sábado, dezembro 06, 2014

A Galeria dos Heróis

   Certo homem sonhou um dia que havia sido levado ao céu. Impressionado com a glória do lugar, resolveu dar um passeio. Jamais havia visto coisa semelhante. Nem olhos viram, nem ouvidos ouviram, nem jamais se imaginou algo como o céu. Não há palavras para descrevê-lo. Quanto mais andava, mais impressionado ficava. 
   A certa altura do passeio, deparou-se com uma porta de vidro que tinha acima uma inscrição em ouro feita em belíssima grafia: Galeria dos Heróis. Aproximou-se e pôde ver o interior do aposento. Era uma sala que de tão grande não dava para ver onde acabava. Parecia um museu, o mais extraordinário que jamais se viu. Tinha fotos grandes emolduradas em ouro que de tão lindas pareciam tiradas no melhor momento da vida daquelas pessoas, todas sempre sorridentes e embaixo delas o respectivo nome. Dentro da sala parecia haver inúmeros corredores. De um lado e de outro, fotos e mais fotos.
   À porta, como em todas as outras dependências do céu, estava um anjo esplendoroso. 
   Muito curioso, o homem aproximou-se do anjo e perguntou:
   — Posso entrar?
   — Pois não, sinta-se à vontade! Vou chamar um dos nossos assessores para acompanhá-lo no passeio — disse o anjo.
   Apesar de já ter passado por algumas fotos, de repente o homem parou muito surpreso e disse:
   — Esse aí não é aquele cara que mentiu, dizendo que sua mulher era sua irmã e quase colocou um rei em apuros? Depois, sem ter aprendido a lição, fez a mesma coisa com outro rei? 
   — Sim, é ele mesmo. Mas esse pecado já foi perdoado, apagado e esquecido. Só ficou registrado para que servisse de ensinamento para outros, somente por isso.
   — Estranho que aqui ele seja um herói.
   Andou mais um pouco, olhou para outro quadro e disse: 
   — Uma mulher na galeria de heróis?
   — Não, milhões delas.
   — Essa aí não é aquela que expulsou de casa o filho de seu marido e a mãe do menino com uma mão na frente e outra atrás sem dó nem piedade? Não foi ela que riu de descrença quando recebeu uma notícia enviada pelo próprio Deus por meio de um anjo?
   — É ela mesma, mas esse é mais um fato ultrapassado. Como lhe disse, só ficou registrado para que outros não fizessem o mesmo. Questão encerrada.
   Mais uma vez pensou: estranho que esteja listada entre os heróis.
Parou em frente a outra foto e perguntou:
   — Essa aí não é aquela prostituta profissional que cuidava do bordel situado no muro da cidade? Quantos casamentos acabados e ela ganhando dinheiro!
   — Não posso dizer que desconheço esse fato, mas posso ressaltar que isso está perdoado e esquecido. Se eu fosse apresentá-la a você, poderia falar hora e horas sobre como ela foi espetacular. Grande mulher! Grande mulher!
Consigo mesmo pensava: muito estranha essa lista dos heróis.
   Conforme caminhava, olhando cada foto, era capaz de se lembrar de fatos condenáveis da vida de cada um dos retratados naquelas lindas paredes. Era um choque ver aquelas pessoas na Galeria dos Heróis. Em meio a alguns bem conhecidos, havia tantos, tantos, tantos acerca de quem jamais havia ouvido falar! 
Prosseguiu sua caminhada até que olhou para uma foto que, dentre as de todas as pessoas que ele conhecia, quase lhe causou um choque:
   — Esse homem aí não é aquele assassino que matou um homem para ficar com a mulher dele? Aquele que foi um péssimo pai de família? Não foi na família dele que um de seus filhos abusou sexualmente de sua própria irmã; o outro, por vingança, matou esse que abusou dela e enganou o próprio pai causando uma rebelião na cidade inteira?
   — Mais uma vez preciso realçar que tudo isso aqui não tem a menor importância porque esses fatos não mais existem em nossos registros. São  superados, esquecidos, enterrados. 
Surpreso com a quantidade incontável de quadros e sabendo da história de muitos daqueles homens, perguntou: 
   — Como podem todas essas pessoas, que cometeram pecados, muitas vezes, tão sérios estar numa galeria como heróis?
Ao que o anjo respondeu:
   — Elas não estão só nesses quadros. No livro mais importante que já se escreveu em todo o universo, elas têm um lugar de destaque. Infelizmente não coube o nome de todas, mas aqui no céu também temos registros de seus extraordinários feitos. Pequenos atos de bondade despretenciosos, que nem consideravam louváveis, ali estão escritos, coisas de que nem se lembravam. Vocês medem o sucesso de alguém por parâmetros estranhos. Na maioria das vezes, as pessoas se tornam conhecidas entre vocês pelos erros e deslizes que cometeram. Aqui não é assim. Para Deus, não interessam os pecados que as pessoas cometem. Logo que se arrependem, Ele os lança no mar do esquecimento. Se você perguntar ao Senhor sobre todos esses fatos de que você se lembrou aí, Ele não poderá responder sobre nada disso, porque já Se esqueceu de tudo aquilo. Aqui as pessoas são medidas por uma única característica. Há um único fato que determina se uma pessoa obteve ou não sucesso na sua caminhada. Ele é chamado de: FÉ. Deus deixou isso bem claro em um capítulo que vocês mesmo denominaram de: Heróis da Fé, lá em Hebreus 11. Nada dá tanta alegria a Deus. Sem fé é impossível agradá-lO. Por outro lado, Jesus um dia perguntou a seus discípulos até quando sofreria com a falta de fé deles. Aqui jamais serão lembrados os erros que alguém cometeu, mas a fé jamais deixará de ter a sua recompensa.

De fato, sem fé é impossível agradar a Deus, porquanto é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe e que se torna galardoador dos que o buscam (Hb 11.6).

segunda-feira, novembro 17, 2014

Disponível

Mais uma semana se desenrola diante de nós. E temos uma garantia: bondade e misericória nos seguem todos os dias da nossa vida (Sl 23). A graça de Deus nos capacita a enfrentar cada desafio; e náo só a enfrentá-los, mas fazê-lo com alegria, expectativa, esperança. "Grandes coisas o Senhor fez [tem feito] por nós, por isso estamos [somos] alegres." 

Quero passear com você por um texto maravilhoso, sobre alguém que, embora vivesse em dias próximos aos de Jesus, talvez até nos próprios dias de Jesus - não sabemos quantos anos tinha o homem da história - não teve a oportunidade de conhecê-lo. A Bíblia o chama de "um certo eunuco".

Esse homem tinha saído de sua terra para ir a Jerusalém adorar a Deus. Ele era um servo da rainha da Etiópia, portanto, não fazia parte do povo de Deus. 

