sexta-feira, dezembro 31, 2010

Leis São para Todos


Leis são leis e existem para serem cumpridas por nós e até mesmo por Deus. Foi Ele mesmo quem resolveu governar este mundo por leis universais, algumas escritas, conhecidas, outras que ainda precisam ser descobertas, exploradas ou até mesmo perscrutadas.
O desconhecimento da lei não nos desobriga de cumpri-la. Essa é uma máxima inclusive do nosso direito. O fato de não saber que o sinal vermelho obriga um carro a parar não isenta o condutor da multa salgada que virá. Paulo disse aos romanos que todos são indesculpáveis perante Deus porque muitas de Suas leis estão escritas na nossa própria consciência. A noção do certo e do errado por si só nos faz culpados de muitas infrações.
Como já disse, algumas leis de Deus são muito conhecidas, outras estão sendo descobertas aos poucos; parte consta da Palavra, parte apesar de desconhecida está regendo o universo e apenas se fazendo sentir. Demorou bastante tempo, por exemplo, para o homem explicar a lei da gravidade, mas seus efeitos sempre se fizeram sentir. Assim se dá com todas as demais leis de Deus. Elas são eternas, universais, imutáveis, gerais, aplicam-se a tudo. Como está escrito no Salmo 119.96: Tenho visto que toda perfeição tem seu limite, mas o teu mandamento é ilimitado, em outra tradução diz que os Seus mandamentos se aplicam a tudo.
Uma das máximas de Deus que se conhecem por Sua palavra é que a terra é nosso domínio. Quando o homem foi feito, o Senhor falou: “Dominai”e não “dominemos”. Isso quer dizer que Ele entregou o governo desta terra ao homem e nos fez com um corpo físico, de sorte que, para gerir esta terra, fomos feitos em parte terra. Somos feitos de alma, espírito e carne. A alma é o nosso ser essencial, o espírito a parte de Deus soprada em nós e o corpo a parte que se comunica com o mundo físico. Apesar de sermos espírito, nenhum espírito tem autoridade sobre o que aqui é material. Para agir, os espíritos precisam de corpos. É exatamente por isso que Jesus não poderia vir como um Espírito que perambulava pela terra. Era essencial que Deus se manifestasse em carne.
Quando pecamos, demos a satanás autoridade para governar esta terra, por isso, na tentação, ele quis negociar com Jesus o domínio ao dizer: “Tudo isso te darei se prostrado me adorares”. Jesus não disse a ele que isso era uma mentira, mas veio tamém para restituir ao homem o domínio. Assim, como somente carne para dar a luz a carne, Jesus nasceu de uma mulher, quer dizer, por um processo absolutamente normal, e viveu como um homem vive. Sabedor de tudo isso, Satanás tentou a todo custo impedir que Jesus viesse em carne, mandando matar todas as crianças nas vezes que pensou que o Messias poderia vir. Ele sabia que Deus se tornaria um menino e, se pudesse matá-lo, estaria tudo resolvido. Mas Deus é poderoso!
Deus não age por espíritos. Foram raríssimas as vezes em que Deus se manifestou em espírito a pessoas. A maior parte de Suas manifestações foram e são ainda hoje através das próprias pessoas. Deus habita em nós e nos usa para Seus propósitos.
Lá no Velho Testamento, a carne não suportou se relacionar com o Espírito de Deus, por isso pediu a Moisés que dissesse ao Senhor que não mais se manifestasse a homens, pois eles não podiam suportar a Sua glória, que era estarrecedora. O povo não quis ver a Deus, então Ele nunca mais se manifestou apenas em Espírito ao povo. Mas Moisés quis ver a Deus, por isso Ele continuou se manifestando em Espírito às raríssimas pessoas que, como Moisés, desejaram vê-lo. Josué foi um delas. Recebeu o legado de Moisés e, com isso, o privilégio de ver o Príncipe dos Exércitos do Senhor (Js 5).
Falar sobre tudo isso ajuda a mim e a você entender o que Jesus disse a Pedro quando afirmou: Dar-te-ei as chaves do reino dos céus; o que ligares na terra terá sido ligado nos céus; e o que desligares na terra terá sido desligado nos céus (Mt 16.19). Nós conectamos ou desconectamos a terra ao céu, aceitamos ou rejeitamos o governo de Deus, nos submetemos ou não ao Seu domínio. Ele continua à porta batendo e se submetendo ao SE. “Se” alguém ouvir, “se”alguém abrir, Ele virá.
As nossas palavras têm criado decretos espirituais diariamente. Na maior parte das vezes, não é Deus quem está abrindo e fechando portas para nós mesmos, mas os decretos que temos feito. A Bíblia diz que seremos julgados por nossas palavras.
Tenho muitíssimo mais a dizer a respeito das leis de Deus e de como temos governado o mundo através do poder que Ele nos outorgou, mas deixo para um próximo post. Reflita sobre este assunto aqui que é seriíssimo.
Convido você hoje a, por meio de suas próprias palavras, convidar o Senhor a governar a sua vida, pois, de outra sorte, Ele simplesmente não o fará, pois continua se submetendo ao “se”.
Depois continuamos a nossa conversa. Beijos.

quinta-feira, dezembro 30, 2010

Feliz Livro Novo

 Recebi este texto por email e resolvi postar aqui porque gostei muito. Não sei o nome do autor, mas deixo aqui par você ler e pensar. Grande beijo.

    Encerra-se mais um ano em sua vida...
    Quando este ano começou, ele era todo seu.
    Foi colocado em suas mãos...
    Podia fazer dele o que quisesse...
    Era como um Livro em Branco, e nele você podia ter um poema, um pesadelo uma blasfêmia, uma oração.

    Podia... 
    Hoje não pode mais, já não é seu.
    É um livro já escrito...
    Concluído...
    Como um livro que tivesse sido escrito por você, ele um dia lhe será  lido, com todos os detalhes, e não poderá corrigi-lo.
    Estará  fora de seu alcance.
    Portanto... 
    Antes que termine este ano, reflita, tome seu velho livro e folheie com cuidado... 
    Deixe passar cada uma das páginas pelas mãos e pela consciência;
    Faça o exercício de ler a você mesmo.
    Leia tudo... 
    Aprecie aquelas páginas de sua vida em que usou seu melhor estilo.
    Leia também as páginas que gostaria de nunca ter escrito. 
    Não... 
    Não tentes arrancá-las.
    Seria inútil... 
    Já estão escritas.
    Mas você pode lê-las enquanto escreve o novo livro que será entregue.
    Assim, poderá repetir as boas coisas que escreveu, e evitar repetir as ruins. 
    Para escrever o seu novo livro, você contará novamente com o instrumento do livre arbítrio, e terá, para preencher, toda a imensa superfície do seu mundo.
    Se tiver vontade de beijar seu velho livro, beije. 
    Se tiver vontade de chorar, chore sobre ele e, a seguir,
    coloque-o nas mãos do Criador.
    Não importa como esteja...
    Ainda que tenha páginas negras, entregue e diga apenas duas palavras:
    Obrigado e Perdão!!! 
   
    E, quando o novo ano chegar, lhe será entregue outro livro, novo, limpo, branco, todo seu, no qual irá escrever o que desejar... 
   
     FELIZ LIVRO NOVO !   


 

 

quarta-feira, dezembro 29, 2010

Contando apenas com Deus?


