sexta-feira, abril 05, 2013

O caso Pastor Marco Feliciano

O que me faz escrever o texto de hoje é saber este texto aqui: "Quem comigo não ajunta, espalha". Quer dizer, Deus espera que eu ajude a ajuntar no reino espiritual. Com aquele papo de que quem não atrapalha já ajuda não concordo. Quem ajuda ajuda. Quem não se manifesta, não age, não ajuda, por consequência, atrapalha.

Assim, tendo em vista tudo o que tenho lido nos jornais, no facebook, na mídia, resolvi me posicionar. E a questão é a permanência de um Deputado que se diz pastor na presidência de uma comissão na Câmara dos Deputados.

Lamento muito tudo o que tenho lido, principalmente no Correio Braziliense. Acho que, desde que a história começou, pelo menos umas dez vezes o assunto ocupou a capa do jornal. A notícia sempre tendenciosa: contra ele. No Facebook vejo meus amigos evangélicos se manifestando contrariamente, grande parte deles. Não concordo com grande parte do que dizem. Não pare de ler, não, agora que já tem ideia de como vou me posicionar. Leia meus argumentos e reflita sobre a questão. Espero que você não perca nada lendo este texto aqui.

A primeira discussão que vejo é acerca da representatividade do Marco Feliciano como pastor evangélico. Ele mesmo se intitula, foi assim o nome de parlamentar que escolheu na Câmara dos Deputados: Pastor Marco Feliciano. Totalmente descabida são as afirmações daqueles que postam no Facebook: "Marco Feliciano não me representa". Aceito isso da parte dos eleitores de São Paulo que não fizeram opção por ele. Mas ver pessoas de Brasília e de outros estados dizerem isso é, no mínimo, absurdo. É claro que Marco Feliciano não nos representa! Isso nem precisa ser dito. É claro que não o elegemos. Foram pouco mais de 211 mil paulistas, de acordo com o Correio Braziliense.

O deputado tem muitos patrões aos quais deve justificativas. Acreditaram nele, deram a ele um emprego, concordaram com as propostas dele, que nem fiquei sabendo quais são. Não assisti a uma só de suas apresentações no horário eleitoral. Ele tem muitos patrões, e não sou eu. Portanto nem deveria me envolver nessa questão, mas, de outro lado, digo que deveria, porque sou a patroa de todos eles no momento em que pago os meus impostos, por isso, o salário que recebem depende também de mim.

Falando de representatividade, poderia dizer que mais de 211 mil pessoas estão dispostas a pagar o salário dele. Enquanto isso, os principais articuladores de sua saída da comissão têm quase 2.000% menos votos que ele. Se não tivessem sido puxados por coligações, nem deputados seriam. Então só para começar, o voto dele nem deveria valer o mesmo que o de outros poucos que tiveram uma votação quase insignificante. Mas lei é lei.

A esse respeito assisti a uma entrevista dada pelo Tiririca ao Paulo Henrique Amorim muitíssimo interessante. Quem se interessar pode achá-la na Internet. Ele dizia que se decepcionou com Congresso Nacional porque o voto dele, que foi eleito por milhares de pessoas, tem o mesmo valor do de gente que recebeu poucos votos. Embora represente a muitos, descobriu na vida parlamentar que pode fazer muito pouco. Seu dizer tem um quê de frustração. Revelou na entrevista que conversou com parlamentares que estão em terceiro ou quarto mandato e não conseguiram ainda aprovar um só projeto.

Digo tudo isso apenas para informar que Marco Feliciano tem tanta força quanto todos os outros, ou nenhuma força como nenhum outro. Se é assim, não acham que o estardalhaço está grande demais?

