domingo, março 24, 2013

Pensando alto

Dinheiro, status, fama, poder, glamour, palavras de todos os séculos. Duvido de que elas não se encaixem de alguma maneira na sua vida. Esses dias, meu filho perguntou o que fazer para ser famoso. Não sei porque quer ser famoso, mas quer. E quem não quer? Pode não ser uma fama internacional o que desejamos, mas um pouco de dinheiro, estar acima dos demais, ser mais, ter mais é o desejo de todo homem. Qualquer um que seja verdadeiro há que admitir isso.
 
Estávamos em uma situação desesperadora um dia: "Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne [ímpios], e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem Cristo, separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Deus no mundo (Ef 2:11-12). É isto aí: não tínhamos esperança".
 
Mas Deus nos resgatou e nos colocou em outro patamar. Como assim? “Aceitei Jesus e não vi absolutamente nada” – talvez seja o que você gostaria de me dizer. Aparentemente nada mudou. Seu emprego continua o mesmo, suas contas continuam as mesmas, seus desejos continuam os mesmos até que você comece a se renovar na palavra. Sabe por que você não está vendo nada? Porque a mudança é interior e o lugar ao qual você agora pertence é invisível. "E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O reino de Deus não vem com aparência exterior. nem dirão: Ei-lo aqui, ou: Ei-lo ali; porque eis que o reino de Deus está entre vós" (Lc 17:20-21).
 
A nossa mudança de status também foi fenomenal. "Pois ele nos resgatou do domínio das trevas e nos transportou para o Reino do seu Filho amado, em quem temos a redenção, a saber, o perdão dos pecados" (Cl 1:13-14). Entretanto, tudo isso é invisível. Temos poder, temos novo status, mas ninguém está vendo isso. É espiritual e mais real do que o próprio ar, que também não vemos, mas está por toda parte.
 
Se tivéssemos ideia de quem somos e do poder que temos, ah, como viveríamos melhor! Se soubéssemos como a nossa constituição - a Bíblia - é rica, quantas promessas maravilhosas ela tem, ah, como viveríamos melhor! Estamos presos num pequeno detalhe: "Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus" (Mt 22:29).
 
Quero ajudá-lo a saber de uma coisa que eu aprendi. Os planos de Deus são abrangentes, firmados em princípios, por isso gerais. Assim, a maior parte do que serve para um serve para todos. O que Deus esperava de João Batista, espera de mim. Assim como Ele tinha expectativas em relação a Moisés, Abraão, Daniel, Ezequiel, tem expectativas em relação a mim e a você.
 
Pensemos no assunto: "Surgiu um homem enviado por Deus, chamado João. Ele veio como testemunha, para testificar acerca da luz, a fim de que por meio dele todos os homens cressem. Ele próprio não era a luz, mas veio como testemunha da luz. Estava chegando ao mundo a verdadeira luz, que ilumina todos os homens" (Jo 1:6-9). João veio como testemunha de Jesus, mas ele morreu. E onde estão as testemunhas? Hoje somos nós. "Mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e ser-me-eist estemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samária, e até os confins da terra" (At 1:8). João foi poderoso. Jesus mesmo disse que entre os nascidos de mulher, até aquela época, ninguém foi maior do que João. Mas, com a descida do Espírito Santo, depois que ele passou a viver dentro de nós e não entre nós, Jesus nos colocou num patamar superior. Nós, que fomos transportados para o reino de Deus, somos maiores: "Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João o Batista; mas aquele que é o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11:11). Hoje, nós, os menores no reino de Deus, somos maiores do que os “grandes heróis da fé”. É isso o que a Bíblia nos diz. Menor no reino, maior do que os antigos.
 
Jesus nos colocou num patamar sobremodo elevado. Ele Se denominava Luz do mundo. “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida” (Jo 8:12). Jesus voltou ao céu, mas não deixou o mundo no escuro. Deixou muitas luzes, muitas luzes. Deixou a mim e a você: "Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte" (Mt 5:14). Como o mundo precisa de luz! Por isso precisamos andar por muitos lugares. Hoje somos seus representantes. Como Ele, somos a luz.
 