Temos de lembrar que, naquela época, as informações eram escassas. Não é como hoje, quando o mundo tem acesso a tudo em todo lugar por intermédio da internet. Esse homem aceitou a fé dos judeus, por isso tinha ido à terra deles adorar, mas não sabia das últimas notícias: Jesus de Nazaré, o Rei dos judeus, havia morrido e ressuscitado.

O que me chama a atenção é esse homem, dispondo de tão poucas informações, se interessar pelo Deus verdadeiro. Na sua carruagem, ele lia o livro dos profetas: "Eis que um etíope, eunuco, alto oficial de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todo o seu tesouro, que viera adorar em Jerusalém, estava de volta e, assentado no seu carro, vinha lendo o profeta Isaías" (At 8.27,28).

O que Deus é capaz de fazer a alguém que se interessa por Ele? Pense nisto: o que Deus é capaz de fazer a alguém que deseja conhecê-lO, que O busca, que quer entender a Sua Palavra? É a resposta a essa pergunta que me faz amar a história. A resposta está lá e não serve apenas para o caso do etíope. 

Esse homem, que havia saído da Etiópia para adorar, estava voltando para a sua terra, um lugar onde o Deus de Israel não era conhecido. Quem ensinaria a ele os princípios da fé e do evangelho? 

Deus Se revela a todo que quiser conhecê-lO. Deus ama Se revelar. Deus quer Se fazer conhecer. Deus quer ser nosso Pai, nos ter como filhos, nos ensinar, nos guiar, nos conduzir a um bom caminho e a um glorioso futuro. Aleluia!

O que Deus é capaz de fazer a quem deseja conhecê-lO? "Um anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Dispõe- te e vai para o lado do Sul, no caminho que desce de Jerusalém a Gaza; este se acha deserto. Ele se levantou e foi" (At 8.26). Deus enviou Filipe a um caminho deserto só para se encontrar com esse homem. Se ele queria conhecê-lO, Deus mesmo providenciaria os meios. "Então, disse o Espírito a Filipe: Aproxima- te desse carro e acompanha- o" (At 8.29).

O eunuco tinha interesse em saber as coisas do Deus de Israel. Mesmo sem entender, ele lia. Deus tinha interesse em Se fazer conhecer. Como o eunuco não entenderia a explicação dEle próprios, pois seus olhos ainda não estavam iluminados, enviou um de Seus servos: "Então, o eunuco disse a Filipe: Peço-te que me expliques a quem se refere o profeta. Fala de si mesmo ou de algum outro? Então, Filipe explicou; e, começando por esta passagem da Escritura, anunciou- lhe a Jesus" (At 8.34,35).

Deus não mudou. Ainda hoje Ele Se revela àqueles que desejam conhecê-lO. Você quer mais de Deus? Sente-se com a sua Bíblia, chame por Ele, peça revelação e você verá que coisas extraordinárias vão acontecer: versículos com respostas vão saltar diante dos seus olhos, uma alegria e uma paz indecifráveis vão invadir o seu coração, uma voz suave vai brotar de dentro do seu interior, contando coisas que você ainda não sabia.

Deus não é misterioso. Ele ama Se revelar. "Buscar-me-eis e ME ENCONTRAREIS quando me buscardes de todo o vosso coração" (Jr 29.13).

segunda-feira, novembro 03, 2014

Um Delicioso Tempero

Estou firme na minha jornada para conhecer mais intimamente o Espírito Santo. Andemos, então pelo livro de Atos, que fala sobre o dia em que Ele definitivamente foi apresentado ao mundo.

Foi Lucas, um médico que não andou com Jesus, quem escreveu o livro de Atos. Também escreveu um livro que leva o seu nome, contando os fatos da vida de Jesus ao mesmo destinatário do livro de Atos. No primeiro capítulo de Lucas, ele informa que pesquisou os fatos com cautela e resolveu escrever um relato fidedigno. No livro de Atos, ele conta como o Evangelho se espalhou pelo mundo desde o dia em que Jesus subiu ao céu e conclui o seu livro sem fechá-lo, dando a entender que esses atos continuam - certamente, hoje, por intermédio de nós, eu e você.

O primeiro capítulo de Atos traz os últimos segundos da presença de Jesus na terra. Ele permaneceu por quarenta dias andando com os discípulos, dando-lhes instruções e então vêm as suas últimas palavras antes de subir ao céu.

Não sei o que eu perguntaria nos meus últimos momentos com Jesus. Talvez sobre o dia de sua volta. Os discípulos já tinham perguntado isso antes, talvez por isso não repetiram a pergunta. O que eles queriam saber era: quando Israel voltaria a ser um reino, seria liberto de Roma, se tornaria novamente uma nação livre, e não uma colônia? Interessante.

Os olhos dos discípulos estavam na terra. Queriam saber coisas da terra. Nada de mau. Só que Jesus não diz o que queremos saber, mas o que precisamos saber. Veja como respondeu: "Não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua exclusiva autoridade; mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra" (At 1.7,8). Com toda gentileza Ele disse: "O que vocês realmente precisam saber não é o que acontecerá com a sua nação, mas o que acontecerá pessoalmente com vocês para que abalem definitivamente a terra inteira", ou seja, "vocês estão pensando em possuir, ganhar uma nação, mas Eu lhes darei a terra inteira. Israel é pouco para vocês. Esperem para ver: vocês impactarão até os confins da terra". Uh,uh...

Quem imaginaria que chegaria tão longe! Você acha que os discípulos conseguiriam imaginar algo assim?

Agora quero realçar uma parte dos últimos conselhos do Mestre, citado anteriormente no mesmo capítulo: "Porque João, na verdade, batizou com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois destes dias" (At 1.5).

O que quer dizer: ser batizado? Vejamos o que significa a palavra no original. Batismo é "baptizo", derivado de "bapto". Vou colar aqui o que diz a esse respeito o Dicionário Strong, porque sei que você vai amar saber: 

"O exemplo mais claro que mostra o sentido de baptizo é um texto do poeta e médico grego Nicander, que viveu aproximadamente em 200 A. C. É uma receita para fazer picles. É de grande ajuda porque nela o autor usa as duas palavras. Nicander diz que para preparar picles, o vegetal deveria ser primeiro 'mergulhado' (bapto) em água fervente e então 'batizado' (baptizo) na solução de vinagre. Ambos os verbos descrevem a imersão dos vegetais em uma solução. Mas o primeiro descreve uma ação temporária. O segundo, o ato de batizar o vegetal, produz uma mudança permanente".

Que significado maravilhoso! Jamais me esquecerei do que o batismo com o Espírito Santo produziu em mim. 

Amo beterraba. De vez em quando preciso comer fora de casa. Se for a um self service, pode ter certeza de que incluirei beterraba no meu prato. Mas fico chateada quando a mergulham em vinagre. Aquele sabor doce se altera de tal forma que só consigo sentir o sabor do vinagre. Clmo restaurar o sabor original? Impossível.