Os políticos, classe que o Pastor Marco Feliciano integra, decidiram, sem que eu concorde com isso, que eu sou obrigada a votar em todas as eleições. Por ser funcionária pública, se não o faço, sofro diversas penalidades. E não só eu, funcionária pública. Os brasileiros sofrem muitas penalidades se não forem votar, inclusive monetárias. Daí vale perguntar: o que estavam fazendo esses políticos que não compareceram à votação na Comissão de Direitos Humanos, que não fizeram essa campanha toda antes que Marco Feliciano fosse eleito? Que punição receberam por não terem voltado? É claro que receberam uma punição e têm que aceitar o veredito: ele foi eleito. Eram 18 votos possíveis. Conseguiu 11, quase maioria qualificada.

É um absurdo terem se eximido da responsabilidade votar. O que aconteceria comigo se eu também assim fizesse, se não comparecesse às urnas por não gostar dos candidatos? Para começar, não receberia meu salário. Aí aproveito para perguntar a vocês leitores se têm ou não gostado dos candidatos no interesse de quem somos todos obrigados a ir às urnas? Repito: nós somos obrigados e eles não foram por que mesmo?

O fato é que Feliciano foi eleito democraticamente, se é que isso se pode dizer. De qualquer forma, ele está legalmente imbuído da responsabilidade de presidir uma comissão. E é lá que deve permanecer, gostem ou não os que não concordam com ele. Nós brasileiros não concordamos com muita coisa que acontece no Congresso, não queríamos ser obrigados a votar porque muitas vezes nem temos candidatos, mas eles estão lá e nós temos por eles todo o respeito que merecem.

Outro dia fui passear num shopping em Curitiba, quando comecei uma conversa com uma senhora muito distinta no elevador. Ela me perguntou de onde eu sou. Disse que sou de Brasília. E fez uma brincadeira com os habitantes de Brasília que achei muito desagradável, dizendo que esta cidade está muito mal ocupada. Eu disse a ela que se ela se referia aos políticos que aqui estão, nós brasilienses colocamos muito poucos. A maior parte foi enviada por todo o resto do país. Então, se Brasília está mal habitada, é melhor eles mandarem pessoas melhores para a nossa cidade. Claro que disse isso sorrindo e tentando ser "elegante".

O que é legal, é legal. Devemos defender a democracia, devemos defender a legalidade, devemos ver respeitado o que eles próprios, os políticos, acordam. Esse que está instigando essa confusão toda no Congresso deveria ter ido à comissão votar e, se não foi, tem a obrigação de suportar a escolha da maioria.

Não quero discutir se Marco Feliciano está certo ou errado, se representa bem os evangélicos, se é assim ou assado. Ninguém vota porque é evangélico. Vota porque é cidadão brasileiro e preenche os requisitos. Então essa questão religiosa nem deveria estar em pauta. Marco Feliciano não está presidente de uma comissão porque é pastor. Se chegou ao cargo por isso, parabéns. É sinal de que conseguiu influenciar pessoas, e muitas. Parabéns para o Tiririca também, que teve uma votação ainda maior. Mas, ao que sei, na Câmara, o palhaço Tiririca é o Deputado Tiririca e o Pastor Marco Feliciano é o Deputado Marco Feliciano. Trabalha lá como todos os outros, faz o que fazem todos os outros, tem mesmos direitos que todos os outros, inclusive o de presidir uma comissão.

Repito: defendo a legalidade. Ele deve lá permanecer porque para isso foi eleito. Os patrões dele, os 200 e tantos mil que nele votaram, têm direito a isso. Ele não deu golpe na comissão para estar lá, simplesmente foi eleito. E não deve ser deposto por golpe. Querem tirar? Esperem seu mandato acabar ou descubram um motivo que se enquadre em lei.

Todo cidadão sabe que, quando em campanha, prometem mil coisas, quando eleitos, muitos não cumprem o que prometeram. E o que fazem seus eleitores? Ainda que contrariados, esperam a eleição seguinte.  