Fico tão impressionada quando começo a pensar no poder que há em mim. Jamais vou me cansar de escrever este texto aqui no blog, pois espero que ele entre em você assim como entrou em mim:  “Nisto é perfeito o amor para conosco, para que no dia do juízo tenhamos confiança; porque, qual ele é, somos nós também neste mundo (I João 4:17). Deixe-me enfatizar: “Qual ele é, somos nós também neste mundo". Eu sou como Ele. Você é como Ele. Há muitos “Jesus” por aí. Graças a Deus.
 
Temos uma função importantíssima: manter o mundo conservado. Somos o sal da terra. "Vós sois o sal da terra" (MT 5.13). O sal da sabor, o sal conserva. Não gosto de comida sem sal e menos ainda de pessoa sem sal!
 
Quando Jesus voltou ao Pai não deixou o mundo desguarnecido. Deixou muitos outros para fazer as mesmas obras e muito mais: "Digo-lhes a verdade: Aquele que crê em mim fará também as obras que tenho realizado. Fará coisas ainda maiores do que estas, porque eu estou indo para o Pai" (Jo 14:12).

O mundo precisa de nós? Que tal correspondermos às expectativas de Deus? Que tal gastarmos mais tempo com aquilo que realmente interessa?

terça-feira, fevereiro 26, 2013

Nada de Covardia

Não há nada tão rico quanto estudar a Palavra de Deus. Nenhum recurso pode proporcionar maior riqueza do que comprar a própria sabedoria – Compra a verdade, e não a vendas; e também a sabedoria, a instrução e o entendimento (Pv 23:23). Invista em sabedoria este ano. Compre a verdade da Palavra de Deus. Como? Por todos os meios possíveis. Fale em línguas durante certo tempo todos os dias, ore pedindo sabedoria – E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada (Ti 1:5) –, leia a Bíblia com concentração, leia comentários bíblicos. Só por esses conselhos já fica claro que a sabedoria não é barata, mas, como diz o livro de Provérbios, nada se pode comparar a ela – Porque melhor é a sabedoria do que os rubis; e tudo o que mais se deseja não se pode comparar com ela (Pv 8:11); Feliz é o homem que acha sabedoria, e o homem que adquire entendimento; pois melhor é o lucro que ela dá do que o lucro da prata, e a sua renda do que o ouro (Pv 3:13-14).

Jesus é a sabedoria de Deus, a expressão exata do Pai. Ele não é como Deus; é o próprio Deus – O Filho é o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu ser, sustentando todas as coisas por sua palavra poderosa (Hb 1:3). Se você deseja ver a Deus, olhe para Jesus. Se deseja ver Jesus, olhe para Sua Palavra – Está vestido [Jesus] com um manto tingido de sangue, e o seu nome é Palavra de Deus (Ap 19:13).

Ler sobre o que Jesus fez me ensina o que fazer; ler o que Jesus disse me ensina o que dizer; ler a Bíblia me revela os pensamentos de Jesus, então, aprendo sobre o que pensar; ler sobre as reações de Jesus me ensina a disciplinar meus próprios sentimentos... Embora toda a Palavra de Deus seja Jesus, este ano estou me debruçando mais sobre os evangelhos. Como isso mudou a minha percepção! Como me tem feito me apaixonar ainda mais por Jesus!

Minha rasa leitura dos evangelhos dava-me a impressão de que Jesus era um pouco grosseiro, duro, inflexível. Um dia disse a Deus que precisava conhecer esse Deus Jesus que é – para mim deveria ser, porque eu não O via assim – amor. Como podia Ele responder aos fariseus como o fazia? Como poderia falar com Maria como fez por duas vezes? Então comprei comentários bíblicos dos evangelhos e entendi tanta coisa! Quantas vezes Ele foi testado, desafiado, descrido, maltratado e com quanta doçura respondeu a tudo isso! Isso vai me amaciando para a vida. Ah, como quero ser como Ele! Aliás, já o sou, mas ainda pela fé: Qual ele é, somos nós também neste mundo (I Jo 4:17).

Quero compartilhar com você algo muito simples que aprendi hoje e que talvez você o saiba faz tempo. O texto é este aqui: Os fariseus ouviram falar que Jesus estava fazendo e batizando mais discípulos do que João, embora não fosse Jesus quem batizasse, mas os seus discípulos. Quando o Senhor ficou sabendo disso, saiu da Judéia e voltou uma vez mais à Galiléia (Jo 4:1-3).

