sábado, agosto 17, 2013

Carece não!

Depois de muito tempo sem escrever por conta de um projeto pessoal que está caminhando muito bem - estou escrevendo um livro -, preciso compartilhar o que aprendi ontem e desfazer algo que está escrito neste blog em algum lugar. Que bom que a gente cresce, aprende, amadurece e tem a oportunidade de consertar alguns erros! Vamos lá.

Um dia, li este texto aqui: "O ser humano é capaz de dominar todas as criaturas e tem dominado os animais selvagens, os pássaros, os animais que se arrastam pelo chão e os peixes. Mas ninguém ainda foi capaz de dominar a língua. Ela é má, cheia de veneno mortal, e ninguém a pode controlar" (Ti 3:7,8). É preciso ir além de alguns versículos para realmente compreender o que um texto bíblico quer dizer.

Por conta dos versículos acima, eu concluí que era impossível controlar a língua, que somos vítimas de um poder que está em nós e que é tão violento, tão violento que não podemos dominá-lo. Frequentemente somos colocados em situações embaraçosas por nossa própria boca. Deixamos escapar coisas que não deviam ter ocupado nem mesmo os nossos pensamentos. Quando vemos, escapuliu uma observação inoportuna, uma declaração incompatível com aquilo em que acreditamos.

Acho que você já ouviu falar que todos nós, durante o tempo da nossa vida, temos cinco minutos de bobeira. São aqueles momentos em que fazemos alguma coisa que nos traz um profundo arrependimento. Na fala, sinceramente, botem cinco minutos nisso!!!

O que o texto quer dizer não é que não há jeito para a nossa língua, mas que ela exige uma vigilância rigorosa. Vejamos outros versículos desse capítulo: "Todos nós sempre cometemos erros. Quem não comete nenhum erro no que diz é uma pessoa madura, capaz de controlar todo o seu corpo. Até na boca dos cavalos colocamos um freio para que nos obedeçam e assim fazemos com que vão aonde queremos" (Ti 3:2,3). Quer dizer, se controlarmos a boca do cavalo, controlamos seu corpo. Será que o mesmo se aplica ao ser humano?

Bom, que todos nós sempre cometemos erros é um fato. E que grande parte deles começa com o que dizemos também. Veja que o texto diz que quem é bom com as palavras é uma pessoa madura. E maturidade não é uma condição pronta e acabada. Não haverá um dia em que poderemos dizer: "Nossa, como sou maduro!" Estamos amadurecendo dia a dia.

E como acelerar esse processo? O texto nos dá um relance: se controlamos o cavalo pondo um freio na sua boca e assim podemos domar seu corpo inteiro, o mesmo devemos fazer a nós. Um freio na nossa boca é um bom instrumento.

Não errar no que se diz é treinamento. Mesmo que queiramos ficar calados muitas vezes, somos impelidos a falar em algumas situações. Veja só o que ainda diz o texto: "Pensem no navio: grande como é, empurrado por ventos fortes, ele é guiado por um pequeno leme e vai aonde o piloto quer" (Ti 3:4). É o seguinte: os ventos fortes empurram o barco da nossa vida. As pressões, as circunstâncias, o dia a dia nos empurram. Precisamos tomar decisões. Não podemos deixar o nosso barco ao léu, sendo tocado pelos ventos para qualquer lugar. Que os ventos nos empurrarão é fato, mas cabe a nós dar a direção. 

Foi usando as palavras que Deus criou tudo. Ele disse "haja" e houve. Nossas palavras estão criando o nosso mundo, dirigindo a nossa vida. Como diz a Bíblia, a vida e a morte estão no poder da língua.

"É isto o que acontece com a língua: mesmo pequena, ela se gaba de grandes coisas. Vejam como uma grande floresta pode ser incendiada por uma pequena chama!" (Ti 3:5). A língua é tão poderosa quanto o fogo. Basta uma pequenina fagulha para começar um incêndio. Basta uma pequenina palavra dita de forma errada para estarmos envolvidos num grande problema. "A língua é um fogo. Ela é um mundo de maldade, ocupa o seu lugar no nosso corpo e espalha o mal em todo o nosso ser. Com o fogo que vem do próprio inferno, ela põe toda a nossa vida em chamas" (Ti 3:6).

Agora vem a parte curiosa: "Usamos a língua tanto para agradecer ao Senhor e Pai como para amaldiçoar as pessoas, que foram criadas parecidas com Deus. Da mesma boca saem palavras tanto de agradecimento como de maldição. Meus irmãos, isso não deve ser assim" (Ti 3:9,10). Quer dizer, usamos a língua tanto para o bem quanto para o mal, mas - porém, contudo, todavia -, não deve, não precisa, não carece ser assim. Aleluia! Sabe o que Tiago está dizendo? Pode ser de outro modo. Não sou escrava da minha língua. Eu mando nela!

Para encerrar, preciso compartilhar com você um texto que o meu marido falou para mim esses dias que caiu como uma luva. Foi este aqui: "Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para irar-se" (Ti 1:19). Essa parte de ser tardio para falar me chamou a atenção. Fiquei pensando: o tardio para falar é aquele sujeito a quem dizemos: "Ei, fulano, diga alguma coisa"! As pessoas assim até incomodam. Normalmente a gente fala, fala, fala, depois, quando vê que aquela pessoa não fala nada, pede a opinião. É preciso estimulá-la a falar. E às vezes ainda dizem: "Não tenho nada para dizer". Chega a dar gastura! (rsss)

Pois é. É assim que eu quero ser: tardia para falar. É melhor que os outros peçam a minha opinião do que me envolver em problemas por ter falado demais. Carece não!

Hora de pôr um freio nos dedos. Já falei demais! (rsss)

Bom dia!!!