E tem mais. Melhor do que continuar discutindo isso, principalmente no Facebook, com argumentos vazios, seria todo mundo pegar o Regimento Interno da Câmara dos Deputados e ler o que faz um presidente de comissão. Essa comissão nem é grande coisa, nem tem poder terminativo. Estão superestimando um cargo que nem tem tanto poder. Está a parecer que ele é o novo presidente da República, ora bolas.  O que pode fazer naquela comissão é muito pouco diante da necessidade do Brasil de realmente ver direitos humanos sendo respeitados. 

Por essas e outras razões que nem vale a pena tomar tempo para continuar escrevendo, penso que Marco Feliciano deve permanecer presidente da Comissão de Direitos Humanos. E também que Jean Willys, Érika Kokai e os outros devem voltar a frequentá-la e discordar honesta e legalmente, sem tentar ganhar no grito ou na confusão. Que respeitem as leis que eles próprios ajudam a fazer! Simplesmente isso.

Deputado Marco Feliciano, melhor, Deputado Pastor Marco Feliciano, como queira, espero que cumpra seu mandato até o final. Quem sabe não me surpreende fazendo mais do que todos os outros que por aquela comissão passaram? Desejo-lhe sucesso e oro para que dê um bom exemplo.

Sobre esse assunto, é só. Página virada.


Enviado via iPhone

quinta-feira, abril 04, 2013

Investimento lucrativo

Bom dia! Que maravilha estarmos vivos, com saúde. É motivo mais do que suficiente para celebrar.
 
Semana passada hospedei três sobrinhos. Não foi a primeira vez que percebi que as crianças já não sabem mais brincar. Cansei de vê-los sentados um ao lado do outro sem conversar, cada um com seu aparelho eletrônico na mão. Confiscamos todos e mandamos as crianças para fora, para que inventassem alguma coisa interessante para brincar. Qual não foi a nossa surpresa ao vê-los, depois de 30 ou 40 minutos, de volta ao interior da casa, solicitando furiosos que devolvêssemos seus aparelhos. É assim que está o mundo.
 
O assunto de hoje é o consumismo. Vivemos numa sociedade de consumo e nós pais sabemos muito bem o que isso quer dizer. Meus filhos, há tempos, me perturbam pedindo um presente que é o desejo de muitos filhos dos meus amigos: um iPhone. Quem não deseja? Até quem tem quer trocar por um modelo mais novo. Qual criança ainda não pediu ao seu pai um desses modelitos novos da tecnologia: iPhone, PSP, videogame, celular? A tecnologia tomou conta do nosso mundo.
 
A Bíblia diz que os desejos do homem são como o mundo dos mortos, que jamais se satisfaz. É assim mesmo. Desejamos tantas coisas, tantas coisas, possuímos tantas coisas, tantas coisas que nem mesmo sabemos o que temos. Qual mulher nunca se espantou, ao arrumar uma gaveta, com uma blusa que nem sabia que tinha? Temos mais do que precisamos, mas ainda estamos com aquela sensação de que temos necessidade de mais. Seriam trágicas, se não fossem cômicas, as histórias de mulheres que, quando convidadas para sair, dizem não ter roupas ou sapatos adequados, embora os guarda-roupas estejam superlotados. Parece que estamos enlouquecendo.
 
Meditemos em Provérbios 3. Espero que você não se canse de estudar aqui comigo esse livro, o manual da sabedoria.
 
O que você diria se eu lhe contasse que há um produto no mercado que, além de extraordinário, não perde jamais o seu valor? Ouvi dizer que, no ano passado, o investimento que mais rendeu foi o ouro. Quem juntou dólar perdeu, poupança no Brasil é brincadeira, mas quem comprou ouro se deu bem. E se eu dissesse que há um produto facilmente encontrado no mercado que rende mais, muito mais do que o ouro? Pois é. Ele existe: Como é feliz o homem que acha a sabedoria, o homem que obtém entendimento, pois a sabedoria é mais proveitosa do que a prata e rende mais do que o ouro. É mais preciosa do que rubis; nada do que você possa desejar se compara a ela (Pv 3:13-15).
 
