De que lado você está?

Já me decidi. Se tenho que estar entre uma de duas categorias de pessoas: as que acusam ou as que defendem, decido estar entre as que defendem.

Nada pior do que gente que não se posiciona. Também é triste "maria vai com as outras". Melhor um inimigo declarado do que um amigo omisso.

Somos todos chamados a nos posicionar. Precisamos tomar decisões, assumir posturas todos os dias. Essa história de neutralidade não existe. Jesus foi muito claro a esse respeito. Ele disse: "Quem não é por mim é contra mim; quem comigo não ajunta, espalha" (Lc 11:23). No fundo, no fundo, é o seguinte: todo mundo tem uma opinião.

Agora quero falar sobre essas duas classes de pessoas: os que são por alguém: os defensores, e os que são contra alguém: os acusadores. O líder das que acusam se chama diabo. Ele encontra defeito sempre, julga todo tempo, sempre procura o que falar. Se não tiver o que dizer, mente. Os associados ao seu sindicato levam as informações para todo canto. Formam motins, chamam um a um para participar de seus movimentos, já que, em sã consciência, poucos topariam participar desse grupo.

O líder do segundo grupo se chama Jesus Cristo. Ele é incrível. Sabe que seus clientes não são lá tão santos, nem sempre merecem ser defendidos, pois, às vezes, fazem o mal com convicção. Mas Ele não abandona a causa. Convence o cliente a pedir perdão, mostra a ele o caminho certo, ouve sempre sem acusar. Seu trabalho? Advogar causas difíceis. Ele tem uma qualidade que tenho me empenhado em aprender com Ele: benignidade. Sabe o que é isso? Esperar do outro sempre o bem (entre outras coisas).

Somos ao mesmo tempo clientes - precisamos muito do serviço de Jesus - e testemunhas: "Assim nós temos essa grande multidão de testemunhas ao nosso redor" (Hebreus 12:1). Por vezes, somos chamados a nos posicionar de um lado ou de outro e isso me preocupa bastante.

Temos matado uns aos outros; talvez não literalmente, mas sabemos que o temos feito. Não matamos o corpo, mas matamos a motivação, matamos os sonhos, matamos oportunidades, matamos amizades, matamos a reputação de outros. Cada vez que temos algo não muito delicado a dizer acerca de outra pessoa, contaminamos aquele que nos ouve com a mesma percepção. E com base na premissa anterior, tudo o que não constrói destrói.

Não fomos chamados para destruir. Essa é a definição dada ao diabo: "O ladrão não vem senão para matar, roubar e destruir" (Jo 10.10). A continuação desse versículo diz o que Jesus veio fazer: dar vida e vida em abundância, reanimar, consolar. Amo este texto aqui: "Não esmagará a cana quebrada e não apagará o pavio que fumega, até que faça triunfar o juízo" (Mt 12:20). Sabe o que isso quer dizer? Que Cristo não termina de destruir aquilo que já está mal e não retira a esperança daquele que a tem por um fiozinho, daquele pavio que está quase se apagando.

Tento me lembrar sempre de que as pessoas têm uma história. Aquilo que somos tem se desenrolado num processo de construção demorado. Somos um pouco dos nossos ancestrais, um pouco do que a sociedade nos ensinou, um pouco do que nos legaram, um pouco do que aceitamos ser, somos um pouco de muitas coisas. Muitos fatores contribuíram para ser o que somos. E a história não é simples. Sei que, se eu perguntar a você se gosta de tudo o que é, a resposta será não.

Decido a cada dia ter mais paciência com os outros, ficar mais calada, emitir menos minhas opiniões. Admito que não sei de muita coisa, então é melhor me calar. É claro que a vivência dos meus anos me ensinou a julgar muita coisa, a analisar variáveis, prever resultados. Mas eu me limito a comentar muitos assuntos apenas com o meu marido, que acaba por me corrigir na maioria das vezes, já que os homens têm o dom maravilhoso da racionalidade e do sábio silêncio.

Nem era sobre esse assunto que iria escrever, mas já que o post virou isso, convido você a trabalhar para o Advogado e não para o acusador. O trabalho do acusador é mais fácil. Serve saber metade dos fatos, serve atacar qualquer um, serve mentir, serve aumentar, serve espalhar, mas conduz a um resultado catastrófico - “Não julguem, para que vocês não sejam julgados. Pois da mesma forma que julgarem, vocês serão julgados; e a medida que usarem, também será usada para medir vocês" (Mt 7:1, 2).

Melhor nos unirmos para trabalhar com o Advogado. Tentar entender os outros pode nos tornar pessoas muito melhores, mais condescentes, mais gentis, mais amáveis, mais Jesus.

Eu decido trabalhar para Deus. Com a minha ajuda, o diabo não conta. E você? O que decide?

Uma receita simples

Hoje vou me valer dos meus escassos conhecimentos de culinária para propor a você uma receita simples e infalível. O nome do bolo? Experimente as promessas de Deus.

Não gosto muito de ouvir mensagens sobre as promessas de Deus, porque, na maioria delas, o orador parte do pressuposto de que todo o auditório tem conhecimento da amplitude do benefício. Não vou fazer isso com você, mas também não vou ensinar o b + a = ba, já que você dispõe de um manual simples: a Bíblia Sagrada. Vou deixar um texto que resume tudo o que está disponível a você: Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que nos abençoou com TODAS as bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo (Ef 1:3). Entendeu? Se não, vou ajudar mais um pouquinho: Tudo é vosso, e vós de Cristo, e Cristo de Deus (I Co 3.23). Tudo é nosso, todo o bem, tudo o que faz a nossa vida ser maravilhosa: Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas TODAS as coisas que conduzem à vida e à piedade (II Pe 1.3). Prestem atenção no verbo: “doadas” e não “cobradas”.

Todas as receitas têm ingredientes, a toda ação corresponde uma reação, a todo bem corresponde um preço, a todo direito corresponde uma obrigação. O preço da nossa vida abundante já foi pago. Não sobrou nada para nós fazermos, exceto usarmos corretamente os ingredientes que nos levam à posse que já temos por direito.

Antes de continuar, quero relembrar a diferença entre propriedade e posse. O dono de um terreno tem um documento que lhe garante a propriedade, certo? Chama-se escritura. Mas nem sempre está na posse do bem. Uma pessoa que o aluga tem a posse, mas não a propriedade. Entendeu? A propriedade é de quem tem o título, a posse é de quem está usufruindo do bem no momento.

Somos proprietários de tudo o que Jesus nos legou, mas, como Ele mesmo disse: Digo, porém que, enquanto o herdeiro é menor de idade, em nada difere de um escravo, embora seja dono de tudo (Gl 4.1). Assim, podemos ser donos de muita coisa, proprietários, mas, se não agirmos no sentido de tomar posse, o nosso direito pode continuar nas mãos de outrem ou simplesmente abandonado. Pode constar apenas de um documento que temos em mãos.

O que fazer então para tomar posse do que é nosso por direito, das nossas propriedades? Tomar os ingredientes e misturá-los. Vamos lá.

Passo à lista dos ingredientes necessários para se herdar as promessas: Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela FÉ e PACIÊNCIA herdam as promessas (Hb 6:12). A Bíblia não mente. Se diz que é preciso somente fé e paciência, é porque é preciso somente fé e paciência.

