quinta-feira, setembro 23, 2010

Quem sou eu? Ninguém.


Quem sou eu? Ninguém. Não sou uma pessoa que sobressaia em meio à multidão. Não tenho olhos verdes, cabelo loiro (só quando pinto), estatura acima da média, jeito sedutor, corpo monumental. Também não tenho dons e talentos que façam de mim alguém superior à maioria. Sou absolutamente normal (se é que alguém é normal). Sou a típica cidadã comum.
Embora realmente isso seja verdade, me sinto constrangida em dizer tudo isso, principalmente porque as coisas que me rodeiam não são nada comuns. Estou cercada de coisas e de pessoas realmente espetaculares. E reconheço que nada é mérito meu, mas pura bondade de Deus.
Apesar de muitas pesquisas atestarem o fracasso dos casamentos, devo dizer que sou uma exceção em relação ao assunto. Venho de uma família muito feliz e constituí uma outra também muito feliz. Meus pais estão casados há mais de quarenta anos e são referência para mim e para o mundo. Se eu seguisse direitinho o exemplo deles, confesso que seria uma pessoa muito melhor, mas sei que a boa obra que Deus começou em mim está sendo aperfeiçoada dia a dia e que a maturidade vai me ajudar muito.
Em relação aos meus irmãos, eles foram e ainda são um treinamento intensivo. Com eles aprendi a ser cuidada, a lutar e também a reivindicar meus direitos. Com dois irmãos, às vezes temos que dar alguns gritos. Quando temos que lidar com um marido já tendo sido treinada na escola dos irmãos, o processo fica muito mais fácil.
Eu deveria recomeçar aqui este post. Eu disse que sou absolutamente comum, mas Deus só me entregou coisas especiais. Meu marido é uma jóia em meio a um monte de bijuteria que há por aí. É claro que não vou fazer propaganda dele aqui, mas sou um testemunho de que é possível ter um casamento pleno e feliz.
Antes de me casar passei por uma cirurgia em que foi retirado um ovário. Recebi um laudo médico de que teria que fazer tratamento para engravidar, mas o Deus que me governa disse que não seria assim. Tenho dois filhos maravilhosos e a primeirinha, a Juju, nasceu no dia do aniversário do pai dela por puro milagre.
Estou cercada por todos os lados de coisas especiais. Tenho muito mais bens do que preciso, tenho um emprego que é mais diversão do que trabalho, familiares maravilhosos (os que são pedra no sapato entendo como treinamento, tenho aprendido a lidar com eles e amá-los como são, sem exigências, sem grandes expectativas) e os amigos que me escolheram e que eu escolhi são um presente. Não diria que tenho inimigos, mas que algumas pessoas estão sendo enviadas para treinar a minha paciência, a minha capacidade de ouvir, de perdoar, o meu domínio próprio, a minha longanimidade...
E o maior de todos os privilégios que tenho é a capacidade de ouvir a Deus. Realmente temos um relacionamento de amor que, confesso, ainda é muito maior da parte dEle do que da minha, mas tenho pedido a Ele que me ensine a amá-lO e sinto que tenho sido atendida.
Preciso mesmo mudar o título deste post. Não posso dizer que sou ninguém, mas alguém muito, mas muito, mas muito especial.

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