sexta-feira, outubro 21, 2016

Busque Revelação

Tenho o hábito de orar com frequência este texto: Pelo que, ouvindo eu também a fé que entre vós há no Senhor Jesus e o vosso amor para com todos os santos, não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações, para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminado os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos e qual a sobre-excelente grandeza do seu poder sobre nós, os que cremos, segundo a operação da força do seu poder (Ef 1.15-19).

Paulo nos instruiu a orar por sabedoria e revelação da parte de Deus. E estou certa de que a eficácia do que oramos é diretamente proporcional ao conhecimento que temos daquilo que estamos pedindo e totalmente dependente da adequação do que pedimos à vontade de Deus. Ou seja, tudo isso é para dizer que não adianta pedir espírito de revelação se não sabemos o que é isso. Muitos de nós temos buscado revelação, o que é extraordinário. Jamais deveríamos nos esquecer de pedir isso ao Senhor. Mas precisamos compreender o que significa de fato.

Revelação não é uma informação inédita acerca de uma verdade da Palavra, um conhecimento exclusivo, uma grande novidade. Muita gente tem inventado coisas que não estão na Palavra sob o argumento de que receberam de Deus aquele conhecimento. Doutrinas erradas surgem a partir desse entendimento. Chegam a ensinar coisas que nada têm a ver com as doutrinas bíblicas, que até contradizem a verdade do Evangelho. Como Paulo mesmo nos alertou: Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito! (Gl 1.8). Esse tipo de novidade não é revelação, é invencionice mesmo.

Revelação é quando uma verdade bíblica atinge o nosso coração de tal maneira que é impossível permanecermos da mesma maneira, continuarmos nas velhas práticas pecaminosas. É uma verdade que muda nossa vida para sempre. Quando recebemos de Deus uma revelação, não nos esquecemos daquilo jamais, daquele ensinamento. Temos vontade de escrevê-la, guardá-la, vivê-la, transmiti-la.

Todo crente deve buscar na sua vida diária mais do que ler a Palavra; receber a revelação daquilo que lê, aquela verdade revelada de cada dia, de cada instante, oportuna, adequada a cada situação. A Bíblia não é um livro para ser lido, é um livro para ser comido. Suas verdades precisam entrar profundamente em nós e nos alimentar, transformar a nossa mentalidade, nos enriquecer, não sustentar. Todas as vezes que lemos a Palavra de Deus, precisamos buscar aquele conhecimento até então encoberto que, iluminado pelo Espírito Santo ao nosso coração, se traduz na resposta para os nossos anseios, na solução dos nossos conflitos, no alimento daquele dia.

Não podemos ler a Bíblia como livro de informações, como uma série de histórias. Se tivermos diante das Escrituras a postura de quem quer saber muito o que está ali dentro, de quem quer obter conhecimento, mas sem revelação, correremos o risco de nos tornarmos inchados com o saber. E a Bíblia não é um livro para conhecer, é um livro para viver. Os fariseus conheciam muito as Escrituras de seu tempo, o Velho Testamento, estudavam com esmero, sabiam minúcias do que estava ali escrito, mas isso foi como veneno para eles. Esse conhecimento lhes fez muito mal. Não absorveram a maior revelação do Velho Testamento, que era a vinda do Messias. Assim, quando Jesus chegou, não foram capazes de reconhecê-lO. Por isso Jesus disse a eles: Examinais as Escrituras, porque julgais ter nelas a vida eterna, e são elas mesmas que testificam de mim. Contudo, não quereis vir a mim para terdes vida (Jo 5.38,39). Eles perderam, porque estavam muito envolvidos com a letra, mas não com espírito que traduzia a letra.

Agora chego à parte que realmente me fez desejar escrever esse texto. A revelação é uma herança. Deus nunca pensou na revelação como uma maneira de nos tornar superiores às outras pessoas, gente que sabe mais do que os outros. A revelação é uma herança que recebemos de Deus para repassar aos nossos filhos e enriquecê-los, é algo que devemos transmitir às gerações. Assim como gostaríamos muito de deixar bens aos nossos filhos, devemos buscar deixar revelações como preciosos bens espirituais legados a eles. Veja que texto maravilhoso: As coisas encobertas pertencem ao Senhor, o nosso Deus, mas as coisas reveladas pertencem a nós e aos nossos filhos (Dt. 29.29).

Precisamos transmitir esses tesouros espirituais aos nossos filhos. Deus quer que as próximas gerações se relacionem melhor com Ele do que nós mesmos. Temos obrigação de enriquecer as próximas gerações. Nossos filhos devem caminhar na fé melhor do que nós mesmos. As bênçãos de Deus não devem parar em nós. A fonte que jorra em nós deve abençoar a muitos, milhares.