Estranho esse texto, não é? Ele quer dizer que Jesus saiu do lugar onde estava, deixou um trabalho maravilhoso que fazia, que era batizar pessoas, simplesmente porque soube que os fariseus sabiam que Ele batizava mais pessoas do que João. Precisamos entender o que há por trás desses versículos tão simples.

Jesus sempre soube o que deveria fazer, aonde deveria ir. Ninguém podia demovê-lo de seus propósitos. Certa vez, depois de fazer muitos milagres, retirou-se para orar e seus discípulos ficaram desesperados procurando por ele: E, ao encontrá-lo, disseram: "Todos estão te procurando!” Jesus respondeu: "Vamos para outro lugar, para os povoados vizinhos, para que também lá eu pregue. Foi para isso que eu vim” (Mc 1:37,38). Quem seria capaz de fazê-lo voltar? Ele já havia decidido aonde ir.

No texto em tela, Jesus parou de batizar quando soube que os fariseus tinham ouvido falar que ele batizava mais do que João. Quero lembrar que batismo é sinal externo de uma purificação interior que já se iniciou. O batismo já existia antes mesmo de João Batista. Era usado na conversão de prosélitos. E quem eram os prosélitos? Eram os gentios que decidiam viver como judeus. Antes de se tornarem praticantes da lei, aceitos na comunidade de Israel, tinham de descer às águas, evidenciando a todos que abriam mão de seus outros deuses, assumiam a responsabilidade de viver como um judeu em toda a extensão do que isso poderia significar, deixavam-se purificar de toda a “imundícia gentia”. Pouco tempo depois, João Batista começa a pregar um batismo não para a formação de prosélitos, mas para os próprios judeus. E eles precisavam ser batizados, precisavam de purificação? E como!

Jesus continua a prática da purificação através de seus discípulos. Ele também começa a purificar o povo, assim como João Batista vinha fazendo. Durante certo tempo, eles têm ministérios “concorrentes”, que não eram mesmo concorrentes porque João já havia dito que Ele era o Cordeiro de Deus, o Messias esperado. João já estava convicto de que ele diminuiria, sua influência seria menor e não estava nem um pouco preocupado com isso: Vocês mesmos são testemunhas de que eu disse: Eu não sou o Cristo, mas sou aquele que foi enviado adiante dele. A noiva pertence ao noivo. O amigo que presta serviço ao noivo e que o atende e o ouve, enche-se de alegria quando ouve a voz do noivo. Esta é a minha alegria, que agora se completa. É necessário que ele cresça e que eu diminua (Jo 3:28-30).

Embora João tenha dito tudo isso a seus discípulos, estes não se conformaram. Queriam saber mais do que o seu mestre. Então começam a ficar entristecidos com o fato de Jesus batizar mais do que João. E os fariseus veem aí uma ótima oportunidade para começar uma confusão. Não criam no batismo de João, não criam no batismo de Jesus, mas a multidão cria. Gerar uma confusão a partir dos próprios melindres dos discípulos enfraqueceria a influência de ambos, daria início a uma disputa que não havia entre os dois, mas poderia deixar feridos. Quando sabe disso, Jesus sai de fininho.

Jesus amava a João, amava seus discípulos, amava as multidões. Então, abre mão de uma obra maravilhosa que estava fazendo. Todos saem perdendo, mas o reino sai ganhando.

Às vezes, isto é preciso na nossa vida: abrir mão de direitos, de coisas lícitas por amor a outros, para evitar confusões, para impedir a fofoca, até mesmo para nós não sofrermos. Se isso foi preciso para Jesus, quanto mais para nós! Ah, que coisa triste quando pessoas tentam nos envolver em conflitos quando esse não é nosso objetivo nem nossa vontade! E Jesus ensina aqui que, melhor do que insistir em ficar, sair de fininho pode ser uma atitude nobre.

