quarta-feira, novembro 21, 2012

Cara de pau

Nos últimos dias não tem sido muito fácil escrever. Normalmente eu o faço depois de passar um tempinho lendo a Bíblia. É quando me vem a inspiração para tudo o que digo aqui. Já me perguntaram como eu escolho os assuntos. É assim: vem naturalmente depois de um tempo com a Palavra. Mas agora me apaixonei por um comentário bíblico do livro de Gênesis que não tenho largado para nada. Estou descobrindo preciosidades incalculáveis, por isso tenho demorado tanto a escrever. Mas vamos lá. Estou cheia de coisas novas. Quem sabe um dia eu não apareço aqui por vídeo para contar o que estou aprendendo!

O capítulo 14 de Gênesis é muito interessante. Conta uma história de cinco reis que pagavam tributo a um certo rei, mas desistiram de fazê-lo. Então esse rei se junta a outros, guerreia e vence, levando consigo bens e pessoas das cidades que se rebelaram, entre elas o sobrinho do Patriarca Abraão.

Quando sabe da história, Abraão junta 318 pessoas e corre para socorrer um sobrinho que já tinha demonstrado ingratidão para com ele. Por estar junto com Abraão, Ló foi ricamente abençoado, enriqueceu a ponto de não poderem morar juntos, mas isso causou certa confusão em família. Então seu tio diz a ele que, para não comprometer o relacionamento, era melhor se separarem: “E disse Abrão a Ló: Ora, não haja contenda entre mim e ti, e entre os meus pastores e os teus pastores, porque somos irmãos” (Gn 13:8). Numa profunda falta de consideração, Ló escolhe ficar na melhor terra e deixa para seu tio uma paisagem de deserto.

Isso e muitos outros fatos da vida de Abraão nos fazem ver que não é à toa que Deus escolhe certas pessoas – Deus escolhe ou as pessoas se fazem escolher? Abraão não precisava lutar para salvar Ló. Duvido de que este pedisse qualquer favor. Mas Abraão entra numa guerra que não era sua e vence. E a Bíblia não traz nenhum relato de Ló voltando para agradecer – aliás, ele morre pobre, dentro de uma caverna, mas não volta para pedir ajuda a seu tio. Sem qualquer exigência, Abraão o defende colocando em risco a própria vida.

Lição difícil essa do dar sem esperar receber, do perdoar sem olhar o merecimento do perdoado, do ficar no prejuízo e ainda assim não levar em consideração. Por muito menos, riscamos as pessoas do nosso caderninho. E lá vem Jesus ensinando: “Jesus lhe disse: Não te digo que até sete [o número de vezes que se deve perdoar]; mas, até setenta vezes sete” (Mt 18.22).

Ainda não introduzi o que realmente pretendo dizer. Continuemos. Naquela época, quem vencia a batalha ficava com tudo: bens e pessoas, que transformavam em escravos. Eram os chamados despojos de guerra.

No caminho, mais um ingrato se aproxima de Abraão e este com exigências absurdas. “E o rei de Sodoma disse a Abrão: Dá-me a mim as pessoas, e os bens toma para ti” (Gn 14.21). Quanta cara de pau! Ele perdeu a guerra, saiu fugido, merecia ter morrido, perdeu todo o seu povo, por conseguinte, seu direito de ser rei. E ainda quer de volta as pessoas! Fala sério. No fundo, deixar os bens para Abraão já lhe parecia muita bondade.

Aprendi que não compensa discutir com gente como o rei de Sodoma. Contra ingratos, caras de pau, folgados, melhor encerrar a conversa rapidinho, até a perda pode ser ganho. É aí que se revela a grandeza de caráter. Com algumas pessoas não vale a pena nem discutir.


Mais uma vez Abraão se mostra acima de qualquer comparação. Veja só como responde: “Abrão, porém, disse ao rei de Sodoma: ‘Levantei minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, jurando que desde um fio até à correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão” (Gn 14:22-23). É o cara.
Agora cheguei aonde quero. O primeiro versículo do capítulo seguinte é simplesmente fantástico: “Depois destas coisas veio a palavra do SENHOR a Abrão em visão, dizendo: Não temas, Abrão, eu sou o teu escudo, o teu grandíssimo galardão” (Gn 15:1). Chocante!