Quero conversar com vocês aqui hoje sobre um entendimento que tenho tido acerca dos propósitos de Deus. Como já disse aqui, tenho grande prazer em tentar compreender a Bíblia, por isso não a leio para decorar, para saber, para cumprir um cronograma, mas para descobrir como funciona a mente de Deus. E tenho feito descobertas incríveis.
Perguntei a Deus há algum tempo por que, quando Jesus andou pelo tanque de Betesda, cercado de tantos doentes que passavam o ano esperando que um anjo movesse as águas, curou apenas um homem. A resposta, é claro, só pode estar na própria Palavra.
Deus jamais viola o que Ele próprio diz. Está escrito que Ele exaltou acima de tudo o Seu nome e a Sua Palavra. E também que Ele não é homem para mentir nem filho de homem para se arrepender. Passarão céus e terra, mas as Suas palavras jamais haverão de passar. Eu poderia continuar aqui citando textos que falem sobre a veracidade e infalibilidade de Sua Palavra, mas me contento com esses aí.
O fato é que a resposta à pergunta está lá no que diz o paralítico. Jesus pergunta a ele se quer ser curado e ele responde que não tem absolutamente ninguém que o ajude. Poderíamos dizer: que pena que ele não tem relacionamentos! Mas em Isaías 41.13 está escrito: Porque Eu, o Senhor, Teu Deus, te tomo pela tua mão direita e te digo: Não temas, que eu te ajudo. Como poderia o próprio Deus, andando em carne neste mundo, não ir ao encontro de um homem que só poderia contar com a Sua ajuda e com nenhuma outra? Há trinta e oito anos, o homem esperava por uma ajuda, mas esta nunca veio até que Jesus chegou.
O diálogo de Jesus com o homem é extremamente interessante: "Queres ser curado"? O homem não responde: "Quero", mas: "Não tenho ninguém que me ponha no tanque". É como se perguntassem a alguém: "Quer um sanduíche"? e a resposta fosse: "Não tenho dinheiro", quer dizer, é claro que quero, mas não tenho maneira alguma de obter isso. Ou quem pergunta oferece à pessoa o dinheiro, ou ela simplesmemte continuará na mesma condição, ou seja, ou Jesus dava a ele a ajuda de que precisava, ou continuaria na mesma por toda a sua vida.
Deus é realmente fantástico. Veio e providenciou a ajuda.
E você? Tem alguma necessidade tão grande que ninguém possa o ajudar?
"Não temas; Eu te ajudo"!

segunda-feira, dezembro 27, 2010

O Segredo do Mais



Hoje estava meditando no livro de Josué e Deus me fez entender como as ordens dadas a ele se aplicam a todos nós e são para todo dia.
Assim como eu e você, Josué estava diante de grandes desafios: precisava proporcionar para ele, para sua família e para o povo que liderava uma vida melhor. Eles estavam no meio do deserto, levando uma vida desconfortável, admirando a boa vida e a riqueza de outras pessoas que nem serviam a Deus. Será que essa história De alguma forma se parece com a sua?
Josué e seu povo poderiam passar o resto de suas vidas morando num deserto, comendo do maná que significa a provisão diária de Deus e conformado com o pouquinho que possuía. É assim a vida de muita gente. Alguns chegam até a falar que se Deus quisesse lhes dar mais já teria dado - conversa de quem não quer enfrentar a batalha da vida, que não é fácil pra ninguém.
Eu e você ainda hoje podemos viver do maná também, que certamente não vai faltar. O salmista mesmo proclamou esta verdade: "Fui jovem e agora sou velho, mas jamais Vi um justo desamparado e a sua descendência a mendigar o pão". Como esquecer também o Salmo 23: O Senhor é o meu Pastor e nada me faltará? Certamente não nos faltará o suprimento, o vigor, o auxílio e tudo aquilo que for necessário para encararmos a batalha da vida, mas quem nos disse para andarmos conformados? Conhecemos ou não o que está escrito em Romanos 12.2 - "Não vos conformeis"?
A parte boa de ler a Bíblia é descobrir que as ordens de Deus estão ali bem diante do nosso nariz, a solução para tudo. Como enfrentar a batalha sem sair dela mutilado? A resposta está aqui em Josué 1.8: Não cesses de falar do Livro da Lei; antes, medita nele dia e noite, para que tenhas o cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito. Agora vem a melhor parte, o grande segredo: Então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.
Duvido que você esteja conformado com tudo o que é e com tudo o que possui. Nascemos para dominar. A ordem de Deus para nós não mudou: crescei, dominai. Há dentro de nós um desejo por mais. Mais o que? Mais tudo: mais paz, mais alegria, mais bens, mais poder, mais influência, mais sabedoria, mais de Deus. E o segredo para obter tudo isso está revelado - Josué 1.8 para você.
Vença sua batalha, estenda seus limites, aumente seu
poder de influência, coma do melhor da terra.
Tenha um maravilhoso dia!



terça-feira, dezembro 14, 2010

Criado para pouca coisa


Pouco é necessário, ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte (Lc 10.42).


Temos muitas necessidades. Precisamos ser amados, respeitados, aceitos, queremos e precisamos pertencer e aqui quero falar sobre nosso senso de propósito.
Queremos muito que nossa vida tenha significado, por isso perguntamos sempre o que Deus quer de nós. E muitas vezes isso nos estressa sobremaneira. Penso que é também por isso que oramos tanto pedindo ao Senhor que nos use. Não sei de onde foi que tiramos isso. Que pedido mais estranho esse de ser usado. Por que não podemos apenas viver, temos que ficar buscando um motivo, um porquê, uma razão para tudo? Por que pensar que Deus quer nos usar? De onde tiramos isso?
Não fomos feitos para sermos usados. A Bíblia não diz que Deus estava à procura de um reparador de brechas, de um adorador, de alguém que fizesse filhos ou que administrasse toda a criação quando resolveu criar Adão. Ele nos criou porque queria alguém com quem se relacionar e apenas isso. Não precisava de trabalhadores, de pregadores, de gente que orasse, que fizesse chover, que marcasse a história. Que história é essa que queremos tanto marcar? Que proveito há em tanta correria, tanta competição, tanta superação, tanto estresse?
É muito difícil admitir que fomos feitos apenas para o relacionamento e que isso é um prêmio e não uma maldição. É fato que Deus quer se relacionar conosco e que a iniciativa sempre parte dele. Mostre-me uma só pessoa na Bíblia que tenha iniciado essa busca. Talvez você me fale da mulher hemorrágica, do cego de Jericó, de Nicodemos e muitos outros. Sabe o que eu diria a você? Não foram eles que buscaram Jesus. Foi Jesus quem resolveu deixar seu trono a fim de vir procurar a todos eles, inclusive a mim.
Como é lindo ver Deus saindo do Seu lugar para encontrar-se com Adão toda viração de dia. E com que paciência agiu com ele quando este pecou.
Descobrir que fomos feitos para os relacionamentos deve tirar de nós um peso dos ombros. Tudo o que Deus quer de mim é que eu me relacione com Ele. O resto é resto. Trabalhar para Ele é complemento.
Do relacionamento principal fluem todos os outros. A Bíblia diz: Se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros. Em vez de ficar correndo atrás das pessoas, tentando desenvolver habilidades políticas para ser agradável a todos, o que é literalmente impossível, é melhor tentar aprofundar o relacionamento com Deus. Jesus não agradou a todos, mas marcou a história do mundo e de muitas pessoas. Pode haver propósito melhor do que ter nascido para o puro deleite do Criador?
O Senhor, Teu Deus, está no meio de ti, poderoso para salvar-te; ele se deleitará em ti com alegria; renovar-te-á no seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo (Sf 3.17).
A partir disso que digo aqui dá para entender a resposta de Jesus a Marta. Muito agoniada ela recebeu o Mestre e resolveu fazer para Ele muitas coisas. Enquanto estava em sua casa, ela trabalhava como uma louca, enquanto sua irmã assentada ouvia a conversa. Imagino que Marta também queria muito ouvir a conversa, mas que imagem teriam de uma dona de casa que não faz as coisas a tempo, que não tem uma casa perfeita e impecável, de uma anfitrião que não recebe bem? Ela não só enlouqueceu querendo proporcionar mais do que dava conta como se irou ao ver sua irmã tão despreocupada. No fundo, ela havia descoberto o segredo do Mestre: foi feita para o relacionamento. Tudo o mais podia esperar.
Precisamos muito nos lembrar disso todo tempo. Não fomos feitas para limpar casa, lavar e passar roupa, digitar, comprar, vender... Fomos feitas para nos relacionar. O maior arrependimento que se pode ter na vida não é ter ou não comprado um carro, mas ter investido pouco tempo na vida de alguém.
Quanto mais andamos com Deus, mais descobrimos que, quanto mais perto dEle, mais Ele nos envia às pessoas. Toda pessoa que está se santificando, com certeza, está aumentando a qualidade de seus relacionamentos, amando mais e sendo mais amado, interessado no bem-estar das pessoas, crescendo em compaixão.
Sejamos como Maria, escolhamos a melhor parte: conviver com as pessoas.

terça-feira, dezembro 07, 2010

Disconnect to connect



Pode parecer incrível, mas recebi este vídeo depois que escrevi o texto que está aqui embaixo. Veja o vídeo e leia o texto. Pense nisso.