Vamos ao primeiro ingrediente: fé. É impossível herdar qualquer coisa de Deus sem fé, pois veja só o que Hebreus 11.6 ensina: Sem fé é impossível agradar a Deus, pois quem dele se aproxima precisa crer que ele existe e que recompensa aqueles que o buscam. Talvez você queira me dizer que não tem sido muito fácil obter as promessas de cura, de vida abundante, de prosperidade, de provisão, de paz, de alegria, de família restaurada, de bons relacionamentos e as muitas outras disponíveis na Palavra. E eu sou obrigada a concordar com você. A fé é um ingrediente escasso, difícil de achar, cada vez mais raro.

Eu reconheço que me falta fé para muita coisa. Não se encontra por aí esse ingrediente. O mundo tem nos bombardeado para que não acreditemos que podemos obter o que é nosso por direito, já que somos herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo – Se somos filhos, então somos herdeiros; herdeiros de Deus e co-herdeiros com Cristo (Rm 8:17). Você tem fé? Então submeta-se ao teste seguinte. Se você responder sim a três dessas perguntas direi que você é “o crente”. Você acredita nas pessoas, entre elas os políticos? Você acredita nas instituições, por exemplo, o Congresso Nacional? Você acredita nos acordos, entre eles o casamento? Você acredita que sua vereda está brilhando mais e mais, quer dizer, que está sempre de melhor em melhor? Você acredita que pode emprestar dinheiro a todos os seus amigos (estou perguntando só aos amigos)? Acho que deu para perceber como temos sido estimulados a não acreditar em mais nada, não é?

A televisão tem nos mostrado dia a dia que os filhos não devem acreditar nos pais; os pais, nos filhos; o patrão, no empregado; nem mesmo nos amigos devemos acreditar. Não ponha sua mão no fogo, não é o que nos dizem? Alguns cristãos que não conhecem bem a Palavra gostariam de que eu incluísse aqui um pedacinho do texto: Assim diz o Senhor: “Maldito é o homem que confia nos homens (Jr 17.5). Bom, o versículo não termina aí, mas não vou colocar o restante. Queria apenas lembrar que a maioria das pessoas só conhece esse versículo pela metade e o usa como base.

Só se obtém a herança pela fé. E é simples, simples fazer a fé crescer: basta se aprofundar na Bíblia. Assim que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir, pela palavra de Deus (Rm 10.17). Só isso? Só ler, ouvir, meditar na Palavra? Só. Tem certeza de que não é preciso trinta dias de jejum? A Bíblia não diz que isso é preciso. Tem certeza de que não é preciso fazer uma campanha de setenta dias? Não mesmo.

Só para encerrar, cito o segundo ingrediente que completa o bolo de herdar as promessas: paciência. Volto ao texto que já escrevi: Para que vos não façais negligentes, mas sejais imitadores dos que pela fé e paciência herdam as promessas (Hb 6:12). Preste atenção: é a mistura de fé e paciência que abre a porta da posse da promessa e esses ingredientes têm que ser bem misturados mesmo. Em muitas receitas vem escrito: misture os ingredientes secos enquanto se bate o açúcar e o ovo até virar creme. Então, misture farinha de trigo, fermento e pó de chocolate. Misturou? Tente separar. Não dá. Pois faça o mesmo com a fé e a paciência. Quando a paciência quiser acabar, misture mais fé. Quando a fé for diminuindo, aumente a dose de Palavra.

Teria mais a dizer a esse respeito, mas agora não dá mesmo. A receita simplificada é essa aqui, fácil, fácil: aumente a fé com a palavra e espere com paciência. Existem outros modos de tornar essa receita ainda mais saborosa. Um dia eu conto.

O meu justo viverá pela fé (Hb 10.38).

Convide-me para saborear suas vitórias! Pode ter certeza de que me alegrarei.

Nasci para sofrer?

A falta de conhecimento é uma coisa desastrosa. A Bíblia é chamada de lei de Deus e, como toda lei, ampla, geral e irrestrita. Precisa abranger todos os casos, por isso, às vezes, não é tão específica quanto gostaríamos. Além disso, é preciso um conhecimento muito amplo, porque um texto completa o outro. Não sei se você sabe, mas, por causa dessa inespecificidade, os fariseus organizaram vários compêndios explicando a lei dada por Moisés. São os chamados Talmudes. Eles existem até hoje.

Quer ver como é preciso explicações? Nos dez mandamentos está escrito: Lembra-te do dia do sábado, para o santificar. Seis dias trabalharás, e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do Senhor teu Deus; não farás nenhuma obra (Ex 20.8). Parece claro o texto? Então me diga o que é trabalho. Os fariseus decidiram explicar o que era trabalho: carregar qualquer coisa, colher espigas etc. Salvar um jumento pode, mas um paralítico ser curado e carregar sua cama era uma ofensa gravíssima. Foi por causa dessas interpretações humanas que ficaram tão furiosos com Jesus. Ficavam de olho para ver se Ele iria curar no sábado. A ponto de o Mestre perguntar: É lícito fazer o bem, ou o mal [no sábado]? Salvar a vida ou tirá-la (Lc 6.9)?

A questão é a seguinte: muitas vezes o que sabemos tem muito mais a ver com o que nos contam do que com o que a própria Palavra nos diz. E por que estou dizendo tudo isso? Já conto.

Aprendi que cristão deve sofrer, que o caminho do céu é dificílimo, que pouquíssimos serão salvos, que temos uma cruz pesadíssima para carregar. Assim muitos interpretam o versículo: Se alguér quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me (Lc 9:23,24). Também está escrito no livro de Provérbios: Quem teme o Senhor terá uma vida longa, feliz e tranquila (Pv 19.23). Talvez você queira me dizer: espere aí, Keila, é para ser feliz ou ir à cruz? As duas coisas.

Há uma cruz, sim, para os cristãos. E eles já foram para ela: Sabendo isto, que o nosso homem velho foi com ele crucificado, para que o corpo do pecado seja desfeito, para que não sirvamos mais ao pecado (Rm 6.6). Já estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim (Gl 2.19). A marca do cristão, é por isso que recebemos esse nome, é a aceitação do sacrifício de Cristo e sua identificação com Ele. Recebemos tudo o que Ele fez e sabemos que Ele vive ainda hoje dentro de nós. Por isso não precisamos derramar sangue, pois Ele o fez; não precisamos morrer na cruz, Ele o fez; não temos mais condenação, porque Ele nos livrou dela: Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito (Rm 8:1).

Então por que Jesus nos falou da nossa cruz? Porque ainda há algo a fazer. Temos um espírito vivo, mas ainda temos uma carne [desejos, motivações, intenções] viva também. A cruz é para essa carne. E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e concupiscências (Gl 5.24). Apesar de nossa carne já estar crucificada, ela quer ainda nos controlar. Ela luta contra o espírito e quem decide o vencedor somos nós. A carne precisa ser mortificada, assassinada na cruz, mesmo: Se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras da carne, vivereis (Rm 8.13). Precisamos lembrá-la de que ela não tem mais domínio sobre nós, crucificando ainda todas as paixões que ela desperta.

É assim: certas coisas parecem muito prazerosas, mas são altamente danosas. Já citei este exemplo, mas quero repetir. Quando bebês, meus filhos pareciam ter uma fixação por tomadas. Onde as viam queriam pôr o dedo. Tive que tapar todas as da minha casa. Poderiam parecer extremamente atrativos aqueles dois buraquinhos, mas, de tão danosos, podem matar. As paixões da carne, parecem inicialmente prazerosas, mas são mortíferas. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: adultério, prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias, e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o reino de Deus (Gl 5:19-21).

Então, o que Deus está nos propondo, na realidade, como uma Pai muito amoroso, não é que percamos o prazer de viver e soframos todo dia, colocando na cruz tudo de bom que essa vida ainda pode dar. NÃO! O que Ele quer é que não nos prejudiquemos, fazendo aquilo que, no fim, vai nos matar: Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis (Rm 8:13).

