Três disciplinas são
fundamentais para termos uma vida bem-sucedida espiritualmente: meditação nas
escrituras, adoração e oração. Hoje vou me ater à última: oração.
Uma das causas
de estagnação na vida cristã é a ausência de oração. A oração é o oxigênio do
nosso relacionamento com Deus. Não é possível desenvolver um relacionamento sem
comunicação. Para que duas pessoas se conheçam bem, é necessário muito, mas
muito diálogo. Ainda estou conhecendo meu marido. Estamos juntos há pouco mais
de 25 anos entre namoro e casamento e nesse tempo todo há muita conversa
envolvida, mesmo assim ainda há muito a dizer. Quanto mais conversamos, mais
nos conhecemos, mais nos tornamos íntimos. A oração é o nosso diálogo com Deus.
Como quase tudo na vida espiritual, orar não é algo natural para nós. É ou não é desafiador conversar com alguém que seus olhos físicos não vê? É ou não é desafiador ouvir alguém somente no seu interior, e não com seus ouvidos naturais? Até mesmo se concentrar para desenvolver esse diálogo é um desafio. Embora tenhamos sido criados para a comunhão com Deus, não é simples desenvolvê-la. E Ele sabe disso.
Quero
falar um pouquinho sobre o que pode acontecer quando negligenciamos a
disciplina da oração e farei isso usando um exemplo bíblico muito conhecido: o de
Pedro.
Para
Pedro, negar Jesus foi algo extremamente doloroso. Pelo relato de seus últimos
diálogos com Jesus, somos informados que ele não tinha a menor consciência de
que seria capaz de trair o Mestre. Quando o próprio Jesus disse que ele o
negaria, sua resposta foi que isso jamais aconteceria. Por quê? Porque ele
estava interiormente convicto de que amava o Senhor, estava totalmente
consciente do seu ponto forte, mas não sabia das potencialidades para o mal que
ainda existiam dentro dele.
A forma como Jesus tratou a Pedro é sublime,
embora soubesse do que estava para acontecer. Antes mesmo que ele passasse por
uma prova tão dura, o Senhor o avisou: Disse-lhe
Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás (Mt 26.34); Disse também o
Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo;
Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça (Lc 22.31).
O que Jesus podia fazer
por Pedro Ele fez: orou por ele e o avisou. E mais: quando a história segue,
vemos Seu extremo cuidado para com esse discípulo amado. Poucos minutos antes
de Pedro falhar, Jesus contou para ele como poderia sair ileso: Vigiai e orai, para que não entreis em
tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt
26.41). Três vezes Jesus convidou Pedro a orar, dizendo até o que pedir: “peça
para não ser tentado”. Se Ele disse a Pedro que orando ele não cairia em tentação é porque, de fato, ele não cairia em tentação.
Já
sabemos o final da história. Pedro estava despreparado para enfrentar aquela
batalha. Ele não obedeceu ao Mestre e, como um gentil Cavalheiro, Jesus
respeitou a decisão de Pedro de dormir em vez de orar.
O
fracasso de Pedro é anterior à própria negação de Jesus. Tudo começou quando
ele negligenciou a primeira ordem: a oração. O
fracasso público que acontece na nossa vida é posterior ao nosso fracasso
secreto em não nos prepararmos para as batalhas que temos a enfrentar durante o
dia em oração. Jesus nos ordenou em Mateus 6 que deveríamos orar sempre
dizendo: “E não nos deixes cair em tentação.” Essa é uma oração, entre outras, que
deveríamos fazer constantemente. Assim podemos ser livres de fracassos.
Decidi
compartilhar isso com você porque sinto fortemente o chamado para uma vida mais
intensa de oração. Sei que o Espírito Santo diz o mesmo a você. São inúmeros os
versículos bíblicos que nos aconselham a orar.
Aqui fica
o alerta: não haverá sucesso na nossa vida pública se nos nossos bastidores não
houver uma forte vida de oração, pois as tentações continuam a se apresentar
diariamente a todos nós. Para resistirmos, precisamos de mais do que força ou
boa vontade. O segredo da vitória é ser muito forte, firme e constante na oração.
Vai orar, irmão!
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