machucar, mas simplesmente que Ele permitiu que fôssemos feridos. E isso acontece conosco por dois motivos: nós ferimos a nós mesmos ou somos feridos por alguém. Não é exatamente Ele que nos fere, mas permite que isso aconteça de uma ou de outra forma.

Talvez você me questione, não concorde com o que digo, mas quero explicar melhor a minha tese. Quando um empregado, mesmo que graduado, age numa empresa, em última análise, seus atos são "permissão" ou um reflexo da atitude de seu chefe. Quando um gerente admite um funcionário, o faz sob a autoridade do chefe. Sem que este o permita, nada é possível. Assim, em última análise, quem contratou não foi o gerente; foi o próprio chefe na pessoa do gerente.

Permita-me continuar nessa explicação porque quero que você entenda bem direitinho essa questão. Quando um funcionário vende um carro, o responsável por aquela venda não é o próprio empregado e, se algum problema houver, quem responderá não será aquela pessoa, mas a própria empresa, em última análise, o seu dono. Embora o nosso direito separe a pessoa física da pessoa jurídica, separe o dono da própria empresa como se fosse possível a empresa existir sem o seu dono, a empresa é o dono e o dono é a empresa.

O mesmo acontece no Velho Testamento. As pessoas que o escreveram entendiam Deus como aquele que fazia o bem e executava também o mal, mas em relação ao último, Ele não o executa; apenas permite. Deus não faz o mal, mas não intervém para impedi-lo a menos que peçamos a Sua ajuda. Quando o texto diz que Deus fez a ferida, esse ato não é uma ação dEle, mas uma omissão em impedi-lo. Como espero que você tenha entendido isso! Mas vamos seguir no texto que é profundo.

Eu não sei se você é como eu: tem a impressão de que, às vezes, os versículos não combinam. Os versos que seguem esse daí são estes: "Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos ressuscitará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Os 6.2,3).

Parece que num mesmo capítulo, uma parte nada tem a ver com a outra. Só que é impossível isso acontecer. Foi sob a inspiração do Espírito Santo que a Bíblia foi escrita e Ele não erra, não perde o fio da meada, não muda de assunto bruscamente. Na verdade, foram estudiosos que, para facilitar, dividiram a Bíblia em capítulos, versículos, livros.

"Depois de dois dias, nos dará vida; e ao terceiro dia, nos ressuscitará e viveremos diante dEle". Esse verso nos revela que a ferida tem prazo para cicatrizar. Depois de satisfeito esse prazo, Ele virá e intervirá de uma forma sobrenatural: nos ressuscitará. E o que acontecerá então? Viveremos diante dEle. Que glória! Que maravilha!

E tem mais. Posso viver diante do meu vizinho, morar anos ao lado de alguém e jamais conhecê-lo. Aí vem o verso seguinte: "Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra" (Os 6.3). Ele já fez o mais difícil: nos sarou, nos revigorou, nos ressuscitou e nos colocou diante dEle. Agora nos convida a fazer a nossa parte: conheçamos a Deus.

Esse conhecer que Deus quer não é aquele conhecer de vista, de longe, sem envolvimento. É um conhecer como os maridos conhecem sua esposa, no nível de intimidade mesmo. E só conhecer não basta. O Senhor quer que prossigamos em conhecê-lO. Tornemo-nos cada dia mais e mais íntimos. É uma ação que dá trabalho mesmo, demanda tempo, recursos, esforço.

E o texto termina com uma afirmação maravilhosa: se nos movermos nesse rumo, a sua vinda é certa. Ele virá a nós. Ele estará em nós e nós nEle. Seremos um.

Mas aquele que se une ao Senhor é um só espírito com Ele (I Co 6:17).

quinta-feira, agosto 30, 2012

Vício

Quando algo decide ocupar meus pensamentos não consigo me livrar. Desde ontem que o assunto de hoje não me deixa em paz. Agora mesmo estou sentada para ler a minha Bíblia e, no final de um texto que li nas últimas semanas inúmeras vezes, encontro um versículo que se encaixa perfeitamente no que vou expor: "Ora o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz" (Ti 3.18).

Nem faço ideia de quão bom e quão solícito é você, mas posso afirmar sem medo de errar que, independente do bem que você faça, certamente é alvo de muitas críticas. Mesmo que façamos o nosso máximo, ofertemos sempre o nosso melhor, jamais conseguiremos agradar a todos.