O que está escrito na Bíblia é tudinho verdade. Deus quer para nós uma vida prazerosa. Promete-nos em Sua Palavra alegrias indizíveis. Repito o texto lá de cima: Quem teme o Senhor terá uma vida longa, feliz e tranquila (Pv 19.23). Quem diz que você foi feito para sofrer não entendeu nada. Se Jesus já sofreu por você, vai sofrer para quê?

Só precisamos entender que Seus mandamentos são para o nosso bem, são protetores e não restritivos. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os Seus mandamentos; ora, os Seus mandamentos não são penosos (I Jo 5.2,3).

Vai acreditar no que dizem por aí ou buscar entender?

Estudar a Bíblia não é tudo de bom?

Bom-dia!

Vê se "te" enxerga

A Bíblia tem algumas coisas bastante esquisitas. Veja só este versículo: O ouvido que ouve, e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos (Pv 20.12). Parece redundância escrever ouvido que ouve e olho que vê, não é? Leia isto aqui: Se alguém tem ouvidos para ouvir, ouça (Mc 7.16). Como assim? Existe ouvido feito para não ouvir? E mais: Por isso lhes falo por parábolas; porque eles, vendo, não vêem; e, ouvindo, não ouvem nem compreendem (Mt 13.13).

Penso que você já compreendeu que os textos não estão falando de cegos e surdos, que também foram feitos pelo Senhor: E disse-lhe o Senhor: Quem fez a boca do homem? ou quem fez o mudo, ou o surdo, ou o que vê, ou o cego? Não sou eu, o Senhor (Êx 4:11)? Os textos, o último principalmente, estão falando de pessoas que, apesar de terem olhos e ouvidos, não veem e nem ouvem. Poderia continuar a discorrer sobre esse assunto, até mesmo sobre os cegos e surdos feitos pelo Senhor, mas deixe-me adentrar o assunto.

Existe gente que vê e gente que VÊ. Existem olhos especializados, digamos assim. Eu poderia encontrar uma grande pedra de diamante suja, ainda bruta na rua e desprezar. Pensaria se tratar de uma simples bijouteria. Mas quem vê mesmo, quem conhece não deixaria a oportunidade passar. Faria o possível para acrescer a ela valor: polimento, limpeza, corte, brilho e sei lá de que mais precisa.

Nossos olhos e nossos ouvidos não são tão bons quanto parecem, mas especialistas podem nos ajudar um bocado. O patriarca mais famoso dos hebreus, Moisés, foi instruído pela nata egípcia, tornou-se príncipe no Egito, libertador dos hebreus, mediador da lei de Deus, o maior dos patriarcas, mas tinha um péssimo espelho. Antes mesmo de ser chamado por Deus para libertar Seu povo, veja só o que o Senhor disse a seu respeito: E Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios; e era poderoso em suas palavras e obras (At 7:22). Aqui diz que, ainda quando era aluno no palácio, já era poderoso em palavras e obras, ou seja, já era O Cara. Mas não era assim que ele se via. Veja o que ele disse acerca de si próprio depois de adulto: Então disse Moisés ao Senhor: Ah, meu Senhor! Eu não sou homem eloquente, nem de ontem nem de anteontem, nem ainda desde que tens falado ao teu servo; porque sou pesado de boca e pesado de língua (Ex 4:10). Mesmo depois dos seus anos de deserto, dizia que não poderia ser o libertador porque não falava bem – lembre-se que Deus disse que ele poderoso em palavras, um excelente orador.

Gideão também usou um óculos meio embaçado para ver a si mesmo. Um dia o Senhor apareceu a ele e foi assim a saudação: Então o anjo do SENHOR lhe apareceu, e lhe disse: O SENHOR é contigo, homem valoroso ... Então o Senhor olhou para ele, e disse: Vai nesta tua força, e livrarás a Israel das mãos dos midianitas; porventura não te enviei eu? E ele lhe disse: Ai, Senhor meu, com que livrarei a Israel? Eis que a minha família é a mais pobre em Manassés, e eu o menor na casa de meu pai (Jz 6:12-15). Deus o chamava de homem valente, mas ele enxergava a si mesmo como o menorzinho da sua casa.

Poderia citar outros exemplos, como Jeremias e Baraque, mas preciso continuar o assunto. O fato é que a forma como nos vemos e a forma como Deus nos vê é totalmente diferente. Vemos a nossa condição atual. Deus nos vê prontos, vê o que podemos ser, e não o que somos hoje. Ele não vê a semente, vê a árvore crescida.

Podemos desanimar quando olhamos somente a semente. Primeiro ela some, é enterrada no solo, depois dá uma folhinha tão frágil que parece muito longe de vir a ser uma grande árvore. Mas o que plantamos não é uma semente, é uma árvore. Se você aguardar, vai ser árvore, então, já é árvore – em potencial, mas é.

Onde quero chegar com tudo isso? Quero pôr um espelho na sua frente. O que você é hoje ainda não é a maravilha em que você está-se tornando – Amados, agora, somos filhos de Deus, e ainda não se manifestou o que haveremos de ser (I Jo 3.2). Estamos num processo de melhora, cada dia melhores, mas ainda não chegamos ao nosso ápice. Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito (Pv 4.18).

Você é um diamante num processo de lapidação. Pode não ver, mas está cada dia melhor. O que você pensa a seu respeito está muito aquém daquilo que o Fabricante planejou para você. Não nascemos da vontade da nossa mãe e do pai, mas de Deus: Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus (Jo 1.13). E Ele o fez extraordinário. Conhece alguém igual a você? Conhece alguém melhor do que você? Mentira. Você é diferente. Melhor em algumas coisas, pior em outras, mas, se tirar a média, verá que é apenas di-fe-ren-te.

Tenha paciência com você. Lembre-se da semente. Você está em processo. Sendo transformado a olhos nus: Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor (II Co 3.18). Repito: transformado de glória em glória na imagem de Deus. Cada dia mais parecido com Deus. Cada dia mais glorioso. Uh, uh!

Se disseram qualquer coisa diferente disso a você, deixo este texto aqui para você decorar: Seja Deus verdadeiro, e mentiroso todo homem (Rm 3.4). O que o texto quer dizer não é que todo homem é mentiroso, mas, sim, se o que as pessoas dizem é diferente do que Deus diz, fique com a palavra do Fabricante.

Vê se te enxerga!!! (kkkkk)

Uma estória interessante

Hoje resolvi compartilhar com você algo que não fui eu quem escreveu. Encontrei essa história no livro “O Segredo da Verdadeira Felicidade”, da Joyce Meyer.