Foi isso o que aconteceu com todos nós os que fomos batizados no Espírito Santo. Não temos o mesmo sabor. Temos um gostinho de céu. Estamos irreconhecíveis, muito melhorados. Não dá para voltar ao sabor original. Só que o nosso caso é diferente do da beterraba: agora, sim, temos um tempero delicioso. Sem nós o mundo é sem graça, assim como a comida sem sal. Mas conosco o mundo tem sabor - somos o sal da terra.

Aleluia! Louvado seja Deus! Louvado seja o Senhor Jesus, que nos enviou o Espírito Santo! Louvado seja o Espírito Santo, cujo sabor quero realçar para que todo o mundo sinta: Jerusalém, Judeia, Samaria, Brasília, Brasil!

Temperemos o mundo!

domingo, novembro 02, 2014

Começando uma Jornada

Ontem tive uma aula poderosa na Escola de Ministros. O assunto foi o Espírito Santo. Senti dentro de mim um chamado muito forte para conhecê-lO melhor. Temos andado juntos durante toda a minha vida. Primeiro Ele me guardou durante minha infância. Meus pais me colocaram sob Seu cuidado desde que nasci. Ele me orientou, me conduziu, nunca me desamparou, até o dia em que eu mesma decidi 
por Ele, assumindo um compromisso pessoal.

Durante toda a minha vida tenho buscado andar com Deus. Tem sido uma jornada maravilhosa com etapas diferentes. Reconheci Deus como meu Senhor. Decidi obedecer-Lhe. Foi o começo de uma jornada de conhecimento e intimidade crescente. Mas isso não me satisfez. Era pouco.

Há alguns anos, senti uma necessidade muito grande de conhecer a Jesus. Não era aquele conhecimento que eu tinha tido até então. Eu sabia que precisava de algo novo, que não O amava como gostaria. Eu queria, do fundo do meu coração, eu queria me "apaixonar mais" por Ele. Então fui guiada para empreender um passeio pelas Escrituras.

Não sei se isso já aconteceu com você, mas eu reconheci: achava Jesus estranho e bravo. Eu me lembrava das palavras que ele dizia aos fariseus, da forma como tratou Maria algumas vezes, de algumas tiradas que deu em Pedro. Por todos esses fatos e alguns mais, não conseguia ver nEle o Deus de amor das Escrituras. 

Fui sincera com Ele. Eu disse isso a Ele com todas as letras. Foi quando decidi ler e reler os Evangelhos e comprar comentários bíblicos para que estudiosos me ajudassem a entender o que eu não conseguia captar. Que jornada maravilhosa! Fui transformada. Conheci um novo Jesus que deixou o céu, o conforto, a beleza, a glória, a majestade, o corpo glorificado para viver numa terra suja e fedorenta para buscar um povo que nem estava aí para Ele. Não lhe davam sossego, e Ele não ficava nervoso. Poderia conversar dias com você a esse respeito, mas deixo a dica para que, se você está nessa fase, aproveite a oportunidade para conhecê-lO hoje.


Agora percebi que não conheço o Espírito Santo como deveria e é esta a finalidade deste post: convido você para uma jornada comigo pelo Novo Testamento, em especial, a partir do livro de Atos, para conhecermos melhor o nosso Amigo, Consolador, Conselheiro Espírito Santo. Que tal? Você topa?

Como faremos? Leitura da Palavra a começar de Atos, marcando tudo o que diz respeito ao Espírito Santo. Leitura de livros que falem sobre Ele (achei aqui em casa o Manual sobre o Espírito Santo, escrito por Mike Murdock). E oração, sobretudo em línguas, porque é a linguagem dEle.

Antes de começar, deixo um texto aqui: "E eu pedirei ao Pai, e Ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre" (Jo 14.16). Ele mesmo nos ensinará como crescermos em intimidade, afinal, Ele é o Conselheiro que nos ensina TODAS as coisas.

Se você aceitou esse convite, mande notícias. Que tal nos fortalecermos mutuamente?

Um grande abraço, companheiro! Jamais seremos os mesmos.

segunda-feira, outubro 27, 2014

Brilhe!


Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca- a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz. Nada há oculto, que não haja de manifestar- se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado (Lc 8.16-18).


Que texto poderoso! Que Palavra gloriosa! Hoje estou meditando no texto aí de cima. Palavra rica, riquíssima. E vou compartilhar um pouquinho com você.

Estamos cercados de muita tolice. O Pr. Kenneth Hagin escreveu sobre isto: tolice e presunção. Em relação a esse texto, vemos muita tolice, muita presunção.

Há quem pregue que precisamos "reivindicar" as promessas do Senhor, e esta de ser colocado em lugar de destaque é uma delas. Às vezes, oramos, lembrando ao Senhor que devemos ocupar altos postos porque Sua Palavra promete que seremos colocados como cabeça e não como cauda, que devemos ter altos cargos porque somos luz e devemos brilhar. Se a Palavra não for considerada no seu todo, isso não passa de tolice e presunção.

Antes do texto aí de cima, no mesmo capítulo de Lucas, vem a Parábola do Semeador. Ela fala sobre o que as pessoas fazem com a semente, a Palavra, que é lançada em seu coração. Embora o texto esteja separado por títulos, os versos aí de cima completam o raciocínio. Originalmente a Bíblia não tem capítulos, versículos ou títulos. Assim, pelo que segue, sabemos que a Parábola está a concluir tudo o que vem antes. Veja como encerra: "Vede, pois, como ouvis" (18). Devemos considerar o todo para entender do que se está a tratar.

A Parábola do Semeador fala sobre como recebemos a semente da Palavra de Deus em nosso coração. Muitos recebem, mas a deixam ser perder ou não dão condições para que ela frutifique. Mas há quem a recebe e a permita produzir. Então segue com o texto aí de cima, permitindo o seu entendimento e o completando.



O que quer dizer a Parábola da Candeia, essa aí de cima? Que a luz da Palavra deve ser colocada no mais alto lugar na nossa vida, não deve ser recebida e escondida em qualquer lugar. O lugar que damos à Palavra será reconhecido por todos: "Nada há de oculto que não venha a ser revelado" (17).

Ocorre que essa interpretação pode ser amplificada. A Bíblia também diz que somos a luz do mundo. É também por isso que as pessoas reivindicam seu "lugar de honra" ao sol. Fazem a conexão entre os dois textos e exigem serem colocadas nos altos lugares. Mas vamos pensar.

A luz que temos não vem de nós; vem da Palavra que está em nós. E essa Palavra de que estou a falar não é a teoria que se sabe a respeito de Deus, mas a prática de Seus princípios. Não se trata de quantos versículos sabemos ou de quantas vezes já lemos a Bíblia toda. Quer dizer o quanto se pratica da revelação que se recebeu - "Porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado" (18).