Compre Experiências

Olá, galera do blog. Fiquei muitos dias sem escrever porque estava viajando. Mais uma vez, Deus me deu de presente uma viagem. Ele sabe como gosto de viajar, como isso tem feito bem para mim e para o Ric e novamente nos deu essa maravilhosa bênção. Apesar de ter computador disponível, parei tudo, tudo mesmo para apenas viver a experiência.
Tenho aprendido muito sobre a importância de gastar dinheiro com experiências. Normalmente passamos a vida inteira economizando. Guardamos dinheiro para o carro novo, a casa nova, a bolsa, o sapato e temos a triste tendência de não usar o dinheiro com coisas que fiquem guardadas na memória. Até consideramos viagens, férias, cinemas, restaurantes e vários prazeres da vida dinheiro jogado fora. Que engano! 
Há três anos, fiz uma festa bem legal para o Victor e a Júlia. Comemoramos os cinco anos de um e oito do outro. Lembro-me de ter sido questionada por um homem sobre o que me fazia gastar tanto dinheiro numa coisa que durava apenas poucas horas. Ainda me lembro da cara da mulher dele dizendo que tinha muita vontade de fazer o mesmo, de dar uma grande festa para seus filhos. Eu respondi a ele que eu e os meus filhos jamais nos esqueceríamos daquele dia. E realmente não me esqueço. Lembro-me da roupa da Juju, de brincar com o Toquinho num brinquedo de girar, de cantar parabéns numa mesa da Arca de Noé, de receber amigos, de abrirmos presentes...
Não me lembro dos carros, das bolsas, dos sapatos, de grande parte dos bens que adquiri. Não sei por que gastamos tanto tempo preocupados com coisas. Lá no livro de Eclesiastes há algumas coisas por demais interessantes. O Pregador fala que é feliz o homem a quem Deus dá o poder de comer, beber e gozar do fruto do seu trabalho e lamenta ter amealhado tantas coisas. Não acho que não devemos poupar, mas cheguei à conclusão de que não há nada melhor do que gastar com as experiências.
No filme brasileiro Meu Nome não É Johnny há uma frase da qual gosto muito. Disseram ao Johnny: “Meu sonho é juntar um milhão de dólares” e ele respondeu: “O meu é gastar um milhão de dólares” (não vi o filme, mas assisti ao trailer).
Guardei na minha mente mais um pouquinho de lembranças. Talvez se tivesse ficado por aqui, trabalhado com afinco, guardado dinheiro para pagar todas as contas que não acabam nunca, nem tivesse do que me lembrar. Você se lembra do que fez ontem, anteontem, semana passada? Pois eu não me esquecerei de mais um tempinho gostoso passando frio com o Ric nas nossas férias.
Felizes somos nós a quem Deus tem dado o prazer de comer beber e gozar não do nosso próprio trabalho, mas do trabalho dEle, porque Ele incansavelmente trabalha por nós. O Senhor não dorme de dia e nem de noite para guardar, abençoar e alegrar a estes que Ele ama tanto: eu e você.
Beijos. Estou de volta!

quarta-feira, novembro 24, 2010

Seja Simpática!


Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem (Pv 3.3,4).


Este post trata de um assunto sobre o qual estudei há algum tempo e agora encontrei as anotações que quero compartilhar aqui. Desde já adianto que não traz apenas minhas concepções acerca do tema, mas um estudo que ouvi há muito tempo, proferido por Mike Murdock.
O assunto que ainda hoje me preocupa diz respeito a “favor” ou “graça”. Quero que você entenda esses vocábulos como a capacidade de se relacionar com as pessoas, de ser simpático a elas. Não é esse exatamente o significado da palavra. É muito mais abrangente, mas quero discorrer com base nesse foco.
Algumas pessoas são naturalmente simpáticas e nesse rol não acho que me incluo. Já melhorei muito, mas, ainda assim, sei que a jornada é longa. Fui uma criança extremamente tímida, quieta, fechada e ainda luto para melhorar, como já disse várias vezes aqui no blog. Aprendi que favor não é um milagre, um dom, mas uma recompensa, uma reação que outros têm diante das minhas ações.
Durante muito tempo, cheguei a pensar que Deus presenteava as pessoas com algumas coisas muitíssimo especiais. Dessa forma, alguns nasceram com muito mais do que outros, mas não é bem assim. É verdade que algumas pessoas herdaram muito mais, mas isso é justo. Alguém, em algum momento, trabalhou pelo que é repassado às gerações. E não se transmitem apenas bens, apenas coisas materiais, mas características físicas, emocionais, psicológicas... Então, se para se transmitir dinheiro é certo que, em algum momento, alguém fez por merecê-lo, eu quis muito saber o que era necessário para que a pessoa obtivesse favor. E encontrei a resposta: Não te desamparem a benignidade e a fidelidade; ata-as ao teu pescoço; escreve-as na tábua do teu coração. E acharás graça e bom entendimento aos olhos de Deus e do homem (Pv 3.3,4).
Saber essas coisas é imprescindível para que possamos tomar atitudes em relação ao assunto. Quando sei em que estou errando fica mais fácil acertar.
Detectei pelas minhas descobertas que oração não é suficiente para se obter favor e nem é justo transferir essa responsabilidade para Deus. Essa é uma obrigação minha, pois, como já disse, é uma reação à forma como ajo com as pessoas, como me comporto, como cumpro com minhas promessas ou até mesmo como olho para os outros. Então o que fazer para obter favor?
A primeira coisa é respeitar o próprio versículo aí de cima: benignidade. E o que é benignidade? É pensar o bem acerca das pessoas, o que é muito difícil. Como diz a Joyce Meyer em seu livro Reduza-me ao Amor, as pessoas sentem o que pensamos a seu respeito. Confesso que preciso melhorar nesse ponto. Quando seu marido se atrasa, você pensa no bem ou no mal?
A segunda coisa é a fidelidade, capacidade de cumprir o que promete. Quanta decepção quando conhecemos pessoas que dizem uma coisa, mas, na verdade, são outras!
A última coisa que quero dizer aqui é: aprender a se comportar em qualquer ambiente, ser cordial, cumprimentar a todos se possível, falar com propósito, doçura e significado. A conversa é uma porta para o acesso. Você já correu, já mudou de rota simplesmente para não precisar conversar com alguém? Eu já. Algumas conversas nos atraem, outras nos dão uma preguiça profunda. Saber falar é uma arte. Como bem disse Tiago, quem sabe refrear a sua língua é um varão perfeito.
O post está grande, preciso terminar, mas não sem antes dizer que sem favor não chegaremos a lugar algum. As pessoas são imprescindíveis na nossa caminhada. Elas são capazes de nos promover ou de nos destruir. Quem gosta de você pode definir o seu futuro. Uma só pessoa pode mudar o seu mundo. Por fim, Deus não decide quem gosta de você, mas você mesma.
Pense nisso!
 

terça-feira, novembro 23, 2010

Meu Aniversário!!!


Queridos amigos, obrigada por tudo! Amo vocês!


