quarta-feira, junho 08, 2011

Visão além do alcance?

Algumas histórias realmente são demais. Falarei hoje de uma que me chama muito a atenção, porque tem muito a ver comigo.

O tema de hoje é visão. Não é muito difícil para mim falar sobre pessoas visionárias porque sou casada com uma. Sei exatamente como elas pensam – aliás, estou aprendendo com a observação.

Os visionários têm uma capacidade extraordinária de antever aquilo em que se tornarão, aquilo que um dia realizarão, não importa se em tempo breve ou longínquo. Além disso, falam sobre isso com a maior naturalidade e fazem planos a respeito. Não adianta dizer a eles que tal fato pode nunca acontecer. Para eles já está pronto, na fila, a caminho de chegar. Não se trata de visão ALÉM do alcance, mas de visão NA EXATA MEDIDA do alcance.

Para cidadãos ainda “comuns” como eu, às vezes, é uma convivência difícil. Você acha que é preciso muita batalha para chegar lá, muito trabalho, muito esforço, então você cobra do visionário atitudes, mas, no fundo, no fundo, ele sabe que acontecerá de qualquer maneira, então até se acomoda. É como se estivesse numa estrada totalmente conhecida. Ele sabe que a estrada da vida dele dará exatamente naquele futuro que espera. E isso não ocorrerá pelo esforço, por estar na direção do “seu carrinho”. Inevitavelmente irá acontecer. É visão de breve alcance e fé, tudo junto.

Quero dar um exemplo muito claro aqui de um homem visionário a quem Jesus entregou as chaves do reino, coisa que ele não deu a mais ninguém. Esse homem é Pedro.

Houve uma certa reunião, uma última reunião de Jesus com seus discípulos antes da cruz. Nela ouviu-se um anúncio: “Um de vocês vai Me trair”. Enquanto a maior parte dos discípulos perguntava a si mesmo: “Será que sou eu”?, um deles, Pedro, embora estivesse com o grupo e talvez tivesse feito a mesma pergunta, a Bíblia registra o fato de ele, certa feita, ter dito ao Mestre: “Nunca te negarei”. Não é que fosse orgulhoso, não. Ele era um visionário: via a si mesmo como seria no futuro.

O desejo sincero do coração de Pedro era dar tudo de si ao Mestre e ter tudo dEle em si. Todo tempo ele demonstrou estar muito engajado no processo do discipulado. Era próximo, interessado, sincero, deixava-se conhecer, muito diferente de Judas, que foi uma surpresa para muitos. Talvez Pedro seja o discípulo que mais tem relatos.

Jesus advertiu a Pedro dizendo: “Hoje mesmo, três vezes você me negará”. Quando ele poderia imaginar que isso aconteceria mesmo? Depois do aviso, então, mais firmemente ele poderia dizer: “Não, Senhor, o que é isso? Mas já que me avisou, tomarei mais cuidado”!

Ele se via pronto, mas Jesus via todo o processo. Sabia que ele estaria pronto, mas teria de passar por uma dura prova. O fato de Jesus antecipar o que ele faria não era para servir de acusação, mas uma forma de dizer a ele que o conhecia muito bem.

Aconteceu. O canto do galo foi apenas para dizer: aconteceu. Mesmo sem querer, mesmo com todo o seu esforço, mesmo com a melhor das suas intenções, aconteceu.

Poderia ser o fim de uma linda história, não fosse ter Jesus como personagem que volta à cena para recuperar o que parecia perdido. Quando se encontra com Pedro, Ele pergunta: “Tu me amas”? A resposta é óbvia: “Senhor, Tu sabes que eu Te amo”. Então, do fundo do poço, tira aquele que se transformou mais tarde num dos mais espetaculares líderes de todos os tempos.

Realmente Pedro se tornou aquele que ele pensava ser. Demorou, foi um processo, mas aconteceu. Ele morreu por Jesus e, diz a história, crucificado de cabeça para baixo. Enquanto da primeira vez foram criados que o colocaram contra a parede e o fizeram recuar, na última vez, ninguém foi capaz de demovê-lo da convicção de que uma morte tão dolorosa valia a pena.

Não importa o que os outros pensam de nós mesmos, importa como nos vemos. O que diz o seu espelho? Você é um visionário ou uma pedra no meio do caminho?

Ande com os visionários e serás um deles; ande com Jesus e certamente você será um visionário.

Boa tarde.

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