Uma notícia melhor do que essa de que a sabedoria vale muito é: ela está disponível para quem quiser. É “fácil” obtê-la (leia o post de ontem). Podemos enriquecer nela dia a dia, como quem junta dinheiro.
 
E qual é o lucro que ela proporciona? Falei sobre isso ontem, mas no texto de hoje tem mais. Na mão direita, a sabedoria lhe garante vida longa; na mão esquerda, riquezas e honra. Os caminhos da sabedoria são caminhos agradáveis, e todas as suas veredas são paz. A sabedoria é árvore que dá vida a quem a abraça; quem a ela se apega será abençoado (Pv 3:16-18). Volto às minhas considerações: quem a tiver não sentirá falta de nada, aumentará seus dias de vida, será feliz consigo, conseguirá andar satisfeito com aquilo que possui, terá uma vida agradável... É simplesmente um produto extraordinário. Quem pode prescindir dele?
 
Com muita humildade, quero dar uma definição muito simples dessa palavra com as minhas provas palavras. Sabedoria é saber o bem que deve ser feito e conseguir realizá-lo. É simplista a definição, mas é assim mesmo que penso nela. É saber fazer as melhores escolhas e colocá-las em prática. É saber com o coração e fazer valer com as atitudes.
 
Colhemos o fruto das nossas próprias ações. É incrível ver que tudo volta para nós no final das contas. O bem que fazemos recebemos de volta imediatamente em forma de bem-estar e, depois, também de outras maneiras. Quem faz o bem é feliz, isso eu posso afirmar. Tem o prazer de colocar a cabeça no travesseiro e dormir o sono dos bons. De outra sorte, o mal que se faz aos outros volta para quem o pratica, além de vir de forma uma corpórea, palpável mesmo, faz o nosso corpo sofrer. É indiscutível a lei da ação e reação,  causa e consequência. É horrível sofrer na própria consciência.

Na nossa consciência foi escrito o bem e o mal. Não precisamos dizer às crianças, muitas vezes, o que está errado. Elas sabem quando estão agindo em desacordo com aquilo que se espera delas, com o que é certo. Nós também sabemos que é certo. A nossa consciência nos informa quando estamos agindo da forma como deveríamos e quando estamos contrariando alguma lei natural. Os filósofos chamam de estado de natureza um estado de consciência nato, que não é preciso ser ensinado porque já está lá dentro se manifesta quando crescermos. Por isso eu digo que sabemos o que é bom, que devemos fazer o bem. Precisamos fazer sempre as escolhas certas.
 
A sabedoria nos salva de muitos problemas. Deveríamos buscá-la acima de qualquer outra coisa. Vejo tantas pessoas correndo atrás de concursos públicos, do carro do ano, do novo tablet, do novo modelo de celular, mas vejo poucas correndo atrás a sabedoria, sim, esperneando por saber mais. 

Quero deixar essas reflexões para você. Fico feliz de ver que você está aqui comigo neste blog pensando sobre esse esses assuntos, crescendo em sabedoria como eu tenho crescido com a simples leitura de Provérbios.
 
Espero que você faça esse grande investimento pois é lucro certo. Só sucesso!

quarta-feira, abril 03, 2013

Os Verbos

Estou convencida de que vivemos em uma época em que os verbos são mais necessários do que os substantivos. Não sei se é o passar dos anos que me leva a dizer isso. Os substantivos próprios são fundamentais: pessoas e lugares. Amo as pessoas e amo conhecer novos lugares. Mas para isso é preciso verbos, atitudes.

Continuando a leitura de Provérbios, posto aqui as reflexōes sobre o que li ontem. O assunto são os verbos.

Todo o livro de Provérbios é centrado naquele tema sobre o qual escrevi ontem: a sabedoria. Aliás, no capítulo 4, verso 7, há o seguinte: A sabedoria é a coisa principal. Como já disse neste blog, um sábio chamado Mike Murdock disse que todos os nossos problemas giram em torno da falta de sabedoria. Não temos problemas financeiros; falta-nos sabedoria para lidarmos com dinheiro. Não temos problemas conjugais; falta-nos sabedoria para lidar com o outro. E por aí vai.