Enriqueçamos as gerações, buscando revelação para transformar o nosso procedimento de sorte que sejamos um bom testemunho e também para transmitir àqueles que virão depois de nós, a fim de que eles possam ir ainda mais longe do que fomos e alcançar lugares em que Deus que jamais imaginamos!

Haja luz (revelação) na nossa vida!

terça-feira, setembro 06, 2016

Que Vida Boa!!!

Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar àquele que o alistou. Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regras. O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita. Reflita no que estou dizendo, pois o Senhor dará a você entendimento em tudo (II Tm 2.3-7).

Esse texto faz parte de uma carta que Paulo escreveu a um jovem pastor chamado Timóteo. No primeiro capítulo do livro, percebemos que o pastorzinho não está muito bem. Paulo está tentando animá-lo, dizendo a ele que deve reavivar os dons que recebeu. E, no capítulo 2, traz esse texto acima, que nunca entendi bem. É figura demais para poucos versículos: soldado, atleta, lavrador. Aff! Mas estou me esforçando para ser obediente. E o último versículo diz: Reflita no que estou dizendo. Não posso desprezar o conselho. Então, refletiremos juntos.

Paulo começa por convidar Timóteo para sofrer com ele. Como sabemos, Paulo ficou preso pelo evangelho, sofreu muito e não está prometendo para seu pupilo uma vida fácil, mas avisando: Suporte comigo os meus sofrimentos, como bom soldado de Cristo Jesus. Se a comparação é com um soldado, podemos inferir que, de alguma forma, para Paulo, esta vida é uma guerra. Não estamos num passeio, estamos numa guerra. O final já está decidido: estamos do lado vitorioso, mas isso não quer dizer que não devamos estar todo tempo alertas.


E o que se espera do soldado? Nenhum soldado se deixa envolver pelos negócios da vida civil, já que deseja agradar àquele que o alistou. Como diz Paulo em Ef. 6: 12: A nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais. Quer dizer, podemos
 focar em uma dentre duas coisas: os negócios da vida civil, que são as coisas do dia a dia, do mundo natural, rotineiras; ou os negócios para além desta vida, as questões espirituais, da vida que agora é e que será para sempre. O conselho: não se envolva demais com as coisas da vida civil, mas procure agradar aquele que o arregimentou.

Então, surge uma figura nova: Semelhantemente, nenhum atleta é coroado como vencedor, se não competir de acordo com as regrasSomos vencedores, a guerra está ganha, mas não basta vencer, é preciso levar o prêmio. Não basta ser um soldado vitorioso; é preciso agir como um atleta que espera subir ao pódio. Ninguém subirá ao pódio se não houver obedecido às regras da prova. E qual é a regra principal? Que bom que os fariseus perguntaram isso antes de mim! Jesus respondeu: Ame o Senhor, o seu Deus de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento’. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: "Ame o seu próximo como a si mesmo" (Mt 22.37-39). Lutar com amor para receber o prêmio.

Por fim: O lavrador que trabalha arduamente deve ser o primeiro a participar dos frutos da colheita. Você é um soldado numa guerra; deve se comportar como um atleta que deseja receber o prêmio; mas o seu serviço é o de um lavrador. Hã? Pois é. O seu trabalho não é inútil. Parece que o exercício que você está fazendo é só para você mesmo, mas só parece. Na verdade, você é um lavrador que, em tudo o que faz, está distribuindo sementes. Algumas brotarão e darão frutos rapidamente, outras nem tanto. Mas tudo o que você faz está sendo considerado. Por isso, como um lavrador diligente, você merece usufruir dos resultados do seu trabalho. Coma alegremente da sua colheita, desfrute do melhor da terra. Você merece!

Que riqueza nesses versículos! Somos soldados que não precisam se preocupar com a batalha, mas permanecer na posição de “mais que vencedores”, basta ficar menos ligado no que se vê e mais ligado no que não se vê, mas é eterno. Somos atletas na batalha, que precisam se manter em atividade para não definhar, ter cuidado de nós mesmos para não perder a forma e lutar com as armas corretas, dentro das regras de Deus. Aí, prêmio garantido! E que prêmio!!! E somos lavradores que têm o direito de receber os frutos do bem que plantamos, por isso, nada vai nos faltar. Em todas as estações estaremos supridos de frutos deliciosos.


Que vida boa!!! É bom demais ser de Deus!

domingo, setembro 04, 2016

Eu te conheço?