Um dia o rei Salomão decidiu dar uma lição de humildade a Benaiah Ben Yehoyada, seu mais confiável ministro. Ele lhe disse: “Benaiah, existe um certo anel que eu quero que você traga para mim. Eu pretendo usá-lo na Festa dos Tabernáculos, o que lhe dá seis meses para encontrá-lo”.
“Se ele existe em qualquer lugar da terra, sua majestade", Benaiah respondeu, "eu vou encontrá-lo e trazê-lo, mas o que o torna tão especial”?
“Ele tem poderes mágicos”, respondeu o rei. “Se um homem feliz olha para ele, se torna triste, e se um homem triste olha para o anel, se torna feliz”. Salomão sabia que não existia tal anel em todo o mundo, mas ele queria ensinar um pouco do gosto da humildade ao seu ministro.
A primavera passou e, em seguida o verão, e ainda Benaiah não tinha idéia de onde poderia encontrar o anel. Na noite antes da Festa dos Tabernáculos, ele decidiu dar um passeio em um dos bairros mais pobres de Jerusalém. Ele passou por um comerciante que havia começado a recolher sua mercadoria em um surrado tapete. “Por acaso o senhor ouviu falar de um anel mágico que faz com que quem o use, se está feliz esqueça sua alegria, e se está infeliz esqueça sua tristeza?” perguntou Benaiah.
Ele viu o senhor tirar um simples anel de ouro do seu tapete e gravar alguma coisa sobre o mesmo. Ao ler as palavras sobre o anel, rosto de Benaiah eclodiu em um grande sorriso.
Naquela noite toda a cidade saudou o feriado da Festa dos Tabernáculos com uma grande festa. “Bem, meu amigo, disse Salomão, você encontrou o que lhe pedi”? Todos os ministros, e com eles o rei Salomão, sorriram.
Para surpresa de todos, Benaiah apresentou um pequeno anel de ouro e disse: “Aqui está ele, sua majestade”! Logo que Salomão leu a inscrição, o sorriso desapareceu de seu rosto. O joalheiro tinha escrito três letras hebraicas sobre o ouro: Gam zeh ya’avor – "Isto também passará".
Diz-se que, naquele momento, Salomão percebeu que toda a sua sabedoria, riqueza fabulosa e tremendo poder eram coisas fugazes, pois um dia também ele seria nada mais do que pó.

Prefiro não comentar.

Tenha um bom dia.

Quem diria?

Tenho o privilégio de morar em Brasília e trabalhar num lugar onde vejo muitos políticos, gente que a maioria só conhece da televisão. Parece até que nem existem no mundo real. Lembro-me dos primeiros dias, quando chegava à minha casa e dizia para os meus pais, que são os que mais celebram o meu “sucesso”, que vi fulano e cicrano. Quanto orgulho para nós todos!

Evito falar sobre esse assunto. Penso que o que para muitos é glamour, para mim é só uma missão privilégio. Sei que falar sobre isso pode parecer um pouco de arrogância, de vontade de aparecer, principalmente quando grande parte da população tem uma vida tão sofrida. Mas Brasília é assim: a capital dos concursos, a cidade dos funcionários públicos, uma terra ainda com muitas oportunidades. Aproveito que estou falando isso para testemunhar que não foi minha capacidade que me trouxe onde estou, mas a graça bendita de um Deus que é puro amor. Como foi que cheguei aqui eu mesma não sei explicar.

Quando chego ao serviço, que é onde estou agora, penso nos destinos da nação sendo decididos, dinheiro da população, vidas em jogo. As decisões aqui tomadas e a falta delas refletem de uma maneira estrondosa nos lugares mais ricos e mais pobres do Brasil.

Muitos gostam de dizer os nomes das pessoas abonadas que conhecem, orgulham-se do seu ciclo de relacionamentos e buscam envolver-se cada dia mais com os poderosos. Eu também, mas não de me envolver com os poderosos, mas com O Poderoso. Sei que Ele tem expectativas a meu respeito - Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais (Jr 29:11) - e que não há ninguém maior que eu possa conhecer. Deus tem pensamentos a meu respeito e eu quero muito corresponder às Suas expectativas.

É um enorme privilégio ser funcionária do Rei de toda a terra. Ele me deu um alto cargo, o melhor crachá que alguém pode ter. Com ele, entro na sala do trono e converso com o Maior de todos. Quantas pessoas não gostariam de um minuto com a Presidente Dilma! E quantos rejeitam o livre acesso a Deus! Assim, aproximemo-nos do trono da graça com toda a confiança, a fim de recebermos misericórdia e encontrarmos graça que nos ajude no momento da necessidade (Hb 3.14-16).

Eu nem cabia no Seu reino. Não passava de uma escrava de um sistema que está cada dia pior, mas Ele foi ao lugar ao qual eu pertencia, o império das trevas, pagou o preço que cobravam por mim e me transportou para o reino do Filho do seu amor (Cl 1.13). O que podia se esperar então? Que eu me tornasse sua escrava. Mas não foi isso o que fez. Trocou as minhas vestes de tristeza, por vestes de louvor – eu que tinha motivos para reclamar passei a ter apenas motivos para agradecer –, deu-me um novo título: embaixadora.

Sabe o que significa ser embaixador? É ser representante de um outro país frente ao lugar onde este está. Ocupam essa função apenas pessoas de confiança e que têm um grande preparo, pois é um cargo de altíssimo nível. Como Ele pensou que eu iria conseguir representá-lO bem? Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça (Is 41:10). Não sei se você já esteve em reuniões em que nem sabe como se comportar, o que dizer, mas Ele me prometeu: Por minha causa [porque sou embaixadora dEle] sereis levados à presença dos governadores e dos reis, para lhes servir de testemunho, a eles e aos gentios. Mas, quando lá estiverem, não cuideis de como, ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será dado o que haveis de dizer. Porque não sois vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é que fala em vós (Mt 10.18-20). De sorte que somos embaixadores da parte de Cristo, como se Deus por nós rogasse (II Co 5.20). Quer dizer, Cristo fala na terra por meu intermédio. Ele está no Seu reino e me confiou Seu nome, uma grande patente, uma nobre missão e está pronto para me ajudar a cumpri-la dignamente: E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram (Mc 16.20).

Não estou fazendo uma grande história, o que não desmerece em nada a minha existência. A grande história, que vai muito além de mim mesma, é dEle. Sou uma cooperadora. Porque nós somos cooperadores de Deus; vós sois lavoura de Deus e edifício de Deus (I Co 3.9). Não estou na terra para cuidar dos meus interesses, mas dos dEle. Se tenho do que me gloriar, glorio-me na Sua cruz, no Seu amor, no Seu sangue, na bondade de me conceder Seu nome, que é sobre todo nome.

Erga a cabeça. Pode parecer que você é um simples professor (uso essa profissão, porque sei que eles se sentem altamente desprestigiados apesar de serem tão importantes), mas você é muito mais do que isso: um embaixador. Quem paga o seu salário não é o seu patrão; é Deus. E ele nunca dá apenas o que você pede: E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades (Fp 4.19). Preste atenção no texto anterior. Diz: o nosso Deus, segundo a sua riqueza, não segundo o seu pedido, não segundo o tamanho da sua conta, não segundo o Seu humor. Repito: segundo a sua riqueza.

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhe pedirem (MT 7.11). Se nós temos prazer em abençoar nossos filhos, imagine o nosso Pai, que é rico em absolutamente tudo: perdão, graça, misericórdia, ouro e prata, alegria, esperança, amor...

Termino com o texto que me alimentou esta manhã: Pois vais ao seu encontro com as bênçãos de bondade; pões na sua cabeça uma coroa de ouro fino (Sl 21:3).

Alegre-se. Deus sempre vem ao seu encontro!

Crie anticorpos

Meu sábado está bastante movimentado. Apesar de não ter compromissos, de poder ficar de molho em casa, minha filha terá provas durante a semana e sabe como é a vida das mães, não é? Cá estou eu estudando sobre os vírus, bactérias, algas, protozoários.

É interessante perceber como o natural e o espiritual têm tudo a ver. Enquanto estudava sobre a atuação dos anticorpos nos organismos, fiquei pensando em como precisamos de anticorpos espirituais.

Somos atacados diariamente por situações, pessoas, concepções, sentimentos que querem infectar a nossa saúde espiritual. Quando estamos bem alimentados espiritualmente, quando comemos o bom mel da Palavra de Deus com constância, ficamos fortalecidos, saudáveis. Mas a maioria de nós, que professamos o cristianismo, desconsideramos a necessidade de nos alimentarmos espiritualmente e de praticarmos os exercícios pessoais descritos na Palavra, assim, quando vêm os ataques, descobrimos que estamos despreparados. Olhe só o que Paulo disse a Timóteo: "Exercita-te pessoalmente na piedade (I Tm 4.7).

