terça-feira, maio 24, 2016

Acorda, irmão!

Três disciplinas são fundamentais para termos uma vida bem-sucedida espiritualmente: meditação nas escrituras, adoração e oração. Hoje vou me ater à última: oração.

Uma das causas de estagnação na vida cristã é a ausência de oração. A oração é o oxigênio do nosso relacionamento com Deus. Não é possível desenvolver um relacionamento sem comunicação. Para que duas pessoas se conheçam bem, é necessário muito, mas muito diálogo. Ainda estou conhecendo meu marido. Estamos juntos há pouco mais de 25 anos entre namoro e casamento e nesse tempo todo há muita conversa envolvida, mesmo assim ainda há muito a dizer. Quanto mais conversamos, mais nos conhecemos, mais nos tornamos íntimos. A oração é o nosso diálogo com Deus.


Como quase tudo na vida espiritual, orar não é algo natural para nós. É ou não é desafiador conversar com alguém que seus olhos físicos não vê? É ou não é desafiador ouvir alguém somente no seu interior, e não com seus ouvidos naturais? Até mesmo se concentrar para desenvolver esse diálogo é um desafio. Embora tenhamos sido criados para a comunhão com Deus, não é simples desenvolvê-la. E Ele sabe disso.


Quero falar um pouquinho sobre o que pode acontecer quando negligenciamos a disciplina da oração e farei isso usando um exemplo bíblico muito conhecido: o de Pedro.


Para Pedro, negar Jesus foi algo extremamente doloroso. Pelo relato de seus últimos diálogos com Jesus, somos informados que ele não tinha a menor consciência de que seria capaz de trair o Mestre. Quando o próprio Jesus disse que ele o negaria, sua resposta foi que isso jamais aconteceria. Por quê? Porque ele estava interiormente convicto de que amava o Senhor, estava totalmente consciente do seu ponto forte, mas não sabia das potencialidades para o mal que ainda existiam dentro dele.


A forma como Jesus tratou a Pedro é sublime, embora soubesse do que estava para acontecer. Antes mesmo que ele passasse por uma prova tão dura, o Senhor o avisou: Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás (Mt 26.34); Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça (Lc 22.31).

O que Jesus podia fazer por Pedro Ele fez: orou por ele e o avisou. E mais: quando a história segue, vemos Seu extremo cuidado para com esse discípulo amado. Poucos minutos antes de Pedro falhar, Jesus contou para ele como poderia sair ileso: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41). Três vezes Jesus convidou Pedro a orar, dizendo até o que pedir: “peça para não ser tentado”. Se Ele disse a Pedro que orando ele não cairia em tentação é porque, de fato, ele não cairia em tentação.

Já sabemos o final da história. Pedro estava despreparado para enfrentar aquela batalha. Ele não obedeceu ao Mestre e, como um gentil Cavalheiro, Jesus respeitou a decisão de Pedro de dormir em vez de orar. 


O fracasso de Pedro é anterior à própria negação de Jesus. Tudo começou quando ele negligenciou a primeira ordem: a oração. O fracasso público que acontece na nossa vida é posterior ao nosso fracasso secreto em não nos prepararmos para as batalhas que temos a enfrentar durante o dia em oração. Jesus nos ordenou em Mateus 6 que deveríamos orar sempre dizendo: “E não nos deixes cair em tentação.” Essa é uma oração, entre outras, que deveríamos fazer constantemente. Assim podemos ser livres de fracassos.

Decidi compartilhar isso com você porque sinto fortemente o chamado para uma vida mais intensa de oração. Sei que o Espírito Santo diz o mesmo a você. São inúmeros os versículos bíblicos que nos aconselham a orar.

Aqui fica o alerta: não haverá sucesso na nossa vida pública se nos nossos bastidores não houver uma forte vida de oração, pois as tentações continuam a se apresentar diariamente a todos nós. Para resistirmos, precisamos de mais do que força ou boa vontade. O segredo da vitória é ser muito forte, firme e constante na oração.



Vai orar, irmão! 

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