Desculpem-me vocês que gostam do blog. Não tenho escrito muito porque estou sem computador. Então, aproveito os poucos momentos em que estou diante de um para escrever, mas ultimamente não está muito fácil. Daqui a duas semanas, estarei com um computador novamente e prometo que tudo vai mudar.
O assunto de hoje é o meu aniversário. Não sei se vocês souberam, mas sexta-feira foi meu aniversário e nunca vivi o que experimentei este ano. É claro que cada experiência é maravilhosa. Sou de uma família que gosta de comemorar. Todos os sábados comemoramos nossa vida, nossa união, nossa alegria nos almoços na casa da minha mãe. Não posso deixar de dizer que a semana tem dois dias que aaamooo: o dia do almoço na mamãe e os domingos, dia de estar na casa do Papai. Nestes tempos de evangelho fácil, muitos têm deixado a oportunidade de ir à igreja, mas, assim como aprendi no livro de Provérbios que não devemos remover os marcos antigos, estar na igreja é mais do que um prazer, é um compromisso inadiável. Só em casos excepcionais não apareço e quando falto tenho a sensação de que a semana não é a mesma.
Voltando ao assunto do meu aniversário, não posso deixar de contar como Deus me honrou. O texto que tinha em meu coração todo tempo era o mesmo dado a Mardoqueu lá no livro de Ester: “Assim se faz ao homem a quem Deus deseja honrar”. Não foram poucas as vezes em que ouvi dizerem que eu era uma mulher seca, fechada, antipática e de poucos amigos até. E era assim porque eu era extremamente tímida. Só falava com quem eu conhecia e me comportava de forma muitíssimo reservada, como ainda ocorre hoje de certa forma.
Este ano passei uma semana ganhando presentes. Desde o domingo anterior, recebo mimos das pessoas, abençoados amigos usados por Papai do Céu. O primeiro deles eu até ri quando abri. Ganhei uma agenda lindíssima, com o título: Mulher Virtuosa. Será um presságio? Claro que sim. Nada é por acaso. Entendi o recado de Deus: escreva. E se vocês vissem a grossura da agenda diriam que Deus quer que eu escreva muito, mas muito mesmo.
Recebi outros muitos presentes, como um jantar oferecido aos poucos amigos que pudemos convidar feito por gente muitíssimo especial, companheiros de longa data. Não quero aqui contar tudo o que ganhei, cada cartão, cada palavra, telefonemas e mensagens, pois eu sei que, cada um à sua maneira, celebrou comigo data tão especial. Sei que muitos oraram por mim e também sei que para muitos eu sou uma pessoa especial – ninguém jamais conseguirá me convencer do contrário.
De todo o patrimônio que construi ao longo da minha vida, nada se compara às pessoas. Cada uma delas significa um momento memorável, uma oportunidade única, uma experiência feliz.
Obrigada a todos vocês por absolutamente tudo. Espero comemorar ainda muitos, muitos, muitos anos.
Grande beijo.

quarta-feira, novembro 17, 2010

Leia a Bíblia!



Bem-aventurado o homem que na lei do Senhor medita de dia e de noite (Sl 1).



Finalmente consegui escrever. Ufa! Depois de um longo tempo sem escrever, estou aqui novamente. Pretendo atualizar o blog sempre que possível, mas confesso que está bem difícil.
Esta palavra que compartilho com vocês aqui hoje me marcou há muito tempo e hoje me lembrei dela porque estava meditando no livro de Levíticos. O versículo é uma ordem de Deus a Arão, vinda de uma das poucas vezes em que foi o próprio Senhor quem falou com ele e não Moisés. E a ordem é esta, dita nas minhas palavras: “faça diferença entre o santo e o profano e entre o imundo e o limpo e ensine aos filhos de Israel todos os estatutos que o Senhor lhes tem falado por intermédio de Moisés”.
As ordens de Deus não mudam. Embora queiramos coisas bem particularizadas, individualizadas, todas as ordens, todos os preceitos, todos os estatutos de Deus estão descritos em Sua Palavra. Não há situação nova que não se encaixe na Bíblia. Por isso no Salmo 119 está escrito: “Toda perfeição tem seu limite, mas os mandamentos do Senhor se aplicam a tudo”. Repito: tudo, absolutamente tudo está descrito na Palavra. A solução para todos os problemas, ensinamentos sobre todo tipo de assunto, normas que disciplinam a vida, estratégias de cura, leis sobre como prosperar, está tudo lá. Só é preciso olhos para ver, discernimento espiritual para compreender o que a Bíblia quer dizer. Sem revelação do Espírito Santo é realmente muito difícil ler a Bíblia.
Quer saber por que há tanta resistência em ler a Bíblia? Porque, às vezes, parece que temos que fazê-la descer goela abaixo, porque não recebemos revelação. Quando lemos a Bíblia sob a revelação do Espírito Santo, ela se torna apaixonante. É maravilhoso quando conseguimos nos descobrir nas páginas da Bíblia, quando compreendemos que aquilo que está escrito ali foi guardado por minha causa. Cada história daquelas tem ensinamentos únicos, segredos que podem destravar conhecimentos inenarráveis.
Sabe como me apaixonei pela Bíblia? Lendo. Quando eu tinha cerca de dezoito anos, considerei uma grande vergonha tantos anos de Evangelho e nunca ter lido a Bíblia toda. Então fiz um compromisso comigo mesma de ler a Bíblia em um ano, desses que tem em papeizinhos (hoje há calendários na Internet), que você vai marcando os capítulos que lê. Foi assim que li pela primeira vez. Absorvi pouquíssimo, grande parte da leitura achei chatíssima, mas venci. Eram três capítulos por dia. Quando cheguei no livro de Apocalipse, foi o fim do fim. Para mim foi o pior livro, porque não entendi quase nada e ainda ficava possuída por terror quando lia a respeito do anjo do cavalo vermelho, da besta que subia do mar, dos chifres, do cálice da ira do Senhor. Tenho que confessar que até hoje tenho grande resistência em ler o livro de Apocalipse. Entendo que não é um livro para ser lido, mas para ser estudado. Deve ser saboreado em doses homeopáticas e por pessoas específicas. Não é para qualquer um.
Desde essa primeira experiência, seguiram-se várias outras. Comecei a anotar quantas vezes eu tinha lido a Bíblia toda e, graças a Deus!, perdi o papelzinho. Hoje não tenho mais noção. Isso não quer dizer que eu tenha lido inúmeras vezes, não. Quem dera! Mas a cada dia leio mais. E o melhor não é isso; é que a cada dia leio com mais prazer.
Desde algum tempo, leio a Bíblia sempre com uma pergunta. Quero sempre elucidar alguma curiosidade. Como assim? Atualmente tenho pedido a Deus para descobrir na Bíblia o Deus de amor. Penso que já conheço um pouco o Senhor dos Exércitos, o Deus da guerra, mas agora quero conhecer, como diz Paulo, em toda profundidade, largura, altura o amor de Deus. E tenho tido experiências incríveis.
Convido você a assumir um compromisso com a leitura da Bíblia. Assim como acontece com a leitura de qualquer livro, precisará se tornar um hábito. E como adquirir o hábito? Fazendo as mesmas ações repetidas vezes.
Leia a Bíblia. Além de aprender coisas incríveis, você terá grandes benefícios.
Beijos.

segunda-feira, novembro 08, 2010

quarta-feira, novembro 03, 2010

Razão e não Emoção



Deus sempre responde à busca.