Meus filhos já estão um pouco crescidos, portanto já criaram anticorpos para muitas doenças, mas ainda me lembro do tempo em que eram bebês e facilmente eram infectados. Os pais que precisam colocar os filhos em creches sofrem muito, porque pegam muitas doenças. Infelizmente, muitos de nós desconsideramos o fato de que, quando nascemos de novo como homens espirituais, somos bebês. Precisamos crescer e isso é algo impossível aos homens. Não posso fazer meus filhos crescerem. Em I Coríntios 3.6 está escrito: "Eu plantei, Apolo regou, mas Deus deu o crescimento", ou seja, o crescimento não vem de um relacionamento com os homens, mas com o próprio Deus.

Paulo ficou irritado com a igreja dos coríntios porque eles relegaram seu crescimento espiritual. Ele disse a eles: "E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei, e não com alimento sólido, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis suportar" (I Co 3.1,2). É delicioso amamentar os bebês, mas tem que chegar a hora da papinha, do alimento sólido, de a criança comer sozinha. É anormal comer papinha toda a vida. Crianças que não crescem ficam atrofiadas. Os pais se irritam com as doenças. Todo pai sabe como é cansativo passar noites no hospital. E olha que, com crianças, a culpa não é delas, mas em relação aos bebês espirituais, é.

Quando os vírus começaram a chegar na igreja de coríntios - os vírus da inveja, da facção, da confusão, do egoísmo, da divisão, da imoralidade... -, eles se mostraram totalmente desprovidos de anticorpos. O corpo ficou contaminado e o estrago foi grande.

Quando um vírus nos atinge, e ele sempre vem numa dose que podemos suportar - "Não vos tem sobrevindo tentação que não seja comum aos homens; mas Deus é fiel, o qual não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas também, com a tentação, proverá o meio de saída, para poderdes suportá-la" (I Co 10:13) -, o que devemos fazer é aplicar logo o remédio da Palavra de Deus, para que não sejamos infectados e infectemos a outros.

Tomar o remédio é nossa obrigação. Fortalecer o nosso homem interior é o que Deus espera que façamos: "Oro para que ele vos conceda, conforme as riquezas da sua glória, que sejais robustecidos com poder, pelo seu Espírito no homem interior" (Ef 3:16).

São as disciplinas espirituais que nos manterão saudáveis, preparados para combater as doenças que querem chegar a nós. E ainda trago aqui uma palavra de esperança. Se você estava fraquinho e adoeceu, não se preocupe, porque o remédio está disponível. Você não morrerá se tomá-lo. "Enviou-lhes a sua palavra e os sarou; livrou-lhes de tudo o que lhes era mortal" (Sl 107:20).

Saúde!

Não deixe de congregar

Hoje acordei com muitos desafios. Na verdade, dormi um pouco chateada com algumas situações lá de casa e minha total incapacidade de resolvê-las e, enquanto dirigia de volta à casa depois de ter enviado os meninos à escola, conversava com o Espírito Santo, fazia a Ele algumas perguntas.

Tive a grata oportunidade de ir, depois, à igreja, onde há um discipulado para mulheres. Fazia tempo que eu não aparecia. Sentei-me lá quietinha, bebendo do que Deus estava a ensinar, quando veio ao meu coração a resposta da pergunta que havia feito. Enquanto a pastora ensinava, minha resposta veio. É claro que tinha que vir, afinal de contas, o meu Deus responde. Posso dizer como Jesus Cristo – e você também pode –: Eu bem sei que sempre me ouves (Jo 11.42). E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos (I Jo 5:14,15). Eu não imaginava que receberia a resposta ali sentada, e não no meu quarto de oração, com a minha Bíblia na mão e minhas muitas lágrimas.

Sabe por que resolvi contar tudo isso? Porque tenho visto muitas pessoas se distanciarem da casa de Deus. Talvez você queira me perguntar: “Mas, Keila, você não disse que a casa hoje somos nós”? Disse e repito. Quem sou eu para desfazer aquilo que Deus diz? Só que a igreja é um lugar importantíssimo. Somos como pequenas brasas. Sozinhos, esfriamos, mas, quando juntos, fazemos um fogo maravilhoso.

Todas as ordens de Deus visam à nossa proteção. Leia esta aqui: Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas encorajemo-nos uns aos outros, ainda mais quando vocês vêem que se aproxima o Dia (Hb 10:25). Quanto mais perto da volta do Senhor, mais intenso o mal, maior a necessidade de congregar. Ordem é ordem. Repito: essa ordem, esse princípio é para a nossa proteção. Procurei um texto muito importante que queria colocar aqui, mas esqueci a Bíblia em que o marquei no carro. Então reproduzo com as minhas palavras. Diz que, na comunhão, somos estimulados às boas obras e à prática do bem. Paulo também diz, no início do livro de Romanos: Anseio vê-los, a fim de compartilhar com vocês algum dom espiritual, para fortalecê-los (Rm 1.11). Quando os homens de Deus se encontram, dons são repartidos, presença de Deus flui, a força e o ânimo são revigorados, sabedoria é compartilhada.

Desde o princípio, o povo do Senhor foi chamado ao ajuntamento solene, onde as pessoas ouvem e aprendem de Deus: Ajunta o povo, os homens e as mulheres, os meninos e os estrangeiros que estão dentro das tuas portas, para que ouçam e aprendam e temam ao SENHOR vosso Deus, e tenham cuidado de fazer todas as palavras desta lei (Dt 31.12).

Há lugares e lugares. Alguns são mais propícios para o mal, para as desgraças, para as más lições, para as más companhias. Nós pais sabemos muito bem disso. Por isso, quando nossos filhos pedem para ir a algum lugar nós os enchemos de perguntas: aonde, com quem, a que horas volta, o que vai fazer. Existem outros lugares onde a própria atmosfera ajuda a que a voz de Deus se faça ouvir. Provei isso hoje e convido você a provar também.

Vá à casa de Deus. Abra-se para ouvir os ensinamentos transmitidos lá. Busque sentir a presença do Senhor, que lá é manifesta e tão facilmente se experimenta. Aproveite para ali fazer orações, confessar os seus temores, fazer perguntas. Há bênçãos que só serão provadas no lugar da comunhão - Ali o Senhor ordena a bênção da vida para sempre (Sl 133.3).

Não deixe de congregar.

Torne-se um especialista

Vivemos a era dos especilistas. Recentemente uma amiga minha teve um problema no calcanhar e, como precisava de atendimento rápido, consultou-se com um clínico geral. Não satisfeita, recorreu ao ortopedista, que deu um diagnóstico acertado. Como a dor não parava, procurou um especialista em calcanhar, que lhe deu o mesmo diagnóstico do médico anterior. Enquanto não ouviu do especialista, não sossegou.

Antigamente, diziam que precisávamos nos desenvolver globalmente, assim, o ideal era investir nos pontos fracos para que eles melhorassem, o que dava um trabalho enorme, causava grande frustração e resultados insatisfatórios.

Hoje diz-se que é melhor esquecer os pontos fracos e investir com tudo nos pontos fortes. Isso é muito prazeroso, visto que gostamos de fazer o que melhor realizamos. Quanto mais fazemos, mais gostamos, por isso o resultado é cada vez melhor.