O capítulo 2 começa assim: Filho, aprenda o que eu lhe ensino e nunca esqueça o que mando você fazer. Aprenda e nunca esqueça. Conselho interessante. Parece simples, mas não é. Para começar, é preciso se abrir para o ensino. Aprender e não esquecer depende do aluno e não do professor. O professor pode ensinar, ensinar, ensinar, mas se o aluno não se abrir para ele e para o seu ensino, não funciona. Às vezes, o problema é o professor; às vezes, a matéria. No nosso caso, se não crermos na Bíblia, se não considerarmos seus ensinos úteis, os conselhos lá contidos não funcionarão, afinal, a base do evangelho é a fé. Então, se abra para a sabedoria. Aprenda e pratique para não esquecer.

O segundo conselho é: Escute os sábios e procure entender o que eles ensinam. Ainda há sábios por aí. Alguns dos que admiro estão mortos. Aprendo com seus escritos. O maior de todos é Jesus, que Se revela em Sua Palavra, que não canso de ler, de escutar, de procurar entender. Nem sempre entendemos o que os sábios dizem. Algumas coisas leva tempo para absorver, mas é certo que andar com sábios sempre acrescenta.

Terceiro: Sim, peça sabedoria e grite pedindo entendimento. Essa é a melhor parte. Se devemos pedir sabedoria, é porque ela pertence a alguém. A quem? A Deus. Mas, se alguém tem falta de sabedoria, peça a Deus, e ele a dará porque é generoso e dá com bondade a todos (Ti 1:5). É o Senhor quem dá sabedoria; a sabedoria e o entendimento vêm dele (Pv 2:6). Nem sempre ganhamos o que pedimos. Mas quando pedimos a coisa certa, quando pedimos aquilo que nossos pais desejam e podem nos dar, o processo é até acelerado; recebemos mais rápido. Com Deus também é assim. E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a sua vontade, ele nos ouve. E se sabemos que nos ouve em tudo o que pedirmos, sabemos que alcançamos as petições que lhe fizermos (I Jo 5.14,15). Peça sabedoria e receberá sabedoria. Só que ela não virá como um pacote que se joga sobre a cabeça. É preciso atitude: agir e pedir, pedir e agir.

Quarto conselho: Procure essas coisas, como se procurasse prata ou um tesouro escondido. Não se trata de algo difícil de ser encontrado. O capítulo 1 de Provérbios diz o seguinte: A suprema sabedoria altissonantemente clama nas ruas; nas praças levanta a sua voz. Do alto dos muros clama; às entradas das portas e na cidade profere as suas palavras (Pv 1:20-21). Há sabedoria por toda parte. Há sabedoria em observar, em discernirmos o que devemos e o que não devemos fazer com base nas experiências dos outros, há a suprema sabedoria chamada Espírito Santo de Deus à disposição de quem O buscar.

Agora vem a melhor parte: a recompensa. Quem trabalha merece salário, quem obedece ao Senhor tem recompensa certa. E ela está descrita no capítulo. Se você fizer isso (obedecer aos verbos: aprender o que a Bíblia ensina e não esquecer, escutar os sábios e procurar entender o que dizem, pedir a Deus sabedoria e procurá-la com diligência), ganhará tudo isto aqui: Saberá o que quer dizer temer o Senhor, e aprenderá a conhecê-lo. Ele dá ajuda e proteção a quem é direito e honesto. Deus protege os que tratam os outros com justiça e guarda os que lhe obedecem. Se você me ouvir, entenderá o que é direito, justo e honesto e saberá o que deve fazer. Você se tornará sábio, e a sua sabedoria lhe dará prazer. O seu entendimento e a sua sabedoria o protegerão e o livrarão de fazer o mal. Assim, você ficará longe das pessoas que vivem dizendo mentiras (Provérbios 2:5-12). Em outras palavras, você ganhará muito no seu relacionamento com Deus, terá proteção, compreensão, crescerá em honestidade e justiça, saberá o que deve fazer, se tornará grande, porque será sábio.

