terça-feira, abril 03, 2012

Pense bem, viva bem.

Bendize, ó minha alma, ao Senhor e não te esqueças de nenhum dos seus benefícios (Sl 103.2).

Amo esse Salmo. Para mim, ele é um remédio. Quando as coisas apertam, quando a enfermidade quer chegar, eu o tomo em muitas doses. Sei grande parte dele de cor, então fico repetindo, repetindo, repetindo. Digo ao mundo espiritual: É Ele quem sara todas, não algumas, todas as nossas enfermidades. Tenho certeza de que já houve motorista pensando que havia uma louca no carro ao lado, por estar eu falando “sozinha”. Mas eu sei bem que não é sozinha. Ouvir a palavra gera fé: De sorte que a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela palavra de Deus (Rm 10.17). Então eu falo para mim mesma a palavra de Deus. Cri, por isso falei (II Co 4.13). E o que pode fazer a fé? Absolutamente tudo. Tudo é possível ao que crê (Mc 9.23).

Não vou escrever sobre todo o salmo. Quero falar sobre aquilo que o salmista decidiu fazer sua alma lembrar: os benefícios do Senhor.

Lidar com a nossa mente não é tarefa simples. Acho que o salmista era tão louco quanto eu. Por isso disse a si mesmo – dessa vez está falando com ele mesmo e não com o mundo espiritual ­–: “Bendize, ó minha alma, ao Senhor”. Em minhas palavras: “Euzinha, Keilinha, fale bem do Senhor”. Há muitos assuntos sobre os quais falar, mas é preciso ter em mente que palavras criam sentimentos. Comece a falar sobre coisas boas e se sentirá bem. Comece a falar sobre problemas e seu dia ficará nublado.

Deixemos a fila andar. Ainda não cheguei onde quero. O assunto sobre o qual o salmista quer que seu eu fale são os benefícios feitos pelo Senhor. Aqui vem uma sentença interessante: “Não te esqueças”.

É muito fácil se esquecer daquilo que é bom. Tente lembrar-se dos últimos presentes que recebeu. É fácil? Se conseguiu, então se lembre do texto da mensagem do último culto a que compareceu. Ainda é fácil? Está bem: lembre-se dos elogios feitos por seu cônjuge a você na data do seu aniversário.

Não venha me dizer que é fácil se lembrar de coisas boas, porque não é. Basta o primeiro problema para a nossa mente ficar recheada de pensamentos negativos. Quando enfrentamos situações ruins, a ordem é o contrário: “Alma, esqueça os problemas, a maldade de que foi vítima, a crítica injusta, a traição desumana”... Puxa, não deveria ser assim. Quem dera esquecêssemos com facilidade aquilo que nos fez sofrer e nos lembrássemos sempre das atitudes de bondade dos outros para conosco!

Jesus falou a respeito: O homem bom tira coisas boas do bom tesouro que está em seu coração, e o homem mau tira coisas más do mal que está em seu coração, porque a boca fala do que está cheio o coração (Lc 6.45). Quer dizer, no nosso coração estão sendo depositadas muitas coisas, muitas memórias. Se boas ou ruins, depende de cada um.

Jeremias foi um dos profetas que mais sofreram. Ficou preso num poço durante bastante tempo, foi rejeitado pelo povo, ninguém quis ouvir suas profecias, mas escolheu não viver se queixando, por isso declarou: Quero trazer à memória aquilo que me dá esperança (Lm 3.21).

Nós também podemos escolher deixar as lamúrias de lado, enterrar as experiências negativas. Como diz o sábio Mike Murdock: “Não comente aquilo que você não quer que seja lembrado”. Não faz nada bem rememorar aquilo que faz sofrer.


Se for preciso, fale sério com a sua alma, ordene mesmo: Alma querida, boca santa, coração amoroso, não se esqueçam de nenhum dos benefícios do Senhor.

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