Há um texto na bíblia que sempre me intrigou. Depois de realizar muitos milagres, de expulsar demônios, de pregar para muita gente, alguns chegarão diante de Jesus e ouvirão dEle: Muitos, naquele dia, hão de dizer-me: Senhor, Senhor! Porventura, não temos nós profetizado em teu nome, e em teu nome não expelimos demônios, e em teu nome não fizemos muitos milagres? Então, lhes direi explicitamente: nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, os que praticais a iniquidade (Mt 7.22,23). É interessante essa resposta, porque Jesus não vai dizer a eles: "Vocês não me conhecem", mas: "Eu não te conheço."

Como é possível que Jesus não conheça alguém se Ele sabe de todas as coisas? Como Jesus poderia dizer algo assim? Voltemos ao princípio, porque sempre encontraremos as respostas lá.

Deus e o homem tinham uma comunhão perfeita. Ele não pedia licença para entrar no jardim do Éden. Entrava e um e outro desfrutavam da companhia. A partir do momento em que o homem pecou, se escondeu de Deus. Quando Deus entrou no jardim depois desse fatídico episódio, não encontrou mais um homem disponível. Ele estava escondido. Em outras palavras, é como se dissesse: "Hei, agora peça licença para entrar." E mais do que isso: o homem tinha feito folhas de figueira para se cobrir. Era mais uma mensagem: "O Senhor só verá de mim, a partir de agora, aquilo que eu resolver mostrar."

Isso me traz uma lembrança curiosa. No começo do meu casamento, eu ficava chateada com a incapacidade do meu marido de adivinhar meus pensamentos. Queria uma calça de presente de aniversário, ganhava um sapato. Pensava: como ele nunca percebeu que eu só uso a mesma calça? Muitas vezes, pelo seu jeito prático de ser, ele me convidava para acompanhá-lo ao shopping para comprar o meu presente e eu me sentia ofendida: como ele pode não saber que eu gosto de surpresa? Demorou para eu entender que maridos não adivinham pensamentos - às vezes, nem ouvem o que a gente fala (rsrsrsrs). Por isso, na dúvida, eu repito - simples assim! Mike Murdock diz que a mulher inteligente avisa ao marido o dia do aniversário, o presente, a loja e o número que veste, assim ele nunca erra e ela fica sempre satisfeita. Eu topei!

Davi escreveu algo interessante: Sonda-me, ó Deus, e conhece o meu coração, prova-me e conhece os meus pensamentos; vê se há em mim algum caminho mau e guia-me pelo caminho eterno (Sl 139:23,24). Nunca tinha pensado nesse convite de Davi. Amo esse Salmo, mas, particularmente, pelos primeiros versículos. Esse sempre passou despercebido. Mas agora compreendi algo novo: Davi está dizendo a Deus: "Hei, Deus, estou aberto para que me conheça. Pode perscrutar até mesmo as profundezas do meu ser. Eu Te dou livre acesso ao meu ser integral."

Jesus disse: Eis que estou à porta e bato; se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, entrarei em sua casa e cearei com ele, e ele, comigo (Ap 3.20). Que Deus gentil, cavalheiro, ético! Ele não invade, não derruba portas, não se aproveita de oportunidades para ocupar um lugar sem que esteja "autorizado". Ele pede licença, Ele pede… Não é incrível Deus ser Deus, ter todo poder para ordenar, ter todo direito de mandar, mas Se humilhar a ponto de pedir? Mas é isto mesmo: ele pede. Ele não violará a nossa intimidade. Só irá até onde permitirmos que Ele vá.

Você consegue imaginar um Deus mais doce?! Você consegue imaginar um Deus mais lindo?!

Voltando ao primeiro texto, quando Ele diz: "Não vos conheço", em outras palavras, está dizendo: "Você nunca permitiu que eu o conhecesse." O que acontece com quem não se permite ser sondado por Deus é que perde a oportunidade de conhecer a si próprio, por isso não consegue discernir suas motivações, assim, faz coisas certas pelos motivos errados, o que, no fim, é a coisa errada. Todas as vezes que Lhe damos acesso a nós, somos transformados pela Sua vida, pelo Seu caráter, purificados em nossa essência. E o melhor: é impossível nos achegarmos a Ele sem nos apaixonarmos por quem Ele é.

