domingo, setembro 04, 2016

Eu te conheço?

Há um texto na bíblia que sempre me intrigou. Depois de realizar muitos milagres, de expulsar demônios, de pregar para muita gente, alguns chegarão diante de Jesus e ouvirão dEle: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.22,23). É interessante essa resposta, porque Jesus não vai dizer a eles: "Vocês não me conhecem", mas: "Eu não te conheço."

Como é possível que Jesus não conheça alguém se Ele sabe de todas as coisas? Como Jesus poderia dizer algo assim? Voltemos ao princípio, porque sempre encontraremos as respostas lá.

Deus e o homem tinham uma comunhão perfeita. Ele não pedia licença para entrar no jardim do Éden. Entrava e um e outro desfrutavam da companhia. A partir do momento em que o homem pecou, se escondeu de Deus. Quando Deus entrou no jardim depois desse fatídico episódio, não encontrou mais um homem disponível. Ele estava escondido. Em outras palavras, é como se dissesse: "Hei, agora peça licença para entrar." E mais do que isso: o homem tinha feito folhas de figueira para se cobrir. Era mais uma mensagem: "O Senhor só verá de mim, a partir de agora, aquilo que eu resolver mostrar."

Isso me traz uma lembrança curiosa. No começo do meu casamento, eu ficava chateada com a incapacidade do meu marido de adivinhar meus pensamentos. Queria uma calça de presente de aniversário, ganhava um sapato. Pensava: como ele nunca percebeu que eu só uso a mesma calça? Muitas vezes, pelo seu jeito prático de ser, ele me convidava para acompanhá-lo ao shopping para comprar o meu presente e eu me sentia ofendida: como ele pode não saber que eu gosto de surpresa? Demorou para eu entender que maridos não adivinham pensamentos - às vezes, nem ouvem o que a gente fala (rsrsrsrs). Por isso, na dúvida, eu repito - simples assim! Mike Murdock diz que a mulher inteligente avisa ao marido o dia do aniversário, o presente, a loja e o número que veste, assim ele nunca erra e ela fica sempre satisfeita. Eu topei!

Davi escreveu algo interessante: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Sl 139:23,24). Nunca tinha pensado nesse convite de Davi. Amo esse Salmo, mas, particularmente, pelos primeiros versículos. Esse sempre passou despercebido. Mas agora compreendi algo novo: Davi está dizendo a Deus: "Hei, Deus, estou aberto para que me conheça. Pode perscrutar até mesmo as profundezas do meu ser. Eu Te dou livre acesso ao meu ser integral."

Jesus disse: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3.20). Que Deus gentil, cavalheiro, ético! Ele não invade, não derruba portas, não se aproveita de oportunidades para ocupar um lugar sem que esteja "autorizado". Ele pede licença, Ele pede… Não é incrível Deus ser Deus, ter todo poder para ordenar, ter todo direito de mandar, mas Se humilhar a ponto de pedir? Mas é isto mesmo: ele pede. Ele não violará a nossa intimidade. Só irá até onde permitirmos que Ele vá.

Você consegue imaginar um Deus mais doce?! Você consegue imaginar um Deus mais lindo?!

Voltando ao primeiro texto, quando Ele diz: "Não vos conheço", em outras palavras, está dizendo: "Você nunca permitiu que eu o conhecesse." O que acontece com quem não se permite ser sondado por Deus é que perde a oportunidade de conhecer a si próprio, por isso não consegue discernir suas motivações, assim, faz coisas certas pelos motivos errados, o que, no fim, é a coisa errada. Todas as vezes que Lhe damos acesso a nós, somos transformados pela Sua vida, pelo Seu caráter, purificados em nossa essência. E o melhor: é impossível nos achegarmos a Ele sem nos apaixonarmos por quem Ele é.

Quem nunca se deixou conhecer por Deus, como pode querer passar a eternidade com Ele?

terça-feira, agosto 02, 2016

As Duas Faces do Perdão

Perdão é um dos assuntos dos quais fujo. Não que tenha ofendido gravemente alguém ou que tenha sido seriamente ferida. Acho que me pareço muito com os discípulos, que disseram ao Mestre: “Quantas vezes temos de perdoar?”. Ele respondeu: “Setenta vezes sete.” E eles concluíram: “Aumenta-nos a fé.” É por aí, assunto complicado mesmo. Mas quando chega o capítulo sobre perdão na Bíblia não há como fugir. Então, enfrentemos a questão.