Quanto mais honrada for a Palavra na nossa prática diária, tanto mais luz exalaremos. Aí sim, estaremos preparados para sermos colocados nos lugares de honra. O mérito não é nosso! A glória é dEle!

Por isso não podemos descansar até que tudo em nós seja a Palavra, até estarmos totalmente preenchidos por Seu Ser, Sua vontade, Seus pensamentos, Seus valores. Brilhar para quê? Para ser o maioral? Não. Brilhar para acender a escuridão do mundo.

Cristo, a Palavra, o Verbo, em nós, a esperança da glória!

domingo, setembro 28, 2014

Embriaguês

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei- vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.18-21).

Hoje é domingo e este é um excelente texto para um domingo (refiro-me ao versículo).

Vamos pensar um pouquinho a respeito. Deus está dizendo que não devemos nos embriagar "com vinho", ou seja, devemos nos embriagar com outra coisa, mas devemos nos embriagar. 

Por que será que devemos nos embrigar? O que faz alguém embriagado? Um bêbado é alguém totalmente entregue, sem controle de suas emoções, de seu corpo, de sua mente. Eu já vi bêbados: chorarem por nada - não dominam suas emoções; andarem cambaleando - perderam noção de seu corpo (carne); falarem bobagem - sua mente está entregue.

É assim que devemos corresponder ao Espírito Santo: bebermos dEle porque queremos, até não "caber" mais. Precisamos mos entregar a Ele de corpo, alma, mente, tudo.

A mim sempre me pareceu muito pouco dizer que não devemos nos embriagar com o vinho. Há quem queira dizer: "com vinho não pode, mas com cerveja pode"; tolice. Nem é, de fato, literal essa citação do vinho, mas abrangente. 

Por que o vinho foi citado? O vinho é uma representação do que é permitido, mas indicado em certa medida. Beber um pouquinho de vinho foi uma recomendação de Paulo a Timóteo, mas, comom Paulo é cuidadoso, indicou o quanto: só um pouco - "Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades" (I Tm 5.23). Trabalhar é indicado, descansar, se relacionar, ter lazer. Mas quando isso vira embriaguês se torna problema. Tudo demais é prejudicial. Ficamos embriagados de tanta coisa: internet, televisão, diversão, consumo!

Precisamos nos embriagar do Espírito Santo; devemos. E como fazê-lo? Isso tem a ver com o que falamos aos outros e o que falamos a Deus. É engraçado, mas é pela boca, mais especificamente pela fala que nos embriagamos de Deus. 

Com os outros, devemos falar salmos, hinos e cantar, ter palavras agradáveis e nos sujeitarmos uns aos outros, sermos corteses, educados, respeitosos, termos o outro na mais alta honra.

Com Deus, nosso assunto deve ser dar graças, ou seja, se não vamos nos encher do Espírito pedindo, deveríamos pedir menos e agradecer mais, não é mesmo?

Hoje é um excelente dia para nos enchermos do Espírito Santo. Vamos à casa de Deus, dar-Lhe graças e estaremos em comunhão com muitas pessoas, portanto, teremos muitos com quem falar. Que nossa palavra seja boa, temperada com sal!

Tomara fiquemos todos muito bêbados!

quarta-feira, julho 23, 2014

Abra a Caixinha



Estou fazendo um curso chamado Escola de Ministros. Tenho sido inspirada por grandes homens de Deus que têm me orientado em muitas áreas da minha vida, me ajudado a ajustar o foco. Recomendaria o curso para todos que querem crescer em sua jornada rumo ao conhecimento de Deus.

O que hoje escrevo está em mim há alguns meses. Na verdade, é fruto da primeira aula que tive com um professor chamado Manoel Dias, de Campina Grande. É uma pérola que extraí da sua primeira aula, que guardei com cuidado e vez por outra abro a caixinha - na verdade, não sou eu, mas o Espírito Santo que me traz à lembrança -, pego esse tesouro e observo o quanto ele tem se valorizado nas minhas mãos. Bens são assim: ou estão ganhando ou perdendo valor em nossa mão.

O texto que me remeteu ao que ensinou o professor foi este aqui: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" (Gl 5.1). Já fomos libertos. Já sabemos que fomos libertos, mas só permaneceremos livres se não nos deixarmos escravizar. É isto mesmo: tentarão nos escravizar, mas só terão êxito se deixarmos.

Liguei ao que disse o professor sobre o equilíbrio emocional de Jesus. Ninguém foi capaz de alterar Suas emoções, deixá-lO nervoso ou decepcionado, influenciá-lO para agir desta ou daquela forma. Ele tinha domínio pleno de Si. Circunstância não mudava seus sentimentos, clamor popular não mudava seu foco. Lembro-me de que uma vez Ele Se recolheu para orar de madrugada sem avisar os discípulos. Pela manhã, todo o povo O procurava. Quando os discípulos O encontraram, disseram: "Mestre, a multidão Te procura". Lá estava o sucesso, a fama, a multidão... E Ele respondeu: "Passemos a outra cidade". Ficou lá a multidão à procura dEle, pois Ele sabia que era necessário ir a outro lugar.

Acho que ninguém provou a glória e o fundo do poço como Jesus, mas foi sempre sereno. A multidão o aclamou Rei; Ele saiu de cena escondido - era a hora da glória. Não houve nEle soberba. A multidão clamou para que fosse crucificado; suportou com mansidão e pediu ao Pai que lhes perdoasse. Só pode ser Deus!

Em Filipenses 2, somos advertidos para termos em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus - acho que cabe aqui dizer "os mesmos sentimentos". 

O mundo quer nos escravizar. Somos bombardeados por desesperança, más notícias, cenas ruins, maus agouros, circunstâncias difíceis, problemas de toda sorte. Se pararmos para meditar em tudo isso, somos escravizados. "Permanecei, pois, livres". Essa frase ressoa em mim.

Ontem más notícias chegaram. Questões preocupantes. Quando acordei, elas não queriam me deixar. Logo inundaram meu pensamento. Fui para o meu lugar de oração, abri a minha Bíblia no Salmo 85, me aquietei e ouvi as instruções do Espírito Santo. Basta um minuto em Sua presença, basta uma palavra. 

Ele me lembrou de que o amor vence qualquer batalha; de que em todas as coisas, por meio de Jesus (isto é, obedecendo às Suas ordens), sou mais que vencedora; de que todas coisas cooperam para o meu bem, porque Deus me ama; de que para Deus não há impossíveis; de que devo me alegrar no Senhor, porque a alegria do Senhor me fortalece e, assim, com Ele, posso todas as coisas. 

Como me preocupar? Para que me preocupar? Por que me deixar escravizar? 

A primeira frase da pregação do culto de ontem à noite: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".