Quem nunca se deixou conhecer por Deus, como pode querer passar a eternidade com Ele?

terça-feira, agosto 02, 2016

As Duas Faces do Perdão

Perdão é um dos assuntos dos quais fujo. Não que tenha ofendido gravemente alguém ou que tenha sido seriamente ferida. Acho que me pareço muito com os discípulos, que disseram ao Mestre: “Quantas vezes temos de perdoar?”. Ele respondeu: “Setenta vezes sete.” E eles concluíram: “Aumenta-nos a fé.” É por aí, assunto complicado mesmo. Mas quando chega o capítulo sobre perdão na Bíblia não há como fugir. Então, enfrentemos a questão.

Creio sinceramente que a oração do Pai Nosso contém exatamente tudo que deveríamos dizer a Deus. É simples, rápida e poderosa. Cronometrei hoje o tempo que levamos para fazê-la. Falando bem devagar, menos de um minuto. Veja bem, a oração que Jesus ensinou leva menos de um minuto para ser feita e contém uma diretriz perfeita dos assuntos que eu não deveria me esquecer de abordar com Deus. Puxa vida, é simples mesmo orar!


Hoje quero falar sobre uma pequena parte dessa oração, que é a questão do perdão. Jesus disse: Perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores(Mt 6.12). Ouvindo uma meditação sobre esse versículo, aprendi algo valiosíssimo: as duas faces do perdão. Meditemos no assunto.


Pelo próprio texto, uma pessoa pode ser ao mesmo tempo devedora e credora. A mesma pessoa que diz: perdoa as nossas dívidas deve estabelecer o padrão: no mesmo montante em que perdoamos os nossos devedores, ou seja, ela é ao mesmo tempo devedora e credora. Esse fato é exemplificado por Jesus em uma história bíblica. Aqui está:


Por isso, o Reino dos céus é como um rei que desejava acertar contas com seus servos. Quando começou o acerto, foi trazido à sua presença um que lhe devia uma enorme quantidade de prata. Como não tinha condições de pagar, o senhor ordenou que ele, sua mulher, seus filhos e tudo o que ele possuía fossem vendidos para pagar a dívida. O servo prostrou-se diante dele e lhe implorou: ‘Tem paciência comigo, e eu te pagarei tudo’. O senhor daquele servo teve compaixão dele, cancelou a dívida e o deixou ir. Mas, quando aquele servo saiu, encontrou um de seus conservos, que lhe devia cem denários. Agarrou-o e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Pague-me o que me deve!’ Então o seu conservo caiu de joelhos e implorou-lhe: ‘Tenha paciência comigo, e eu pagarei a você’. Mas ele não quis. Antes, saiu e mandou lançá-lo na prisão, até que pagasse a dívida
 (Mt 18.23-30).

Existem duas coisas que podem ser igualmente danosas: uma dívida impagável ou um crédito impagável. Um crédito impagável pode ser problema? Sim, ainda maior do que a dívida.


Na história acima, um homem tinha uma dívida enorme e a ausência de seu pagamento poderia comprometer até mesmo a liberdade de sua família. Com certeza, quem tem uma dívida assim não consegue dormir. Como resolver uma dívida impagável? O homem chegou ao seu senhor humildemente e pediu que fosse perdoado. Simples e poderoso: conseguiu.


Reconhecer seus erros e implorar misericórdia é sábio. Dever muito pode acontecer com qualquer um, mas é preciso coragem e caráter para admitir, se humilhar, negociar, nem que seja apenas pedindo perdão. Nossa dívida para com Deus era assim: impagável, mas não inexplicável. Quem se achegar a Deus precisa reconhecer-se devedor, confessar e deixar. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados (I Jo 1.9). Não é porque somos salvos por graça que não temos a obrigação de admitir os nossos erros e pedir misericórdia. Assim devemos fazer para com Deus, assim devemos fazer para com o próximo.


Agora vem o outro lado da moeda: quando somos credores de uma dívida impagável. Acho que a situação é um pouco mais complicada. É fácil ser humilde para pedir perdão, difícil mesmo é ser clemente e perdoar. O mesmo homem que tinha uma dívida impagável era também credor de alguém que não podia reparar seu dano. Ele soube pedir perdão, mas não soube perdoar. 


É interessante ver como Deus uniu as duas situações no mesmo peso: “perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos”, ou seja, quem pede perdão deve dar perdão – os misericordiosos alcançarão misericórdia; aos incompassivos, porém, o rigor da lei.


Pedir perdão e perdoar são as duas faces de uma mesma moeda. Sobre perdoar, há um versículo que me impressiona: Eu, eu mesmo, sou o que apago as tuas transgressões por amor de mim, e dos teus pecados não me lembro (Is 53.25). Deus disse que apaga as nossas transgressões por amor dEle mesmo. Se isso vale para Deus, deve valer para mim. Por amor de mim, eu devo perdoar. Ou seja, o perdão é um benefício que faço a mim mesma. Deus me adverte a perdoar, primeiro, por causa de mim mesma, da minha saúde, da minha alegria, da minha paz, causa do meu sono... Quem mantém o outro preso está igualmente enredado.