A Bíblia conta uma história muito interessante. Permita-me registrá-la aqui para que você entenda melhor o que quero dizer: "Ora, em Jerusalém, junto à Porta das Ovelhas, há um tanque, que em hebraico se chama Betesda, o qual tem cinco alpendres. Nestes jazia um grande número de enfermos, cegos, coxos, paralíticos, esperando que se movesse a água. Pois descia um anjo em certo tempo ao tanque e agitava a água; e o primeiro que entrava no tanque, depois de se mover a água, ficava curado de qualquer doença que tivesse. Achava-se ali um homem que havia trinta e oito anos estava enfermo. Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim desde muito tempo, perguntou-lhe: Queres ficar são? Respondeu-lhe o enfermo: 'Senhor, não tenho ninguém que me ponha no tanque, quando a água for movida; mas, enquanto eu vou, outro desce antes de mim'. Disse-lhe Jesus: 'Levanta-te, toma o teu leito e anda'. Imediatamente, o homem ficou são, tomou o seu leito e começou a andar" (Jo 5:2-9).

Jesus vai a um lugar onde, como consta do texto, há um grande número de enfermos e, conforme relatado, escolhe apenas uma pessoa para curar. Como pôde o Mestre, tendo o poder de curar a todos, escolher apenas um? Por que não socorreu cada um daqueles doentes? Eu me alio a esse pensamento. Também gostaria de saber por que não curou a todos.

O que Jesus fez foi digno de aplausos: curou um homem. Aquele número foi o suficiente para o Mestre, mas não para as pessoas. Incluo-me na lista dos que questionam esse milagre. Havia duas situações ali: uma comemoração pelo que foi realizado e uma reclamação pelo que ficou sem fazer. Infelizmente há muito mais pessoas para reclamar do que para celebrar - não reclamo, mas ainda questiono, apesar de saber que Jesus tem Seus motivos.

O mesmo acontece conosco. Por mais que façamos, sempre nos depararemos com os críticos, com aqueles que acham que nunca fazemos o suficiente. Por isso precimos nos desligar da opinião dos outros, dos fardos que querem nos impor. Se ficarmos reféns do que pensam a nosso respeito, não suportaremos. As cobranças são muito superiores à nossa capacidade de satisfazê-las.

Nem Jesus conseguiu agradar a todos. Eram divergentes as opiniōes do povo a seu respeito: "Veio o Filho do Homem comendo e bebendo, e dizem: 'Eis um homem glutão e bebedor de vinho, amigo de publicanos e pecadores"! (Mt 11:19). "Mas vós, continuou ele, quem dizeis que sou eu? Respondeu Simão Pedro: 'Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo' (Mt 16:15, 16). Houve até quem dissesse que Jesus tinha demônio.

Joyce Meyer, uma pregadora que admiro, escreveu um livro cujo título é O Vício de Agradar a Todos. Precisamos nos desvencilhar das opiniōes se quisermos ter uma vida saudável. Se tentarmos agradar a todos, fracassaremos, adoeceremos, não suportaremos.

Porque Jesus não curou a todos é uma pergunta que não posso responder, mas essa história me levou a mudar minha postura.

A Bíblia diz: "Tudo o que fizerdes, fazei-o de coração, como ao Senhor e não aos homens" (Cl 3:23). Tudo o que eu fizer devo fazer para Deus, mas em nenhum lugar encontro a ordem de que devo fazer tudo por todo mundo. Jesus poderia ter curado todos, mas curou um. Se Ele não resolveu o problema de todos, como poderia eu fazê-lo?

Tudo o que fazemos são sementes. Sorriso é uma semente, uma boa ação é uma semente, dinheiro é uma semente, tempo é uma semente. E não devemos depositar sementes em qualquer terreno. Não plantaria uma semente de jabuticaba no deserto do Saara, por quê? Porque não teria produtividade. Devemos plantar as sementes onde elas produzirão. Não devemos ser tolos a ponto de pegar uma semente tão preciosa quanto o nosso tempo e depositar num terreno onde não tem condiçōes de frutificar.

Já sei que você quer me perguntar: não devemos fazer o bem a todos? Mas leia este texto: "Se for possível, quanto depender de vós, tende paz com todos os homens" (Rm 12:18), ou seja, devo fazer o possível; nem tudo depende de mim. Existem muitas pessoas no mundo. Podemos e devemos escolher em quem depositar as nossas sementes. Como já disse, nem toda terra terra fértil. Em alguns lugares é desperdício semear.