Conhecer a Deus e compreender Sua Palavra talvez seja o maior de todos os desafios que temos. Nós mulheres queremos conhecer o mundo pelos nossos sentidos, especialmente pelas emoções. Talvez venha daí o fascínio que temos pelas igrejas pentecostais, pelas manifestações sobrenaturais, pelo riso e pelo choro. Quantas vezes eu já achei estranho meu momento devocional por que não chorei? Eu chegava a achar que os dias em que eu chorava mais minha devocional tinha sido melhor. Qualificava as minhas experiências com Deus com base nas minhas emoções.
Não há base alguma para isso na Bíblia. O chamado de Deus para mim é para um culto racional e não emocional. Por isso está escrito no livro de Romanos: Rogo-vos, pois, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12.1). As emoções têm muito pouco a ver com a fé. A fé não é a sensação, é a convicção, a certeza.
As emoções são enganadoras. Costumo sempre acordar bem. Não sou mal-humorada, mas o decorrer do dia traz seus desafios e agora, por exemplo, estou só e um pouco chateada por conta de coisas que me aconteceram. Paro, me acalmo, oro, me controlo. Aí tudo muda. É assim mesmo. Nossas emoções querem nos fazer reféns, mas devemos não nos deixar escravizar.
Em momentos assim, penso na extrema grandeza de Jesus, que foi capaz de lidar com seus algozes e não se tornar um pobre coitado injustiçado. Ninguém conseguiu tirar nada dele: a paz, a alegria, a gentileza. Ninguém conseguiu determinar aonde Ele deveria ir. Gosto de um texto do livro de Mateus em que deixa todo mundo esperando por Ele e vai para a outra margem, para uma outra cidade. Muitos de nós - eu, por exemplo - talvez chegasse a pensar que estava no lugar apropriado. Uma multidão me aclama e espera por mim? É aqui que vou ficar. Mas a multidão não conseguia dizer a Jesus o que fazer.
Por causa da multidão, Arão quase perdeu tudo. Só não perdeu, na verdade, por causa da extrema grandeza de Moisés que intercedeu por ele. Quando se viu só, pressionado pelo povo, Arão construiu o bezerro de ouro. Em outras palavras, ele permitiu que a multidão dissesse a ele o que fazer.
É terrível ser uma pessoa que se deixa intimidar. Quer saber se você é uma pessoa que não resiste a pressões? Observe a sua capacidade de dizer “não”. Você diz não com a mesma facilidade com que diz “sim”? Se a resposta é afirmativa, só posso parabenizá-lo.
A pressão popular tentou dizer a Jesus o que fazer. Diziam a Ele quais eram os dias em que podia curar, que tipo de obra podia realizar no sábado, com quem comer, que tipo de adoração aceitar, com que tipo de gente se relacionar... Quiseram até mesmo fazer dele um candidato político. Tentaram aclamá-lO rei, mas Ele não aceitou. É difícil mesmo entender o que é e o que não é de Deus. Na teologia de hoje em dia, muitos diriam: reconheceram o meu valor. Então se lançariam ao Senado ou à Câmara com a grande alegria de ser popular, ser aclamado pelo povo, ser alguém acima da média. Agora me vem a mente a resposta do Missionário R.R. Soares a uma pergunta sobre se candidatar a um cargo eletivo. Eu o ouvi dizer na televisão: “Como eu poderia deixar de ser ministro de Deus para ser ministro dos homens”?
Ninguém diz a Deus o que fazer. Ninguém o constrange nem mesmo pelas emoções. Deus não responde às emoções, responde à busca. Não é porque precisam dEle que vai ao povo. Quantos precisam desesperadamente dEle, mas morrem sem encontrá-lO? De outro lado, quem O buscou e não achou? Ele sempre responde à busca.
Lembro-me da frase célebre de Jesus: Ninguém tira a minha vida; eu voluntariamente a dou. Nem mesmo isso o homem conseguiu tirar dEle. Ele andou pleno dEle próprio, pleno do Espírito, pleno de Deus. E eu só serei como Ele quando o que Deus quer for infinitamente mais importante do que meu senso de justiça, meu desejo de agradar as pessoas, meu amor pela minha própria imagem, minha preocupação com o que os outros pensam de mim.
Não nego minhas obrigações diante do mundo e uma delas é ser uma testemunha. Sei, entretanto, que é impossível agradar a todos. Por mais que eu faça, por mais que eu diga, sempre haverá aqueles que não me aceitam. E isso deve ser considerado como totalmente normal, pois, assim como Jesus, não fui enviada a todas as pessoas, mas a algumas em particular. Jesus disse que se tivesse feito em Tiro e Sidom as obras que realizou em Jerusalém há muito teriam se convertido. E por que Ele não ficou em Tiro e Sidom? Porque tinha uma obra a realizar onde não era aceito, na mesma Jerusalém que matava os profetas e apedrejava aqueles que lhes foram enviados.
Continuo a minha caminhada decidida a ter cada vez mais de Cristo e, ao mesmo tempo, continuar sendo eu. Uma das grandes dores da humanidade é não se aceitar e tentar se conformar à imagem que outros fazem de você. O mundo diz que devemos ter certa cor de pele, certa altura, certo peso, falar inglês, tocar um instrumento, ter bastante dinheiro na conta, um carro e uma casa the best. Jesus diz: Pensai nas coisas do alto e não nas que são da terra.
Sei que querem me mudar, sei que nem todos irão me aceitar, embora eu necessite da aceitação, sim. Acima de tudo, sei que Deus me ama como sou e que não faz exigências para que eu me chegue a Ele. Serei moldada perto dEle e não antes de me achegar. Quanto mais andar com Ele, mais me parecerei com ele. O segredo? A intimidade. É isso que estou buscando.
Quer também? Ele está acessível. Busque a Deus!

terça-feira, novembro 02, 2010

Descobertas



Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam (Pv 30.5).



Ah , quanto bem faço a mim mesma quando sento aqui e escrevo! Como é bom colocar sentimentos e pensamentos num “papel”, escrever a minha história, registrar o que aprendo. Também é maravilhoso quando pego tudo isso, me assento quietinha e começo a ler. Confesso que tem horas que nem acredito que fui eu mesma que escrevi algumas coisas.
Outro dia, peguei uma agenda antiga e fui dar uma olhadinha. Achei alguns desenhos da Juju, alguns rabiscos do Toquinho de quando ele mal sabia pegar no lápis. Que deleite, que prazer! Dei glória a Deus porque estou fazendo isto aqui. Sei que no futuro esses escritos valerão milhões para mim e para as minhas gerações.
Não foi por acaso que Deus permitiu que a Bíblia fosse escrita e contasse não a história de anjos, mas de gente de carne e osso, que passou pelo que eu passo, sentiu o que ainda sinto, viveu o que eu vivo e o que eu ainda quero muito viver. Deus poderia ser um admirador da história humana. E quem seria capaz de condená-lO por isso? Mas Ele fez muito mais. Resolveu ser um participante ativo de tudo. Resolveu ser homem, pensar como homem, agir como homem, sentir como homem, apesar de sempre ser Deus.
Como não se apaixonar por um Deus assim, que faz da história do homem a Sua própria história?
Não sei que pensamentos você tem a respeito da Bíblia, se ela é para você uma história dos super-heróis, um mapa do tesouro, as reminiscências de casos pitorescos, um livro de regras infindáveis e impossíveis de serem cumpridas, uma bússola, um registro de histórias estranhas de gente que em nada se parece com a gente. O que sei é que tenho descoberto na Bíblia as minhas próprias histórias, um manual que me ensina tudo de que preciso. Fico impressionada ao ver a história de outros se repetindo através de mim mesma. É incrível lutar contra os mesmos inimigos de Elias, Davi, Rute ou Pedro.
Sabe quando eu e você seremos pessoas melhores? Quando conhecermos a Jesus o suficiente para compreender por que agiu como agiu, quando formos capazes de nos colocarmos no lugar do outro assim como Ele o fez. E reconhecido em figura humana, a si mesmo se humilhou (Fl 2.8). Quem humilha a si próprio não precisa ser humilhado por ninguém. É este o caminho do Evangelho: humilhar-se, esvaziar-se, negar a si mesmo, tomar a sua cruz e seguir a Jesus.
Ultimamente tenho ficado muito impressionada com tudo o que vejo e ouço nos programas evangélicos. Tenho conhecido um evangelho de “quanto mais eu dou, mais eu recebo”, “tudo que eu pedir, receberei”, “dê e receberá cem vezes mais”. Hoje mesmo estava conversando com o Espírito Santo e dizendo a Ele que acho que não estou entendendo mais nada. Quero realmente aprender o que significa pensar nas coisas do alto. Parece que quanto mais espiritual, melhor deve ser a nossa vida aqui na terra. Queremos nos preparar para uma vida maravilhosa aqui mesmo, mas não sei se isso é possível. Não sei se alguém que tem o Espírito de Deus consegue viver sem chorar, fingir que os pobres não existem e que as injustiças não o afetam, assistir a um jornal e dizer: “não tenho nada a ver com isso”. Quando penso no texto que diz que das minhas orações dependerá a paz da cidade, chego a tremer.
Quero aprender a pensar nas coisas do alto, naquelas que fizeram Jesus conversar com uma prostituta, ir atrás de um garoto que vivia num cemitério, que O tiraram de um trono de glória para suportar viver com pessoas caídas em um mundo que jaz no maligno. Preciso entender o que realmente significa evangelho.
Só será possível entender a Deus por meio de Sua Palavra, por isso tenho me apaixonado por ela cada dia mais. Leio quando preciso e quando “não preciso”. Tenho o hábito de deixar um exemplar no carro, para, sempre que preciso esperar no trânsito por algum momento, abri-la, meditar. Agora preciso mudar a forma como eu a vejo. Ela não é um manual que me ensinará a viver nesta terra cada vez melhor, mas o meu passaporte para o reino dos céus que preciso viver aqui e agora. O reino não é uma realidade que se manifestará quando eu morrer, mas o meu lugar espiritual desde o dia em que aceitei a Cristo. E será impossível viver tentando usufruir do melhor da terra - toda a prosperidade e riqueza que puder obter - e o melhor do reino do céu: todas as promessas, sem me lembrar das obrigações, que é a parte “ruim”. Muitas vezes é assim que nos comportamos. Queremos todos os direitos, de preferência sem cumprir com nossos deveres.
O que tenho descoberto é que preciso de um longo caminho para o desapego. Minha carne precisa enfraquecer e meu espírito assumir o controle, de outra sorte, minha alma sofrerá e muito. Não dá para agradar carne e espírito, porque eles são rivais, se odeiam, e lutam um contra o outro todo tempo. Também não há como amar a Deus e as riquezas ao mesmo tempo. Por fim, impossível me amar do mesmo tanto que amo a Deus. Se Deus não for o primeiro, também não será mais nada.
Acho que já compartilhei isto aqui, mas quero relembrar. Há pouco mais de quatro meses, repito uma oração diante de Deus: “Senhor, me ensina a Te amar, a Te honrar, a Te temer e aumenta a minha fé”. A cada dia que aprendo um pouco mais de Deus descubro o quanto essa oração é importante, pois tudo, absolutamente tudo na nossa vida depende do nosso amor a Deus.
E o que tenho feito de prático em relação ao que oro? Tenho lido a Bíblia, pedindo ao Senhor para me mostrar na Palavra o Deus que é amor. Conheço um pouco o Deus da guerra, o Senhor, o Deus dos impossíveis, mas agora quero conhecer o Deus que é amor. Quero ver em cada capítulo da Bíblia o amor manifesto na hora da paz, na hora da guerra, na hora da dúvida, na hora do desespero, no vale da sombra da morte. E tenho descoberto coisas incríveis. Tenho visto um Deus que se importa com as pessoas, que vai atrás de Agar, que está disponível a todos e que diz: “Buscar-me-eis e me encontrareis. Deus se deixa achar. Ele não quer ser desconhecido, ser um enigma, uma charada. Ele quer muito se deixar achar. E eu resolvo a cada dia procurá-lo.
Deus não tem amor. Deus é amor. E eu quero muito me parecer cada dia mais com Ele. Não quero buscar a Deus pelo que pode fazer por mim, mas por quem Ele é. Também quero servi-lO não pelo que posso obter, mas para absorver mais dEle próprio.
Quero viver um Evangelho de verdade!
Beijos.

