segunda-feira, outubro 27, 2014

Brilhe!


Ninguém, depois de acender uma candeia, a cobre com um vaso ou a põe debaixo de uma cama; pelo contrário, coloca- a sobre um velador, a fim de que os que entram vejam a luz. Nada há oculto, que não haja de manifestar- se, nem escondido, que não venha a ser conhecido e revelado. Vede, pois, como ouvis; porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado (Lc 8.16-18).


Que texto poderoso! Que Palavra gloriosa! Hoje estou meditando no texto aí de cima. Palavra rica, riquíssima. E vou compartilhar um pouquinho com você.

Estamos cercados de muita tolice. O Pr. Kenneth Hagin escreveu sobre isto: tolice e presunção. Em relação a esse texto, vemos muita tolice, muita presunção.

Há quem pregue que precisamos "reivindicar" as promessas do Senhor, e esta de ser colocado em lugar de destaque é uma delas. Às vezes, oramos, lembrando ao Senhor que devemos ocupar altos postos porque Sua Palavra promete que seremos colocados como cabeça e não como cauda, que devemos ter altos cargos porque somos luz e devemos brilhar. Se a Palavra não for considerada no seu todo, isso não passa de tolice e presunção.

Antes do texto aí de cima, no mesmo capítulo de Lucas, vem a Parábola do Semeador. Ela fala sobre o que as pessoas fazem com a semente, a Palavra, que é lançada em seu coração. Embora o texto esteja separado por títulos, os versos aí de cima completam o raciocínio. Originalmente a Bíblia não tem capítulos, versículos ou títulos. Assim, pelo que segue, sabemos que a Parábola está a concluir tudo o que vem antes. Veja como encerra: "Vede, pois, como ouvis" (18). Devemos considerar o todo para entender do que se está a tratar.

A Parábola do Semeador fala sobre como recebemos a semente da Palavra de Deus em nosso coração. Muitos recebem, mas a deixam ser perder ou não dão condições para que ela frutifique. Mas há quem a recebe e a permita produzir. Então segue com o texto aí de cima, permitindo o seu entendimento e o completando.



O que quer dizer a Parábola da Candeia, essa aí de cima? Que a luz da Palavra deve ser colocada no mais alto lugar na nossa vida, não deve ser recebida e escondida em qualquer lugar. O lugar que damos à Palavra será reconhecido por todos: "Nada há de oculto que não venha a ser revelado" (17).

Ocorre que essa interpretação pode ser amplificada. A Bíblia também diz que somos a luz do mundo. É também por isso que as pessoas reivindicam seu "lugar de honra" ao sol. Fazem a conexão entre os dois textos e exigem serem colocadas nos altos lugares. Mas vamos pensar.

A luz que temos não vem de nós; vem da Palavra que está em nós. E essa Palavra de que estou a falar não é a teoria que se sabe a respeito de Deus, mas a prática de Seus princípios. Não se trata de quantos versículos sabemos ou de quantas vezes já lemos a Bíblia toda. Quer dizer o quanto se pratica da revelação que se recebeu - "Porque ao que tiver, se lhe dará; e ao que não tiver, até aquilo que julga ter lhe será tirado" (18).

Quanto mais honrada for a Palavra na nossa prática diária, tanto mais luz exalaremos. Aí sim, estaremos preparados para sermos colocados nos lugares de honra. O mérito não é nosso! A glória é dEle!

Por isso não podemos descansar até que tudo em nós seja a Palavra, até estarmos totalmente preenchidos por Seu Ser, Sua vontade, Seus pensamentos, Seus valores. Brilhar para quê? Para ser o maioral? Não. Brilhar para acender a escuridão do mundo.

Cristo, a Palavra, o Verbo, em nós, a esperança da glória!

domingo, setembro 28, 2014

Embriaguês

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei- vos do Espírito, falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo, sujeitando-vos uns aos outros no temor de Cristo (Ef 5.18-21).

Hoje é domingo e este é um excelente texto para um domingo (refiro-me ao versículo).

Vamos pensar um pouquinho a respeito. Deus está dizendo que não devemos nos embriagar "com vinho", ou seja, devemos nos embriagar com outra coisa, mas devemos nos embriagar. 