Se Deus ordena a Abraão que não tema é porque, no fundo, ele estava com medo. Por certo, temia uma represália. E se aqueles reis se juntassem novamente e fossem à revanche? Viver um milagre uma vez é bom demais, duas vezes, só com muita fé. Cinco exércitos contra 318 só com Deus mesmo. E Ele aparece dizendo: “Abraão, não temas. Eu sou o teu escudo”. Que demais! Pode vir um exército numeroso, podem vir exércitos e mais exércitos. Ele tem como escudo nada mais nada menos do que o Criador de todas as coisas, aquEle capaz de destruir e reconstruir tudo com o simples sopro de sua boca.

É assim que Deus surge na história, amigo, da forma como você precisa de que ele se manifeste. Se na necessidade, é o Deus provedor; se na batalha, o seu Escudo; se na doença, o Senhor que sara; se na angústia, o Consolador; se na dúvida, maravilhoso Conselheiro; se na tormenta, o Príncipe da paz. Como você precisa hoje de que Ele se apresente a você? Por qual nome você precisa chamá-lO hoje? Ele atende pelo nome que você precisar.

Só para terminar, vamos ao finalzinho do versículo. O rei de Sodoma queria se gabar de ter enriquecido a Abraão. Talvez quisesse contar para todo mundo: “Ele só se deu bem porque eu deixei; sabe aqueles bens, eu dei a ele”. Com muita sabedoria, o patriarca abriu mão de todos os despojos, bens e pessoas. Não levou absolutamente nada na batalha que empreendeu por simples bondade. E o que ganhou com isso? Absolutamente tudo. Deus lhe disse: “Eu sou o teu grandíssimo galardão”.

Às vezes, ganhamos mesmo quando perdemos. O que mais Abraão poderia querer?

terça-feira, novembro 20, 2012

Cada dia mais rica

Já me perguntaram se minha casa é própria, já me acompanharam até o estacionamento para ver qual é o meu carro, já quiseram saber o valor do meu salário e eu não escondo nenhuma dessas coisas, principalmente porque reconheço que não tenho absolutamente nada que do céu não me tenha sido concedido – “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação" (Ti 1:17). Aliás, só não tenho mais pela minha absoluta incompetência em administrar, porque o meu Deus é extremamente generoso e tem um prazer enorme em me abençoar, mas, como todo bom Administrador, dá a cada um apenas o que ele é capaz de ter: “E a um deu cinco talentos, e a outro dois, e a outro um, a cada um segundo a sua capacidade” (Mt 25-15).

Estes meus 42 anos de vida me ensinaram a não medir a minha riqueza pelos bens que possuo. Não me fio neles. Coisas vêm e vão todo tempo. Tudo o que tenho é pela graça de Deus que me deu tão mais do que mereço que vivo constrangida por Seu favor ilimitado. Quem sou eu para que Ele me ame tanto? “Que é o homem que dele te lembres? E o filho do homem que o visites ?” (Sl 8.1). Por pura misericórdia, Ele resolveu adotar-me como filha. Deu-me seu nome, seu caráter, seu DNA, sua vida e o mais sensacional de todos os presentes: o Seu Santo Espírito. Como se não bastasse, dia a dia me acrescenta amigos, alguns mais chegados que irmãos.

Ontem senti-me a mais rica da pessoas. Chorei ao telefone, recebi mensagens lindas no Facebook e no celular. Constrangi-me com tantas coisas boas que me disseram, e tudo claramente vinha do fundo do coração.

Mais uma vez louvei a bondade do meu misericordioso Deus. Em meio à minha pequenez, Ele tem revelado aos outros uma Keila que estou aprendendo a ser. As pessoas falavam de mim de uma forma tão maravilhosa que eu só pude concluir com toda a certeza que se pode ter: "Já não sou eu quem vivo, mas Cristo vive em mim" (Gl 2.20). As pessoas falavam de mim, mas eu sei que não eram minhas as características em realce. A obra redentora de Cristo operou milagres extraordinários na minha pessoa.