segunda-feira, outubro 25, 2010

Sejamos humildes!

Amo ler a Bíblia, pois as coisas que aprendo são impagáveis. Tenho descoberto que a nossa responsabilidade nesta terra é muito maior do que sequer podemos supor. Deus interfere muito pouco. Na verdade, somente quando pedimos ou quando tentamos ferir frontalmente Seu propósito. Ele reina absoluto e nada nem ninguém pode mudar isso. Jó entendeu isso, por isso disse: Bem sei que tudo podes, e que nenhum dos teus planos pode ser frustrado (Jo 42.2).
Deus age na terra através dos homens. Desde o Éden, deu a nós o poder dever de dominar. A terra tem leis próprias e nós devemos conhecê-las, compreendê-las, respeitá-las.
O serviço que o Senhor deu aos homens é por demais interessante. Mesmo sem termos visto a Deus, somos Seus representantes. Falamos em Seu nome, agimos em Seu nome, recebemos o Seu nome e somos chamados povo dEle. Nós somos raça eleita, sacerdócio real, povo de propriedade exclusiva de Deus. Nós somos herdeiros de tudo o que é dEle, co-herdeiros com Cristo. Somos filhos de Deus e irmãos de Jesus e a própria Bíblia afirma que o trabalho que nós devemos executar os anjos quiseram muito realizar, mas Ele não lhes permitiu.
Para usufruir do que Cristo nos garante é necessário uma dose grande de humildade. Essa foi a minha descoberta de hoje. Queremos muito receber presentes de Deus, coisas vindas diretamente dos anjos, ser ensinados apenas pela voz do Espírito Santo, mas aprouve a Deus fazer com que homens ensinem a homens. Ele poderia muito bem ter enterrado um exemplar da Bíblia em qualquer lugar e esta ter sido escrita por Sua própria mão, mas não foi assim. Escolheu homens, entregou a eles Seu recado e fê-los repassar seus decretos, mandamentos e estatutos de forma que chegassem até nós. Cabe a nós acreditar ou não que a Escritura, apesar de ter sido escrita por muitos homens, foi divinamente inspirada.
Na nossa vida também, Ele escolheu pessoas para nos treinarem. Podemos nos rebelar contra elas e simplesmente não aceitar o treinamento ou podemos reconhecer Deus nelas e humildemente aprender. E com quem aprender? Quem são esses ministros de Deus enviados para nos treinar? Todas as autoridades que estão sobre nós, crentes ou ímpias. Queres tu não temer a autoridade? Faze o bem, e terás louvor dela; visto que a autoridade é ministro de Deus para teu bem (Rm 13).
Olhe só como são as coisas. Deus escolheu Jetro como mentor de Moisés e este sabiamente se submeteu. No livro de Êxodo, está escrito que Moisés ficou por quarenta anos morando com Jetro, que se tornou seu sogro, e que foi nesse treinamento que ele adquiriu a mansidão que se tornou posteriormente sua marca característica. Um dado que achei bem interessante foi ver que Moisés se tornou pastor das ovelhas de Jetro. Na verdade, parece que essa escola de pastor de ovelhas é muitíssimo poderosa. Jacó foi pastor, Davi foi pastor, Moisés foi pastor. Interessante, não é?
Quando Moisés teve problemas com o povo, Deus poderia tê-lo ensinado pessoalmente, por meio de um anjo, poderia ter escolhido qualquer pessoa do povo, mas quem foi que Ele enviou ao deserto especialmente para ensinar Moisés a liderar? Exatamente. Enviou Jetro. Foi muito interessante ver que ele aparece no capítulo dezoito especificamente para mostrar a Moisés como liderar e rememorar algo que ele já deveria saber. Jetro diz a Moisés para levantar pessoas para ajudá-lo no trabalho, gente temente a Deus e confiável e para estar mais envolvido com Deus do que com o povo. O Senhor não usou alguém hierarquicamente inferior a Moisés, mas a lição veio por meio de alguém maior na cadeia de autoridade.
O que Jetro ensinou a Moisés eu também precisava aprender. Quem lidera precisa estar mais envolvido com Deus do que com o povo, pois é dEle que vêm as estratégias, o preparo psicológico, espiritual, emocional para lidar com o povo. Quem está muito perto do povo e longe de Deus, principalmente se tem ministério, se exerce liderança, sofre muito. Ser líder é complicado.
Sei que este post está muito grande. Agora é hora de terminar falando do que aprendi. Normalmente Deus lida conosco através das autoridades que constituiu sobre nós. Como diz a Bíblia, as autoridades são ministros de Deus para nós. As lições que Ele quer nos dar vêm normalmente delas. É preciso humildade para aprender com o pai e a mãe, com o marido, com o patrão, com o governador, o ministro, o presidente, o líder de ministério, o pastor.
Sejamos humildes!

segunda-feira, outubro 18, 2010

Grande Tesouro

Ensina-nos a contar os nossos dias, de forma que alcancemos coração sábio (Sl 90.12).