Talvez isso explique por que Jesus não curou a todos. Talvez não. Mas prefiro continuar com esses meus pensamentos, prestando bastante atenção em quais pessoas devo depositar as minhas sementes. Depositar em qualquer lugar pode gerar frustração, pois não conheço lavrador que não tenha a esperança de um dia colher. Provérbios afirma: "A esperança adiada faz adoecer o coração, mas o desejo cumprido é árvore de vida" (Pv 13:12).

Volto ao texto que escrevi no começo, porque agora você irá entendê-lo melhor: "Ora o fruto da justiça semeia-se na paz, para os que exercitam a paz" (Ti 3.18). O fruto da justiça não se semeia para qualquer pessoa, mas para os que exercitam a paz.

Livre-se do vício de agradar a todos. Observem bem onde você está plantando as suas sementes, porque disso também depende a sua saúde.


quarta-feira, agosto 29, 2012

Gravidez indesejada

Há tempos não consigo me livrar do livro de Tiago. Sento para fazer minha devocional e não consigo abrir em outro lugar. E não me canso de ler a mesma coisa. Aliás, tem um texto de Paulo que amo e trata disto: "Não me aborreço de escrever-vos as mesmas coisas, e é segurança para vós" (Fl 3.1). Às vezes, a repetição é necessária.

Cada vez que leio, vejo o texto sob uma nova perspectiva. A Bíblia nos manda reconhecer o Senhor nos nossos caminhos, o que quer dizer que devo entender o porquê de sentir que devo ler o mesmo livro, o mesmo livro, o mesmo livro todo dia. É claro que o Espírito Santo quer me dizer que ainda não entendi o que quer que eu aprenda. E talvez queira também que eu transmita isso a você. Quando ensino a outros, aprendo muito mais. Então vamos lá.

O tema principal de Tiago são as aflições. Ele as define como sendo um presente especial. A Bíblia A Mensagem, uma tradução na linguagem contemporânea, aborda o assunto da seguinte maneira: "Amigos, quando lutas e aflições os atingirem em cheio, saibam que isso é um presente especial" (Ti 2.4). Pode não parecer que as lutas são um presente, mas se a Bíblia diz que é assim, o é de fato.

Nossa sabedoria de mãe não nos permite livrar nossos filhos de muita coisa. Embora não gostem de tomar banho, escovar dentes, fazer dever de casa e outras muitas coisas, sabemos da importância de tais práticas que, na visão deles, são afliçōes e nos mantemos inflexíveis diante de seus pedidos de socorro. Da mesma maneira, a Bíblia, quando nos dá alguma instrução, tem em vista o nosso futuro. Para que suportemos aquilo por que temos que passar, nos dá vislumbres da recompensa.

Jesus só suportou o calvário, porque tinha em mente a glória que estava reservada para Ele no futuro. Daniel só suportou a cova, porque estava plenamente convicto de que Deus tinha um propósito. Talvez seja por isso que Deus escreveu em vários livros das glórias que haveremos de usufruir no futuro, deu-nos um vislumbre do que nos aguarda. Descrevendo o céu, gera em nós o desejo de alcançá-lo. Antes de matar Golias, Davi perguntou qual seria a recompensa. Além de engrandecer o nome de Deus e de livrar o povo da opressão, o garotinho se tornaria genro do rei, sua família ficaria livre de impostos e desfrutaria de outros benefícios.

A aflição tem razão de ser. Precisamos saber disso para nos animarmos enquanto a enfrentamos. Pensar que a recompensa virá apenas num futuro distante pode desanimar. Quem lê o livro de Tiago aprende que as dores não são apenas para serem contadas no mundo futuro. Elas têm um efeito prático para o aqui e o agora: "Vocês verão como a fé será fortalecida e como terão forças para continuar até o fim" (Ti 1.3). Logo, o propósito da aflição é fortalecer a nossa fé, nos solidificar em Deus, mas isso só acontecerá se dermos a resposta correta.

E o que Deus espera de nós não aflição? O verso quatro explica isso de uma maneira primorosa: "Por isso, não desistam facilmente. Essa perseverança os ajudará a amadurecer e a desenvolver plenamente o caráter de vocês". Está bem respondida a nossa pergunta. O que Deus espera é apenas isto: que suportemos, não retrocedendo. O livro de Gálatas também nos adverte: "Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu ao tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido"(Gl 6.9). Se aguentarmos até o fim, faremos jus à recompensa, colheremos os frutos.

