quarta-feira, novembro 03, 2010

Razão e não Emoção



Deus sempre responde à busca.





Conhecer a Deus e compreender Sua Palavra talvez seja o maior de todos os desafios que temos. Nós mulheres queremos conhecer o mundo pelos nossos sentidos, especialmente pelas emoções. Talvez venha daí o fascínio que temos pelas igrejas pentecostais, pelas manifestações sobrenaturais, pelo riso e pelo choro. Quantas vezes eu já achei estranho meu momento devocional por que não chorei? Eu chegava a achar que os dias em que eu chorava mais minha devocional tinha sido melhor. Qualificava as minhas experiências com Deus com base nas minhas emoções.
Não há base alguma para isso na Bíblia. O chamado de Deus para mim é para um culto racional e não emocional. Por isso está escrito no livro de Romanos: Rogo-vos, pois, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis os vossos corpos como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional (Rm 12.1). As emoções têm muito pouco a ver com a fé. A fé não é a sensação, é a convicção, a certeza.
As emoções são enganadoras. Costumo sempre acordar bem. Não sou mal-humorada, mas o decorrer do dia traz seus desafios e agora, por exemplo, estou só e um pouco chateada por conta de coisas que me aconteceram. Paro, me acalmo, oro, me controlo. Aí tudo muda. É assim mesmo. Nossas emoções querem nos fazer reféns, mas devemos não nos deixar escravizar.
Em momentos assim, penso na extrema grandeza de Jesus, que foi capaz de lidar com seus algozes e não se tornar um pobre coitado injustiçado. Ninguém conseguiu tirar nada dele: a paz, a alegria, a gentileza. Ninguém conseguiu determinar aonde Ele deveria ir. Gosto de um texto do livro de Mateus em que deixa todo mundo esperando por Ele e vai para a outra margem, para uma outra cidade. Muitos de nós - eu, por exemplo - talvez chegasse a pensar que estava no lugar apropriado. Uma multidão me aclama e espera por mim? É aqui que vou ficar. Mas a multidão não conseguia dizer a Jesus o que fazer.
Por causa da multidão, Arão quase perdeu tudo. Só não perdeu, na verdade, por causa da extrema grandeza de Moisés que intercedeu por ele. Quando se viu só, pressionado pelo povo, Arão construiu o bezerro de ouro. Em outras palavras, ele permitiu que a multidão dissesse a ele o que fazer.
É terrível ser uma pessoa que se deixa intimidar. Quer saber se você é uma pessoa que não resiste a pressões? Observe a sua capacidade de dizer “não”. Você diz não com a mesma facilidade com que diz “sim”? Se a resposta é afirmativa, só posso parabenizá-lo.
A pressão popular tentou dizer a Jesus o que fazer. Diziam a Ele quais eram os dias em que podia curar, que tipo de obra podia realizar no sábado, com quem comer, que tipo de adoração aceitar, com que tipo de gente se relacionar... Quiseram até mesmo fazer dele um candidato político. Tentaram aclamá-lO rei, mas Ele não aceitou. É difícil mesmo entender o que é e o que não é de Deus. Na teologia de hoje em dia, muitos diriam: reconheceram o meu valor. Então se lançariam ao Senado ou à Câmara com a grande alegria de ser popular, ser aclamado pelo povo, ser alguém acima da média. Agora me vem a mente a resposta do Missionário R.R. Soares a uma pergunta sobre se candidatar a um cargo eletivo. Eu o ouvi dizer na televisão: “Como eu poderia deixar de ser ministro de Deus para ser ministro dos homens”?
Ninguém diz a Deus o que fazer. Ninguém o constrange nem mesmo pelas emoções. Deus não responde às emoções, responde à busca. Não é porque precisam dEle que vai ao povo. Quantos precisam desesperadamente dEle, mas morrem sem encontrá-lO? De outro lado, quem O buscou e não achou? Ele sempre responde à busca.
Lembro-me da frase célebre de Jesus: Ninguém tira a minha vida; eu voluntariamente a dou. Nem mesmo isso o homem conseguiu tirar dEle. Ele andou pleno dEle próprio, pleno do Espírito, pleno de Deus. E eu só serei como Ele quando o que Deus quer for infinitamente mais importante do que meu senso de justiça, meu desejo de agradar as pessoas, meu amor pela minha própria imagem, minha preocupação com o que os outros pensam de mim.
Não nego minhas obrigações diante do mundo e uma delas é ser uma testemunha. Sei, entretanto, que é impossível agradar a todos. Por mais que eu faça, por mais que eu diga, sempre haverá aqueles que não me aceitam. E isso deve ser considerado como totalmente normal, pois, assim como Jesus, não fui enviada a todas as pessoas, mas a algumas em particular. Jesus disse que se tivesse feito em Tiro e Sidom as obras que realizou em Jerusalém há muito teriam se convertido. E por que Ele não ficou em Tiro e Sidom? Porque tinha uma obra a realizar onde não era aceito, na mesma Jerusalém que matava os profetas e apedrejava aqueles que lhes foram enviados.
Continuo a minha caminhada decidida a ter cada vez mais de Cristo e, ao mesmo tempo, continuar sendo eu. Uma das grandes dores da humanidade é não se aceitar e tentar se conformar à imagem que outros fazem de você. O mundo diz que devemos ter certa cor de pele, certa altura, certo peso, falar inglês, tocar um instrumento, ter bastante dinheiro na conta, um carro e uma casa the best. Jesus diz: Pensai nas coisas do alto e não nas que são da terra.
Sei que querem me mudar, sei que nem todos irão me aceitar, embora eu necessite da aceitação, sim. Acima de tudo, sei que Deus me ama como sou e que não faz exigências para que eu me chegue a Ele. Serei moldada perto dEle e não antes de me achegar. Quanto mais andar com Ele, mais me parecerei com ele. O segredo? A intimidade. É isso que estou buscando.
Quer também? Ele está acessível. Busque a Deus!

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