Perdão é a solução de Deus para uma dívida impagável e também para um crédito que não poderá ser jamais satisfeito, portanto, não adianta ser exigido. Não podemos perder a nossa paz por conta de algo que jamais conseguirão reparar. Por amor a nós mesmos, é preciso abrir mão das notas promissórias...


Selá! (Pausa para meditação.)



domingo, junho 12, 2016

Quando a Maré não Está para Peixe

Obedecer não é algo simples, nem prazeroso ou agradável num primeiro momento. Se sou desafiada a obedecer é porque não estava fazendo o que por ora me é exigido. E por que não o fazia? Porque não queria, porque não entendia ou porque não concordava.

Vejamos isso numa história bíblica maravilhosa.

Quando acabou de falar, disse a Simão: Faze- te ao largo, e lançai as vossas redes para pescar. Respondeu- lhe Simão: Mestre, havendo trabalhado toda a noite, nada apanhamos, mas sob a tua palavra lançarei as redes. Isto fazendo, apanharam grande quantidade de peixes; e rompiam-se-lhes as redes. (Lc 5.4-6)

Simão, posteriormente denominado Pedro, era um pescador experiente. Ele sabia quando a maré estava para peixe. E nesse dia específico, tinha passado a noite toda tentando pescar, mas não tinha dado certo. Que decepção! Ele achou que aquela noite estava favorável para a pesca, fez todo o possível pelo tempo necessário até que reconheceu: "É... Não deu!" Voltou decepcionado e com o barco vazio.

Quantas vezes o mesmo não acontece a nós? Fazemos tudo o que podemos, insistimos ao máximo, mas nada acontece. É duro ter de reconhecer que a nossa sabedoria, o nosso jeito de fazer as coisas não está resolvendo.

Basta uma palavra de Jesus para que tudo mude. Ele disse a Simão: "Vá mais fundo e lance as redes." Simão tinha acabado de chegar, o mar era o mesmo, o barco era o mesmo, a rede era a mesma. Como esperar resultado diferente no mesmo mar? Será que Jesus não sabia que naquele dia a maré não estava para peixe?

Hoje ouvi o Pr. Ed René Kivitz dizer algo interessante: obediência pressupõe que façamos algo que não entendemos ou com o qual não concordamos, e eu acrescento: que não queremos.

Simão podia não entender como o resultado seria diferente. Simão podia não concordar que aquela era uma boa hora. Mas havia algo determinante do novo resultado: uma Palavra de Jesus. Porque cria em Sua Palavra, porque queria honrar aquele que falou com ele, Simão obedeceu. E o resultado? A maior e melhor pesca da sua vida.

De algumas situações da nossa vida, muitas vezes, ficamos cansados. São problemas que se repetem, aparentemente insolúveis. Por mais que nos esforcemos ou que façamos tudo o que nos dizem, os resultados não chegam, a rede vem vazia. Que decepção! Já tentamos o nosso jeito, usamos a nossa sabedoria, já tentamos do jeito que nos disseram, mas nada...

Precisamos fazer nova tentativas. De algumas questões sabemos que não podemos desistir. São nossos desafios e nos acompanharão sempre. O que fazer? Tentar o jeito de Deus. Para isso temos de responder a três questões:

Como saber o jeito de Deus? Pela Sua Palavra. Simão recebeu uma ordem direta. Nós hoje encontramos o jeito de Deus em 1.189 capítulos da Bíblia. São palavras para todo tipo de situação. Está tudo lá. Ele não se esqueceu de nada;

E seu eu não entendo? Peça a Ele para ajudá-lo a compreender, procure alguém que possa esclarecer as coisas para você ou obedeça sem entender mesmo. Não é isso o que dizemos aos nossos filhos? Muitas vezes também não entendem as ordens que damos a eles. Nossa resposta é: "Um dia você vai entender e ainda vai fazer igualzinho com seu filho, menino." Às vezes, a maturidade dele não lhe permite compreender naquela hora, mas uma hora chegará clareza;

E se eu não concordo? Aí é bom pensar. Quem sabe mais: eu ou Deus? O que é mais sábio: tentar o jeito de Deus, que não me parece ser o melhor, ou insistir no meu, quando não está dando certo?

Se não tivesse obedecido, Simão não teria experimentado a maior pesca da sua vida. Obedecer é sábio.

O jeito de Deus funciona! Ah, funciona!