Creio sinceramente que a oração do Pai Nosso contém exatamente tudo que deveríamos dizer a Deus. É simples, rápida e poderosa. Cronometrei hoje o tempo que levamos para fazê-la. Falando bem devagar, menos de um minuto. Veja bem, a oração que Jesus ensinou leva menos de um minuto para ser feita e contém uma diretriz perfeita dos assuntos que eu não deveria me esquecer de abordar com Deus. Puxa vida, é simples mesmo orar!


Hoje quero falar sobre uma pequena parte dessa oração, que é a questão do perdão. Jesus disse: Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores(Mt 6.12). Ouvindo uma meditação sobre esse versículo, aprendi algo valiosíssimo: as duas faces do perdão. Meditemos no assunto.


Pelo próprio texto, uma pessoa pode ser ao mesmo tempo devedora e credora. A mesma pessoa que diz: perdoa as nossas dívidas deve estabelecer o padrão: no mesmo montante em que perdoamos os nossos devedores, ou seja, ela é ao mesmo tempo devedora e credora. Esse fato é exemplificado por Jesus em uma história bíblica. Aqui está:


Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. Mas, quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu pagarei a você’. Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida
 (Mt 18.23-30).

Existem duas coisas que podem ser igualmente danosas: uma dívida impagável ou um crédito impagável. Um crédito impagável pode ser problema? Sim, ainda maior do que a dívida.


Na história acima, um homem tinha uma dívida enorme e a ausência de seu pagamento poderia comprometer até mesmo a liberdade de sua família. Com certeza, quem tem uma dívida assim não consegue dormir. Como resolver uma dívida impagável? O homem chegou ao seu senhor humildemente e pediu que fosse perdoado. Simples e poderoso: conseguiu.


Reconhecer seus erros e implorar misericórdia é sábio. Dever muito pode acontecer com qualquer um, mas é preciso coragem e caráter para admitir, se humilhar, negociar, nem que seja apenas pedindo perdão. Nossa dívida para com Deus era assim: impagável, mas não inexplicável. Quem se achegar a Deus precisa reconhecer-se devedor, confessar e deixar. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (I Jo 1.9). Não é porque somos salvos por graça que não temos a obrigação de admitir os nossos erros e pedir misericórdia. Assim devemos fazer para com Deus, assim devemos fazer para com o próximo.


Agora vem o outro lado da moeda: quando somos credores de uma dívida impagável. Acho que a situação é um pouco mais complicada. É fácil ser humilde para pedir perdão, difícil mesmo é ser clemente e perdoar. O mesmo homem que tinha uma dívida impagável era também credor de alguém que não podia reparar seu dano. Ele soube pedir perdão, mas não soube perdoar. 


É interessante ver como Deus uniu as duas situações no mesmo peso: “perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos”, ou seja, quem pede perdão deve dar perdão – os misericordiosos alcançarão misericórdia; aos incompassivos, porém, o rigor da lei.


Pedir perdão e perdoar são as duas faces de uma mesma moeda. Sobre perdoar, há um versículo que me impressiona: Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro (Is 53.25). Deus disse que apaga as nossas transgressões por amor dEle mesmo. Se isso vale para Deus, deve valer para mim. Por amor de mim, eu devo perdoar. Ou seja, o perdão é um benefício que faço a mim mesma. Deus me adverte a perdoar, primeiro, por causa de mim mesma, da minha saúde, da minha alegria, da minha paz, causa do meu sono... Quem mantém o outro preso está igualmente enredado.


Perdão é a solução de Deus para uma dívida impagável e também para um crédito que não poderá ser jamais satisfeito, portanto, não adianta ser exigido. Não podemos perder a nossa paz por conta de algo que jamais conseguirão reparar. Por amor a nós mesmos, é preciso abrir mão das notas promissórias...


Selá! (Pausa para meditação.)



domingo, junho 12, 2016

Quando a Maré não Está para Peixe

Obedecer não é algo simples, nem prazeroso ou agradável num primeiro momento. Se sou desafiada a obedecer é porque não estava fazendo o que por ora me é exigido. E por que não o fazia? Porque não queria, porque não entendia ou porque não concordava.

Vejamos isso numa história bíblica maravilhosa.

Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze- te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu- lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. (Lc 5.4-6)

Simão, posteriormente denominado Pedro, era um pescador experiente. Ele sabia quando a maré estava para peixe. E nesse dia específico, tinha passado a noite toda tentando pescar, mas não tinha dado certo. Que decepção! Ele achou que aquela noite estava favorável para a pesca, fez todo o possível pelo tempo necessário até que reconheceu: "É... Não deu!" Voltou decepcionado e com o barco vazio.

Quantas vezes o mesmo não acontece a nós? Fazemos tudo o que podemos, insistimos ao máximo, mas nada acontece. É duro ter de reconhecer que a nossa sabedoria, o nosso jeito de fazer as coisas não está resolvendo.

Basta uma palavra de Jesus para que tudo mude. Ele disse a Simão: "Vá mais fundo e lance as redes." Simão tinha acabado de chegar, o mar era o mesmo, o barco era o mesmo, a rede era a mesma. Como esperar resultado diferente no mesmo mar? Será que Jesus não sabia que naquele dia a maré não estava para peixe?

Hoje ouvi o Pr. Ed René Kivitz dizer algo interessante: obediência pressupõe que façamos algo que não entendemos ou com o qual não concordamos, e eu acrescento: que não queremos.

Simão podia não entender como o resultado seria diferente. Simão podia não concordar que aquela era uma boa hora. Mas havia algo determinante do novo resultado: uma Palavra de Jesus. Porque cria em Sua Palavra, porque queria honrar aquele que falou com ele, Simão obedeceu. E o resultado? A maior e melhor pesca da sua vida.

De algumas situações da nossa vida, muitas vezes, ficamos cansados. São problemas que se repetem, aparentemente insolúveis. Por mais que nos esforcemos ou que façamos tudo o que nos dizem, os resultados não chegam, a rede vem vazia. Que decepção! Já tentamos o nosso jeito, usamos a nossa sabedoria, já tentamos do jeito que nos disseram, mas nada...

Precisamos fazer nova tentativas. De algumas questões sabemos que não podemos desistir. São nossos desafios e nos acompanharão sempre. O que fazer? Tentar o jeito de Deus. Para isso temos de responder a três questões:

Como saber o jeito de Deus? Pela Sua Palavra. Simão recebeu uma ordem direta. Nós hoje encontramos o jeito de Deus em 1.189 capítulos da Bíblia. São palavras para todo tipo de situação. Está tudo lá. Ele não se esqueceu de nada;

E seu eu não entendo? Peça a Ele para ajudá-lo a compreender, procure alguém que possa esclarecer as coisas para você ou obedeça sem entender mesmo. Não é isso o que dizemos aos nossos filhos? Muitas vezes também não entendem as ordens que damos a eles. Nossa resposta é: "Um dia você vai entender e ainda vai fazer igualzinho com seu filho, menino." Às vezes, a maturidade dele não lhe permite compreender naquela hora, mas uma hora chegará clareza;

E se eu não concordo? Aí é bom pensar. Quem sabe mais: eu ou Deus? O que é mais sábio: tentar o jeito de Deus, que não me parece ser o melhor, ou insistir no meu, quando não está dando certo?

Se não tivesse obedecido, Simão não teria experimentado a maior pesca da sua vida. Obedecer é sábio.

O jeito de Deus funciona! Ah, funciona! 

terça-feira, maio 24, 2016

Acorda, irmão!

Três disciplinas são fundamentais para termos uma vida bem-sucedida espiritualmente: meditação nas escrituras, adoração e oração. Hoje vou me ater à última: oração.

Uma das causas de estagnação na vida cristã é a ausência de oração. A oração é o oxigênio do nosso relacionamento com Deus. Não é possível desenvolver um relacionamento sem comunicação. Para que duas pessoas se conheçam bem, é necessário muito, mas muito diálogo. Ainda estou conhecendo meu marido. Estamos juntos há pouco mais de 25 anos entre namoro e casamento e nesse tempo todo há muita conversa envolvida, mesmo assim ainda há muito a dizer. Quanto mais conversamos, mais nos conhecemos, mais nos tornamos íntimos. A oração é o nosso diálogo com Deus.