Somos constituídos de três partes: corpo, alma e espírito, duas delas em guerra entre si. O corpo, chamado pela Bíblia de carne, é a parte que tem conexão direta com este mundo físico, sensorial, deseja tudo o que este mundo tem a oferecer, vive do que vê. Diferentemente, o espírito é a parte recriada em Deus. Vive do que crê, deseja as coisas de Deus, faz o nosso interior clamar com saudades do Pai - Aba, Pai. Quem vai vencer essa guerra? O mais alimentado.

Sei que você já sabia de tudo isso, mas quero trazer algumas coisas que só descobri recentemente. Ouvi muitos conselhos para não dar vazão à carne, exercer uma vigilância absurda, pensar antes de falar, reprimir os sentimentos etc. Confesso que quis muito praticar isso na minha força, mas descobri que, além de quase impossível, é desanimador. A carne não perde a força. Você pensa dez vezes antes de falar algo num dia e no outro deixa escapar uma palavra dura sem querer. Apesar de querermos muito melhorar, de apostarmos que estávamos melhorando dada a vitória do dia anterior, as esperanças são jogadas por terra e a frustração é grande.

O que fazer então para ajudar o espírito a vencer essa guerra? Olhe só o que diz a Palavra: "Digo, porém: Andai em Espírito, e não satisfareis à concupiscência da carne (Gl 5.16). Esqueça a carne, os seus cuidados e invista no espírito. E como fazer isso? "Enchei-vos do Espírito; falando entre vós em salmos, e hinos, e cânticos espirituais; cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus" (Ef 5:18-21).

Esqueça a carne, invista no espírito. Muito mais resultado do que pensar antes de falar tem encher a sua mente da Palavra de Deus. Aquilo que entra em nós é o que sairá de nós. Falar sobre Deus faz bem e nos enche de fé; cantar para Deus eleva o nosso espírito, nos transforma à imagem de Deus; dar sempre graças melhora o nosso humor, enche-nos de alegria; falar na língua dos anjos nos edifica, e por aí vai.

Só para corroborar o que disse, lembrei-me de outro texto interessantíssimo: "Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós" (Ti 4.7). Na verdade, o que está escrito primeiro é o mais importante: sujeitar-se a Deus. Muitos dão realce ao "resisti ao diabo". Fazem guerra espiritual, buscam cultos de libertação e preocupam-se mais com as obras do mal do que com mo poder ilimitado e maravilhoso que habita dentro de quem tem o Espírito Santo.

Já falei em posts anteriores que disciplina é fundamental. Buscar as coisas de Deus, ler a Palavra, adorar, orar, andar com gente de Deus faz muito bem. Tentar controlar a carne tem muito pouco efeito. Como diz o Pastor Lau, a carne nunca vai se converter, por isso é melhor esquecê-la. Concentre-se no seu ponto mais forte: o seu espírito que quer as coisas do alto, tem a unção que vem do Santo, está pronto.

Como Jesus disse: "O espírito está pronto, mas a carne é fraca". Fortaleça o que já é forte. Torne-se um especialista nas coisas de Deus.

Que feliz Páscoa!!!

Pai, não tenho palavras para agradecer. Imagino o quanto foi doloroso enviar Teu Filho, sabendo que Ele iria sofrer, que iria morrer, que iria doer. Obrigada por me amar tanto, tanto, tanto... Obrigada por pensar em mim desde a fundação do mundo, por preparar meios para que eu me achegasse a Ti, por vir ao meu encontro todas as vezes. Tu és a fonte de todo o bem. Todas as minhas fontes estão em Ti. Obrigada por não me pedires nada, por aceitares tão pouco em troca, por querer a minha amizade, por me adotares na Tua família,, dando-me o Teu doce e poderoso nome.

Jesus, muito obrigada por aceitar a senda do calvário, lugar doído, lugar sofrido, lugar triste. Obrigada por deixar o trono e aceitar uma manjedoura, por trocar uma coroa de rei por uma coroa de espinhos, por mudar de status - de filho único para filho primeiro - só para que eu coubesse na família. Obrigada por andar neste mundo e experimentar a dor, a tristeza, a solidão, a angústia, a humilhação, a traição e hoje poder socorrer-me em tudo, dando-me a mesma consolação com que foste consolado.

Espírito Santo, muito obrigada por aceitar morar dentro de mim, um lugar tão simples, necessitado de muitas faxinas, em reformas constantes - e só quem fez reforma sem sair de casa sabe o tumulto que é. Que pena que a reforma ainda está longe de acabar e que bom que Tu não desistirás, que a obra não ficará inacabada. Obrigada por contar comigo mesmo quando eu estou indisposta ou indisponível, por não abandonar o lar quando ele está quente e tumultuado, por me amar a ponto de ficar e ainda colocar à minha disposição poder ilimitado.

Eu também tenho morrido dia a dia. Colocar a minha carne na cruz não tem sido fácil, mas continuo tentando, contando sempre com a Tua espera paciente.

Eu também fui traída por pessoas, por mim mesma, por circunstâncias, mas conto com a Tua força para perdoar.

Eu também entrei na cova, fiquei quietinha até que o teu poder se aperfeiçoasse na minha fraqueza.

Eu também ressuscitei com Cristo, pelo poder do mesmo glorioso Espírito e hoje ando diferente, em estado de graça, numa alegria inexplicável, vivendo uma vida que não é "minha", tão abençoada que fico constrangida por estar absolutamente ciente de que não mereço.

Eu também reino, pois estou assentada com Cristo nas regiōes celestiais. Por isso já decidi que os sentimentos dEle são os meus, os pensamentos dEle são os meus, os objetivos dEle são os meus e viverei todos os dias de minha vida para a Sua glória.

Hoje comemoro a Tua ressurreição e a minha ressurreição; a Tua herança, que é a herança dos meus pais, minha, dos meus filhos, do meu marido, de toda a minha família.

Por enquanto, nos vemos em dimensōes diferentes, mas espero pelo dia em que nos abraçaremos, beijaremos e eu O conhecerei como sou conhecida.

Eu O amo do mais profundo do meu ser e aceito o Teu sacrifício.

Sem palavras para agradecer.

Que feliz Páscoa!!!

Construção diferente essa.

"A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos; e neste lugar, darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos" (Ag 2.9).

No céu está o trono do Senhor. Lá Ele governa absoluto majestosamente. A terra ele nos deu (Sl 115), mas desejava que o convidássemos para habitar conosco.

O primeiro a fazê-lo dando-Lhe um local físico foi Moisés. Ele erigiu um tabernáculo de acordo com o modelo dado pelo próprio Deus. Era uma tenda glamourosa, feita com o que havia de melhor à época. E Deus, de fato, veio habitar entre eles. Quando a tenda foi inaugurada, a glória do Senhor a encheu de uma forma tão esplendorosa que Moisés nem pôde entrar.

Depois foi Salomão quem ergueu um suntuoso templo, com coisas banhadas em ouro, madeira da melhor qualidade, uma obra que hoje custaria milhões de dólares. Ao Rei dos reis não se pode dar qualquer coisa, oferecer qualquer lugar. E novamente Deus se agradou do local. A inauguração foi preparada com esmero e a glória do Senhor encheu o lugar de maneira que os que ministravam não conseguiram sequer ficar de pé.

O homem não entendeu muita coisa. Pensou que Deus queria apenas um local físico e que, uma vez ali instalado, jamais se retiraria. Por causa disso, o templo foi destruído pelo povo da Babilônia, reconstruído por Neemias e Esdras, destruído novamente pelos romanos e hoje não existe mais.

