quinta-feira, outubro 21, 2021

Passado, Presente e Futuro

Irmãos, não penso que eu mesmo já o tenha alcançado [o alvo, a perfeição, a ressurreição], mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que ficaram para trás e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo, a fim de ganhar o prêmio do chamado celestial de Deus em Cristo Jesus. (Fp 3:13,14)


Ah, a história! Todos temos uma história. Na verdade, nós a estamos escrevendo durante a nossa vida. E os capítulos são recheados de emoções, boas e ruins.

O texto aí de cima me impressiona, porque em poucas palavras Paulo fala de seu passado, seu presente e seu futuro. Que homem sensacional é ele! Há muito aprendizado nessas poucas palavras. E vamos lá, porque vale a pena meditar sobre isso aí.

Paulo foi um perseguidor da igreja que fez coisas muito ruins. Ele obrigava as pessoas a escolher entre punição ou Cristo. Fez muitos blasfemarem. Veja como ele conta a sua história: “Pois, tendo recebido autoridade dos principais sacerdotes, não somente encerrei muitos santos em prisões, como também dei o meu voto contra eles quando estavam para mata-los. E, castigando-os muitas vezes em todas as sinagogas, obrigava-os a blasfemar” (At 26:10,11).

Não deve ser nada fácil ter um passado desses. Ter que administrar uma história ruim pode ser muito difícil. Muitos ficam presos nesse lugar, sentindo-se condenados, vivem com o seu passado diante de si dia após dia, o que é um grande problema.

A nossa mente tem dois mecanismos extraordinários: a memória, que traz à tona o nosso passado, e a imaginação, que nos permite visualizar e projetar o futuro. Essas coisas – memória e imaginação – estão bastante ativas no nosso presente. Elas ocupam a nossa mente e, se dermos vazão a elas, podemos viver trancados num passado que já se foi ou, se ficarmos muito envolvidos com nossa parte criativa, viver no mundo da lua.

A Bíblia fala sobre como devemos catalogar nossas experiências no presente, sobre o que devemos fazer com a nossa mente: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4:8).

Tenho certeza de que o diabo tentou reduzir Paulo a seu passado, jogando na cara dele tudo o que fez de errado, tentando colocar sobre seus ombros um peso que ninguém consegue suportar. Mas ele diz o que fez com seu passado: “Esquecendo-me das coisas que ficaram para trás, prossigo”.

Seguir em frente é fundamental. Como Paulo, é isto que devemos fazer: prosseguir. Nossos alvos nunca estão atrás de nós; sempre à nossa frente. Veja como Deus é criativo e divertido: não temos olhos nas costas nem podemos andar para trás. Será que isso quer dizer alguma coisa? (rsrsrs)

E para onde Paulo seguia? Ele estava em busca de um alvo, sabendo que, se o alcançasse, no futuro, receberia um prêmio. Se você ler o capítulo inteiro, verá que o alvo de Paulo era conhecer a Jesus e assemelhar-se cada dia mais a Ele. Nada era mais importante que isso para ele.

Gosto de ler biografias, de saber da vida de grandes homens. Paulo é um ícone. A história de sua vida merece ser conhecida, afinal, ele escreveu boa parte do Novo Testamento. E o que fez dele esse homem tão importante? Ter o alvo correto, não desistir de alcançá-lo e fazê-lo da maneira adequada. A Bíblia não nos permite saber a história de Paulo apenas para a nossa curiosidade, mas para que aprendamos com ela.

Então passemos aos ensinamentos preciosos:

1) Quanto ao passado – bom ou mau, o passado deve ser passado. Se bom, guarde-o com carinho; se ruim, faça o que Paulo fez: esqueça-se dele;

2) Quanto ao presente – é importante prosseguir sempre. Parar? Jamais. Além disso, é importante ter um objetivo e ir à busca dele. Quanto mais andarmos, mais perto estaremos de alcançá-lo. Precisamos olhar firmemente para o nosso alvo: o autor e consumador da nossa fé, nosso modelo, nosso tudo;

3) Quanto ao futuro – devemos fazer o possível para receber o galardão completo. Há um prêmio para os vencedores. Nesta vida, somos como atletas. Veja o que diz Paulo sobre isso: “Da mesma forma, nenhum atleta é coroado como vencedor se não competir de acordo com o regulamento” (II Tm 2:5). Principal consideração sobre esse texto: há prêmio para os vencedores. Oba!

Bora viver o presente de olho no futuro, pois o que aguarda o crente perseverante é glorioso!