Como quase tudo na vida espiritual, orar não é algo natural para nós. É ou não é desafiador conversar com alguém que seus olhos físicos não vê? É ou não é desafiador ouvir alguém somente no seu interior, e não com seus ouvidos naturais? Até mesmo se concentrar para desenvolver esse diálogo é um desafio. Embora tenhamos sido criados para a comunhão com Deus, não é simples desenvolvê-la. E Ele sabe disso.


Quero falar um pouquinho sobre o que pode acontecer quando negligenciamos a disciplina da oração e farei isso usando um exemplo bíblico muito conhecido: o de Pedro.


Para Pedro, negar Jesus foi algo extremamente doloroso. Pelo relato de seus últimos diálogos com Jesus, somos informados que ele não tinha a menor consciência de que seria capaz de trair o Mestre. Quando o próprio Jesus disse que ele o negaria, sua resposta foi que isso jamais aconteceria. Por quê? Porque ele estava interiormente convicto de que amava o Senhor, estava totalmente consciente do seu ponto forte, mas não sabia das potencialidades para o mal que ainda existiam dentro dele.


A forma como Jesus tratou a Pedro é sublime, embora soubesse do que estava para acontecer. Antes mesmo que ele passasse por uma prova tão dura, o Senhor o avisou: Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás (Mt 26.34); Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça (Lc 22.31).

O que Jesus podia fazer por Pedro Ele fez: orou por ele e o avisou. E mais: quando a história segue, vemos Seu extremo cuidado para com esse discípulo amado. Poucos minutos antes de Pedro falhar, Jesus contou para ele como poderia sair ileso: Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. O espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca (Mt 26.41). Três vezes Jesus convidou Pedro a orar, dizendo até o que pedir: “peça para não ser tentado”. Se Ele disse a Pedro que orando ele não cairia em tentação é porque, de fato, ele não cairia em tentação.

Já sabemos o final da história. Pedro estava despreparado para enfrentar aquela batalha. Ele não obedeceu ao Mestre e, como um gentil Cavalheiro, Jesus respeitou a decisão de Pedro de dormir em vez de orar. 


O fracasso de Pedro é anterior à própria negação de Jesus. Tudo começou quando ele negligenciou a primeira ordem: a oração. O fracasso público que acontece na nossa vida é posterior ao nosso fracasso secreto em não nos prepararmos para as batalhas que temos a enfrentar durante o dia em oração. Jesus nos ordenou em Mateus 6 que deveríamos orar sempre dizendo: “E não nos deixes cair em tentação.” Essa é uma oração, entre outras, que deveríamos fazer constantemente. Assim podemos ser livres de fracassos.

Decidi compartilhar isso com você porque sinto fortemente o chamado para uma vida mais intensa de oração. Sei que o Espírito Santo diz o mesmo a você. São inúmeros os versículos bíblicos que nos aconselham a orar.

Aqui fica o alerta: não haverá sucesso na nossa vida pública se nos nossos bastidores não houver uma forte vida de oração, pois as tentações continuam a se apresentar diariamente a todos nós. Para resistirmos, precisamos de mais do que força ou boa vontade. O segredo da vitória é ser muito forte, firme e constante na oração.



Vai orar, irmão! 

domingo, maio 22, 2016

A Gente Chega Lá!

Vitória sobre o Mundo
Todos aqueles que creem que Jesus é o Messias são filhos de Deus. E quem ama um pai ama também os filhos desse pai. Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e obedecemos aos seus mandamentos. Pois amar a Deus é obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer porque todo filho de Deus pode vencer o mundo. Assim, com a nossa fé conseguimos a vitória sobre o mundo. Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus. (João 5.1-5)
Quer meditar comigo um pouquinho sobre esse texto? Vamos lá. 
Acho perfeito o título dado pela edição Almeida Revista e Corrigida: "Vitória sobre o Mundo". Parei nele e pensei: quero mesmo vencer o mundo, e que mundo! Que tempos são esses que vivemos!
Vejam só como começa: Todos aqueles que creem que Jesus é o Messias são filhos de Deus. E quem ama um pai ama também os filhos desse pai. Que desafio! A primeira afirmação é: TODOS os que creem são filhos, ou seja, não sei quais dos que me cercam creem ou não creem, então, na dúvida, melhor tratar a todos como filhos do Digníssimo Pai. Tal pai, tais filhos. Aliás, vai além: o texto não quer me dizer o que fazer com os outros porque são filhos, mas em que bases devo me relacionar com eles: amor. Deus não pediu mais aceitação, paciência, consideração. Pediu mais amor.
Voltemos ao título: a vitória que vence o mundo tem tudo a ver com os relacionamentos. Eu começo a vencer o mundo ajustando os meus relacionamentos, andando em amor.
E o autor continua, explicando como amar as pessoas. O primeiro passo: Nós sabemos que amamos os filhos de Deus quando amamos a Deus e obedecemos aos seus mandamentos. Como eu sei que estou andando em amor com os filhos de Deus? Começando por amar a Deus. 