Pensam que Deus ficou sem lugar na terra? Claro que não. Jesus veio. Cumpriu a lei e a deu por encerrada. Acabou com os rituais, colocou o mundo de quem o aceitou de perna para cima, instituiu um novo local para habitar: dentro das pessoas. "Vós mesmos, como pedras vivas, sois edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo" (I Pe 2.5).

Hoje, quem quiser pode ter Jesus e Seu Santo Espírito morando dentro de si. Para isso, basta abrir a porta do coração, pois Ele não invade e não entra sem convite: "Eis que estou à porta, e bato: se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo" (Ap 3:20).

Agora passo ao texto lá de cima. Sempre achei que se referia ao templo de Israel, que será um dia reconstruído, mas isso não é verdade. Hoje a casa somos nós, portanto, o texto diz respeito a mim e a você. A glória desta nossa casa é incomparavelmente maior do que aquela que encheu o templo, porque trata-se da glória do Cristo ressurreto, do filho do Deus vivo, que nos resgatou do império das trevas, fez com que ressuscitássemos com Ele, dando vida ao nosso espírito, que antes estava morto, capacitando-nos a ser como Ele é - "Segundo Ele é, também nós somos neste mundo" (I Jo 4.17). O que Ele é, hoje nós o somos; o que Ele fez, espera que nós façamos - "Em meu nome, expelirão demônios, falarão novas línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma coisa mortífera beberem, não lhes fará mal; se impuserem as mãos sobre os enfermos, eles ficarão curados" (Mc 16.18). Quanta glória, quanto poder!

E o texto continua: "Neste lugar, eu darei a paz". Dentro de nós mora o Príncipe da Paz. Ele nos disse: "Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou" (Jo 14.27). Mas o que fazer quando, mesmo sabendo que deveríamos ter paz, não conseguimos vivê-la? "Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus" (Fl 4:6,7). Como está escrito aqui, a paz que Ele nos dá não depende de a compreendermos ou sentirmos. É uma paz que nem dá para entender, excede o entendimento. O mundo está caindo e estamos em paz; as contas estão vencendo e temos paz; o diagnóstico é desfavorável e temos paz; a família passa por reveses e temos paz... Tudo isso porque levamos tudo a Ele em oração e sabemos que Ele nos ouve, responde, está interessado em nós, não nos deixa sós, jamais nos demparará, sempre atende os pedidos que Lhe fazemos.

Tudo o que eu disse não se parece em nada com a sua vida? Não deixe a sua mente enganá-lo. Tudo o que eu disse diz respeito a você mesmo, casa do Deus Altíssimo. Ande por fé e não pelo que você vê (II Co 5.7). É impossível que Deus minta. Sua glória habita em você, uma glória incomparável e Ele já garantiu a sua paz. Ande nela. Creia.

Relaxe. Vai dar tudo certo. Se Cristo habita em você, de que mais pode precisar?

Assuma o controle

Ouvi uma pessoa dizer que anda com essências dentro da bolsa, porque, se não escolher o aroma que quer sentir, outro o fará. Engraçado, não é? Porém sábio. Se não decidirmos, alguém decidirá por nós. Algumas pessoas decidem que devemos ouvir funk na rua (particularmente odeio esse tipo de som que nem chamo de música) e colocam o volume no máximo. Irritante isso.

A vida é assim: ou tomamos nossas próprias decisões ou decidirão por nós. Ou nos tornamos agentes da nossa própria história ou, mais cedo ou mais tarde, vamos nos lamentar.

Querem dizer o que você deve comer, que marcas usar, como gastar o seu dinheiro, o que é in e o que é out, como se as pessoas fossem todas iguais, gostassem das mesmas coisas, vestissem o mesmo número, falassem a mesma língua. Querem nos colocar numa forminha, transformando todos no mesmo molde. Preste atenção na quantidade de outdoors e placas ao longo do caminho. Querem decidir até mesmo em que você deve pensar.

Nossos pensamentos são extremamente poderosos. Por isso a Bíblia trata do assunto: Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra (Cl 3.2). Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (Fl 4.8).

Parece ser fácil escolher em que pensar, mas a minha experiência tem me mostrado que preciso chamar a minha mente de volta mil vezes, porque ela quer voar todo tempo. E este post é exatamente para contar como estou disciplinando meus pensamentos.

Entendi há muito a importância dos pensamentos e o poder da meditação. O Salmo 1 chama de bem-aventurado, ou seja, mais do que feliz aquele que medita: Bem-aventurado o homem que tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite (Sl 1.2). Quero que preste atenção no verbo: medita. Não é apenas pensa, mas medita.

Timóteo era um jovem discípulo de Paulo que enfrentava grande oposição. Paulo deu a ele uma série de conselhos e encerrou assim: Medita nestas coisas; ocupa-te nelas, para que o teu aproveitamento seja manifesto a todos (I Tm 4:15). Não basta ouvir os conselhos, não basta decorar. Medite neles e todos verão que você progrediu.

Repito: minha mente gosta de voar. Por mais que tentasse meditar, quando me dava conta, estava com o pensamento longe, longe. Então resolvi tomar algumas atitudes e até compartilhei isso com o meu marido. Assim como o mundo quer me bombardear com propagandas e informações, eu decidi “bombardear” a minha mente com a Palavra de Deus. Sabe como tenho conseguido? Mudando muita coisa à minha volta.

Ando sempre com um livro na bolsa. Se eu estiver numa fila, abro e leio. Se eu tiver que esperar o Ricardo ou meus filhos em qualquer lugar, pode apostar que estarei lendo alguma coisa. Aí você vai me dizer: ler não é meditar. Verdade. Calma aí. Além dos livros, dentro deles coloco papéis com versículos que decidi decorar. Então minha meditação é assim: escolho textos que dizem respeito à realidade que estou vivendo ou quero viver, decoro e medito, repito e medito, oro esses versículos e medito... O verso da vez é este aqui: Amados, se o nosso coração não nos acusar, temos confiança diante de Deus; e aquilo que pedimos dEle recebemos, porque guardamos os Seus mandamentos e fazemos perante dEle aquilo que Lhe é agradável (I Jo 3:21,22).

É incrível que, enquanto medito em um texto, o Espírito Santo começa a trazer ao meu coração outros textos correlatos e um assunto vai complementando o outro e eu vou crescendo. Você pode dizer: “Ah, isso acontece com você porque frequentou a escola dominical desde pequena e aprendeu muita coisa”. Errado. Se você crê que a Bíblia é a verdade, terá que acreditar neste texto aqui: Porei no seu coração as minhas leis e na sua mente as inscreverei (Hb 10:16). Espero que, como Paulo disse a Timóteo, o meu progresso a todos seja manifesto, principalmente aos lá de casa.

Devemos fazer da meditação na Palavra um hábito. Josué disse ao povo de Deus: Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido (Js 1.8). Preste atenção: ele está mandando falar e meditar. Fale o versículo e medite nele. Uma vez, duas, três? De dia e de noite, de dia e de noite, de dia e de noite.

Antes de terminar, quero apenas contar para você como é que o salmista vencia as oposições sem se distanciar de Deus. Ele disse, no Salmo 119:23: Príncipes também se assentaram, e falaram contra mim, mas o teu servo meditou nos teus estatutos. Enquanto os inimigos falavam dele, ele não falava dos inimigos, pensava nos inimigos, planejava vingança, mas meditava nos estatutos do Senhor. Nem preciso dizer que venceu, não é?

Discipline-se. Ou você escolhe em que pensar ou decidirão por você. Se os outros o decidirem, não se espante quando alguém o chamar de... Você sabe, não é?

Pense bem, viva bem.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios (Sl 103.2).