      Como todos podem perceber, gosto muito de escrever. Esse não é um hobby que desenvolvo desde o advento dos blogs, mas é coisa antiga, feita por puro prazer.
Hoje precisei encontrar alguns documentos que guardo na minha gaveta do serviço e aproveitei para fazer aquela faxina. Em meio a muitos papeis inúteis como solicitações de férias que já gozei, formulários de auxílio-creche que nem tenho mais e uma papelada sem fim de manuais de instrução para disciplinar meu serviço, encontrei muitas páginas de um diário que escrevo desde 2005 ou um pouco antes.
Não resisti e dei uma olhadinha em alguns cujo cabeçalho me interessava muito. Eram memórias do primeiro dia de aula de bateria dos meninos, do dia em que o Ricardo deixou seu serviço na Câmara dos Deputados, onde trabalhamos juntos por muitos anos, reflexões sobre minha vida ministerial, lembranças do dia do aniversário dos meninos. São os meus maiores tesouros.
Tenho poucas joias e algumas coisinhas de valor, mas nada se compara ao tesouro que está na minha gaveta e pretendo arrumar um jeito de guardar.
Eu também tinha um arquivo no meu computador onde escrevia as gracinhas dos meninos, coisas como a perguntinha básica da Juju quando ela era bem pequena e ficou doente e resolvi administrar um remédio. Em meio à revolta por ter de beber, perguntou: “Mamãe, por que eu não gosto se eu vou beber”? Nesse computador estavam as coisas mais engraçadas que eles me diziam. Infelizmente perdi toda a memória do aparelho e ficou por aí, no esquecimento. Que pena!
A Bíblia nos diz para contarmos os nossos dias. E essa contagem não diz respeito a dizer: “Já vivi 20.334 dias”. Absolutamente. Diz respeito a ter histórias, ter memórias, fazer de cada dia um tempo significativo. Acho até que já escrevi sobre isso no outro blog que eu tinha e desfiz. Qualquer hora organizo todos os textos neste blog aqui, de que gosto mais.
A vida passa muito rápido. Nossa memória nos engana e muitas vezes nos esquecemos de que os dias não se repetem. Como é importante ter momentos que fiquem para sempre registrados!
Gostaria de incentivá-la a escrever suas memórias. Você não tem ideia de como é bom ler coisas antigas. Imagino que será igualmente bom para a Juju e para o Victor ler suas histórias. Essas memórias são um grande tesouro. Espero ser muito, muito rica.

sábado, outubro 16, 2010

Antes que Eles Cresçam

Recebi este texto há quase quatro anos e guardei numa folhinha. Hoje o encontrei e resolvi compartilhar com vocês aqui. Espero que gostem.

Antes que eles cresçam

Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos. É que as crianças crescem. Independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados, elas crescem sem pedir licença.
Mas não crescem todos os dias de igual maneira; crescem de repente. Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha, que você não percebeu? Cadê aquele cheirinho de leite sobre a pele? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços, amiguinhos e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica, desobediência civil. E agora você está ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça. Entre hambúrgueres e refrigerantes lá estão nossos filhos, com o uniforme de sua geração: incômodas mochilas da moda nos ombros nus, ou, então, com a blusa amarrada. Está quente, achamos que vão estragar a blusa, mas não tem jeito, é o emblema da geração.
Pois ali estamos, com os cabelos já embranquecidos. Esses são só filhos que conseguimos gerar apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias e das ditaduras das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando nossos muitos erros.
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos próprios filhos.
Não mais os colheremos nas portas das discotecas e festas, quando surgiam entre gírias e canções. Passou o tempo do balé, do inglês, da natação, do judô. Saíram do banco de trás e passaram para o volante das próprias vidas.
Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer, para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençois da infância e o adolescente cobertor, naquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
O jeito é esperar. Qualquer hora podem nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estocado não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável afeição. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais antes que eles cresçam.
Autor: Affonso Romano.

sexta-feira, outubro 15, 2010

Eu, uma Rainha?

Estava assistindo a um concurso recentemente cujo escopo era transformar meninas bem pobres em top models. Logo que eram escolhidas, começava a preparação, uma grande transformação: pele, cabelo, maquiagem, depilações, roupas, postura, quanta coisa precisava ser mudada! Quando terminavam tudo, nem pareciam a mesma pessoa. Confesso que amo isso. Como gosto de ver esses programas que fazem transformação. Como me divirto em ver o antes e o depois!
Esse programa que eu vi teve algo de muito emocionante. Quando as duas últimas classificadas concorriam pela última vaga, a apresentadora falou para uma das meninas: “Como você teve coragem de dizer ao maquiador que ele “até que” era bom? Isso é um insulto. É claro que ele é bom”. Com essa, é claro que a menina perdeu. Consideraram uma ofensa o que ela disse e, embora ela fosse lindíssima, não houve jeito. Acho que ela jamais se esquecerá disso. O que mais me dá pena é pensar que ela deve estar achando que perdeu por causa do que disse.
Penso que um dos sinais de que estamos crescendo espiritualmente é o desenvolvimento da habilidade de bem falar. Embora eu lute contra o meu desejo de falar mais do que devo, frequentemente vejo que não venço. A língua é um inimigo difícil de ser vencido apenas com o nosso esforço. Faz parte do Evangelho a mudança no falar.
Depois que li o livro de Tiago, comecei a entender melhor esse assunto. Lá diz que a língua é indomável a qualquer homem: A língua, porém, nenhum dos homens é capaz de domar; é mal incontido, carregado de veneno mortífero (Ti 3.8). Depois que li isso, entendi que algumas lutas são simplesmente impossíveis de serem vencidas na nossa força. Não adianta treinamento, aparato de guerra; é necessário contar com a ajuda sobrenatural do Espírito Santo. Então comecei a orar, pedindo ao Senhor que a domine por mim.
Deus está preparando uma noiva para se casar com Seu Filho e essa noiva sou eu. E para comparecer ao palácio ou, melhor, para reinar nele é preciso aprender o protocolo. Quanto mais chique, quanto mais poderoso o palácio, mais difícil o protocolo. Se você tivesse que comparecer hoje diante da Rainha da Inglaterra, acha que saberia como se comportar? Saberia andar, comer, beber, falar, ouvir? De que assuntos trataria? O que faria primeiro?
Talvez você esteja se perguntando o que tudo isso tem a ver com o assunto da top model. Explico já. Na verdade, muitas delas poderiam dizer: “Essa aí não sou mais eu. Estão exigindo mudanças demais em mim”! É verdade. Querem pegar alguém que num dia é ninguém e transformar na top model. O mesmo acontece comigo. Deus quer pegar uma mulher que vive em um mundo que nem de longe pode se parecer com o reino de Deus e transformá-la na rainha desse Seu reino. Não serei uma serva do palácio, mas a própria rainha. Você já pensou nisso?
Não sei de quanta mudança você precisa, mas sei que alguém que estava acostumada com o império porque vivia em volta dele precisou de doze meses de aulas apenas para comparecer diante do rei. Ester precisou mudar de roupas, de comportamento, perder o sotaque de judia, mudar até mesmo o seu próprio cheiro. Foram doze meses tomando banho em sais aromáticos para a garantia de apenas uma noite com o rei.
Se eu considerar a grandeza do Rei de quem serei esposa, deverei admitir que as mudanças de que preciso são muitas. Confesso que não sei pensar, me comportar, ouvir, andar como uma rainha. Quanta coisa precisa mudar! Sobre que assuntos as rainhas conversam? Quais são seus interesses? Que tipo de pensamentos permeiam sua mente? Que tipo de roupas vestem?
Depois de refletir sobre o comportamento de Ester, fico um pouco mais tranquila. Na verdade, nada diz respeito a ela mesma; tudo diz respeito ao rei. Quando ofereceram a ela a joia que quisesse, a roupa que quisesse para comparecer diante do soberano tudo o que ela fez foi acreditar no bom gosto do camareiro. Eu também tenho um Camareiro que está me preparando. Às vezes luto com Ele, insisto para fazer diferente ou simplesmente ajo do meu jeito, mas Ele tem sido extremamente delicado e paciente. Ah, Espírito Santo, obrigada por ser o meu Orientador!
Quando entendermos que tudo na nossa vida não diz respeito a nós próprias, mas a Deus, tudo mudará. Não se trata de escolher a roupa de que mais gostamos, o perfume mais delicado, o assunto mais agradável, mas de desejar e fazer aquilo que agrada o Rei. Para passar mais do que uma noite no palácio, Ester tinha que agradar muito o rei e ninguém melhor do que o Espírito Santo, nosso Camareiro, que O conhece perfeitamente porque é um com Ele, para nos ensinar todas as coisas. Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas (Jo 14:26).
Espírito Santo, eu quero ser transformada numa rainha!