É bom guardar os tesouros da Palavra e poder abrir a caixinha quando nos dizem que estamos pobres. Está lá dentro a pérola da Palavra, polidinha, brilhante como sempre.

quinta-feira, maio 15, 2014

Viajando


Eu e meu marido não gostamos de viajar à noite. Particularmente não gosto nem de dirigir à noite em locais não iluminados. Gosto de ver todo o caminho, apreciar a paisagem, não me preocupar com o que há alguns quilômetros à frente. Quero ver sempre o máximo possível.
Seria muito bom se a vida fosse assim, se conhecêssemos tudo o que está à frente e pudéssemos nos preparar para todos os obstáculos. Seria muito bom antecipar qualquer tipo de problema, não frear em cima da hora, não ser surpreendido por um buraco, enxergar as valas do caminho.
Entretanto, não é de todo ruim desconhecer parte do trajeto. Lembro-me da primeira vez que viajei com meu pai para conhecer a praia. Fomos de Brasília a Vitória de carro. Que estrada terrível! Quantas curvas e que precipícios horrorosos! É um caminho assustador. Fomos e voltamos tranquilamente. Embora não tenha gostado do caminho a experiência de ver o mar compensava.
A nossa vida é uma jornada que estamos percorrendo dia a dia. Em alguns lugares, a paisagem é linda. Dá vontade de parar e ficar ali por algum tempo, só contemplando. Acho que posso dizer que estou numa dessas horas. Vivo um tempo maravilhoso com meu marido e com meus filhos quase adolescentes, que estão divertidíssimos, cheios de argumentos, cheios de novidades, em frequentes mudanças; na igreja, um tempo de grandes descobertas, de conhecer pessoas incríveis, de novos relacionamentos poderosos, de grandes expectativas; no trabalho, um tempo de calmaria... Assim vou avançando, percorrendo o caminho. Paulo nos fala sobre uma carreira que temos de correr: Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta (Hb 12.1).
Mas a vida não é feita apenas de momentos de calmaria. Há os tempos de estradas tortuosas também. Não é tempo de tristeza nem de desespero. É o lugar do teste da alegria, de provar quanto da paz que Deus nos dá e quanto da Sua alegria conseguimos depositar dentro de nós nos bons momentos. Nesse ponto, é bom não ver todo o caminho para não ficarmos assustados. Manter a convicção de que o fim da linha valerá a pena é importantíssimo nessas horas. É por isso que Paulo complementa o versículo anterior dizendo para onde olhar nesses momentos: Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hb 12.2). Às vezes é mais fácil enfrentar a estrada quando vemos somente o próximo passo.
O segredo para desfrutar da jornada é não parar e lembrar sempre que temos um alvo e que nada do que passarmos poderá se comparar ao que nos espera à frente. Os obstáculos não são para nos derrubar, mas para nos fortalecer na jornada. Por isso Tiago nos fala: Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança (Tg 1.2,3).
Os obstáculos do caminho da vida são comuns a todas as pessoas. Ninguém está livre deles, mas nós, que temos o auxílio e o conforto do Espírito Santo, devemos nos tornar cada vez mais fortes e sábios ao enfrentá-los. Assim, a cada novo desafio, não só passamos tranquilamente, mas ajudamos a conduzir outros.
Agora vem o motivo gerador deste texto. É o versículo: Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para o meu caminho (Sl 119.105). O mundo é um lugar escuro. Na nossa vida, andamos por caminhos desconhecidos. Não sabemos o que será daqui a cinco minutos, mas não precisamos nos preocupar. Podemos manter-nos sempre com a lâmpada acesa, firmes, tranquilos, porque o farol da Palavra ilumina o necessário para percorrermos os próximos quilômetros da vida. Se nos mantivermos obedientes aos mandamentos de Deus, firmados na Palavra, não erraremos, não temeremos. Com Deus, a estrada da existência é segura.
Encerro com um texto sobre o qual já escrevi aqui diversas vezes. Não me canso de repeti-lo em minhas orações. É uma promessa de Deus que virou convicção para mim, por isso ando tranquila: Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho a seguir e sob as minhas vistas te darei conselhos (Sl 32.8).
Boa viagem! Aprecie a jornada, desfrute do caminho e espere até ver o ponto de chegada... Jamais vimos coisa igual!


terça-feira, março 11, 2014

Posso confiar em você?

Uma pergunta tem me seguido há algum tempo: Deus pode confiar em mim? Volta e meia ouço essa pergunta em meu interior. Quero compartilhar um pouquinho desse assunto com você hoje.

Há uma parábola muito esclarecedora a esse respeito. Permita-me compartilhar aqui. Mesmo que a conheça, leia. É muito interessante.

Porque isto [o reino dos céus] é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado
(Mt 25.14-29).

Deus conferiu a mim e a você talentos. Não sei se você tem muitos ou poucos, mas eu tenho muitíssimos. Talvez você pense que estou a falar de bens. Bens são secundários. Vão ficar por aqui, são temporários, podem ser roubados, perder valor. Há coisas muito mais importantes do que bens. Estou a falar principalmente de pessoas, de relacionamentos.

Deus conferiu a mim pessoas, muitas pessoas. Tenho marido, filhos, pais, sogros, irmãos, cunhados, pastores, irmãos em Cristo, amigos, colegas de trabalho, chefes, uma infinidade de pessoas com quem me relaciono. E tenho bens também, alguns. Quando olho para tudo o que tenho me vem um santo temor. Hoje disse várias vezes a Deus: obrigada por confiar em mim. Tenho tanto, tanto, tanto! Mas reconheço que nada do que tenho é meu. Sou administradora de coisas que são de Deus – Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem
(Sl 24.1). Então, em última análise, acho que tenho sido uma boa administradora porque administro muitas coisas de Deus. Tenho um grande trabalho a realizar, mas sei que é uma incumbência temporária e que de tudo Deus me pedirá conta: (...) anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas (Ec 11.9).

As parábolas não são pequenos contos ilustrativos. São exemplos de realidades que não seriam compreendidas se explicadas de outra maneira. Jesus pretendeu facilitar o entendimento dos judeus ao ensinar-lhes por meio de parábolas. Elas contêm lições muito profundas.

Veja só, o senhor da parábola, que é uma referência a Deus, distribuiu a cada trabalhador talentos conforme a sua capacidade. Ele não mudou. Continua fazendo o mesmo. Cada um recebe de acordo com a sua capacidade. Em outras palavras: o que você tem está completamente de acordo com a capacidade que tem demonstrado de administrar, nem mais, nem menos. Aliás, se isso está se perdendo na sua mão é porque você não tem sido suficientemente capaz de administrar. É duro ouvir isso, mas é verdade. Se os filhos estão mais rebeldes; o marido, descontente; os pais, desassistidos; o patrão, irritado; com certeza essa administração não está nada boa.