Sou rica. Não posso dizer o contrário. Sou milionária, bilionária, “tudoária”... Coisas podem ser compradas, mas carinho, amor, respeito, admiração, pessoas, não. Estou cercada de gente maravilhosa, que me quer bem, que se importou em me fazer saber o quanto gosta de mim, me emocionou, me comoveu, me consternou. Quanta alegria! Que alegria!

Tive o mais simples dos aniversários; sem bolo, sem velhinhas - deixei para comemorar depois que acabarem as provas da Jujuzinha. Mas tinha dentro de mim uma alegria indizível. Era um prazer que não tem a ver com a casa cheia, com o número de presentes, com coisas e valores. Era uma alegria do fundo do coração mesmo, uma paz, uma sensação tão boa, tão boa que nem dá para explicar. Nada como se sentir amada!

Ah, evangelho maravilhoso que faz alguém como eu, com tão poucas possibilidades de ser agradável, ser tão celebrada! Ah, mudança poderosa que só Jesus faz!

Não tenho palavras para agradecer a você que se importa comigo. Sinto-me realmente obrigada a retribuir todo o bem que recebo sempre. Como vocês me enriqueceram!

Muito, muito, muito obrigada!

domingo, novembro 11, 2012

Tempo e espaço

Hoje é um dia especial: primeiro dia da semana, domingo; sétimo dia da semana, dia do descanso.

Deus resolveu que nossa vida seria determinada por ciclos de seis dias:
“Lembra-te do dia de sábado, para santificá-lo. Trabalharás seis dias e neles farás todos os teus trabalhos,  mas o sétimo dia é o sábado dedicado ao  Senhor, o teu Deus. Nesse dia não farás trabalho algum, nem tu, nem teus filhos ou filhas, nem teus servos ou servas, nem teus animais, nem os estrangeiros que morarem em tuas cidades. Pois em seis dias o Senhor fez os céus e a terra, o mar e tudo o que neles existe, mas no sétimo dia descansou. Portanto, o Senhor abençoou o sétimo dia e o santificou" (Êx 20:8-11). Um dia, de sete, tornou muito especial. Tão especial que o capítulo 20 de Êxodo, que traz os Dez Mandamentos, destinou um versículo para cada ordem, mas para o sábado dedicou vários. Por que será? Porque Deus considerou esse assunto muito importante.

O homem foi chamado a dominar em duas esferas: o espaço e o tempo, ambas igualmente importante - aliás, o tempo é um pouco mais importante. Ter mais "espaço" na terra, que quero traduzir aqui por domínio sobre coisas, custa o nosso tempo. Recebemos salário porque entregamos o nosso tempo e a nossa força a alguém e determinamos quanto isso vale. Por outro lado, ter mais tempo pode ser mais fácil para quem é detentor de mais espaço. E o que quero chamar de tempo? Capacidade de dispor de si mesmo e do que possui à sua maneira.

Acho que estou sendo um pouco teórica, mas vou melhorar. Durante seis dias, podemos viver o frenesi de conquistar, sobreviver, crescer e multiplicar, mas, pelo menos um dia, precisamos parar, celebrar o fato de estar vivo e, mais importante de tudo, reconhecer que há um Deus que a tudo sustenta ao qual a nossa alma está diretamente ligada, de quem recebemos a nossa própria imagem, por quem ansiamos, mesmo sem saber. "Como a corça anseia por águas correntes, a minha alma anseia por ti, ó Deus" (Sl 42:1).

Deus sabia que esse nosso anseio por dominar o espaço nos faria esquecer a premência do tempo, por isso ordenou que separássemos um dia, dando-nos Seu próprio exemplo: "Assim terminou a criação do céu, e da terra, e de tudo o que há neles. No sétimo dia Deus acabou de fazer todas as coisas e descansou de todo o trabalho que havia feito. Então abençoou o sétimo dia e o separou como um dia sagrado, pois nesse dia ele acabou de fazer todas as coisas e descansou" (Gn 2:1-3). Você prestou atenção em quantas vezes Ele fala a palavra "dia" em trecho tão pequeno?

Há um dano enorme na quebra de princípios. Separar um dia é um princípio benéfico ao próprio homem - “O sábado foi feito por causa do homem, e não o homem por causa do sábado" (Mc 2:27). Outra versão do texto que postei acima diz que Deus abençoou o sábado e o santificou e descansou. Só para esclarecer novamente, o que vale é a separação de um dia, não importa que nome tenha esse dia: "Há quem considere um dia mais sagrado que outro; há quem considere iguais todos os dias" (Rm 14:5).