quinta-feira, outubro 14, 2010

A História de Lia

Devo cumprir a promessa que fiz aqui no blog de falar sobre Lia. Encontrei com a Débora e ela me cobrou, então vamos lá.
Quem lê Bíblia sabe que Raquel foi chamada de linda, viveu uma história emocionante com Jacó, um homem que trabalhou por ela durante sete anos. Não houve momento em sua vida que Jacó não reafirmasse seu amor. O livro de Gênesis fala sobre como ela era preferida por ele todo tempo.
Para Lia, irmã mais velha de Raquel, sobrou apenas o adjetivo de uma mulher de “olhos baços”. Não é uma característica que eu gostaria de ter na minha biografia. Ela não foi amada hora alguma. Foi tão vítima quanto Raquel de uma história muito triste. Em um só golpe, seu pai feriu suas duas filhas: prendeu Lia em um casamento que nunca foi de verdade e frustrou os sonhos alimentados por Raquel durante sete anos. Ambas foram vítimas, ambas sofreram.
Já falei aqui sobre a postura de Raquel, sobre como essa história fez dela uma mulher amarga apesar de ser muito amada por seu marido. Agora é hora de falar sobre Lia. Quanta grandeza habitava nela! Não é à-toa que ela foi mãe dos filhos mais admiráveis de Jacó: o antecessor de Jesus, Judá; o pai dos sacerdotes e levitas, Levi.
A história dessa grande mulher foi complicada. Sabemos que sempre há uma certa competição entre irmãos. Tenho dois filhos que se comportam muitas vezes como gato e rato. Isso faz bem, faz parte do treinamento da vida, afinal o mundo é extremamente competitivo. A convivência com uma irmã magoada não deve ter sido nada fácil.
A Bíblia conta que Lia foi preterida por seu marido e tentou tanto quanto pôde fazer com que este a amasse dando-lhe tantos filhos quanto possível. Pense em como deve ter sido saber que não se é amada e ver os olhos de paixão estampados na face do seu marido e de sua irmã. Como deve ter sido duro ser uma pedra no caminho do casal apaixonado. Como deve ter doído implorar por uma noite com seu marido ou até mesmo ter de pagar por ela.
Ao que tudo indica, ter muitos filhos não funcionou, pois até o fim Lia esperou que Jacó se unisse a ela, mas ela tinha uma semente maravilhosa dentro de si, a semente da gratidão. Apesar dessa história tão complicada, Lia nos dá um grande exemplo. No nascimento de seu quarto filho, ela lhe deu o nome de Judá, que quer dizer louvor. Ela apenas louvou ao Senhor. Tentou, tentou, tentou ser amada, mas venceu a sua própria dor: esqueceu de si mesma e louvou ao Senhor. O nome de todos os filhos anteriores significava “meu marido vai se unir a mim”, "agora meu marido vai me amar”... No final, ela desiste disso e resolve apenas louvar.
Muitas vezes, para louvar é preciso esquecer a nossa própria dor. É exatamente isso o que Jesus disse aos seus discípulos: “Quem quiser vir após mim deve negar a si mesmo, tomar a sua cruz e me seguir”. Não acho que a cruz de Lia tenha sido menor do que a cruz de Raquel. Cada uma carregava a sua própria dor, mas Lia conseguiu ir além e ser feliz apesar de. Realmente ela era uma mulher formidável.

quarta-feira, outubro 13, 2010

Grupo Estilo De Vida - É Noite




Aqui está um vídeo de alguns anos atrás. Para quem não sabe, o baterista é o meu maridinho e este é o grupo no qual ele tocava. É um clipe bastante antigo, mas a música é maravilhosa e vale a pena assistir. Tenham um bom dia! 

quarta-feira, outubro 06, 2010

Pegadinha

Sou uma grande privilegiada por ter nascido num lar cristão. Reconheço que isso me poupou de muita desilusão. Conhecer a Deus, estar cercada de pessoas que desejam amá-lO de todo o coração e desenvolver disciplinas espirituais cedo são experiências fantásticas. Não sei se estou correta ou se você concordará comigo, mas, graças a Deus!, penso que o nível de revelação no meio evangélico cresceu muito.
Aprendi a temer e a ter medo de Deus na mesma medida, sobretudo de Sua vontade. Era difícil crer que a vontade de Deus era boa, perfeita e agradável. Na minha adolescência, pensava que tudo o que parecia ser bom era proibido. Graças a Deus fui uma garota obediente! Acreditava que a minha mãe sabia o que era melhor, e, mesmo quando não concordava, frequentemente obedecia. Hoje sei que ela tinha razão.
Assim é a Bíblia. Não mente, mas é necessário maturidade, experiência e revelação para entendê-la. Se diz que a vontade de Deus é boa, perfeita e agradável é porque assim o é.
Lembro-me de ouvir pessoas dizerem que, se você não quiser uma coisa, é exatamente isso que Deus quererá para você. Assim traduziam o desafio de morrer para si mesmo e fazer o que o Senhor quer. Hoje entendo como essa visão estava errada.
Deus tem um propósito para cada pessoa e não uma pegadinha. Ele colocou dentro de nós tudo o que é necessário para que cumpramos esse propósito, mesmo que, aparentemente, não estejamos compreendendo absolutamente nada. Na verdade, estamos cumprindo o propósito a cada dia que vivemos em obediência. Estamos sendo conduzidos exatamente àquilo que Ele quer ternamente, com carinho, com brandura. Como diz o Salmo 23, Ele nos guia mansamente a águas tranquilas e, nesse caminho, refrigera a nossa alma.
Não estamos vivendo uma grande pegadinha, estamos cumprindo o propósito se não estivermos nos rebelando contra o Senhor. Mesmo que não pareça, mesmo que seja difícil entender, a obediência leva a uma vida com significado.
José é prova do que digo. O relato de sua biografia começa com seus dezessete anos, um menino que falava demais e que tinha sonhos espetaculares. Era uma pessoa grandiosa desde adolescente. E a Bíblia vai relatando como essa grandeza culmina na entrega a ele de todo o antigo Egito para que se tornasse o maioral, ele que não era egípcio nem filho de Faraó. Aparentemente era tudo muito estranho: lutar com seus irmãos, ser enviado para a casa de um oficial de Faraó, acusado de sedução, lançado na prisão até chegar ao palácio que era, desde o princípio, o seu destino. Confesso que achava essa história muito estranha. Para que sofrer tanto? Mas quanto mais leio, mais aprendo.
Ninguém pode governar uma nação sem ter governado uma casa. Por isso foi enviado à casa de Potifar. Lá ele convivia com pessoas boas, vivia no bem bom, trabalhava bastante, mas era recompensado. Fazia parte do treinamento obedecer às ordens de Potifar e dar ordens a seus empregados, cuidar das coisas do patrão e fazê-lo prosperar, enfrentar o que lhe era proibido – sua mulher – e ser honesto no que lhe era permitido – todos os seus bens.
Também fazia parte do treinamento lidar com a escória, com quem não havia uma relação de autoridade. Na casa de Potifar, ele era o administrador. Na prisão, era um igual a todos. Teria de se elevar, de impor sua autoridade em outras bases. Não adiantava tentar mandar, teria de se fazer respeitar.
É aí que se vê que a grandeza que está dentro de nós ninguém mata. Embora fosse funcionário de Potifar, não cabia nele o mesmo destino dos escravos; tornou-se o administrador. Da mesma forma, embora fosse prisioneiro, não cabia nele esse destino – era o chefe dos prisioneiros e encarregado da prisão. E tudo fazia parte do treinamento. Aprendeu a lidar com o melhor e com o pior da sociedade.
Posso viver mais tranquila, sabendo que estou cumprindo o meu propósito a cada dia, sendo encaminhada por Deus para onde Ele quer me levar. Se eu simplesmente obedecer às suas ordens, seja na prisão, seja no palácio, seja em casa, seja na igreja, tudo contribuirá para o meu bem. Todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus e são chamados segundo o seu propósito (Rm 8.28).