Faz um tempo que Deus vem falando
comigo sobre o tema “guardião”. Na verdade, há alguns anos, decidi que meu
próximo livro se chamará “Guardiãs”. Uma hora ele sairá!
O texto em que quero me basear é
este aqui: “Se o Senhor não guardar a cidade, em vão vigia a sentinela”. (Sl
127:1b)
O papel da sentinela é
importantíssimo. E quem era a sentinela? Eram pessoas colocadas no muro da
cidade, feito geralmente para se andar em cima. As sentinelas ficavam
estrategicamente posicionadas como guardiãs. De dia e de noite, vigiavam os
portões. Quando viam algum perigo, eram as primeiras a agir, rapidamente
mobilizavam a todos para que providências fossem tomadas. Sem o trabalho delas,
a cidade poderia ser invadida.
O Salmo acima fala sobre duas
pessoas guardando uma cidade: o Senhor e a sentinela. Todo trabalho na terra
deve ser feito assim: homem e Deus em parceria. Se Deus fizesse tudo sozinho, a
sentinela seria desnecessária. Por outro lado, se a sentinela não contar com a
ajuda de Deus, sua vigilância de nada adiantará. Se não tiver a quem recorrer,
se não puder dar o alerta sobre o perigo a quem possa resolver, o trabalho da
sentinela será inútil.
A Bíblia compara nosso Deus a um
vigia. Veja só o que diz o Salmo 121.2,3: “O meu socorro vem do Senhor, que fez
os céus e a terra. Ele não permitirá que os teus pés vacilem; não dormitará
aquele que te guarda. É certo que não dormita, nem dorme o guarda [o guardião]
de Israel”.
O guardião é o primeiro a ver o
mal, a avisar o chefe do exército. Como é importante esse trabalho!
A igreja de Jesus, ou seja, cada
um de nós está na terra para ser um guardião. Para isso, é preciso
discernimento, porque muitas vezes o mal vem disfarçado de bem. Sorrateiro,
vestido de anjo de luz, mentiroso, malicioso, falso. O mal não se apresenta
como é, e tem mil desculpas para se justificar. Sintonia com o Espírito Santo
nos torna sensíveis para reconhecer o que está diante de nós, mesmo que não o
vejamos.
Reconhecido o mal, é hora de ir
ao Chefe do Exército, o poderoso Senhor dos Exércitos. Ele tem sempre uma
estratégia. Nunca deixa Seu exército abandonado. Cuida dele extremamente bem. É
digno de toda confiança, de toda glória. Nunca fica para trás. Ele é o primeiro
a sair à guerra, vai à frente do Exército e um sopro de Sua boca é suficiente
para debelar qualquer mal.
Como guardiões, precisamos:
1) nos posicionar – os muros não
podem ficar descobertos. Devemos estar no lugar certo, na hora certa, fazendo a
coisa certa. Muitos não estão nos muros. Muitos estão nos muros, mas não estão
alertas. Muitos estão nos muros, alertas, mas não estão dispostos a fazer o que
é preciso: avisar o Senhor dos Exércitos;
2) exercer a vigilância – é muito
importante estar atento, porque habitamos uma terra perigosa. Não podemos nos
enganar achando que estamos entre amigos. Estamos no mundo, mas não somos do
mundo. O mundo nos odeia – graças a Deus! Não nos misturamos, não compactuamos
com o mal, não cedemos às sugestões do mal, não somos subornáveis. “Se o mundo
vos odeia, sabei que primeiro do que a vós outros, me odiou a mim” (Jo 15:18);
3) dar o alerta – de nada adianta
um guardião se ele vir o perigo, mas não avisar a quem pode tomar as
providências. E esse aviso é algo que não pode ser retardado. Tem de ser
urgente, enfático. E também é bom lembrar que de nada adianta avisar a pessoa
errada. Nem todas as pessoas estão aptas a resolver certos problemas. Um
comerciante não pode convocar um exército, por isso, de nada adiantaria
avisá-lo da ameaça. Na verdade, ele pode até mesmo colocar tudo a perder, pois,
se promover o pânico, causará um problema ainda maior.
Veja o que a Bíblia diz a nosso
respeito:
“Sobre os teus muros, ó
Jerusalém, pus guardas [guardiões], que todo o dia e toda a noite jamais se
calarão; vós, os que fareis lembrado o Senhor, não descanseis, nem deis a ele
descanso até que restabeleça Jerusalém e a ponha por objeto de louvor na terra.”
(Is 62:6,7)
Nós somos os guardiões designados
por Deus. A terra depende de nós, as pessoas clamam por nós, há muito a fazer.
Apesar dos perigos que enfrentamos, não precisamos entrar em pânico. Somos do
exército vencedor. Nosso Superior jamais perdeu uma batalha, e jamais perderá.
Lembrar que é Ele quem luta nossas batalhas, quem vai adiante de nós é
libertador.
É tempo de orar e vigiar! É tempo
de confiar! É tempo de descansar no poder do Senhor dos Exércitos!
“Se Deus é por nós, quem será
contra nós?” (Rm 8:31)
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