Sendo senhores do nosso próprio tempo, então, como obedecer a esse princípio que tem em vista a minha própria saúde e paz? Buscar a bênção que Deus dispensa de uma forma especial nesse dia. Como? Entrando em comunhão com Deus, estando disponível para ele, num tempo de quietude, meditação, paz. Separando esse dia de forma que ele seja realmente diferente de todos os outros nas programaçōes, no estado de espírito, nas próprias atitudes, perseguindo a paz. Por fim, se Deus descansou, tanto mais nós precisamos desse tempo.

Por que um post tão demorado e tão teórico em pleno domingo, um texto um tanto complicado? Para que você guarde a si mesmo da pressão da conquista, da necessidade do mais. Alguns consideram a parada perda de tempo, assim, gastam seu sétimo dia com fardos e mais fardos, obrigaçōes nada prazerosas, combates evitáveis. "Pois o amor ao dinheiro é raiz de todos os males. Algumas pessoas, por cobiçarem o dinheiro, desviaram-se da fé e se atormentaram com muitos sofrimentos" (I Tm 6:10).

Não sei quantas vezes por semana você separa um tempo para alimentar a sua fé, mas o domingo é um dia perfeito. Lembre-se de que
"nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus" (Mt 4:4). Nada sustenta mais, nada alivia mais, nada consola mais do que essa poderosa palavra que procede da boca de Deus.

Preciso deixar para você algo que estava lendo que muito me marcou: "Contra o que lutamos é a entrega incondicional do homem ao espaço, sua escravização às coisas. Não devemos esquecer que não é uma coisa que empresta significado a um momento; é o momento que empresta significação às coisas" (Bruce Waltke).

Não deixe o fator espaço ter mais lugar na sua vida do que o fator tempo. "Busquem o Senhor enquanto é possível achá-lo; clamem por ele enquanto está perto" (Is 55:6).

Tenha um abençoado domingo!

domingo, novembro 04, 2012

Do meu jeito

Hoje parei minha leitura bíblica e escrevo entre lágrimas porque fui muito confrontada com o que aprendi. Por isso, antes de contar tudo a você, quero incentivá-lo a gastar um tempo com Jesus, que é a própria Palavra, o verbo vivo, que ainda fala e tanto mais quanto quiser alguém ouvir.

O texto de hoje é Hebreus 3: "Portanto como diz o Espírito Santo, se ouvirdes hoje a sua voz, não endureçais os vossos corações, como na provocação, no dia da tentação no deserto, onde vossos pais me tentaram, me provocaram, e viram por quarenta anos as minhas obras. Por isso me indignei contra esta geração, e disse: Estes sempre erram em seu coração, e não conheceram os meus caminhos. Assim jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso" (Hb 3.7-11).

Confesso que nunca entendi qual era a dos israelitas. O texto diz que eles passaram quarenta anos no deserto vendo coisas espetaculares, algumas até apavorantes. Viram o mar se abrir, coluna de fogo no céu, pão "nascer" na terra, o maná, chinelo crescer, roupa não se desgastar, água virar sangue, chuva de pedras e, pasmem, ouviram a voz do próprio Deus que, de tão temível, pediram que não lhes falasse mais. O que faltava a eles para que cressem em Deus? 

Na minha pouca modéstia, pensava: se eu estivesse lá, com certeza, eu creria. Não estaria na lista dos que provocavam a Deus.

O primeiro versículo do livro de Hebreus é este aqui: "Havendo Deus antigamente falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais pelos profetas, a nós falou-nos nestes últimos dias pelo Filho". Naquela época, a principal maneira como Deus falava era pelos profetas. São inúmeras as passagens em que vemos Deus usar e enviar pessoas a outras para entregarem Seus recados. Mas o texto termina dizendo categoricamente que hoje, nestes últimos dias, Ele nos fala pelo Filho. E quem é o Filho? O evangelho de João o chama de Verbo vivo, a Palavra, a Bíblia.