Por que será que devemos nos embrigar? O que faz alguém embriagado? Um bêbado é alguém totalmente entregue, sem controle de suas emoções, de seu corpo, de sua mente. Eu já vi bêbados: chorarem por nada - não dominam suas emoções; andarem cambaleando - perderam noção de seu corpo (carne); falarem bobagem - sua mente está entregue.

É assim que devemos corresponder ao Espírito Santo: bebermos dEle porque queremos, até não "caber" mais. Precisamos mos entregar a Ele de corpo, alma, mente, tudo.

A mim sempre me pareceu muito pouco dizer que não devemos nos embriagar com o vinho. Há quem queira dizer: "com vinho não pode, mas com cerveja pode"; tolice. Nem é, de fato, literal essa citação do vinho, mas abrangente. 

Por que o vinho foi citado? O vinho é uma representação do que é permitido, mas indicado em certa medida. Beber um pouquinho de vinho foi uma recomendação de Paulo a Timóteo, mas, comom Paulo é cuidadoso, indicou o quanto: só um pouco - "Não continues a beber somente água; usa um pouco de vinho, por causa do teu estômago e das tuas freqüentes enfermidades" (I Tm 5.23). Trabalhar é indicado, descansar, se relacionar, ter lazer. Mas quando isso vira embriaguês se torna problema. Tudo demais é prejudicial. Ficamos embriagados de tanta coisa: internet, televisão, diversão, consumo!

Precisamos nos embriagar do Espírito Santo; devemos. E como fazê-lo? Isso tem a ver com o que falamos aos outros e o que falamos a Deus. É engraçado, mas é pela boca, mais especificamente pela fala que nos embriagamos de Deus. 

Com os outros, devemos falar salmos, hinos e cantar, ter palavras agradáveis e nos sujeitarmos uns aos outros, sermos corteses, educados, respeitosos, termos o outro na mais alta honra.

Com Deus, nosso assunto deve ser dar graças, ou seja, se não vamos nos encher do Espírito pedindo, deveríamos pedir menos e agradecer mais, não é mesmo?

Hoje é um excelente dia para nos enchermos do Espírito Santo. Vamos à casa de Deus, dar-Lhe graças e estaremos em comunhão com muitas pessoas, portanto, teremos muitos com quem falar. Que nossa palavra seja boa, temperada com sal!

Tomara fiquemos todos muito bêbados!

quarta-feira, julho 23, 2014

Abra a Caixinha



Estou fazendo um curso chamado Escola de Ministros. Tenho sido inspirada por grandes homens de Deus que têm me orientado em muitas áreas da minha vida, me ajudado a ajustar o foco. Recomendaria o curso para todos que querem crescer em sua jornada rumo ao conhecimento de Deus.

O que hoje escrevo está em mim há alguns meses. Na verdade, é fruto da primeira aula que tive com um professor chamado Manoel Dias, de Campina Grande. É uma pérola que extraí da sua primeira aula, que guardei com cuidado e vez por outra abro a caixinha - na verdade, não sou eu, mas o Espírito Santo que me traz à lembrança -, pego esse tesouro e observo o quanto ele tem se valorizado nas minhas mãos. Bens são assim: ou estão ganhando ou perdendo valor em nossa mão.

O texto que me remeteu ao que ensinou o professor foi este aqui: "Para a liberdade foi que Cristo nos libertou. Permanecei, pois, firmes e não vos submetais, de novo, a jugo de escravidão" (Gl 5.1). Já fomos libertos. Já sabemos que fomos libertos, mas só permaneceremos livres se não nos deixarmos escravizar. É isto mesmo: tentarão nos escravizar, mas só terão êxito se deixarmos.

Liguei ao que disse o professor sobre o equilíbrio emocional de Jesus. Ninguém foi capaz de alterar Suas emoções, deixá-lO nervoso ou decepcionado, influenciá-lO para agir desta ou daquela forma. Ele tinha domínio pleno de Si. Circunstância não mudava seus sentimentos, clamor popular não mudava seu foco. Lembro-me de que uma vez Ele Se recolheu para orar de madrugada sem avisar os discípulos. Pela manhã, todo o povo O procurava. Quando os discípulos O encontraram, disseram: "Mestre, a multidão Te procura". Lá estava o sucesso, a fama, a multidão... E Ele respondeu: "Passemos a outra cidade". Ficou lá a multidão à procura dEle, pois Ele sabia que era necessário ir a outro lugar.