O que acontece com quem administra bem? O Senhor confia e vai dando mais, e mais, e mais, e mais. Andar para a “frente”, prosperar, ter acréscimos é parte da essência humana. A ordem de Deus para o homem foi que crescesse e multiplicasse em todos os sentidos. Ninguém se conforma em vender bens para pagar dívidas, ninguém se conforma em perder, ninguém se conforma em ser roubado, sabe por quê? Porque fomos feitos para o acréscimo e não para a falta.

O que acontece com quem administra mal? Aqui o texto é cruel: Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado (Mt 25.29). Quem tem terá ainda mais. Quem administra bem cinco talentos não receberá mais um talento, mas mais cinco. Veja só como a proporção de Deus é generosa! E quem administra mal? Se tem um, perderá até mesmo esse um, o que quer dizer ficar com nada. Isto mesmo: zero, falta, escassez, dívida, solidão, tristeza, desespero.

Agora dá para começar a entender a pergunta, não é mesmo? “Posso confiar em você”? Isto quer dizer: “Posso te dar mais? Posso depositar mais pessoas e coisas na sua mão”?

Transfiro para você hoje a pergunta: Deus pode confiar em você?


quinta-feira, março 06, 2014

Normal

O ouvido que ouve e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos (Pv 20.12).

Que privilégio poder ouvir e ver! Dádivas maravilhosas de um Deus de amor.

No meu sexto mês de gravidez do meu primeiro bebê, a Juju, foi diagnosticado que havia contraído toxoplasmose. Havia um risco de que minha filha nascesse cega. Contei a uma amiga de serviço cujo marido é médico. Ela me informou de todos os riscos da doença, mas, em meu espírito, eu sabia que nada iria acontecer. Nem me preocupei. No dia seguinte ao de seu nascimento, a Juju foi levada a uma clínica para fazer exames de fundo de olho e outros para comprovar que podia ver.

Consideramos normais bebês que podem ver e ouvir. É anormal faltar a alguém uma dessas capacidades. O mesmo se aplica às coisas espirituais. É normal ver a Deus – vou explicar melhor à frente – e ouvir a Sua voz. O ouvido que ouve e o olho que vê, o Senhor os fez a ambos (Pv 20.12).

Quem aceitou a Jesus em seu coração recebeu uma dádiva preciosa: novo nascimento. Até então, espiritualmente era incapaz de ver e de ouvir as coisas espirituais porque estava morto: Vocês estavam mortos em suas transgressões e pecados, nos quais costumavam viver, quando seguiam a presente ordem deste mundo e o príncipe do poder do ar, o espírito que agora está atuando nos que vivem na desobediência (Ef 1.1,2). Deus nos amou e nos deu uma nova vida: Todavia, Deus, que é rico em misericórdia, pelo grande amor com que nos amou, deu-nos vida juntamente com Cristo, quando ainda estávamos mortos em transgressões — pela graça vocês são salvos (Ef 2.4,5).

Quando recebemos de Deus essa nova vida, fomos presenteados com todas as capacidades normais. Não nascemos espiritualmente defeituosos. Recebemos olhos para ver e ouvidos para ouvir. E o que isso quer dizer? Que estamos prontos, prontíssimos, preparadíssimos agora para ouvir a voz de Deus. É isto mesmo: podemos ouvir a voz de Deus agora mesmo, podemos conversar com Ele como quem conversa com o seu amigo. E mais: podemos vê-lO. Talvez você queira me perguntar: como assim? A Bíblia não diz que ninguém jamais viu a Deus? Certo. Esse ver aqui é um ver espiritual, não é um ver com os olhos naturais, não é enxergar, é reconhecer. Você e eu podemos reconhecê-lO: Reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas (Pv 3.6).

Não sei quanto tempo faz que você não ouve a voz de Deus, mas hoje eu estava me lamentando na minha oração, dizendo a Ele da minha saudade de ouvir a Sua voz daquele jeito que eu e Ele sabemos. Sempre a ouço pela Palavra, mas queria ouvir de um jeito diferente, como Ele me fala às vezes. Como sempre me ouve, Ele me respondeu me dando o versículo aí de cima. Em suma, estava me dizendo: “Continuo falando, mas se você não se calar jamais irá ouvir”. Toin!

Se não estamos ouvindo e vendo a Deus tem algo errado. Paulo mandou que fizéssemos algumas reflexões acerca do nosso novo nascimento. Disse que era para considerarmos se realmente estamos na fé, examinarmos a nós mesmos, olhar para as evidências. Somos plenamente capazes de desenvolver nossos sentidos espirituais. A Bíblia nos assegura isso: Quem é de Deus escuta as palavras de Deus; por isso, vós não as escutais, porque não sois de Deus (Jo 8.47). Quem não é capaz de ouvir a voz de Deus precisa se perguntar se realmente é de Deus.

Podemos ouvir, ver e compreender as coisas espirituais se já nascemos espiritualmente: Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente.
Mas quem é espiritual discerne todas as coisas (I Co 2.14,15).

Quer mais uma boa notícia? Além de ver, ouvir e entender tudo, recebemos uma nova capacidade de amar. Ganhamos um novo coração: Darei a eles um coração não dividido e porei um novo espírito dentro deles; retirarei deles o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Então agirão segundo os meus decretos e serão cuidadosos em obedecer às minhas leis. Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus (Ez 11.19,20). Veja que uma das características desse novo coração é que, por causa dele, temos um desejo de seguir as leis de Deus, de conhecê-lO mais, de agir segundo Sua Palavra. Quem diz que nasceu de novo, mas ainda não está inclinado para as coisas de Deus, desejoso de não pecar, desejoso de agradar a Deus e de conhecê-lO mais e mais pode estar enganado. Examinem-se para ver se vocês estão na fé; provem-se a si mesmos (...) (II Co 13.5).

Hoje é um excelente dia para um diálogo com Deus, para fazer-Lhe perguntas, obter respostas que salvarão a nossa vida, a vida dos que nos cercam, o futuro do nosso país.

Bem-aventurados somos nós os que temos olhos para ver e ouvidos para ouvir! Podemos andar em vitória, podemos agir corretamente, podemos não nos preocupar, podemos ser guiados pelo Espírito, podemos tuuuudo. Aleluia!

Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas (Ap 3.6). Ele continua falando. Pare um pouquinho e ouça!

Clame a mim e eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece (Jr 33.3).


terça-feira, fevereiro 18, 2014

Vai dar tudo certo

O que pode fazer a pessoa honesta quando as leis e os bons costumes são desprezados? (Sl 11.3).

Você já se fez essa pergunta aí de cima: o que fazer quando a lei é nada, quando desprezam os ensinamentos dos antigos, quando parece que o mundo está virando de cabeça para baixo? O andar da carruagem o preocupa? Quando você manda seus filhos para a escola consegue ficar tranquilo? Você tem boas expectativas para o dia de hoje, para esta semana, para este ano, mesmo com as notícias de uma recessão iminente?