O que para muitos pode parecer covardia para o Senhor pode ser nobreza de caráter.

sexta-feira, fevereiro 22, 2013

A Vela

Existe uma escola filosófica chamada dualismo que concebe o mundo sob o prisma dos contrários. Para eles, há dois princípios, duas forças, duas realidades opostas e irreconciliáveis: luz e trevas, certo e errado, bem e mal, Deus e diabo.
Isso leva a pensar que se trata de forças iguais, de mesma intensidade, de mesmo poder, quando a realidade é muito diferente. Pensemos sobre esses opostos. Muitos cristãos ainda consideram necessário lutar contra as forças do mal. Veem Deus como numa guerra interminável contra o diabo, anjos com espadas reluzentes dispostos em fileiras prontos para o contra-ataque. Tudo isso é absurdo. O mesmo Deus que, a partir de Sua Palavra, criou tudo, sustenta todas as coisas – O qual [Jesus], sendo o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, e sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder... (Hb 1.3) –, poderia a qualquer momento, pela mesma Palavra, fazer tudo deixar de existir. O diabo não é nem de longe páreo para o infinito poder de Deus. O Deus que tem poder para fazer tem poder para desfazer.

Somos filhos do Deus altíssimo e Ele nos concedeu Seu nome, Seu poder, Sua autoridade, uma grande herança. Veja que texto maravilhoso: E todos nós recebemos também da sua plenitude, e graça sobre graça (Jo 1:16). Todos recebemos da Sua plenitude. E aqui vai mais uma confirmação: Pois [Deus] não dá Deus o Espírito por medida (Jo 3:34). Não recebemos um pouquinho do Espírito Santo, uma pequena partícula do Seu poder. Recebemos da Sua plenitude, todo o Seu ser. Esse poder inimaginável habita inteiro, completo, pleno, total dentro de nós. Por acaso você tinha ideia de quão poderoso é?

Falemos um pouquinho sobre a luz. Pense numa casa que tem todas as suas luzes acesas. De repente, você resolve acender uma vela lá na cozinha. Faz diferença essa luz? Ah, faz. Aquele pequeno pontinho chama a atenção. Todos os que entram no cômodo logo olham para aquele clarão, que nem é tão útil quando há outros focos de luz, contudo não é imperceptível. Mas comece a apagar as luzes e verá que, quanto mais escuro, mais útil aquela vela. Quanto mais aumenta a escuridão, mais útil a luz se torna.

Veja o que Jesus disse a nosso respeito: Vós sois a luz do mundo; não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte; nem se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa (Mt 5:14-15).

Aprendemos, não sei como e nem por que, que precisamos lutar contra o mal, estar armados até os dentes para, brandindo a nossa espada, conseguir vencer a guerra. Quem nunca ouviu falar de guerra espiritual? Mandam-nos conhecer o nosso inimigo, estudar sua forma de ação, prepararmo-nos para o confronto como se o adversário estivesse à nossa altura e pudesse nos vencer. De onde saiu isso? Assim como Jesus é, nós o somos neste mundo, é o que diz I Jo 4.17. A Palavra de Deus diz que as trevas não podem contra Jesus, assim como não podem nada – repito: nada – contra nós: E a luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevaleceram contra ela (Jo 1:5).

Não há correspondência entre a força das trevas e a força da luz. Na verdade, quanto mais densas as trevas, mais visível o poder da luz. Quando uma luz se acende, destrói completamente toda a escuridão. Infelizmente não é assim que pensamos, não é assim que nos sentimos. Consideramos os inimigos tão poderosos quanto nós mesmos. Quem pode contra Deus? Quem intentará contra Seus propósitos? Você acha mesmo que quando a treva aumenta ao nosso redor, quando a luta se torna mais ferrenha, quando nos sentimos mais espremidos, a nossa luz diminui? A luz da vela diminui quando a luz da casa acaba?

É bem verdade que, muitas vezes, a vela se encontra debaixo da cama. Como diz o texto: Não se acende a candeia e se coloca debaixo do alqueire, mas no velador, e dá luz a todos que estão na casa. Logo, logo aqueles que estão em trevas notarão a presença da luz, mesmo que debaixo da cama. Então a tirarão de lá e a colocarão no alto do teto, não só para que possa brilhar, mas para revelar quanto de treva ainda existe, para guiar.

Esse exemplo é maravilhoso para que entendamos o poder extraordinário que temos. Qual é a luz que emanamos? A luz de Jesus. E como o fazemos? O texto elucida: Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus (Mt 5.16). A luz resplandece na prática do bem. A palavra de Deus diz que as boas obras não podem ser escondidas. Muitas vezes não conseguimos ver o resultado do bem que temos praticado, mas, assim como a luz é óbvia, as boas obras também o são e serão conhecidas no momento certo.

