quinta-feira, setembro 09, 2010

A Pedra no Meio do Caminho

Já aprendi sobre a importância dos detalhes. E como nós mulheres gostamos dos detalhes! Como nos preocupamos com eles! Qual é a mulher que quando compra uma roupa nova não corre atrás da biju que combina, do sapato perfeito, do arranjo do cabelo, da bolsa adequada... São os detalhes...

Conhecer os detalhes de Deus também me interessa muito. Hoje estava lendo o começo da história de Abraão e fiquei até um pouco brava, dizendo a Deus que não estava entendendo uma parte. Vamos lá que quero compartilhar com você algo interessante.

Como eu disse no post anterior, a história de Deus vai sendo escrita através de gerações. Em Gênesis 11.31, Tera, pai de Abraão, sai de sua terra para Canaã, que é exatamente aquela que Deus daria a Abraão e a toda a sua descendência. Quer dizer, essa história não começou propriamente com Abraão. Seu pai já estava começando aquilo que Deus faria, mas ele parou no meio do caminho. No verso 11.32 diz que ele morreu numa cidade que ficava no meio do caminho. Em Gênesis 12.8, na sua peregrinação, Abraão se encontra entre Ai e Betel e em Gênesis 13.3 a localização se repete: Abraão entre Ai e Betel. No meio do caminho havia uma pedra: o Egito. Fiquei encafifada com essa pedra no meio do caminho. Por que Abraão deveria sair da caminhada, aparentemente perdendo tempo, para depois ser obrigado a voltar ao mesmo lugar? O que havia de tão importante no Egito? Por que ele tinha que passar por lá se aparentemente o que aconteceria não seria nada bom?

Antes de contar o que descobri, quero fazer uma pausinha para considerações. Eu também acho que muitas coisas na minha história, às vezes, não fazem o menor sentido. Deus mandou Abraão ir a Canaã, ele queria ir a Canaã, viajou rumo a Canaã, mas foi forçado a parar no Egito. Deus queria que ele parasse no Egito ou ele havia feito algo errado e por isso estava lá e não em Canaã? Você já fez a Deus essa pergunta: “Senhor, parece que algo não combina na minha história? O Senhor me deu uma ordem, eu quero obedecer a essa ordem, mas parece que estou no lugar errado”? Não parece para você, como pareceu para mim, que o Egito era a pedra no meio do caminho de Abraão, assim como muita coisa parece ser uma pedra no nosso caminho? Pois isso não era a verdade.

Olha só o resultado do Egito na vida de Abraão: Este, por causa dela, tratou bem a Abraão, o qual veio a ter ovelhas, bois, jumentos, escravos e escravas, jumentas e camelos (Gn 12.16). Quer dizer, o Egito era o lugar onde Deus enriqueceria a Abraão.

Parece loucura, mas eu não fiquei muito satisfeita ao saber disso, não. Fiquei meio revoltada, porque, como diz aí em cima, foi por ter tomado a mulher de Abraão como esposa que Farao favoreceu ao patriarca de forma que ele pôde possuir tudo isso aí. Como pôde Abraão ter dado sua mulher ao Faraó? Que loucura é essa? Como pôde Deus deixar algo tão terrível fazer parte dessa história? (Essa parte eu vou deixar para outro post.)

Na verdade, o que descobri é o seguinte: o que vale é a regra. Como assim? Deus só traz à existência aquilo que não existe. Aquilo que existe nós temos que correr atrás. O Deus que vivifica os mortos e chama à existência as coisas que não existem (Rm 4.17). Assim, não adianta esperar chover dinheiro porque ele não cai do céu, não adianta esperar que carneiros nasçam de flores, que heranças nos sejam deixadas por desconhecidos e por aí vai... É claro que exceções existem, mas apenas para confirmar a regra. A Bíblia e todos os manuais do mundo contêm mais regras do que exceções.

Recapitulando: o que era o Egito, então, na vida de Abraão? O lugar onde ele se tornaria rico antes de chegar a Canaã. Deus queria dar a ele camelos, jumentos, escravos e de onde eles viriam, do céu? Não. Jumentos são gerados por jumentos, camelos por camelos e escravos têm que ser buscados fora da família, fora do povo de Deus. E onde Abraão deveria buscar tudo isso? No Egito.

Talvez você não esteja entendendo a pedra no meio do caminho da sua história. Você está vivendo na época da exceção? Tente descobrir o propósito. Tudo tem um propósito. Na hora, nem parece fazer sentido. Mas quando a gente analisa friamente (às vezes isso acontece apenas muitos anos depois), conseguimos perceber que tudo realmente deveria fazer parte da nossa história e que, no fim, cooperaria para o nosso bem.

Procure rolar a pedra do  meio do caminho. Tenha um ótimo dia!


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