Amo esse Salmo. Para mim, ele é um remédio. Quando as coisas apertam, quando a enfermidade quer chegar, eu o tomo em muitas doses. Sei grande parte dele de cor, então fico repetindo, repetindo, repetindo. Digo ao mundo espiritual: É Ele quem sara todas, não algumas, todas as nossas enfermidades. Tenho certeza de que já houve motorista pensando que havia uma louca no carro ao lado, por estar eu falando “sozinha”. Mas eu sei bem que não é sozinha. Ouvir a palavra gera fé: De sorte que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.17). Então eu falo para mim mesma a palavra de Deus. Cri, por isso falei (II Co 4.13). E o que pode fazer a fé? Absolutamente tudo. Tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).

Não vou escrever sobre todo o salmo. Quero falar sobre aquilo que o salmista decidiu fazer sua alma lembrar: os benefícios do Senhor.

Lidar com a nossa mente não é tarefa simples. Acho que o salmista era tão louco quanto eu. Por isso disse a si mesmo – dessa vez está falando com ele mesmo e não com o mundo espiritual ­–: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor”. Em minhas palavras: “Euzinha, Keilinha, fale bem do Senhor”. Há muitos assuntos sobre os quais falar, mas é preciso ter em mente que palavras criam sentimentos. Comece a falar sobre coisas boas e se sentirá bem. Comece a falar sobre problemas e seu dia ficará nublado.

Deixemos a fila andar. Ainda não cheguei onde quero. O assunto sobre o qual o salmista quer que seu eu fale são os benefícios feitos pelo Senhor. Aqui vem uma sentença interessante: “Não te esqueças”.

É muito fácil se esquecer daquilo que é bom. Tente lembrar-se dos últimos presentes que recebeu. É fácil? Se conseguiu, então se lembre do texto da mensagem do último culto a que compareceu. Ainda é fácil? Está bem: lembre-se dos elogios feitos por seu cônjuge a você na data do seu aniversário.

Não venha me dizer que é fácil se lembrar de coisas boas, porque não é. Basta o primeiro problema para a nossa mente ficar recheada de pensamentos negativos. Quando enfrentamos situações ruins, a ordem é o contrário: “Alma, esqueça os problemas, a maldade de que foi vítima, a crítica injusta, a traição desumana”... Puxa, não deveria ser assim. Quem dera esquecêssemos com facilidade aquilo que nos fez sofrer e nos lembrássemos sempre das atitudes de bondade dos outros para conosco!

Jesus falou a respeito: O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a boca fala do que está cheio o coração (Lc 6.45). Quer dizer, no nosso coração estão sendo depositadas muitas coisas, muitas memórias. Se boas ou ruins, depende de cada um.

Jeremias foi um dos profetas que mais sofreram. Ficou preso num poço durante bastante tempo, foi rejeitado pelo povo, ninguém quis ouvir suas profecias, mas escolheu não viver se queixando, por isso declarou: Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança (Lm 3.21).

Nós também podemos escolher deixar as lamúrias de lado, enterrar as experiências negativas. Como diz o sábio Mike Murdock: “Não comente aquilo que você não quer que seja lembrado”. Não faz nada bem rememorar aquilo que faz sofrer.

Se for preciso, fale sério com a sua alma, ordene mesmo: Alma querida, boca santa, coração amoroso, não se esqueçam de nenhum dos benefícios do Senhor.

Sentença: Absolvido

Não sei que tipo de pensamento vem à sua mente quando o assunto é Deus. Sei que, durante algum tempo, a imagem que me vinha era de um velhinho de cabelos e barba longos e brancos e uma feição bastante brava. Não sei dizer de onde vem isso, já que fui criada num lar onde a Bíblia era lei. Também não posso culpar os pastores que tinha, grandes homens de Deus que me transmitiram uma fé sólida, firme, real e racional. E não me lembro de meus pais fazerem qualquer referência a esse respeito.

Talvez você tenha o mesmo questionamento: por que pensamos num Deus mau, bravo, que parece sempre pronto a nos punir? Cuidarás para que eu não erre, em vez de ficares espiando para me veres pecar. Esquecerás os meus pecados e apagarás os meus erros (Jó 14.16).
Deus define a Si mesmo em Sua Palavra como: Deus é amor (I Jo 4.8). E foi às últimas consequências para demonstrar esse amor: enviou o Seu único Filho para mudar o nosso status: de escravo do pecado para filho da luz, de servo para filho amado. Quanta doçura deixar de ser Filho unigênito para ser Filho primogênito, ou seja, de único para primeiro! É demais, não é?

Jesus disse algumas vezes que não veio para nos condenar, não veio para julgar o mundo: Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância (Jo 10.10). Por que então nos sentimos tão pecadores, tão inadequados, nada merecedores desse amor tão grande? Aliás, por que simplesmente não aceitamos que a salvação de que precisamos – e não estou falando apenas daquela que nos levará ao céu, mas de sermos salvos de perigos, de escassez, da maldade, principalmente daquilo que nos afasta de Deus – é totalmente gratuita? Porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isso não vem de vós, é dom de Deus (Ef 2.8).

Jesus veio para nos absolver, para pagar o preço de uma dívida que nós fizemos, e não Ele. Então, errar o alvo, definição bíblica de pecado, é uma exceção na vida daqueles que têm o Espírito Santo vivendo dentro de si e não uma regra. Ainda assim, sabe o que acontece se pecarmos? Não há surra nos esperando, não há um Deus chateado, não há palmatória: Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai, Jesus Cristo, o justo (I Jo 2.1). Quer dizer, antes do crime, o Advogado já está preparado para nos absolver, afinal, já vi grandes advogados livrando criminosos de ações hediondas! Imagine do que o nosso Advogado é capaz de nos livrar!!!

Por que, então, nos sentimos tão mal em relação a Deus muitas vezes? Se Ele não nos acusa, quem nos acusa? A resposta: Sabendo que, se o nosso coração nos condena, maior é Deus do que o nosso coração, e conhece todas as coisas (I Jo 3.20). O problema somos nós. Nós nos condenamos. Queremos pagar o preço de um sacrifício impagável para nos tornarmos merecedores de uma graça oferecida gratuitamente a quem jamais a ela faria jus. É só receber. Simples assim: só receber.

Não sei por que ficamos tão incomodados quando recebemos um presente caro demais? Por que não aceitamos com gratidão e só? Por que tecemos tantos comentários, pensamos em devolver ou perguntamos o que o donatário pode estar desejando com tal mimo? Homens podem até ser assim: fazerem coisas para obter favor. Mas Deus não é homem (Dt. 23.19).
Não permita que o seu coração o condene. O preço por todos os nossos erros já foi pago. Resta-nos agora andar em liberdade. Como diz o texto acima, ainda que o nosso coração nos condene, Deus é maior e nos absolve.

Não posso terminar esse post sem contar o fim desse versículo. Aqui vai: Amados, se o nosso coração não nos condena, temos confiança para com Deus; e qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os seus mandamentos, e fazemos o que é agradável à sua vista (I Jo 3:21-22). Traduzindo: quando não aceitamos condenação, podemos nos achegar a Deus com confiança - somos filhos amados. E filhos não têm cerimônias diante de seus pais. São autênticos, livres, folgados, às vezes. E se, como filhos, fazemos pedidos, é só esperar para receber, porque filhos obedientes (os que guardam Seus mandamentos) e que agradam os pais (fazem o que é agradável à Sua vista) sempre se dão muito bem.

Ora, se vós, que sois maus, sabeis dar boas dádivas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que Lhe pedirem (Mt.7.11)?

Livre-se da culpa. Seu Advogado é Poderoso!!!