Eclesiastes, no seu capítulo três, diz que tudo tem seu tempo determinado. Nós sabemos que a gravidez das mulheres deve durar nove meses. Deus determinou que esse seria o tempo necessário para que uma criança fosse formada. Se ela nascer aos cinco meses, por exemplo, há um risco muito grande de que tenha problemas ou até mesmo morra. O tempo determinado são nove meses: nem mais, nem menos. E é por saber que tem prazo que a mulher suporta cada dia. Nós que somos mães sabemos que os últimos meses são os mais difíceis. Por vezes, não conseguimos dormir, não conseguimos fazer bem a digestão, por isso comemos menos, não conseguimos andar muito. É desconfortável, é incômodo, é muito cansativo. Mas sabemos que o tempo está para vencer, que cada dia está mais próxima a chegada tão aguardada, então nos fortalecemos a cada dia nessa espera.

Você pode não gostar da minha comparação, mas ainda assim vou fazê-la: estamos grávidos de provações. Como assim, Keila? Assim mesmo. Um fruto precisa ser gerado em nós para que consigamos completar nossa jornada. E ele é formado em meio à aflição. A notícia boa é que ele tem prazo certo para nascer. E ainda que pareça muito difícil, leia este texto: "Porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente" (II Co 4.17). A aflição ou tribulação tem prazo certo e é leve e momentânea, mesmo que não pareça. E tenho uma notícia ainda melhor: aquEle que permitiu que ela viesse, já preparou para nós livramento. Está escrito: "As tentações que vocês têm de enfrentar são as mesmas que os outros enfrentam; mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar. Quando uma tentação vier, Deus dará forças a vocês para suportá-la, e assim vocês poderão sair dela" (I Co 10:13). Deus já preparou o livramento.

Definitivamente estar grávido de uma tribulação não é algo desejado, mas podemos nos reanimar, sabendo que tem hora para acabar e que nascerá um fruto precioso. Está cada dia mais próximo o nascimento da nossa paciência, da nossa perseverança, o aprimoramento do nosso caráter, o fortalecimento da nossa fé. São esses alguns dos frutos pacíficos que a aflição vai gerar em nós.

A aflição não é um teste de Deus para ver se você está fortinho, crente. É o resultado de viver num mundo caído: "No mundo tereis afliçōes" (Jo 16.33). A aflição não vem para nos destruir, mas para nos fortalecer, para criar em nós uma casca mais grossa para enfrentarmos os novos desafios que virão.

Certamente você está sendo desafiado em alguma área e talvez pareça tão difícil a sua situação que você já pensou em desistir. Aguente firme. Olhe novamente, preste atenção que encontrará o livramento. Ele existe e está bem pertinho de você. E embora pareça que está demorando, que a luta está ficando ainda maior, que o fogo está mais quente, lembre-se de que é assim mesmo. Quanto mais perto está o nascimento do resultado, mais intenso o desconforto. Vai nascer! Vai nascer!

Não aborte o que Deus tem para você. A única pessoa capaz de fazer com que fracasse é você mesmo. Deus não espera grandes coisas, mas algo muito simples: persevere.

Termino com um salmo de Davi que diz: "Esperei com paciência pelo Senhor e Ele se inclinou para mim". Se o salmista diz que esperou com paciência deve ser porque demorou um bocado, não é mesmo? Mas se ele pôde, eu e você podemos esperar também.

Aguente firme. O livramento está ao seu alcance.

terça-feira, agosto 28, 2012

Revolução

Antes de falar do assunto que quero abordar, preciso testemunhar a importância de estar no lugar certo. Estive, esse último fim de semana, no Congresso Mulheres Diante do Trono. É um lugar onde se trata de assuntos femininos, dos nossos dilemas, das nossas dúvidas, da nossa missão. Eu já disse várias vezes aqui no blog que existem lugares e lugares. Certos ambientes são propícios para confusōes. Aqui em Brasília, dificilmente num show não há brigas e confusōes. O que você imagina que acontece num lugar onde as pessoas vão para ouvir Deus falar, para conhecer os princípios da palavra? É claro que Ele se manifesta ali.

Faça o que for possível para estar em lugares onde o Senhor verdadeiramente é invocado. Ele prometeu: "Invoca-me e te responderei; anunciar-te-ei coisas grandes e ocultas que não sabes" (Jr 33.3). Nós precisamos nos lembrar sempre deste texto: "Deus não é como os homens, que mentem; não é um ser humano, que muda de ideia. Quando foi que Deus prometeu e não cumpriu? Ele diz que faz e faz mesmo (Nm 23:19). Para cumprir o que prometeu, Deus não se limita a circunstâncias, a pessoas, a "estado de espírito". Ele não é volúvel e não muda de opinião. Se disse que, quando invocamos, Ele responde, é porque está resolvido a responder mesmo. Então é simples. Chame por Ele e poderá ouvi-lo falar, mesmo que pela boca de uma mula se for preciso.