Bom, o versículo aí de cima é só uma chamada, só uma forma de começar o post. Não se preocupe, porque as perguntas que a Bíblia faz ela não deixa sem resposta. Talvez você queira me dizer: “Como assim, Keila, tenho um monte de perguntas cujas respostas não encontro na Bíblia”? Bom, eu não disse que a Bíblia responde às suas perguntas – talvez a algumas, mas não a todas –; eu disse que ela responde às perguntas que ela mesma traz, o que é diferente. O que lá está são os assuntos que Deus considerou importante nós sabermos. Tudo o que a gente precisa saber está lá. O que não foi revelado não precisamos saber. As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei (Dt 29.29).

O Salmo de onde extraí a pergunta aí de cima começa assim: No Senhor confio; como dizeis à minha alma: Fugi para a vossa montanha como pássaro? Pois eis que os ímpios armam o arco, põem as flechas na corda, para com elas atirarem, às escuras, aos retos de coração (Sl 11.1,2). A primeira declaração é: eu confio, eu creio. Em outra versão: Com Deus, o Senhor, estou seguro. O fato é: se tenho Deus, o resto não importa; eu estou seguro e ponto final. Mas só pode dizer isso quem crê. E o que faz quem crê? Não acredita no que vê, no que sente, no que o mundo está a mostrar, afinal, anda numa perspectiva superior, na certeza de que o que Deus diz é o que é.

Podemos ver pelo texto que o salmista está sendo pressionado pelas circunstâncias e até mesmo por pessoas. Estão dizendo para ele: “Fuja, pois a situação para você não está boa”. Talvez você esteja dizendo o mesmo a si mesmo: “É... Esta semana as coisas estão difíceis, este ano não promete muito”. Internamente você pode estar agitado, preocupado, incomodado com o rumo que a sua vida está tomando. O que você pode mudar mude; o que não pode deve ser colocado diante de Deus numa atitude de confiança: Ele cuida de nós. Não se preocupe. Portanto eu lhes digo: não se preocupem com suas próprias vidas, quanto ao que comer ou beber; nem com seus próprios corpos, quanto ao que vestir. Não é a vida mais importante do que a comida, e o corpo mais importante do que a roupa? Observem as aves do céu: não semeiam nem colhem nem armazenam em celeiros; contudo, o Pai celestial as alimenta. Não têm vocês muito mais valor do que elas? (Mt 6:25,26).

O próximo versículo do Salmo é o que abre este post. O que fazer quando não se pode confiar na lei, nos governantes? O que fazer quando não há a quem recorrer? A resposta estava lá em cima – confie – e é repetida em seguida: O Senhor Deus está no seu santo Templo; o seu trono está no céu. Ele vê todas as pessoas e sabe o que elas fazem (Sl 11.4). É uma resposta estranha, mas é a resposta: Deus sabe, Deus vê, Deus se importa, Deus está tomando conta, é impossível pegar Deus de surpresa.

Estudiosos disseram que encontramos na Bíblia 366 vezes a frase: “Não temas”. Dizem que é uma para cada dia. Então, receba a sua agora: não tema. Se você resolver confiar em Deus, se obedecer aos Seus mandamentos, fazendo o que é certo e detestando o que é mal, vai dar tudo certo. De tudo, o mais difícil é crer, mas você pode aumentar a sua fé. Sabe como? Leia a Bíblia, mas não com uma atitude passiva. Questione. O Senhor ouve as suas perguntas e gosta de responder. Se você já O aceitou como seu Salvador, o Seu Espírito veio morar dentro de você e a Bíblia o chama de Conselheiro. Pergunte a ele caladinho, aí no seu canto, só no seu pensamento e Ele vai responder.

Não se preocupe com o rumo que as coisas estão tomando. Confie no Senhor de todo o seu coração e não se apoie em seu próprio entendimento; reconheça o Senhor em todos os seus caminhos, e ele endireitará as suas veredas (Pv 3.5-6). Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo fará. Fará sobressair a tua justiça como a luz, e o teu direito como o meio-dia. Descansa no Senhor, e espera nele (Sl 37:5-7).

Viva a sua vida com a seguinte certeza: com Deus, vai dar tuuudo certo! Bom dia!


quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Uma Pérola

Filho meu, guarda as minhas palavras, e esconde dentro de ti os meus mandamentos. Guarda os meus mandamentos e vive; e a minha lei, como a menina dos teus olhos. Ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração. (Pv 7.1-3)

Sou mãe de um casal precioso. Dou conselhos a muita gente – sabem como é: todos gostamos de dar pitacos; nada oficial. Mas entre todas as pessoas com quem convivo, são os meus filhos quem mais quero que sigam os meus conselhos. Ah, como quero! Como quero facilitar a vida deles!

Salomão pegou seu maior tesouro, sua sabedoria e sua experiência, e transmitiu a seu filho, dizendo: “Filho meu, guarda as minhas palavras, esconde dentro de ti os meus mandamentos”. Esses não são os conselhos de Salomão para mim e para você, são os conselhos de Deus, as revelações do Espírito Santo para nós.

A Palavra de Deus é uma joia muito preciosa. Nada se pode comparar a ela. Se a amamos, guardamos e lhe obedecemos, as bênçãos vêm e nos alcançam, somos livrados de infindáveis males, podemos andar seguros.

Não podemos deixar os conselhos de Deus jogados ao vento, entrando por um ouvido e saindo pelo outro. A advertência é clara: “guarda as minhas palavras”. Todos nós já deixamos objetos soltos pela casa, não é mesmo? Às vezes, simplesmente não sabemos onde os colocamos. Fomos nós mesmos que os depositamos em algum lugar, mas onde mesmo? Nem nós sabemos. Não podemos deixar os ensinamentos de Deus soltos em algum lugar da nossa mente. Precisam ser cuidadosamente guardados.

Como guardá-los? De muitas formas. Veja o último versículo: “ata-os aos teus dedos, escreve-os na tábua do teu coração”. O que quer dizer atá-los aos dedos, escrevê-los no coração? Quer dizer tê-los sempre perto, sempre à mão, sempre à vista, sempre na mente, escritos, decorados, como página de abertura no celular, como descanso de tela no computador, como quadro na parede, como dizer de uma pulseirinha ou um anel, como página principal de um caderno e, sobretudo, como pensamento recorrente, assunto da meditação diária. “Bem-aventurado o homem que na sua lei medita de dia e de noite” (Sl 1), de dia e de noite, de dia e de noite, no outro dia e na outra noite, neste dia e hoje à noite.

Não guarde o mandamento de qualquer maneira. Não o largue lá no armário do seu coração empoeirando. Está dito como deve ser guardado: “esconde”.