Puxa, que conselhos maravilhosos! Amo os verbos.

terça-feira, abril 02, 2013

Você não leu?

Começou o maravilhoso dia de milagres: Este é o dia que fez o Senhor; regozijemo-nos, e alegremo-nos nele (Sl 118.24). É assim que a Bíblia propõe que comecemos o nosso dia: com alegria, animados, com grandes e boas expectativas. Que tal dar um grande sorriso e olhar em volta para as inúmeras coisas boas que estão ao seu lado?

Continuo hoje um assunto pendente de ontem. O versículo é chocante: Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Vocês, zombadores, até quando terão prazer na zombaria? E vocês, tolos, até quando desprezarão o conhecimento? (Pv 1.22) Se você não se espantou ao ler isso aqui convido a ler novamente, principalmente a primeira parte: “Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência? Que sério isso!

Ser conformado não é normal. Quando fomos criados, Deus colocou em nós um desejo antes mesmo de nos dar uma ordem. Isso quer dizer que o que Ele quer que façamos, no fundo, nós mesmos desejamos fazer. Pois é Deus quem efetua em vocês tanto o querer quanto o realizar, de acordo com a boa vontade dele (Fl 2:13). Depois que colocou em nós um desejo de crescer, deu-nos a ordem: Deus os abençoou, e lhes disse: "Crescei e multiplicai-vos; enchei a terra (Gn 1.28).

Esse nosso desejo de querer sempre mais, essa “insatisfação” é necessária, saudável. O conformismo é antinatural. Por isso a sabedoria, lá no capítulo 1 de Provérbios, pergunta: “Até quando vocês, inexperientes, irão contentar-se com a sua inexperiência?” Essa pergunta nem deveria ser necessária. Todos deveríamos querer saber mais, assim como queremos ganhar mais, ter mais tempo livre. O que há de errado? O que está nos faltando?

Passei algum tempo estudando um comentário do livro de Mateus e fiquei espantada com a forma como Jesus corrigiu os fariseus. Eu nunca havia notado a repetição do mesmo termo que mostro aqui: E quanto à ressurreição dos mortos, vocês não leram o que Deus lhes disse (Mt 22.31); Ele respondeu: "Vocês não leram que, no princípio, o Criador ‘os fez homem e mulher’ (Mt 19.4) Ele respondeu: "Vocês não leram o que fez Davi quando ele e seus companheiros estavam com fome? (Mt 12.3) Ou vocês não leram na Lei que, no sábado, os sacerdotes no templo profanam esse dia e, contudo, ficam sem culpa? (Mt 12.5). Todas essas declarações foram feitas quando os fariseus questionaram Jesus tentando fazê-lo incriminar-se com suas próprias palavras ou quando queriam que Se explicasse por “profanar” o sábado. Muito sabiamente, Jesus sempre devolvia uma pergunta, repetindo sempre as palavras: “Vocês não leram, vocês não leram, vocês não leram”?

Essa pergunta reafirma a minha responsabilidade e a minha impossibilidade de culpar quem quer que seja quando eu estiver diante de Deus. Ele não vai perguntar: "O pastor não ensinou? Ninguém contou? Não deu nos jornais? Sua mãe não disse isso a você?" A pergunta é: "Você não leu? Esteve tudo sempre tão disponível e você não leu?" 

Pense comigo por um momento. Todos nós temos uma Bíblia em casa, guardada em alguma estante, em cima de algum criado, no celular, no Ipad, no computador. Hoje encontramos exemplares gratuitos em muitos lugares, inclusive em gavetas de hotéis. O que nos impede de ler? Por que não lemos?