Deus está operando uma transformação maravilhosa no seu povo e eu fui contaminada pelo vírus do amor que infectou a igreja da Lagoinha. Voltei diferente do congresso e o fruto não foi tanto as palavras que lá ouvi, afinal, ouço palavras até mesmo pela Internet. Mas me impressionou a simplicidade, o amor e a doçura do povo.

O incrível de nos depararmos com algumas pessoas é que há em alguns tanto de Deus que você olha para si mesmo e vê quão miserável ainda é, quão pequeno, quão limitado. Entretanto, quando é Deus que nos expōe isso, não ficamos para baixo com essas constataçōes, mas nos enchemos de força, de um desejo profundo de mudança.

Passemos ao assunto de hoje: uma revolução.

Eu não gostava muito de estudar história, até porque a maioria dos professores que tive fiziam a matéria parecer um assunto desconexo. Era horrível ter que decorar os motivos por que Esparta e Atenas brigavam, as datas comemorativas, os grandes vultos da humanidade - e para mim eram só um vulto mesmo; viravam nada na minha memória rapidinho.

Nos muitos milênios de existência da humanidade, muita gente passou pela terra despercebida. E até hoje muitos nem sabem o que estão fazendo aqui, a que vieram, aonde vão, o que fazer para ter uma vida significativa. Mas alguns fizerem história e perpetuaram seu nome para sempre, a maior parte deles revolucionários.

A vida está passando, o nosso tempo está passando. Há tanto acontecendo! E o que estamos fazendo de significativo para as pessoas, principalmente para as que nos cercam?

Comprei um livro maravilhoso que fala sobre a vida de dois monges que resolveram gastar mais e mais tempo com Deus e ele tem mexido muito comigo. Quando vamos a Deus, Ele nos envia às pessoas, afinal, Seu interesse é salvá-las, o que inclui maturidade, libertação, cura, proteção e provisão, maiores necessidades da humanidade. Ontem, depois de ler o capítulo do dia, já que resolvi sorver muito devagar as doses de sabedoria do livro, pedi ao Senhor para me conduzir em cada segundo daquele dia. E onde fui parar? No cemitério e num hospital.

Muitos sabem que ministro louvor na igreja. É um privilégio muito grande. Mas há tempos não ministro louvor como o fiz ontem, num hospital, cantando com cinco ou seis pessoas. Visitei a Neusa, mãe da Débora, que muitos conhecem. Ela passou por uma cirurgia no cérebro e passa bem. Deitadinha me pediu para cantar "Se o mar me submergir a Tua mão me traz à tona para respirar e me faz andar sobre as águas"... Voltei para casa quebrantada. Agradeço ao Senhor por ter ministrado o louvor mais poderoso dos últimos tempos. Cantava por ela e cantava por mim.

Ouvi o quarteto do meu pai cantar no velório do avô da Débora - a família precisa de oração; veio tudo de uma vez. Lembrei-me de quantas vezes acompanhei meu pai que cantava nas igrejas por aí, para gente sadia que muitas vezes critica tanto. E pensei na glória de consolar uma família com um cântico, com a presença, com uma palavra.

Estou sendo moída por dentro. Quero livrar-me do desejo tão humano de sucesso, de glamour, de fama, de estar entre os primeiros e fazer o que realmente importa. Há muita oposição e muita competição para fazer algumas coisas, mas há muitos lugares ainda aonde ninguém quer ir, onde dão desculpas para não estar.

Confesso que há tempos não me sinto tão feliz depois de um cântico. Que delícia! Que glória! Nada como estar no lugar certo, na hora certa! Quero mais. Certamente visitarei a Neusa outras vezes e já me preparo, porque sinto que Deus me enviará a outros lugares. O mundo é tão grande, há tanta gente necessitada, para que competir? Há trabalho e oportunidades suficientes para todos - estou certa disso.

O monge do livro me ensinou que, quando estamos dispostos a obedecer a Deus, não precisamos procurar oportunidades, elas simplesmente aparecem. Apareceram para mim ontem. Não procurei por elas. Aliás, quantas vezes eu recusei esse tipo de programa! Não há sensação melhor do que a de ter feito a coisa certa.

Quando chegar a você uma oportunidade de abençoar uma pessoa com um presente, com um dinheiro, com sua presença, com uma oração , não perca. A vida passa tão rápido!