Acho que ninguém provou a glória e o fundo do poço como Jesus, mas foi sempre sereno. A multidão o aclamou Rei; Ele saiu de cena escondido - era a hora da glória. Não houve nEle soberba. A multidão clamou para que fosse crucificado; suportou com mansidão e pediu ao Pai que lhes perdoasse. Só pode ser Deus!

Em Filipenses 2, somos advertidos para termos em nós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus - acho que cabe aqui dizer "os mesmos sentimentos". 

O mundo quer nos escravizar. Somos bombardeados por desesperança, más notícias, cenas ruins, maus agouros, circunstâncias difíceis, problemas de toda sorte. Se pararmos para meditar em tudo isso, somos escravizados. "Permanecei, pois, livres". Essa frase ressoa em mim.

Ontem más notícias chegaram. Questões preocupantes. Quando acordei, elas não queriam me deixar. Logo inundaram meu pensamento. Fui para o meu lugar de oração, abri a minha Bíblia no Salmo 85, me aquietei e ouvi as instruções do Espírito Santo. Basta um minuto em Sua presença, basta uma palavra. 

Ele me lembrou de que o amor vence qualquer batalha; de que em todas as coisas, por meio de Jesus (isto é, obedecendo às Suas ordens), sou mais que vencedora; de que todas coisas cooperam para o meu bem, porque Deus me ama; de que para Deus não há impossíveis; de que devo me alegrar no Senhor, porque a alegria do Senhor me fortalece e, assim, com Ele, posso todas as coisas. 

Como me preocupar? Para que me preocupar? Por que me deixar escravizar? 

A primeira frase da pregação do culto de ontem à noite: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?".

É bom guardar os tesouros da Palavra e poder abrir a caixinha quando nos dizem que estamos pobres. Está lá dentro a pérola da Palavra, polidinha, brilhante como sempre.