Seremos julgados pelos nossos atos, pelas nossas palavras, pelas nossas ações, pelas nossas omissões. Vejam que Jesus não estava esperando dos fariseus nada de mais. Como mestres da lei que eram, o Mestre pergunta exatamente sobre o que deveriam saber, nem mais, nem menos.

Hoje estamos numa posição melhor do que a desses mestres. Não precisamos ir ao templo, procurar pergaminhos. Se eles deveriam saber, muito mais nós. E pode até parecer um fardo ter de saber, mas não é. Porque este é o amor de Deus: que guardemos os seus mandamentos; e os seus mandamentos não são penosos (I Jo 5.3). Pode parecer uma obrigação chata ter de saber, repito, mas é proteção para nós. Deus não quer que pereçamos, que sejamos prejudicados pela falta de conhecimento. Somos penalizados por não sabermos o que deveríamos, ficamos aquém daquilo que poderíamos ser e de onde poderíamos chegar pela falta de conhecimento. O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento (Os 4:6).

Sabe o que o tempo tem me ensinado? Que a maior parte do que fazemos depende de hábito. O prazer vem com o hábito; melhor: o hábito pode levar ao prazer. No começo, ler pode ser uma obrigação. Com o tempo, passa a ser um grande prazer. Digo isso por experiência. Amo ler, mas não foi sempre assim. Podemos desenvolver o hábito de ler, de orar, de louvar... Depois, vira prazer.

Se não desejamos saber mais, se não queremos atender ao convite da sabedoria de deixarmos de ser inexperientes, há algo muito errado. Melhor começar a buscar saber, mesmo sem querer, assim como acontece com o exercício físico. É preciso e pronto, de outra sorte, adeus saúde. É preciso buscar sabedoria e pronto, de outro lado, bem-vindo prejuízo!

Nem imagino o que responderia se Jesus me perguntasse: “Você não leu?”



segunda-feira, abril 01, 2013

Dia Primeiro

Primeiro dia de abril, primeiro capítulo de Provérbios, um hábito. Há tempos tento ler todos os dias o capítulo do dia de Provérbios. Nem sempre consigo, mas, como diz a propaganda: sou brasileira e não desisto nunca.

Podemos ler um milhão de vezes a mesma passagem da Bíblia e veremos que jamais será a “mesma passagem da Bíblia”. Cada vez vem um entendimento novo. Absorvemos aquilo que se coaduna à realidade do momento. E sempre, repito: sempre é um refrigério.

Quero conversar aqui com você um pouquinho sobre esse capítulo e, desde já, abrindo um parêntese no primeiro versículo. O livro do homem mais sábio da época, chamado livro da sabedoria por excelência, começa com um versículo de arrepiar qualquer pai ou mãe: Estes são os provérbios de Salomão, filho de Davi, rei de Israel. O fato mais importante da vida de Salomão não era ele ser o rei de Israel. Antes disso, ele era “o filho de Davi”. Pense em quão grande era dizer: “Este é o livro do filho de Davi”. Qual é a importância disso? Davi foi o maior de todos os reis que Israel teve. Foi um grande servo de Deus e isso fez dele o detentor de promessas poderosas. Ele foi tão extraordinário que o Senhor prometeu a ele que jamais faltaria alguém da sua descendência no trono se eles continuassem vivendo em obediencia a Deus. Porque assim diz o Senhor: ‘Davi jamais deixará de ter um descendente que se assente no trono de Israel (Jr 33:17). Sem saber, esse rei estava deixando a seus descendentes a maior herança legada por um homem (exclua-se a herança maravilhosa e incomparável que recebemos de Jesus Cristo).

Esse simples versículo me pôs a pensar – e está me fazendo escrever aqui para que você pense comigo. Quantas coisas queremos deixar aos nossos filhos? Quanta importância damos às coisas terrenas, que são temporais, e quão pouca às celestiais, que são eternas e insubstituíveis? Quantas vezes já pensamos que nenhum bem será maior do que uma vida de obediência e de intimidade com Deus? Fecho o parêntese.