Estou compreendendo cada dia melhor a oração de Paulo lá do capítulo um de Efésios: oro para que Deus abra os olhos do seu entendimento. Quantas vezes as oportunidades se abriram para mim e eu escolhi desprezá-las! Quantas vezes eu fechei portas abertas por Deus para fazer coisas que qualquer pessoa poderia no meu lugar!

Em alguns lugares somos importantes, em outros, fundamentais, necessários. Quero aprender a nunca deixar que o urgente substitua o mais importante. O essencial é essencial. O que deve vir primeiro deve ter o primeiro lugar. Certas oportunidades não voltarão jamais.

Quero aprender a pensar com o coração, movida por um sentimento profundo de amor e compaixão. Não posso fazer muita coisa, não consigo mudar o mundo inteiro, mas posso alegrar o dia de uma pessoa, dizer uma palavra boa ao aflito, mostrar uma luz para quem está olhando para o túnel sem enxergá-la, ajudar alguém a sorrir mesmo que seja da sua própria desgraça, iluminar um pouquinho o ambiente, adoçar a vida que está tão amarga para muita gente.

Ajude-me nessa revolução. Olhe para as pessoa diferente. Perdoe quem fechou seu carro no trânsito. Sabe-se lá que tipo de estresse está passando. Pense na tristeza de comecar o dia mal-humorado. Dê um sorriso a quem o vir. Não custa nada, não dói e ainda rejuvenece. Pague um cafezinho para o seu amigo do trabalho. Alegre alguém. E verá como isso volta multiplicado a você.

A revolução que proponho hoje não é para mudar o mundo, mas para mudar você mesmo. Decidi revolucionar minha vida.

Tenha um ma-ra-vi-lho-so dia!!!

quinta-feira, agosto 16, 2012

Descasque o abacaxi

Nestes tempos de provas na escola, o que mais ouço meus filhos dizerem é que gostariam muitíssimo de que a escola não existisse. Choro de rir. Falam que odeiam matemática, português, dever de casa, estudar para a prova. Não é verdade que "odeiam". Essa palavra é pesada. A verdade é que amam gastar o tempo com outras coisas como videogame, bicicleta e futebol - mais com o videogame do que com os outros dois.

Há uma difença gritante de proveito entre uma e outras coisas. A escola trará benefícios que nem de longe conseguem entender. Se soubessem a importância de aprender o máximo no mínimo de tempo, priorizariam os estudos. Mas eles não têm maturidade para entender o caminho do sucesso: "Quem presta atenção no que lhe ensinam terá sucesso; quem confia no Senhor será feliz" (Pv 16:20).

Meus filhos são novos. Nem que seja na marra, passarão de ano, pois eu, mais do que ninguém, decido guiá-los nesse caminho.

Sorte diversa têm os alunos da escola do Espírito Santo. Quantos de nós, apesar de anos frequentando a igreja aos domingos, não temos amadurecido e continuamos a priorizar o que não é prioridade, a nos comportar como crianças, "odiando" ou desprezando o que nos é extremamente útil e amando aquilo que é fútil?

Hoje estava meditando no livro de Tiago, quando fui parada no seguinte texto: "Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos" (Ti 1:5). Que coisa maravilhosa pedir sabedoria e receber sabedoria não é mesmo? Eu lia esse texto e pensava assim: é como pedir um carro e encontrar o carro zerinho lá na garagem. Que maravilha! Então fui surpreendida com um pensamento muito estranho que já vou contar.

Seria muito bom se Deus agisse como uma fada com varinha de condão. Você pede paciência e ganha paciência; pede amor e ganha amor; pede dinheiro e ganha dinheiro... Acho que eu me especializaria na oração. Peço e recebo, peço e recebo? Beleza. Vamos orar, comer e dormir. Mas Deus se parece comigo - aliás, eu que quero me parecer com Ele: meus filhos pedem ajuda no dever de casa e eu respondo que vou corrigir e ensinar aquilo que errarem. Já não está bom?

A questão é que os presentes de Deus vêm dentro de umas embalagens que, às vezes, são dificílimas de abrir. A fruta de que mais gosto, o abacaxi, vem dentro de uma casca que machuca; o sol que me bronzeia também pode me queimar; a água que nos refresca é preciso furar um poço para encontrar; as frutas e verduras com que nos deliciamos precisam ser plantadas, regadas, adubadas, demoram a crescer e dão um trabalhão.