quinta-feira, maio 15, 2014

Viajando


Eu e meu marido não gostamos de viajar à noite. Particularmente não gosto nem de dirigir à noite em locais não iluminados. Gosto de ver todo o caminho, apreciar a paisagem, não me preocupar com o que há alguns quilômetros à frente. Quero ver sempre o máximo possível.
Seria muito bom se a vida fosse assim, se conhecêssemos tudo o que está à frente e pudéssemos nos preparar para todos os obstáculos. Seria muito bom antecipar qualquer tipo de problema, não frear em cima da hora, não ser surpreendido por um buraco, enxergar as valas do caminho.
Entretanto, não é de todo ruim desconhecer parte do trajeto. Lembro-me da primeira vez que viajei com meu pai para conhecer a praia. Fomos de Brasília a Vitória de carro. Que estrada terrível! Quantas curvas e que precipícios horrorosos! É um caminho assustador. Fomos e voltamos tranquilamente. Embora não tenha gostado do caminho a experiência de ver o mar compensava.
A nossa vida é uma jornada que estamos percorrendo dia a dia. Em alguns lugares, a paisagem é linda. Dá vontade de parar e ficar ali por algum tempo, só contemplando. Acho que posso dizer que estou numa dessas horas. Vivo um tempo maravilhoso com meu marido e com meus filhos quase adolescentes, que estão divertidíssimos, cheios de argumentos, cheios de novidades, em frequentes mudanças; na igreja, um tempo de grandes descobertas, de conhecer pessoas incríveis, de novos relacionamentos poderosos, de grandes expectativas; no trabalho, um tempo de calmaria... Assim vou avançando, percorrendo o caminho. Paulo nos fala sobre uma carreira que temos de correr: Portanto nós também, pois que estamos rodeados de uma tão grande nuvem de testemunhas, deixemos todo o embaraço, e o pecado que tão de perto nos rodeia, e corramos com paciência a carreira que nos está proposta (Hb 12.1).
Mas a vida não é feita apenas de momentos de calmaria. Há os tempos de estradas tortuosas também. Não é tempo de tristeza nem de desespero. É o lugar do teste da alegria, de provar quanto da paz que Deus nos dá e quanto da Sua alegria conseguimos depositar dentro de nós nos bons momentos. Nesse ponto, é bom não ver todo o caminho para não ficarmos assustados. Manter a convicção de que o fim da linha valerá a pena é importantíssimo nessas horas. É por isso que Paulo complementa o versículo anterior dizendo para onde olhar nesses momentos: Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus (Hb 12.2). Às vezes é mais fácil enfrentar a estrada quando vemos somente o próximo passo.
O segredo para desfrutar da jornada é não parar e lembrar sempre que temos um alvo e que nada do que passarmos poderá se comparar ao que nos espera à frente. Os obstáculos não são para nos derrubar, mas para nos fortalecer na jornada. Por isso Tiago nos fala: Meus irmãos, tende por motivo de toda alegria o passardes por várias provações, sabendo que a provação da vossa fé, uma vez confirmada, produz perseverança (Tg 1.2,3).
Os obstáculos do caminho da vida são comuns a todas as pessoas. Ninguém está livre deles, mas nós, que temos o auxílio e o conforto do Espírito Santo, devemos nos tornar cada vez mais fortes e sábios ao enfrentá-los. Assim, a cada novo desafio, não só passamos tranquilamente, mas ajudamos a conduzir outros.
Agora vem o motivo gerador deste texto. É o versículo: Lâmpada para os meus pés é a Tua Palavra e luz para o meu caminho (Sl 119.105). O mundo é um lugar escuro. Na nossa vida, andamos por caminhos desconhecidos. Não sabemos o que será daqui a cinco minutos, mas não precisamos nos preocupar. Podemos manter-nos sempre com a lâmpada acesa, firmes, tranquilos, porque o farol da Palavra ilumina o necessário para percorrermos os próximos quilômetros da vida. Se nos mantivermos obedientes aos mandamentos de Deus, firmados na Palavra, não erraremos, não temeremos. Com Deus, a estrada da existência é segura.
Encerro com um texto sobre o qual já escrevi aqui diversas vezes. Não me canso de repeti-lo em minhas orações. É uma promessa de Deus que virou convicção para mim, por isso ando tranquila: Instruir-te-ei e te ensinarei o caminho a seguir e sob as minhas vistas te darei conselhos (Sl 32.8).
Boa viagem! Aprecie a jornada, desfrute do caminho e espere até ver o ponto de chegada... Jamais vimos coisa igual!


terça-feira, março 11, 2014

Posso confiar em você?

Uma pergunta tem me seguido há algum tempo: Deus pode confiar em mim? Volta e meia ouço essa pergunta em meu interior. Quero compartilhar um pouquinho desse assunto com você hoje.

Há uma parábola muito esclarecedora a esse respeito. Permita-me compartilhar aqui. Mesmo que a conheça, leia. É muito interessante.

Porque isto [o reino dos céus] é também como um homem que, partindo para fora da terra, chamou os seus servos, e entregou-lhes os seus bens, e a um deu cinco talentos, e a outro, dois, e a outro, um, a cada um segundo a sua capacidade, e ausentou-se logo para longe. E, tendo ele partido, o que recebera cinco talentos negociou com eles e granjeou outros cinco talentos. Da mesma sorte, o que recebera dois granjeou também outros dois. Mas o que recebera um foi, e cavou na terra, e escondeu o dinheiro do seu senhor. E, muito tempo depois, veio o senhor daqueles servos e ajustou contas com eles. Então, aproximou-se o que recebera cinco talentos e trouxe-lhe outros cinco talentos, dizendo: Senhor, entregaste-me cinco talentos; eis aqui outros cinco talentos que ganhei com eles. E o seu senhor lhe disse: Bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. E, chegando também o que tinha recebido dois talentos, disse: Senhor, entregaste-me dois talentos; eis que com eles ganhei outros dois talentos.Disse-lhe o seu senhor: Bem está, bom e fiel servo. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei; entra no gozo do teu senhor. Mas, chegando também o que recebera um talento disse: Senhor, eu conhecia-te, que és um homem duro, que ceifas onde não semeaste e ajuntas onde não espalhaste; e, atemorizado, escondi na terra o teu talento; aqui tens o que é teu. Respondendo, porém, o seu senhor, disse-lhe: Mau e negligente servo; sabes que ceifo onde não semeei e ajunto onde não espalhei; devias, então, ter dado o meu dinheiro aos banqueiros, e, quando eu viesse, receberia o que é meu com os juros. Tirai-lhe, pois, o talento e dai-o ao que tem os dez talentos. Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado
(Mt 25.14-29).