Antes  de tentar amar o irmão, devemos amar a Deus. Não dá para amar o irmão sem antes amar a Deus. E como Deus quer ser amado? Por meio da obediência: Pois amar a Deus é obedecer aos seus mandamentos. E os seus mandamentos não são difíceis de obedecer. Que preciosas informações: amar a Deus é obedecer e obedecer não dói, não é difícil. Muitos de nós aprendemos que obedecer é uma cruz, dói demais, quase nos leva à morte. Não é verdade. Como diz o versículo, os seus mandamentos não são difíceis de obedecer. Na verdade, terrível é desobedecer. Davi disse a esse respeito que é bem-aventurado quem tem prazer na lei do Senhor. Ter prazer na lei não é somente amar a Bíblia, desejar conhecer mais a Deus; é obedecer com alegria.

Agora vem uma parte animadora: porque todo filho de Deus pode vencer o mundo. Eu, você, qualquer um de nós pode vencer o mundo. Quando li isso, fiquei pensando: mas que mundo é esse que eu devo vencer? Então me lembrei deste texto aqui: Porque tudo o que há no mundo - a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida - não procede do Pai, mas do mundo (I Jo 2.16). Quer dizer, o próprio João, no mesmo livro, em momento anterior, diz o que há no mundo para ser vencido: concupiscência da carne, dos olhos e soberba da vida. Hum, muito difícil de entender, linguagem antiga, rebuscada, complicada. Deixe-me trazer para você esse texto traduzido pela Bíblia "A Mensagem": Praticamente tudo que acontece no mundo – desejo de seguir o próprio caminho, de querer tudo para si, de parecer importante – não tem nada a ver com o Pai. Ficou claro para você? 

Está definido o que é o mundo que eu preciso vencer. Primeiro, o desejo de seguir meu próprio caminho, não dar satisfação a ninguém, andar do meu jeito, considerar minha própria vontade. Não posso seguir meu próprio caminho sem desconsiderar os que estão à minha volta. Nem sempre dá para seguir “meu próprio caminho”, porque o meu caminho está entrelaçado com o de muitos caminhantes. Segundo, o desejo de querer tudo para mim, a ganância, que me impede de olhar para a necessidade do próximo. Por último, o desejo de parecer importante. Ser mais necessariamente significa ver os outros como menos; para me elevar, muitas vezes preciso rebaixar outros.

Vencer o mundo já não me parece assim tão fácil, mas a Bíblia não quer me desanimar: Assim, com a nossa fé conseguimos a vitória sobre o mundo. Se Deus diz que eu posso, quem sou eu para dizer que não posso? Hora de parar e pensar: Deus sabe mais e Ele disse que eu posso. Então, para mim, a palavra dEle basta.

E termina: Quem pode vencer o mundo? Somente aquele que crê que Jesus é o Filho de Deus. Nem todo mundo vai vencer o mundo – o desejo de seguir o próprio caminho, o de querer tudo para si, o de parecer importante –, mas tem um povo que pode: quem crê. Se eu venço isso, viver fica fácil, afinal, nossa existência tem a ver com pessoas e não com coisas, certo?

Eu faço parte desse povo que quer - e pode - vencer o mundo e você também.

Só para terminar quero compartilhar com você uma ilustração que meu marido me contou e eu nunca esqueci. Ele disse que o mundo é como uma escada rolante que está descendo (caminhando para pior) e que, para vencer, precisamos conseguir subir por essa escada. Que criança nunca brincou de tentar subir numa escada que está descendo? O que ele quis me dizer com isso? É necessário ação, força até. Quem fica parado e deixa a vida levar retrocede.

Então, voltemos ao início: amemos a Deus, amemos a nós, amemos Seus filhos e continuemos. Nossa vida é uma subida e um dia a gente chega lá! 😄