Não é porque os presentes não vieram como desejamos que Deus não nos respondeu, não nos ouviu ou não cumpriu a Sua Palavra: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre" (Mt 7:7, 8). O problema mesmo é nossa preguiça de abrir a embalagem.

Voltando ao versículo lá de cima, eu pensava que pedia a Deus sabedoria e ele injetava um pouquinho na minha mente. Assim, pedi e recebi. Terminei a minha oração? Creio que Ele me atendeu, afinal: "Peça-a [sabedoria], porém, com fé, não duvidando; porque o que duvida é semelhante à onda do mar, que é levada pelo vento e lançada de uma para outra parte. Não pense tal homem que receberá do Senhor alguma coisa. (Ti 1:6, 7). Peço com fé e, se creio, recebo.

Hoje orei, pedindo sabedoria. E a impressão que tive é que Deus pegou um livro pesado e colocou no meu colo. Como assim? Exatamente desse jeito. Já pensou em chegar para a professora da escola e dizer: "Professora, você pode me dar um dez"? E ela responde: "Claro. Estude os dez primeiros capítulos do livro e tirará dez".

Os presentes de Deus são mais ou menos assim: quer sabedoria? Pegue a Bíblia e comece a aprender, fale com o Espírito Santo e ouça o que Ele tem a dizer, pratique o que aprendeu, conviva com gente sábia, leia especialmente o livro de Provérbios e por aí vai. Em outras palavras: descasque o abacaxi e tire o mel de dentro.

Deus não é uma fada com uma varinha mágica. Ele já nos deu tudo de que precisamos: "Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude" (II Pe 1:3). Agora extrair o diamante no garimpo, extrair o mel do abacaxi, crescer em paciência em meio a um mundo estressado é obrigação nossa.

O que Jesus falou é verdade: "Está consumado" (Jo 19.30). A parte dEle está prontinha. Falta a nossa. Quer sabedoria? Quer mesmo sabedoria? Pague o preço, abra a embalagem, descasque o abacaxi. Não adianta ficar esperando a "mamãe" mandar estudar. Sejamos maduros. Só falta fazermos a nossa parte.

Em tempos de provas - e quantas provas! -, melhor estudar, concorda?

quarta-feira, agosto 15, 2012

Salão de beleza

As aparências enganam - graças a Deus! Estranhou a frase? Provavelmente você ainda não entrou na casa dos "enta". Tudo o que a gente quer quando vai ficando de certa idade é parecer mais jovem. Por isso cresce tanto a indústria de cosméticos. Fico extremamente feliz quando ouço alguém dizer: "Os anos para você não passam"! Este é o lado bom de dizer que as aparências enganam: quando na idade engana para menos e não para mais.

Não é só na idade que a afirmação funciona. Como diz um velho ditado, tem gente que come ovo e arrota caviar. Na sua santa sabedoria, a Bíblia já dizia isso - "Algumas pessoas não têm nada, mas fazem de conta que são ricas; outras têm muito dinheiro, mas fingem que são pobres (Pv 13:7). Por isso é bom não fazer acepção de pessoas. As aparências enganam mesmo.

Li um livro do Augusto Cury chamado O Vendedor de Sonhos. Ele conta a estória de um andarilho que, na verdade, era muito rico. Isso me fez pensar o seguinte: ter e parecer são duas coisas muito diferentes. Uns têm, mas nem parece; outros não têm, mas parecem ter. O fato é que nem sempre o exterior reflete o interior, mas seria muito bom se fôssemos mais transparentes, se parecêssemos com o que de fato somos em muitas áreas.

A mudança que o evangelho propōe é uma transformação interior que se reflete no exterior. Um certo sábio chamado Nicodemos tentou entender isso. E Jesus explicou assim: "Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus. O que é nascido da carne é carne, e o que é nascido do Espírito é espírito" (Jo 3.3-6). O que é nascido da carne é carne e parece mesmo; o que é nascido do espírito é espírito, mas ninguém vê, nem parece.

Quando aceitamos a Jesus como nosso Senhor e Salvador, nascemos de novo. Nosso espírito é recriado e recebemos um novo coração. Passamos a ser uma nova criatura: "Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (II Co 5.17). Entretanto, toda essa mudança se opera no interior. Quem nos olha não vê nada diferente: o rosto continua o mesmo, a altura e o peso continuam os mesmos, mas sabemos pela fé que já não somos mais os mesmos. Nicodemos tinha a mesma ingenuidade dos incrédulos: como nascer de novo? Assim: recebi a Jesus, cri, nasci de novo e pronto.

