Hoje li este texto aqui: "Muito antes de criar o mundo, Deus nos escolheu para pertencermos a Ele; naquela época Ele decidiu fazer-nos santos aos seus olhos, sem uma única falta - a nós, que nos encontramos diante dEle cobertos com o Seu amor" (Ef 1.4). Imagino que você esteja estranhando a versão. É da Nova Bíblia Viva.
O amor de Deus é realmente impressionante. Aí em cima diz que Ele escolheu nos fazer santos aos Seus olhos. Isso quer dizer que não importa a opinião dos outros a nosso respeito. Para Ele nós somos santos e ponto final.
É triste, mas libertador ver que ainda não amo como Deus. De uma maneira muito simplória, gostaria de fazer algumas comparaçōes acerca desse amor apenas para exemplificar, porque penso que é algo que devemos compreender.
Quando começamos um relacionamento de namoro, nossas expectativas são elevadíssimas. Os olhos estão fechados para os defeitos e abertos para tudo o que é bom. Mesmo o menor ato de bondade é recebido com grande alegria e aquelas coisas não muito boas justificáveis. Há grande disposição para o perdão, para a tolerância, para ouvir, para compreender, para recomeçar.
Com relação aos filhos, ocorre algo semelhante. Quando pequenos, cada gracinha é motivo de festa. Achamos engraçadas as palavras erradas, os tropeços, o que fazem para serem notados e até sua braveza. Podem chorar a noite inteira, mas depois que os pais dormem um pouquinho os tratam com pura doçura.
Acho que essas são as formas mais gostosas e puras de como nós, na nossa simplicidade, somos capazes de amar.
Não sei o que acontece ao longo do tempo, mas é fato que tudo muda. Os objetos de tanto amor, de repente, podem se transformar em responsáveis pelo nosso desconforto. O namorado tão esperado se transforma no marido insuportável para muitas mulheres. O filho tão gracioso se transforma no adolescente revoltado. O que pensamos sobre eles se reflete nas nossas palavras, nos nossos gestos, nas nossas expectativas. O casamento vira um grande fardo, e do filho tão desejado espera-se apenas que vire dono do próprio nariz, responsável por seus próprios atos e não demore a sair de casa.
Volto ao texto acima. Está escrito que aos olhos de Deus eu sou uma pessoa santa, sem uma única falta. Não é que Ele desconsidere meus erros. O fato é que todo tempo Ele sempre esteve disposto a pagar por eles e fará o que for preciso para que o nosso relacionamento seja maravilhoso. Se não for assim, a culpa jamais será dEle, pois nEle se revela somente amor, compaixão, misericórdia capaz de zerar a minha conta todas as manhãs não importa quão grande ela seja.
Toda a iniciativa para um bom relacionamento parte de Deus. Eu mesma não fiz nada para merecer esse amor que é totalmente gratuito e muitas vezes unilateral - somente dEle para comigo.
Por que temos tanta dificuldade de amar assim? Por que esperamos uma recompensa ou pelo menos o reconhecimento?
Eu deveria amar como Jesus. Preciso amar assim. Isso é "amor de tal maneira", como está escrito lá em João 3.16 - "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu filho unigênito para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna".
Para Deus eu sou: a menina dos Seus olhos, uma delícia, um bom perfume, uma filha amada, uma noiva imaculada.
Pergunto: você já consegue amar assim - de tal maneira? Quem é o seu filho para você? E o seu marido?
Dormirei pensando nisso. Boa noite!
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