quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Uma Pílula

Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Então você saberá como se comportar, e as suas palavras mostrarão que você tem conhecimento das coisas (Pv 5.1,2)


Está aí. Apresento a você uma pílula para hoje. Como assim? Hoje quero dar a você uma pílula que pode ser um fortificante, um remédio ou mesmo um alimento. Se você não está sentindo nada, não tem problema algum em sua saúde espiritual, ou se o assunto aqui simplesmente não diz respeito a você, é um fortificante, como aquelas pílulas de cálcio que tomamos só por precaução. Se de alguma forma o texto disser respeito a você, aqui vai um remédio. Meu? De forma alguma. Da Palavra. Só ela é remédio – Enviou-lhes a sua palavra e os sarou, e os livrou do que lhes era mortal (Sl 107.20). Se você precisa apenas de alimento espiritual, tome essa pílula aqui como os astronautas da Nasa, que têm todas as vitaminas reduzidas a uma simples pílula porque não podem transportar comida. Diante de toda a Bíblia, isso aqui é só um pedacinho, mas sustenta.

Já escrevi sobre textos semelhantes antes, sobre muitos textos de Provérbios. Hoje o faço sob outra perspectiva: não de quem está lendo, mas de quem está escrevendo.

Salomão disse: Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Veja que o conselho tem destinatário certo: o filho.

Salomão era rei de Israel quando escreveu o livro de Provérbios. Certamente era um homem muitíssimo ocupado. Vale lembrar que, naquela época, os reis eram também responsáveis por julgar os casos na corte. Fomos informados pela Bíblia de um julgamento muito famoso de Salomão, o caso de duas mães, cuja decisão se tornou célebre (I Re 3.16). Repito: Salomão era um rei muitíssimo ocupado. Tinha ordens a dar, casos a julgar, normas para regulamentar, obras para inspecionar, pessoas para liderar, assuntos para fiscalizar...

Como rei, tinha muitas pessoas às suas ordens que podiam fazer os trabalhos que quisesse. Ele não precisava, por exemplo, se envolver pessoalmente na educação de seus filhos. Podia tranquilamente confiá-la a outros. Nos assuntos civis, podia dispor de pessoas sábias e experientes que ensinassem aos seus filhos as questões do reino, todos os assuntos ligados à vida civil. Nas questões religiosas, tinha os sacerdotes, que poderiam instruí-los, e muito bem, nas leis de Deus. Ele tinha pessoas do mais alto gabarito à disposição para cuidar da educação de seus filhos, mas decidiu cuidar desse assunto pessoalmente. Pelo livro de Provérbios, podemos saber que ele era um homem preocupado com eles, tanto que não só os instruiu verbalmente – várias vezes ele manda seus filhos se lembrarem do que dizia –, mas escreveu seus conselhos para que os estivessem não só gravados na memória, mas escritos num papel. Assim, poderiam recorrer a eles sempre.

Fomos beneficiados com isso. Seus conselhos estão à nossa disposição hoje só porque ele quis deixá-los para seus filhos. Certamente ele não sabia que seus livros fariam parte de um compêndio sagrado. De qualquer sorte, ele não quis escrever um tratado para o mundo, mas pequeninos avisos sobre assuntos corriqueiros para seus filhotinhos. Que trabalho maravilhoso!

Porque estou dizendo tudo isso? Porque temos estado tão ocupados, especialmente nós mulheres, nesses dias, que mal temos tempo de estar com os nossos filhos. Parece que somos as pessoas mais assoberbadas do mundo em todos os tempos. Será mesmo que Salomão tinha menos coisas para fazer do que eu e você? Será que aconselhava seus filhos somente nas horas de folga? Será que escrevia nos seus momentos de descanso e mandava seus filhos lerem seus conselhos? Veja isto: Filho, aprenda o que eu lhe ensino e nunca esqueça o que mando você fazer
(Pv 2.1). Ele ensinava seu filho, dava ordens, se envolvia pessoalmente.

Contar com ajuda é muito importante, mas não podemos deixar a instrução de nossos filhos relegada a pessoas que nada têm a ver com a fé que professamos, que não partilham dos nossos valores. Precisamos ser os maiores influenciadores deles, ensiná-los a pensar, a agir, a falar, a sentir e principalmente a CRER.

Para encerrar, transcrevo aqui uma frase que li: “A melhor maneira de dar bom exemplo para nossos filhos é viver nossa fé diante deles. Enquanto observam, aprendem sobre o que tem verdadeira importância. Filhos podem não herdar o talento dos pais, mas absorverão seus valores” (meu livrinho de meditação – não sei quem escreveu).

Última dose do mesmo remédio: Filho, preste atenção no que eu digo com a minha sabedoria e compreensão. Então você saberá como se comportar, e as suas palavras mostrarão que você tem conhecimento das coisas (Pv 5.1,2).

Fale muito com seus filhos! De preferência, sorrindo.


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