Talvez você queira me dizer que tem feito muita coisa boa, mas as pessoas ressaltam apenas os seus deslizes. Lembre-se de que a luz é sempre mais forte e o bem sempre vence. Nem todo mal do mundo, nem toda maldade do ser humano pode apagar o valor de uma obra boa que possamos fazer. As trevas não podem prevalecer contra luz, o mal não pode se sobrepor ao bem. O bem sempre vence! A escuridão não consegue se propagar a ponto de ofuscar a luz. Seus deslizes jamais serão maiores do que as pequenas boas coisas que faz. Conforme a intensidade da luz é aumentada, maior o seu alcance. Quanto mais boas obras fizermos, mais visíveis estas serão.

Não devemos nos preocupar com o nosso adversário; não devemos nos preocupar com o aumento da escuridão. A vela só resplandece. Não fique apavorado pensando que não há solução para o mundo. Não tenha uma concepção negativa das coisas. Precisamos olhar tudo sob o prisma correto. O mal não é tão forte quanto parece. A maldade significa apenas ausência de bondade, assim como a treva é a ausência de luz. Acenda a vela e a escuridão se dissipa; pratique boas obras e o mal diminuirá. Conforme vamos aumentando a bondade no mundo, mesmo que seja através de atos bem pequenos, mesmo que pareça que ninguém está vendo, mesmo que pareça que ninguém se importa, essa bondade é tão poderosa que ninguém a poderá ocultar. Por mais que hoje aquele que pratica o bem possa se sentir por baixo, Jesus nos ensinou uma lição maravilhosa quando disse que não se pode esconder uma cidade edificada sobre os montes, que não se coloca uma candeia debaixo da cama, mas no velador, não para si mesma, mas para o benefício de todos. Hoje você pode parecer uma candeia escondida debaixo da cama, mas logo, logo verão que a sua luz está brilhando.

Tranquilize-se. Você não precisa fortalecer seus músculos para dar um golpe fatal no seu adversário. Precisa apenas ficar no seu lugar, manter-se inabalável, iluminando o ambiente. A palavra correta é “resistir” – Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós (Ti 4:7). Fique na sua posição. Ninguém vai poder tirar de você o cinturão de campeão, simplesmente porque não há páreo para você.

Um novo mandamento vos escrevo, o qual é verdadeiro nele e em vós; porque as trevas vão passando, e já brilha a verdadeira luz (1 Jo 2:8).

Deixe a sua luz brilhar. Não se entristeça, não se desespere se você hoje está numa situação desfavorável. Não retribua o mal com o mal, afinal cada um só pode dar o que tem e você tem o Espírito de Deus, é pleno de Seu poder, de Sua bondade. Tenha paciência, seja perseverante, porque no momento certo Deus sua luz vai ser reconhecida. Você é necessário. O mundo precisa de você. Brilhe! 

quinta-feira, fevereiro 21, 2013

Quer ser feliz?

Quem quer amar a vida e ver dias felizes refreie a língua do mal e evite que o seus lábios falem dolosamente; aparte-se do mal, pratique o que é bom, busque a paz e empenhe-se por alcançá-la. Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal (I Pe 3:10-12).

Esse é o texto da semana. São conselhos simples para um tipo específico de pessoa: quem deseja amar a vida e ver dias felizes. Será que você conhece alguém que não tenha isso como meta?

Bom, para alcançar esse alvo maravilhoso é preciso obedecer a três comandos principais. Sem isso é impossível que tal suceda. Sei que você pode estar querendo dizer: “Keila, muitas outras coisas devem ser acrescentadas aí.” Concordo plenamente. Leia a Bíblia e verá que há inúmeras outras boas coisas a serem feitas. Mas creio serem estas as principais.