Isso tudo quer dizer que a principal maneira como Ele pretende falar a nós hoje não é enviando profetas, não é através de pastores e líderes. Ele quer falar com você particular e pessoalmente. Transcrevo aqui esse mesmo versículo traduzido numa Bíblia diferente chamada A Mensagem: "Passando por uma longa linha de profetas, Deus falou aos nossos antepassados séculos a fio, de diferentes maneiras. Em tempos recentes, a comunicação foi direta, por intermédio de seu Filho". Veja que bonito: "a comunicação foi direta", sem terceiras pessoas. Aleluia!

Volto ao primeiro texto: "Hoje, se ouvirdes a sua voz". Só não ouve a Sua voz quem não quer. O Salmo 19 diz que os céus estão proclamando a glória de Deus, o firmamento anunciando as obras de Suas mãos, um dia discursando ao outro dia. Em tudo Deus pode ser visto. E o conselho do texto é: não faça o que os hebreus fizeram provocando a Deus, depois de terem visto os seus milagres para que não percam o que lhes foi prometido. 

Nunca me equiparei aos hebreus, como eu já disse. Sempre pensei que, no lugar deles, teria agido diferente, até agora, quando li o mesmo texto na versão de A Mensagem: "Hoje, por favor, ouçam; não fechem os ouvidos como na ' revolta amarga', o tempo de provação no deserto! Ainda que eles tivessem observado o meu trabalho por quarenta anos, seus antepassados não me permitiram agir do meu modo e muitas vezes testaram a minha paciência".

Deixe-me esclarecer um pouco mais o que está aí. Deus queria que o povo se alimentasse do maná; eles choravam porque queriam carne. Deus queria que eles sonhassem com a nova terra onde manava leite e mel; eles choravam porque queriam voltar a ser escravos no Egito e comer cebola - vale lembrar que, quando eram escravos, choravam para serem libertos. Deus queria que possuíssem Canaã, atacassem e conquistassem; eles queriam voltar ao Egito porque em Canaã havia gigantes. Na verdade, o Senhor tinha planejado para eles um futuro glorioso, mas eles não acreditavam que Ele era capaz de dar-lhes esse futuro. Choraram, choraram para sair do Egito, então choraram, choraram para voltar ao Egito. Clamaram, clamaram dizendo: "Deus, nos livre". Então reclamaram, reclamaram: "Não sei por que o Senhor nos tirou de lá". Tenha a santa paciência!

Estou todinha incluída nesse texto. Agora, sim, entendi. Eu também muitas vezes clamo ao Senhor por muitas coisas, mas quero agir do meu jeito, dar-Lhe sugestōes, dizer como quero que Ele faça o que eu decidi que preciso. E na minha imaturidade, escolho caminhos por onde Deus não iria. Quantas coisas gostaria de que Deus fizesse, mas nem estou certa de que é da Sua vontade! Quantas sugestōes Lhe tenho dado! Quantas perguntas tenho feito, sabendo que Ele não deseja responder! Quantos pedidos tolos!

Só costuma dar muitas sugestōes a Deus quem não está plenamente convicto de que o Senhor é bom, Sua hora é perfeita, Sua maneira é a melhor, Sua vontade é boa, perfeita e agradável.

Paulo disse: "Aprendi a estar satisfeito com o que tenho.  Sei o que é estar necessitado e sei também o que é ter mais do que é preciso. Aprendi o segredo de me sentir contente em todo lugar e em qualquer situação, quer esteja alimentado ou com fome, quer tenha muito ou tenha pouco.  Com a força que Cristo me dá, posso enfrentar qualquer situação" (Fl 4:11-13). Ele aprendeu o segredo do contentamento. E qual é? A fé em Deus. Acreditar que "todas as coisas estão cooperando para o nosso bem", que quem tem Jesus não precisa de mais nada. Então, em última análise: o que Deus permite vai nos fazer bem.

Reconheço que ainda me pareço com os meus pais do deserto, que provocaram a Deus porque queriam as coisas do seu jeito. Aprendi. 

Decido crescer em fé, confiar no Senhor e descansar em todo tempo, sabendo que tudo o que Ele tem para mim é o melhor, que Sua mão está sobre mim e que Ele é por mim, então, está tudo certo.

Nada de exigir as coisas do meu jeito.