terça-feira, julho 04, 2017

Arrase!


Ó Senhor Deus, até quando esquecerás de mim? Será para sempre? Por quanto tempo esconderás de mim o teu rosto? Até quando terei de suportar este sofrimento? Até quando o meu coração se encherá dia e noite de tristeza? Até quando os meus inimigos me vencerão? Ó Senhor, meu Deus, olha para mim e responde-me! Dá-me forças novamente para que eu não morra. Assim os meus inimigos não poderão se alegrar com a minha desgraça, nem poderão dizer: “Nós o derrotamos!” Eu confio no teu amor. O meu coração  ficará alegre, pois tu me salvarás. E, porque tens sido bom para mim, cantarei hinos a ti, ó Senhor. (Sl 13:1-6)

Se há algo que pode mudar o nosso dia é a oração. Precisamos aprender a gostar de orar. E como se consegue isso? Orando. Não há outra maneira. O começo pode ser um pouco difícil, mas quanto mais oramos mais gostamos de orar e mais queremos orar.

O Salmo aí de cima é uma oração de Davi. Segundo o Comentário Bíblico Wiersbe, provavelmente foi escrito quando  ele estava no exílio, fugindo de Saul, o rei de Israel que já tinha sido rejeitado por Deus.

O que me inspirou a escrever sobre esse Salmo foi o efeito que essa oração teve no dia de Davi, a mudança maravilhosa de estado de espírito que ele experimentou.

Davi começa o Salmo falando de seus sentimentos, que não eram nada bons. Suas emoções estavam complicadas: “Ó Senhor Deus, até quando esquecerás de mim? Será para sempre?” Tenho uma admiração enorme por Davi. Há dois personagens bíblicos que me inspiram profundamente (claro que Jesus não está em consideração): Davi e José do Egito. Veja como Davi tem uma visão maravilhosa: ele começa sua oração falando que seu problema é Deus e não os inimigos, ou seja, se Deus não tivesse “se esquecido” dele, estaria tudo certo, mas, na visão dele, tudo está correndo mal apenas e tão somente por um motivo: Deus não está se manifestando a ele. Davi é ou não é o máximo? Quem dera entendêssemos isto: nossa vida não tem a ver com as circunstâncias à nossa volta, com as pessoas com quem nos relacionamos, mas com Deus. “Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31).

Não desista de ler o resto do texto. Já sei que você deve estar doido para me dizer que, de fato, o problema de Davi não era Deus, mas chego lá em breve.

Depois de falar sobre como se sente, abandonado por Deus, Davi leva ao Senhor o seu problema: os inimigos – “Até quando os meus inimigos me vencerão?” Era muito séria a questão. Davi estava sendo perseguido de uma forma tão feroz que se via todo tempo diante da morte. Fiquei pensando: eu tenho problemas, mas o que são eles diante do perigo de morte? Será que muitas vezes não exageramos quando pensamos no que nos aflige?

Depois de abrir seu coração e expor o seu problema, ele faz três pedidos: “Ó Senhor, meu Deus, olha para mim e responde-me! Dá-me forças novamente para que eu não morra.” O primeiro pedido: uma reafirmação do relacionamento entre Deus e ele (olha para mim); o segundo, uma resposta à situação (responde-me); o terceiro, capacidade para que ele suporte e resolva o que está enfrentando (dá-me forças). É muita sabedoria desse garotinho! Em outras palavras está dizendo que, se Deus responder, ele terá capacidade de fazer o que é preciso. Muitas vezes, em nossas orações, queremos transferir o problema para Deus e dizer: “Resolve aí, Senhor”, quando, na verdade, quem tem que resolver somos nós. Dele vem a sabedoria para que possamos agir da maneira certa. Sem a nossa ação, os problemas permanecerão; sem a orientação de Deus, podemos piorar a situação.

Depois dessa oração tão pequena e tão maravilhosa, veja o que acontece com Davi: “Eu confio no teu amor. O meu coração ficará alegre, pois tu me salvarás. E, porque tens sido bom para mim, cantarei hinos a ti, ó Senhor.” Não é extraordinário isso? Davi começou perguntando onde estava Deus e terminou reafirmando sua fé; começou chorando, terminou cantando de alegria; começou dizendo que Deus parecia longe e desinteressado, terminou dizendo que sabia que Ele o salvaria. Que coisa maravilhosa!

Você ainda tem dúvidas sobre a importância de orar? A questão não é passar duas horas no quarto falando, não tem a ver com nossa eloquência diante de Deus. São seis pequenos versículos neste Salmo que nos mostram como poucas palavras podem ser tão poderosas.

Anime-se! Desenvolva sua vida de oração. Precisa de mais incentivo? Inspire-se nos Salmos e arrase!