Aqui estão os conselhos:

1 – Guarde a sua língua do mal e os seus lábios não falem dolosamente.
Há muitos anos eu e a torcida do Flamengo lemos um best seller chamado “O Segredo”. De acordo com o livro, o segredo para viver bem estava nas palavras. Ele dizia que as palavras têm poder e criam atmosferas, são sementes que lançamos e certamente produzirão frutos. Assim, quem lança palavras ruins terá uma triste colheita; quem é cuidadoso nas palavras comerá do seu fruto. Quem lê a Bíblia sabe que isso não é nenhuma novidade – A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto (Pv 18:21). Quando Deus resolveu criar todas as coisas, utilizou o poder da palavra. Disse: “Haja”, e houve. Muito do que estamos experimentando é resultado das nossas próprias palavras. E ainda mais: o texto diz que os nossos lábios não devem falar dolosamente. A diferença entre o dolo e a culpa está na intenção. O livro de Tiago diz: A língua, porém, ninguém consegue domar. É um mal incontrolável, cheio de veneno mortífero (Ti 3:8). Sem o auxílio do Espírito Santo, ninguém é capaz de domar sua própria língua. E mesmo com o Seu auxílio, sabemos que escorregamos muitas vezes no falar. O que o texto sugere então é que evitemos o dolo, estejamos alertas para, se dissermos algo ruim, que não seja com a intenção, não sejam palavras pensadas, refletidas, amargamente arquitetadas no nosso interior. Se acontecer, que seja por um escorregão, totalmente sem intenção.

2 - Afaste-se do mal e faça o bem.
A Bíblia explica a si própria. Ela diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. E o que é o temor do Senhor? O temor do Senhor é aborrecer o mal (Pv 8.13). Devemos odiar tanto o mal a ponto de isso fazer com que nos afastemos não só dele, mas de tudo o que possa parecer com ele – Fugi de toda aparência do mal (I Ts 5.22). Somos afetados por tudo o que acontece à nossa volta. Quantas vezes não nos arrependemos de ter feito alguma coisa movidos por impulso, pelas sugestões das companhias, pela massa? Evitar as más conversações, as más companhias, os maus hábitos, os maus pensamentos... é proteção para nós.

3 – Busque a paz e siga-a.
Meu pai repetiu para mim algumas vezes um ditado muito conhecido: “Melhor um mau acordo do que uma boa demanda”. A paz custa preço. É preciso abrir mão de muitas coisas para alcançá-la. É tolo aquele provérbio que diz: “Dou um boi para não entrar numa briga e uma boiada para não sair dela.” Paulo disse certa vez que o fato de haver demandas entre o povo de Deus era vergonhoso, que deveríamos aprender a sofrer o dano. Precisamos aprender que manter a paz é sempre vencer a guerra. Há muitas demandas que simplesmente não valem a pena – diria que a maioria delas. Esse assunto é tão interessante que a Bíblia nos diz: Seja a paz de Cristo o árbitro em vossos corações (Cl 3.15). O que é a paz de Cristo? É a convicção que o Espírito Santo traz ao nosso coração de que, embora passemos por aflições, estamos agindo como Deus quer. Quem tem essa paz consegue se sentir bem a despeito das circunstâncias adversas, das lutas que todos temos de enfrentar. Se estamos em meio a uma guerra, mas interiormente nos sentimos em paz, podemos permanecer onde estamos. Mas se o nosso interior está incomodado, o nosso coração não está em paz e temos andado em harmonia com o Espírito Santo, certamente estamos no lugar errado.

E aqui vai o fim do texto: Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, E os seus ouvidos atentos às suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. Essa é a parte que me traz um alívio total, pois diz que os olhos do Senhor estão sobre nós, que aceitamos ser justificados pela Sua morte e ressuscitados com Ele. E tremo quando leio o final: O rosto do Senhor é contra os que fazem o mal. Misericórdia! Imaginem o que é ter Deus como adversário! Dizer que Deus é contra alguém deve nos deixar aterrorizados.

Embora muitos pensem que a Bíblia contém restrições, que é muito difícil obedecer-Lhe, afirmo que mais difícil é desobedecer-Lhe. A obediência aos mandamentos do Senhor não muda nada em Deus, não tem como fim Sua pessoa. Simplesmente melhora a nossa vida. Tudo o que Deus nos ordena a fazer é por nós mesmos. Somos os mais prejudicados quando falamos o que não devemos e com dolo, quando insistimos em permanecer num ambiente de disputas, quando não damos à paz o valor que ela merece.