Bom futuro, pessoal! Ou melhor: bom presente, pessoal!

quarta-feira, outubro 20, 2021

Guardião

Bom dia, guardião!      

Faz um tempo que Deus vem falando comigo sobre o tema “guardião”. Na verdade, há alguns anos, decidi que meu próximo livro se chamará “Guardiãs”. Uma hora ele sairá!

O texto em que quero me basear é este aqui: “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. (Sl 127:1b)

O papel da sentinela é importantíssimo. E quem era a sentinela? Eram pessoas colocadas no muro da cidade, feito geralmente para se andar em cima. As sentinelas ficavam estrategicamente posicionadas como guardiãs. De dia e de noite, vigiavam os portões. Quando viam algum perigo, eram as primeiras a agir, rapidamente mobilizavam a todos para que providências fossem tomadas. Sem o trabalho delas, a cidade poderia ser invadida.

O Salmo acima fala sobre duas pessoas guardando uma cidade: o Senhor e a sentinela. Todo trabalho na terra deve ser feito assim: homem e Deus em parceria. Se Deus fizesse tudo sozinho, a sentinela seria desnecessária. Por outro lado, se a sentinela não contar com a ajuda de Deus, sua vigilância de nada adiantará. Se não tiver a quem recorrer, se não puder dar o alerta sobre o perigo a quem possa resolver, o trabalho da sentinela será inútil.

A Bíblia compara nosso Deus a um vigia. Veja só o que diz o Salmo 121.2,3: “O meu socorro vem do Senhor, que fez os céus e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda [o guardião] de Israel”.

O guardião é o primeiro a ver o mal, a avisar o chefe do exército. Como é importante esse trabalho!

A igreja de Jesus, ou seja, cada um de nós está na terra para ser um guardião. Para isso, é preciso discernimento, porque muitas vezes o mal vem disfarçado de bem. Sorrateiro, vestido de anjo de luz, mentiroso, malicioso, falso. O mal não se apresenta como é, e tem mil desculpas para se justificar. Sintonia com o Espírito Santo nos torna sensíveis para reconhecer o que está diante de nós, mesmo que não o vejamos.

Reconhecido o mal, é hora de ir ao Chefe do Exército, o poderoso Senhor dos Exércitos. Ele tem sempre uma estratégia. Nunca deixa Seu exército abandonado. Cuida dele extremamente bem. É digno de toda confiança, de toda glória. Nunca fica para trás. Ele é o primeiro a sair à guerra, vai à frente do Exército e um sopro de Sua boca é suficiente para debelar qualquer mal.

Como guardiões, precisamos:

1) nos posicionar – os muros não podem ficar descobertos. Devemos estar no lugar certo, na hora certa, fazendo a coisa certa. Muitos não estão nos muros. Muitos estão nos muros, mas não estão alertas. Muitos estão nos muros, alertas, mas não estão dispostos a fazer o que é preciso: avisar o Senhor dos Exércitos;

2) exercer a vigilância – é muito importante estar atento, porque habitamos uma terra perigosa. Não podemos nos enganar achando que estamos entre amigos. Estamos no mundo, mas não somos do mundo. O mundo nos odeia – graças a Deus! Não nos misturamos, não compactuamos com o mal, não cedemos às sugestões do mal, não somos subornáveis. “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (Jo 15:18);

3) dar o alerta – de nada adianta um guardião se ele vir o perigo, mas não avisar a quem pode tomar as providências. E esse aviso é algo que não pode ser retardado. Tem de ser urgente, enfático. E também é bom lembrar que de nada adianta avisar a pessoa errada. Nem todas as pessoas estão aptas a resolver certos problemas. Um comerciante não pode convocar um exército, por isso, de nada adiantaria avisá-lo da ameaça. Na verdade, ele pode até mesmo colocar tudo a perder, pois, se promover o pânico, causará um problema ainda maior.

Veja o que a Bíblia diz a nosso respeito:

“Sobre os teus muros, ó Jerusalém, pus guardas [guardiões], que todo o dia e toda a noite jamais se calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.” (Is 62:6,7)

Nós somos os guardiões designados por Deus. A terra depende de nós, as pessoas clamam por nós, há muito a fazer. Apesar dos perigos que enfrentamos, não precisamos entrar em pânico. Somos do exército vencedor. Nosso Superior jamais perdeu uma batalha, e jamais perderá. Lembrar que é Ele quem luta nossas batalhas, quem vai adiante de nós é libertador.

É tempo de orar e vigiar! É tempo de confiar! É tempo de descansar no poder do Senhor dos Exércitos!

“Se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8:31)