Boa parte das mulheres gostam de joias. Não deixamos nosso ouro em qualquer lugar. Nós o escondemos, guardamos trancado em alguma gaveta, numa caixinha especial. Quando possuímos algo muito precioso, não deixamos à vista. Temos cuidado redobrado. Por que esconder os mandamentos? Porque são muito preciosos. Eles dão vida, alegria, riqueza, saúde, paz. Não podem ser assunto de debate; têm de ser convicções. Não podem estar expostos aos que os desprezam ou não creem neles. Como diz a Palavra, não se deve jogar pérolas aos porcos. Quando estamos firmes numa verdade, não precisamos debater o assunto, até mesmo porque não interessa o que outros pensam a respeito. A verdade é a verdade e ponto final. Acreditem ou não, a verdade é absoluta. Precisamos estar firmes nela.

Guarde a lei como a menina dos teus olhos. Proteja suas convicções, os conselhos absolutos de Deus para você como você protege os seus olhos. Outro dia caiu um cisco no olho do meu pequeno. Ele me pediu para tirar. Os olhos são preciosos e sensíveis. Ele não os abria para eu ver. Insistia em apertar os olhinhos. Eu pedia que relaxasse e me deixasse soprar. Seus olhos estavam protegidos. Não usasse eu a força, jamais abriria os olhos. Eu decidi: nem toda força do mundo me fará arredar dos preceitos de Deus, mesmo que os considerem fora de moda, mesmo que pareçam ultrapassados, mesmo que todos à minha volta insistam em descrer.

Por fim: guarda os meus mandamentos e vive. Rá, rá, rá! Preste atenção nos verbos: guarda e vive. Entendeu? Não é guarda e morre, guarda e chore, guarda e sofre. Não! Guarda e vive. Isto, sim, é que é vida: andar com Deus, obedecer-Lhe, honrá-lO, amá-lO, aprender sobre Ele, servi-lO!

Veja só o que acontece com quem descobriu a delícia de esconder os mandamentos do Senhor: Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em seus mandamentos tem grande prazer. A sua semente será poderosa na terra; a geração dos retos será abençoada. Prosperidade e riquezas haverá na sua casa, e a sua justiça permanece para sempre (Sl 112:1-3).


quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Uma Pílula

Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Então você saberá como se comportar, e as suas palavras mostrarão que você tem conhecimento das coisas (Pv 5.1,2)


Está aí. Apresento a você uma pílula para hoje. Como assim? Hoje quero dar a você uma pílula que pode ser um fortificante, um remédio ou mesmo um alimento. Se você não está sentindo nada, não tem problema algum em sua saúde espiritual, ou se o assunto aqui simplesmente não diz respeito a você, é um fortificante, como aquelas pílulas de cálcio que tomamos só por precaução. Se de alguma forma o texto disser respeito a você, aqui vai um remédio. Meu? De forma alguma. Da Palavra. Só ela é remédio – Enviou-lhes a sua palavra e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal (Sl 107.20). Se você precisa apenas de alimento espiritual, tome essa pílula aqui como os astronautas da Nasa, que têm todas as vitaminas reduzidas a uma simples pílula porque não podem transportar comida. Diante de toda a Bíblia, isso aqui é só um pedacinho, mas sustenta.

Já escrevi sobre textos semelhantes antes, sobre muitos textos de Provérbios. Hoje o faço sob outra perspectiva: não de quem está lendo, mas de quem está escrevendo.

Salomão disse: Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Veja que o conselho tem destinatário certo: o filho.

Salomão era rei de Israel quando escreveu o livro de Provérbios. Certamente era um homem muitíssimo ocupado. Vale lembrar que, naquela época, os reis eram também responsáveis por julgar os casos na corte. Fomos informados pela Bíblia de um julgamento muito famoso de Salomão, o caso de duas mães, cuja decisão se tornou célebre (I Re 3.16). Repito: Salomão era um rei muitíssimo ocupado. Tinha ordens a dar, casos a julgar, normas para regulamentar, obras para inspecionar, pessoas para liderar, assuntos para fiscalizar...

Como rei, tinha muitas pessoas às suas ordens que podiam fazer os trabalhos que quisesse. Ele não precisava, por exemplo, se envolver pessoalmente na educação de seus filhos. Podia tranquilamente confiá-la a outros. Nos assuntos civis, podia dispor de pessoas sábias e experientes que ensinassem aos seus filhos as questões do reino, todos os assuntos ligados à vida civil. Nas questões religiosas, tinha os sacerdotes, que poderiam instruí-los, e muito bem, nas leis de Deus. Ele tinha pessoas do mais alto gabarito à disposição para cuidar da educação de seus filhos, mas decidiu cuidar desse assunto pessoalmente. Pelo livro de Provérbios, podemos saber que ele era um homem preocupado com eles, tanto que não só os instruiu verbalmente – várias vezes ele manda seus filhos se lembrarem do que dizia –, mas escreveu seus conselhos para que os estivessem não só gravados na memória, mas escritos num papel. Assim, poderiam recorrer a eles sempre.

Fomos beneficiados com isso. Seus conselhos estão à nossa disposição hoje só porque ele quis deixá-los para seus filhos. Certamente ele não sabia que seus livros fariam parte de um compêndio sagrado. De qualquer sorte, ele não quis escrever um tratado para o mundo, mas pequeninos avisos sobre assuntos corriqueiros para seus filhotinhos. Que trabalho maravilhoso!

Porque estou dizendo tudo isso? Porque temos estado tão ocupados, especialmente nós mulheres, nesses dias, que mal temos tempo de estar com os nossos filhos. Parece que somos as pessoas mais assoberbadas do mundo em todos os tempos. Será mesmo que Salomão tinha menos coisas para fazer do que eu e você? Será que aconselhava seus filhos somente nas horas de folga? Será que escrevia nos seus momentos de descanso e mandava seus filhos lerem seus conselhos? Veja isto: Filho, aprenda o que eu lhe ensino e nunca esqueça o que mando você fazer
(Pv 2.1). Ele ensinava seu filho, dava ordens, se envolvia pessoalmente.

Contar com ajuda é muito importante, mas não podemos deixar a instrução de nossos filhos relegada a pessoas que nada têm a ver com a fé que professamos, que não partilham dos nossos valores. Precisamos ser os maiores influenciadores deles, ensiná-los a pensar, a agir, a falar, a sentir e principalmente a CRER.

Para encerrar, transcrevo aqui uma frase que li: “A melhor maneira de dar bom exemplo para nossos filhos é viver nossa fé diante deles. Enquanto observam, aprendem sobre o que tem verdadeira importância. Filhos podem não herdar o talento dos pais, mas absorverão seus valores” (meu livrinho de meditação – não sei quem escreveu).

Última dose do mesmo remédio: Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Então você saberá como se comportar, e as suas palavras mostrarão que você tem conhecimento das coisas (Pv 5.1,2).

Fale muito com seus filhos! De preferência, sorrindo.