Deus conferiu a mim e a você talentos. Não sei se você tem muitos ou poucos, mas eu tenho muitíssimos. Talvez você pense que estou a falar de bens. Bens são secundários. Vão ficar por aqui, são temporários, podem ser roubados, perder valor. Há coisas muito mais importantes do que bens. Estou a falar principalmente de pessoas, de relacionamentos.

Deus conferiu a mim pessoas, muitas pessoas. Tenho marido, filhos, pais, sogros, irmãos, cunhados, pastores, irmãos em Cristo, amigos, colegas de trabalho, chefes, uma infinidade de pessoas com quem me relaciono. E tenho bens também, alguns. Quando olho para tudo o que tenho me vem um santo temor. Hoje disse várias vezes a Deus: obrigada por confiar em mim. Tenho tanto, tanto, tanto! Mas reconheço que nada do que tenho é meu. Sou administradora de coisas que são de Deus – Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem
(Sl 24.1). Então, em última análise, acho que tenho sido uma boa administradora porque administro muitas coisas de Deus. Tenho um grande trabalho a realizar, mas sei que é uma incumbência temporária e que de tudo Deus me pedirá conta: (...) anda pelos caminhos que satisfazem ao teu coração e agradam aos teus olhos; sabe, porém, que de todas estas coisas Deus te pedirá contas (Ec 11.9).

As parábolas não são pequenos contos ilustrativos. São exemplos de realidades que não seriam compreendidas se explicadas de outra maneira. Jesus pretendeu facilitar o entendimento dos judeus ao ensinar-lhes por meio de parábolas. Elas contêm lições muito profundas.

Veja só, o senhor da parábola, que é uma referência a Deus, distribuiu a cada trabalhador talentos conforme a sua capacidade. Ele não mudou. Continua fazendo o mesmo. Cada um recebe de acordo com a sua capacidade. Em outras palavras: o que você tem está completamente de acordo com a capacidade que tem demonstrado de administrar, nem mais, nem menos. Aliás, se isso está se perdendo na sua mão é porque você não tem sido suficientemente capaz de administrar. É duro ouvir isso, mas é verdade. Se os filhos estão mais rebeldes; o marido, descontente; os pais, desassistidos; o patrão, irritado; com certeza essa administração não está nada boa.

O que acontece com quem administra bem? O Senhor confia e vai dando mais, e mais, e mais, e mais. Andar para a “frente”, prosperar, ter acréscimos é parte da essência humana. A ordem de Deus para o homem foi que crescesse e multiplicasse em todos os sentidos. Ninguém se conforma em vender bens para pagar dívidas, ninguém se conforma em perder, ninguém se conforma em ser roubado, sabe por quê? Porque fomos feitos para o acréscimo e não para a falta.

O que acontece com quem administra mal? Aqui o texto é cruel: Porque a qualquer que tiver será dado, e terá em abundância; mas ao que não tiver, até o que tem ser-lhe-á tirado (Mt 25.29). Quem tem terá ainda mais. Quem administra bem cinco talentos não receberá mais um talento, mas mais cinco. Veja só como a proporção de Deus é generosa! E quem administra mal? Se tem um, perderá até mesmo esse um, o que quer dizer ficar com nada. Isto mesmo: zero, falta, escassez, dívida, solidão, tristeza, desespero.

Agora dá para começar a entender a pergunta, não é mesmo? “Posso confiar em você”? Isto quer dizer: “Posso te dar mais? Posso depositar mais pessoas e coisas na sua mão”?

Transfiro para você hoje a pergunta: Deus pode confiar em você?