Ame a vida e tenha dias cada vez mais felizes!!!

sábado, fevereiro 16, 2013

A Fé e a Esperança

Toda a Bíblia é extraordinária, mas para alguns capítulos nem há adjetivos. Um deles é I Coríntios 13. Seu terceiro versículo é: "Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada". Em outra versão o final é: "Se não tivesse amor, eu nada seria". Em outras palavras, podemos chegar ao ápice, ter tudo, mas isso seria nada se não tivéssemos amor - amor para receber e amor para doar.

Os últimos versos desse capítulo falam do nosso futuro, que um dia conheceremos como somos conhecidos, que veremos a Deus face a face, mas encerra dizendo que aqui devem permanecer três coisas: fé, esperança e amor. Sempre quis entender o que significa o último versículo que, para mim, parecia não combinar: "Portanto, agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. Porém a maior delas é o amor (I Coríntios 13:13). 

Você saberia diferenciar fé de esperança? Sempre achei as duas coisas muito parecidas. Pensava: fé é a certeza daquilo que estou esperando, portanto, a própria essência da esperança. Se é assim, são dissociáveis. Então a Bíblia não precisa falar de esperança, porque quando fala de uma está falando da outra. Sempre quis saber sobre esse assunto. 

Como entender, então, este texto: "E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência;  e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança" (Rm 5:3, 4)? Sempre soube que havia algo que eu não sabia que precisava ser esclarecido. A tribulação é necessária porque produzirá, no final, esperança. Para que a esperança? Só fé não seria suficiente? Por que a tribulação tem como objetivo gerar a esperança e não fortalecer a fé?Hoje o Espírito Santo me explicou e eu repasso.

A definição clara e precisa de fé é esta: "A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos e a prova de que existem coisas que não podemos ver" (Hb 11:1). A fé em Deus é a certeza de que Ele existe. A fé na cura é a certeza de que ela vai acontecer. A fé na Bíblia é a certeza de que ela é a Palavra de Deus (e não que contém a palavra de Deus). A fé cristã é a convicção de que Deus existe, nos ama e por isso enviou o Seu Filho, Jesus Cristo, ao mundo para morrer por nossos pecados para que, através dEle, recebêssemos toda a plenitude do que está envolvido na palavra "salvação". 

Convém realçar, porém, que, no próprio conceito de fé está dito: "certeza de que vamos receber as coisas que esperamos" - as coisas que esperamos: esperança. Vamos incluir a esperança nesse contexto.

O texto de Romanos que citei acima diz que o propósito da tribulação é produzir paciência. Quando somos atribulados, cresce a nossa paciência mesmo que não queiramos, porque simplesmente aprendemos que algumas coisas só serão resolvidas com o tempo. Essa paciência aprendida na marra nos leva à experiência. Quanto mais experientes, mais aptos a prever resultados, ações e reações, atitudes e consequências. E tudo isso deve culminar na esperança. A experiência traz esperança e devem permanecer a fé, a esperança e o amor.

O que é a esperança? Diria que é a disposição de aguardar aquilo que vai acontecer. Não basta saber que a Bíblia é a Palavra de Deus. É preciso considerar que ela é para mim hoje. Tentando ser um pouco mais clara: muitas pessoas creem que Deus ainda cura, mas não têm esperança de que isso aconteça com elas. Muitos creem que Deus pode mudar corações, mas não que isso se aplique aos seus próprios casamentos. Muitos creem que Deus ama, mas não a elas próprias porque se consideram indignas. Têm fé, mas não têm mais esperança. 

A esperança é necessária para andar com Deus. Não basta crer que o que Deus diz é a verdade. É preciso crer que o que Ele diz é para nós, para hoje, para agora, vai acontecer, está quase, vale a pena esperar.

A fé é muito importante. Deus existe e tudo o que Ele fala na Sua Palavra é a verdade. Mas a fé só nos permite receber aquilo que esperamos. Novamente: "A fé é a certeza de que vamos receber as coisas que esperamos" (Hb 11:1). Se nada esperamos, nada receberemos. Se Deus pode fazer, mas não conosco, Ele fará, mas não receberemos. Só recebe quem tem esperança.

"Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor".

Creia que Deus pode todas as coisas e tenha esperança: Ele agirá em seu favor. Ah, se fará!!!