O capítulo continua dizendo o motivo da escrita de todo o livro: Eles [os conselhos ali escritos] ajudarão a experimentar a sabedoria e a disciplina; a compreender as palavras que dão entendimento; a viver com disciplina e sensatez, fazendo o que é justo, direito e correto; ajudarão a dar prudência aos inexperientes e conhecimento e bom senso aos jovens. Se o sábio der ouvidos, aumentará seu conhecimento, e quem tem discernimento obterá orientação para compreender provérbios e parábolas, ditados e enigmas dos sábios (Pv 1.2-6). Quem não quer tudo isso? Que não quer ser sábio? Quem não quer ter entendimento? Para começar, é preciso crer que a Bíblia é o que diz ser; faz o que diz fazer; pode o que diz poder. Parece muito simplório, mas a fé é assim mesmo: inexplicável, incompreensível ao homem natural: Quem não tem o Espírito não aceita as coisas que vêm do Espírito de Deus, pois lhe são loucura; e não é capaz de entendê-las, porque elas são discernidas espiritualmente (I Coríntios 2:14). Só para completar, para que você não chegue a uma compreensão errada, devo dizer que não basta ler. Quando a Bíblia diz ler, quer dizer absorver e praticar, é claro!

Entendido o motivo de o maior de todos os reis escrever o que expôs ali, hora de dizer como começar a ter sabedoria: O temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os insensatos desprezam a sabedoria e a disciplina (1.7). Dois fatos poderosos. De trás para a frente: quem não se preocupa com isso é um insensato, um tolo. E o outro: se o assunto é sabedoria, melhor começar do básico do básico: temer o Senhor.

Quanta coisa se poderia dizer acerca de temer o Senhor! Eu poderia definir esse termo de várias maneiras e já li e ouvi muitas definições, mas decidi que, para mim, a regra é a Bíblia. Quero que ela solucione as minhas dúvidas. Então, como a Bíblia define o que é temer a Deus? Assim: Temer ao Senhor é odiar o mal (Pv 8:13). Temer ao Senhor é odiar tudo o que Deus não faria, tudo o que Deus não aprova, tudo o que fere Seus preceitos, tudo o que não está de acordo com a Sua natureza, que hoje é a mesma de todo filho dEle. Recebemos e compartilhamos de Sua natureza; somos um com Ele. Mas aquele que se une ao Senhor é um espírito com ele (I Co 6:17).

São passos simples que nos ajudarão a sermos sábios. O primeiro já foi dito: honre ao Senhor, temendo-O. Esse é o princípio do princípio.

Segundo: honre os pais, confie, obedeça, respeite, acredite que estão tentando fazer por você o melhor - Ouça, meu filho, a instrução de seu pai e não despreze o ensino de sua mãe. Eles serão um enfeite para a sua cabeça, um adorno para o seu pescoço (1.7,8). Deus deu aos pais a responsabilidade de educar e, nestes dias que vivemos, quando as pessoas são pais cada vez mais tarde, não se pode dizer que não tenham experiência de sobra para transmitir. Eu sei que nem todos os pais são bons, mas honra e respeito cabem em qualquer lugar. Honrar os pais não é uma opção; é uma ordem. Nada melhor do que ser mãe para entender a própria mãe. Li outro dia no Facebook que quando uma mulher diz: “Minha mãe tinha razão” certamente já tem uma filha que ainda não a compreende. Fato.

Por último (por ora, porque a Bíblia tem muitíssimo mais a dizer a respeito), cuidado com as companhias. Meu filho, se os maus tentarem seduzi-lo, não ceda! (1.10). Em outras palavras: Quem anda com os sábios será sábio, mas o companheiro dos insensatos se tornará mau (Pv 13.20).

Poderia continuar porque o capítulo é longo, mas vou parar por aqui. Se eu pensar bem, já está suficiente. Para começar um mês, está para lá de bom.

Feliz 1º de abril, dia de meditar na Verdade!