Só que a mudança precisa ser efetuada no exterior também. Qual rei gostaria de ver sua filha vestida como uma plebeia? Não estou me referindo a grife, marca, sinais de status. A Disney gosta de explorar o tema de plebeias que se transformam em princesas. Nos filmes, quando estas e seus pais se descobrem, as meninas precisam passar por cursos intensivos para aprender a andar, falar, se portar, se vestir, mudar seus valores. Mudou a filiação? Precisa mudar tudo.

Quando nascemos no reino de Deus, também precisamos passar por intensivos cursos com o Espírito Santo para o mesmo fim. Precisamos aprender a nos portar como filhos do Deus Altíssimo. E isso Deus não faz por nós. Muitas coisas recebemos apenas como um presente: a salvação, a graça, o novo nascimento, a herança dos santos. Outras precisamos nós mesmos conquistar; é o caso da mudança de mente.

Em Efésios 4:24 está escrito: "E vos revistais do novo homem, que segundo Deus é criado em verdadeira justiça e santidade". O nascido de novo precisa se portar como um novo homem. Para isso, terá de trocar de roupa, precisará se revestir. E como nos revestimos? Quais são as vestimentas? Por onde começar? Começamos nos despindo. E o que precisa ser despido? Tudo aquilo que era mau e fazia parte da velha natureza: mentira, inveja, ira, contenda, blasfêmia, cobiça, fofoca, engano e outras tantas coisas erradas que a nossa consciência sabe muito bem quais são: "Quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano" (Ef 4.22). "Não mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do velho homem com os seus feitos" (Cl 3.9).

Embora tenhamos nascido de novo, duas pessoas coexistem em nós: um velho homem e uma nova criatura. Deus faz a nova criatura e nós crucificamos o velho homem. É uma obra de parceria. Deus não mata o velho homem, assim como nós não somos capazes de fazer nascer em nós essa nova criatura. Só o Espírito Santo pode fazê-lo. A parte de Deus fica pronta instantaneamente. A nossa é gradual: precisamos matar o velho homem cada dia um pouquinho. E é doloroso mesmo. Paulo disse que era preciso reduzir seu corpo à servidão: "Mas esmurro o meu corpo e faço dele meu escravo, para que, depois de ter pregado aos outros, eu mesmo não venha a ser reprovado" (I Co 9:27).

É nossa obrigação, ou melhor, de quem quer usufruir dos benefícios da paternidade que Deus nos oferece, nos despirmos do velho e nos vestirmos do novo, mudar de roupa. Devemos nos revestir da armadura de Deus, de novos hábitos, de novos pensamentos, de novas atitudes, de novos sentimentos. E tudo isso se consegue com a oração, jejum, leitura da Palavra, obediência a seus princípios, meditação, esforço, muito esforço.

Antes de encerrar este post, não posso deixar de falar às mulheres. Ninguém gosta mais de uma roupa nova ou de um banho de loja do que as mulheres. Devemos ir sempre que preciso a um bom salão de beleza. Ele é indispensável a nós mulheres, mas precisamos frequentar principalmente o salão de beleza do Espírito Santo. Deus quer adornar-nos e veja só como pretende fazer isso: "O enfeite delas [das mulheres] não seja o exterior, no frisado dos cabelos, no uso de jóias de ouro, na compostura dos vestidos; mas o homem encoberto no coração; no incorruptível trajo de um espírito manso e quieto, que é precioso diante de Deus (I Pe 3.4,5). Confesso que não gosto nada desse versículo, entretanto, preciso obedecer-lhe. E quais são os vestidos que Deus pede especificamente às mulheres? Um espírito manso e tranquilo.

Não sei se você se sente espiritualmente vestido ou pelado, se tem frequentado o salão de beleza do Espírito Santo, se tem trocado todo dia de roupa, abandonado o velho e se deleitado com o novo. Sei que eu preciso disso. Embora salōes de beleza não sejam um lugar que aprecio, eu os frequento. E ao lugar secreto, à sala do trono vou às vezes também sem vontade alguma, mas sempre saio de lá transformada. O espelho da graça me mostra como fiquei mais linda depois de passar um tempo ali.

Vá também ao salão de beleza de Deus. Impossível não gostar da transformação que Ele vai empreender em você: novo sorriso no rosto, alegria no coração, conforto em meio à dor, doçura ao invés de rispidez, segurança em lugar do medo, tranquilidade e não espírito angustiado, paz que excede todo entendimento e muito, muito mais. E sabe quanto custa? Nadica de nada.

Fica a dica!